História Depraved Heart - Não consigo parar de pensar nela

Justin Bieber

Eu estava parado em frente ao telefone público o encarando com aflição, aquele telefone ficava a dois quarterões da minha casa,  eu havia conseguido o número do celular de Addison Rhodes. O rosto de Addison de repente apareceu em minha mente, Addison era simplesmente única, seus olhos eram hipnotizantes e completamente apaixonantes, a pele de Addie era delicada como aquelas flores que se você não pegar com o maior cuidado elas desmoronam. Eu precisava vê-lá novamente, precisava toca-lá  e beija-lá mais uma vez, precisava sentir o cheiro do perfume dolce gabana dela mais uma vez, Addie era diferente de todas as poucas garotas com quem fiquei, ela foi o suficiente para me fazer esquecer de Susie. Eu havia pedido o celular dela para ligar e falei a ela que iria telefonar para o meu amigo para ele me buscar mas na verdade eu liguei para o meu celular, que eu havia deixado em minha casa dentro da minha gaveta de cuecas. Eu sabia que aquela seria a última vez que veria ela e eu não podia deixa-lá ir assim, eu precisava dela, ela podia ser a garota dos meus sonhos. O último número que havia me ligado estava gravado em meu celular, a ligação havia sido feita a 22 horas atrás, com certeza era o número de Addie. Peguei o gancho do telefone com a mão direita e coloquei o mesmo entre o meu ombro e meu ouvido, peguei o meu celular e o segurei com a mão esquerda e com a direita fui digitando os números que estavam gravados no mesmo. Assim que terminei de digitar todos os números, guardei meu celular no bolso da frente da minha calça e peguei o gancho do telefone o segurando com a mão direita. O telefone de Addie estava chamando, eu não sabia o que diria caso ela atendesse, ela só não podia saber que era eu que estava ligando para ela, eu só precisava ouvir o som doce e sereno da voz dela, em minha mente, eu torcia freneticamente para ela atender aquela ligação, eu precisava ouvi-lá.

O celular foi atendido.

— Alô? — Uma voz doce e meiga soou na ligação, tinha de ser a voz dela, tinha de ser.

— Alô é a senhorita Rhodes? Addison? — Perguntei, fingindo uma voz mais grave.

— Exatamente, com quem estou falando por gentileza? 

— Aqui é o instituto de pesquisa de bolsa de intercâmbio, o seu nome constou em nossos registros será que poderia responder as nossas perguntas? — Ridículo, instituto de pesquisa de bolsa de estudos? mas eu não consegui pensar em uma desculpa melhor.

 — Tudo bem. 

 Ela havia caído feito uma patinha.

— Qual é o país de origem da senhorita? 

— Eu sou de Ohio. Eu e minha família  nos mudamos para Ontário  quando eu tinha apenas 4 aninhos de idade. 

Interessante, Addison não era canadense.

— Você faz alguma faculdade? poderia citar o nome? — Perguntei tentando manter a voz grave

— Sim na Concordia University.

— Que faculdade está cursando, gastronomia? psicólogia?

— Estou fazendo faculdade de letras.

— Em que ano está?

— Estou no 3º ano. — Em seguida, Addie bufou .

— Ok, ok então é só isso senhorita Rhodes, aproveite o seu sábado. 

Assim que eu disse isso ela desligou o celular e em seguida coloquei o telefone de volta no gancho e caminhei para fora dali fazendo o meu caminho para casa. Minha mãe precisava de mim em casa, ela ficava louca quando eu saía  e não avisava para ela, Bonnie, minha mãe estava com muitas doenças que estavam matando ela aos poucos, ela tinha diabete, anemia e hepatite A. Os médicos já recomendaram vários remédios para ela tomar e se tratar mas ela sempre se esquecia de toma-lós e ela precisava de mim para faze-lá lembrar de tomar todos eles. Adentrei em meu prédio e passei pela portaria ignorando o porteiro que estava sentado na mesma, subi as escadas do prédio pois o elevador está ocupado e eu não tinha paciência para esperar ele esvaziar. 

Assim que cheguei no quinto andar senti um cansaço enorme em minhas pernas, não sei porque esses engenheiros tinham que criar tantas e tantas escadas, abri a porta do meu prédio e adentrei para dentro do mesmo sentindo um cheiro de lasanha á bolonhesa, fechei a porta do prédio e fui recebido por Spencer, meu golden retriever, ele começou a farejar minha calça  descendo até o meu pé me agachei e comecei a acariciar a cabeça macia e peluda de Spencer o chamando de "bom garoto" um cheiro muito bom de baunilha vinha do pelo de Spencer, pelo visto minha mãe havia dado banho em Spencer o que era muito estranho pois minha mãe odiava o meu cãozinho, ela dizia que Spencer só servia para gastar dinheiro com mais comida e que ele era um insigficante que só servia para comer, dormir e fazer sujeira no apartamento. Me levantei e Spencer correu para fora dali, caminhei até a cozinha sentindo o cheiro da comida ficar ainda mais forte fazendo a minha barriga roncar mais ainda.

