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História Derision - And it's blue - Capítulo único.


Escrita por: sidhe

Notas do Autor


Oi, oi
Depois de séculos sem escrever nada apareci com essa OS de presente pra Elysa, uhu.
Foi baseada inteiramente em Colors da Halsey e como eu amo songfic vai ter vários trechos da música.
Apesar de estar nas tags "pwp" só serão insinuações leves pra não pesar no tema. Dsclp qualquer coisa
E um obrigadão pra Karine por ter me apoiado tanto. <3
Espero que gostem. Boa leitura. ~
ps: me ame muito Ely

Capítulo 1 - And it's blue - Capítulo único.


“Queridos leitores, meus sinceros comprimentos.

Eu, Dyo, venho mais uma vez cumprir o meu papel como um verdadeiro filho do tinhoso e mostrar que Kim Jongin é um verdadeiro safado. Nesta reportagem estão anexadas cerca de dez fotos — todas tiradas por mim, claro. Não esqueçam de me darem os devidos créditos, hn?  

Pois bem, aqui vemos que Jongin ainda não se endireitou, isso é hilário! Em menos de cinco horas esse filho da mãe foi visto com três garotas diferentes. Que ultraje! Parece que o tempo que ele passou no exterior fez com que ele perdesse totalmente seu juízo, esse rato. Todos nós sabemos do pedido recente de desculpas desse maluco. Pessoal, vocês realmente acham que postar inúmeras fotos, desenhar ursinhos/cachorrinhos em um papel e postar em um ‘sitezinho’ de quinta com algumas mensagens de perdão e amor aos seus fãs, resolve as coisas? Vou dizer apenas três palavras, curtas e idênticas: não. N-ã-o. NÃO.

O mundo sabe e nós sabemos que é necessário manter a ordem. E como diz nosso querido Lee MinHo diz: “se um pedido de desculpas fosse o suficiente não existiriam as leis e a política”, e não é que o bonitinho tem razão?

Afirmo e reafirmo que Kim Jongin é um caso perdido de desordem e pouca vergonha. Sua carreira está fadada ao completo fracasso e, sem querer me gabar, a repercussão de minhas queridas notícias estão ajudando nisso.

Obrigado a todos por me acompanharem! E fiquem ligados, pois logo mais voltarei com escândalos fresquinhos.”

 

Postado em WebGossip Korean. Às 21:32.

Por Dyo.

 

Kyungsoo postou a reportagem rapidamente. Era verdade que tudo que estava ali não passava de uma mera jogada do grande sensacionalismo; ele usava as palavras certas e anexava as “provas” e boom!, a notícia ganhava uma repercussão gigantesca. Não precisava fazer mais nada. Ele só postava a matéria e, depois de algum tempo, as coisas fluíam naturalmente. Mas isso só acontecia quando suas matérias tratavam de Kim Jongin.

Não era novidade para ninguém que Kim possuía milhares de fãs e que era amado por multidões. Era até mesmo taxado de “o rostinho mais bonito da Coreia”.  Uma completa tolice, na percepção de Kyungsoo.

Podia falar de Byun Baekhyun, o riquinho que continuava insistindo na carreira de ator mesmo não sendo tão bom assim. De Park Chanyeol, o jogador de basquete da liga coreana que era um completo enrustido. Ou até mesmo de Kim Joonmyeon, o empresário famosíssimo, muito bem casado, e que costumava frequentar casas de meretrício com mais frequência do que trocava de roupas. Entretanto, Jongin rendia muito mais comentários, visualizações e compartilhamentos em suas postagens. O repórter recebia por isso, e quanto mais atenção trouxesse para o site, maior seria o seu cachê. Foi por isso que, de uns meses para cá, suas reportagens se resumiam a uma pessoa: Kim Jongin.

Na verdade, Kyungsoo não gostava e também não ”desgostava” do modelo; apenas estava acostumado a tratá-lo com descaso. Seu codinome estava bem exposto, mas ninguém sabia ao certo qual era a sua aparência. A maioria das pessoas que acompanhavam suas matérias duvidavam que aquele era realmente a sua verdadeira identidade. Acreditavam que aquilo era apenas uma camuflagem pra que ele permanecesse no anonimato. Outras diziam que Kyungsoo era um amigo de infância de Jongin que havia sido descartado com a ascensão de sua carreira e que agora queria se vingar. Pura idiotice.

As três garotas mencionadas em seu último artigo sobre Jongin se tratavam apenas de dançarinas, provavelmente de algum MV surpresa que o artista lançaria em breve. Jongin não poderia dar explicações sobre isso; ao menos, não por agora, já que se tratava de um assunto extremamente particular. Assim, Kyungsoo ganhava a vantagem do tempo sobre o modelo e isso lhe renderia a tão famosa atenção.

A verdade é que ele precisou acampar um dia inteiro na frente daquele galpão a fim de conseguir alguma foto comprometedora. As garotas trajavam roupas no mesmo modelo; por isso, o repórter concluiu que elas não passavam de meras dançarinas ou figurantes. Kyungsoo tirava proveito sempre que as três saíam de lá para um intervalo, coisa que acontecia a cada uma hora. Jongin parecia ser do tipo gentil; sempre ajudava as garotas e as tratava bem. Com um sorriso maroto nos lábios, o rapaz agarrou a oportunidade e tirou fotos de todos os ângulos que sua posição foi capaz de permitir.

A gentileza de Jongin lhe rendeu uns bons clicks.

Muitas vezes, o garoto passava a noite de tocaia em frente ao condomínio luxuoso de Kim aguardando para segui-lo assim que ele saísse de sua casa para algum compromisso noturno. Eventos, festas, compromissos, desfiles e saídas comprometedoras para boates — ah!, Kyungsoo amava essas saídas. Jongin ficava bêbado facilmente e muitas vezes drogado; ele fazia coisas estúpidas, portava-se como uma verdadeira criança e saía beijando qualquer boca que visse pela frente. E é claro, isso não saía impune dos clicks árduos da câmera semi-profissional de Do Kyungsoo. Todas as sextas ele estava naquela mesma boate popular em Gangnam.

Kim costumava usar calças de lavagens azuis e ostentava um ar de superioridade por onde quer que passasse. Sua postura era de dar inveja e o jovem conseguia chamar a atenção de todos por ali. Curiosidade, na maioria das vezes, ele não era reconhecido. A ponta dos dedos de Jongin costumava oscilar para uma tonalidade azulada sempre que ele ia na boate; talvez devido ao fato de estar perpetuamente manuseando entorpecentes.

Era apenas um palpite.  

O repórter, atualmente, mantinha certa distância de Jongin. Sabia que o modelo costumava abusar das famosas pílulas azuis. Kyungsoo via que, de um segundo para o outro, o moreno se transformava: a sua carranca triste e ressentida dava lugar a uma expressão feliz e sorridente.

Se algum dia alguém ousasse perguntar a Kyungsoo qual era o gosto das pílulas azuis, ou melhor, do LSD, ele apenas diria que era doce como uma fruta e que lhe proporcionou uma felicidade imensa por longos minutos. Mas Kyungsoo nunca ousou experimentar a droga. Ele havia sido pego de surpresa e consecutivamente beijado. O sujeito ainda mascava o alucinógeno durante o processo e Kyungsoo