Assim que cheguei na cozinha vi minha mãe de costas para mim e de frente para o fogão, estranhei pois  minha mãe nunca cozinhava, só quando eu era pequeno que ela fazia as refeições mas quando eu virei um adolescente ela me ensinou a cozinhar e parou de preparar as refeições.

— Justin querido é você? — Perguntou ela assim que comecei a me aproximar dela, a voz de minha mãe soava rouca e fraca.

— Sim mãe sou eu. — Respondi educamente — Está preparando o almoço? que milagre é esse? — Me aproximei da mesa de jantar e me sentei na cadeira da mesma enquanto observava minha mãe pegar um prato no armário de cima.

— È é resolvi fazer um almoço especial para nós dois querido.

— Você deu banho no Spencer?  — Comentei lembrando do cheiro forte de baunilha vindo dele.

— Dei sim querido, você tem ficado muito ocupado nas aulas de anatomia e não tem dado banho no Spencer, ele estava fedendo a cachorro de rua, você sabe que odeio cachorro fedendo a cachorro de rua. — Comentou ela enquanto colocava o prato na mesa, na minha frente. No prato tinha arroz, feijão e lasanha vegana. Ela se virou para mim e pegou um garfo e uma faca na gaveta de talheres e colocou ambos no meu prato, ela insistia para eu comer de garfo e faca, quando era mais novo achava irritante mas agora já havia me acostumado. Ela pegou um copo no escorredor de louças e em seguida a jarra de suco que estava em cima da mesa de jantar e despejou o suco no copo e colocou ao lado do meu prato — falando nisso, como tem andado as aulas querido? — Ela se sentou na cadeira ao meu lado e me olhou bem no meu olho aguardando a minha resposta.

Minha mãe com certeza estava doente, ela nunca me perguntava sobre minhas aulas e não tinha muito para falar sobre elas, apenas que eu tinha examinado mais de oito cadáveres no necrotério e que a maioria deles tinham morrido de causas naturais, a mesma chatice de sempre.

— Tem sido boas — Comentei depois de mastigar a comida.

— E Susie? vocês tem a visto? — Perguntou minha mãe enquanto eu bebericava o meu suco de pêssego, ela sabia muito bem que eu não gostava de falar sobre Susie.

— Sim mãe eu tenho visto ela, esqueceu que estudamos na mesma faculdade? — Falei num tom rude, odiava muito falar sobre Susie e minha mãe sabia disso.

Minha mãe fez uma careta de nojo.

— Nossa que grosseiro, só estou perguntando — Disse ela enquanto levantava as mãos em gesto de rendição e em seguida as abaixou — eu sei o quanto aquela menina significava para você, ela era doce e meiga né? educada ela, ela vestia umas roupas chiques né? o pai dela é um piloto de avião não era? ou é ainda?

Minha mãe adorava Susie ela achava que ela era doce, meiga  e educada bom eu também achava, mas ela na verdade era uma vaca egoísta e sem coração, só se importava com seus próprios interesses e ambições. 

Assim que terminei meu almoço me levantei da cadeira, peguei meu prato e caminhei em direção a pia e o deixei ali perto da mesma, me virei para minha mãe que me encarava incrédula e confusa.

— Mãe não se esqueça de tomar seu remédio ok? — Ela assentiu levemente com a cabeça — Tenho que sair ok? mas já volto.

Caminhei para fora da cozinha e adentrei na sala de estar, Spencer estava  deitado perto do sofá brincando com o seu patinho de borracha enquanto ele mordia o patinho, um barulho bem irritante se reproduzia. Eu queria ver Addison, eu precisava vê-lá, falar com ela pelo telefone público não foi o suficiente, eu não conseguia parar de pensar nela desde do dia em que dormi com ela, eu tinha o endereço dela eu o havia anotado mas eu não podia simplesmente aparecer lá e dizer a ela que eu anotei o número dela porque queria vê-lá isso soaria patético mas eu queria conhece-lá, ficar próximo dela mas não sabia como fazer isso. Passei pelo lado de fora do meu apartamento e dei de cara com o Blake e o amigo dele, Bryce parados em frente a minha porta, Bryce estava com o braço esquerdo levantado num punho, ele estava prestes a bater na porta.

— Ei Justin, nos iríamos bater na porta agora mesmo — Disse Blake enquanto Bryce assentia. — A gente mal te viu na festa, sabe a Susie estava na minha festa, você a viu? 

— Sim, ela estava aos beijos com o Jake e ela fez questão de fazer com que eu os visse. — Resmunguei relembrando da hora em que vi Jake com Susie aos beijos perto da piscina parecia que Jake estava tentando engolir a Susie. 

Jake, o atual da minha ex não era estudante, ele era um cara de 32 anos que era dono de uma farmácia, eu sabia disso porque andei consultando as redes sociais daquele babaca. Francamente Susie não sabia escolher homens, o homem era velho, tinha cara de cachaceiro e nunca se barbeava. Mas Susie não era mais do meu interesse, agora Addie que é do meu interesse.

— Ah cara eu já fiquei com Susie lembra? — Comentou Bryce me fazendo lembrar da época em que ele e Susie namoravam, foi muito antes de eu começar a ficar com ela, ela havia trocado Bryce para ficar comigo. — Ela é uma vadia sem coração, confesso que no começo eu te culpava pelo nosso término mas aí quando eu vi o que ela fez com você eu comecei a perceber que ela não era nenhuma santa.

Bryce e eu não erámos amigos, Bryce era o melhor amigo de Blake, Bryce e eu sempre brigávamos e o motivo era sempre a Susie quando ela terminou com Bryce para ficar comigo, Bryce ficou sentido e descontou toda a sua raiva em mim. Ele achava que Susie havia chifrado ele comigo mas eram só boatos que uma caloura do campus havia feito, tudo para colocar mais lenha na fogueira. Mas depois que Susie gritou para todos na sala de anatomia que eu durava só dois segundos na cama e que não me amava mais, Bryce foi um dos primeiros a me consolar, ele poderia muito bem ter zoado de mim como os outros estudantes que estavam na sala fizeram mas ele me consolou e disse que eu iria achar uma garota melhor do que Susie e eu achei. Desde de então Bryce e eu começamos a ficar próximos.

— Verdade que viram você saindo com uma morena magrela de olhos azuis? — Comentou Blake rindo. — Disseram que a morena com quem você foi visto é irmã de Georgina Rhodes, lembra dela Bryce? — perguntou Blake olhando para Bryce — você tentou dormir com ela.

— Espera aí você foi visto com a irmã de Georgina Rhodes? — Perguntou Bryce incrédulo, a boca dele se abriu e seus olhos se arregalaram. 

Georgina Rhodes era estudante de medicina na minha faculdade até o ano passado mas ela havia saído porque engravidou de Alexander um dos estudantes da faculdade, Alexander ainda cursa a faculdade de gastronomia mas Georgina teve que sair para cuidar do filho. 

—  Addison é irmã de Georgina Rhodes?  — perguntei incrédulo. — É eu fiquei com ela. — Confirmei.

— Addison? Ah sim Bieber. — Disse Bryce sorrindo. — É assim que se faz.

— Esse é o meu garoto, estou tão orgulhoso de você — Disse  Blake fingindo estar emocionado. — Você precisa conquista-lá Justin, precisa fazer com que ela fique encantada com você. —Aconselhou Blake, ele tinha razão eu precisava manter Addie perto de mim.

— Você está certo Blake, eu vou fazer isso. — Toquei no ombro de Blake e corri rapidamente para fora dali.

Desci rapidamente as escadas do prédio enquanto pensava no que eu iria fazer quando eu chegasse no apartamento de Addie, ela não podia saber que eu memorizei o endereço dela mas eu havia memorizado, minha memória era muito boa e eu não tinha culpa disso quando eu queria memorizar algo eu memorizava. Ela iria pensar que eu era um louco, psicopata, maníaco ou ela podia pensar que eu era apenas um homem com as minhas necessidades sexuais, isso dependeria da forma como Addie era como pessoa e eu não fazia ideia de como ela era. Assim que terminei de descer todas as escadas, passei pelo porteiro sem cumprimenta-ló como sempre fazia, odiava aquele homem ele sempre reclamava que eu ouvia música alta demais e sempre reclamava que Spencer invadia os outros apartamentos, que vá a merda esse homem. Passei pelo lado de fora da portaria e adentrei no estacionamento e vi minha picape parada perto da entrada do estacionamento. Assim que me aproximei da picape, adentrei ligeiramente no banco do motorista e fechei a porta da mesma, liguei a chave na ignição e comecei a fazer o caminho para o apartamento de Addie.

Durante todo o caminho eu pensava no rostinho meigo e delicado de Addie, ela era tão única, tão doce eu tinha que conhece-lá melhor eu tinha que fazer com que ela se importasse comigo, eu tinha que encanta-lá como Blake havia dito, eu não podia deixar ela ir embora assim da minha vida. Eu estava quase na metade do caminho para a casa dela, eu esperava que havia feito o caminho certo para a casa dela se não seria gasolina jogada fora e a gasolina não está nada barata. Aumentei os fárois assim que começou a escurecer, virei a rua a direita e dei de cara com um apartamento gigante e  branco.

Era o apartamento de Addie.

Estacionei o carro um pouco longe do apartamento para não correr o risco de ser visto e reconhecido, desliguei os fárois e em seguida o motor do carro, a felicidade que eu sentia naquela momento era enorme, eu estava em frente ao apartamento de Addie, eu o havia memorizado perfeitamente em minha mente. O único problema era que eu não sabia se ela iria sair do mesmo tão cedo e eu não teria coragem de ir lá falar com ela caso ela saísse mas eu pelo menos teria a enorme satisfação de vê-lá mais uma vez. Liguei o aparelho de som e o mesmo ligou na música 2 become 1 das Spice Girls, comecei a cantarolar baixinho enquanto torcia para Addie sair do apartamento o mais cedo possível para eu poder vê-lá mesmo que de longe, eu não iria sair dali até ver a minha Addie em carne e osso.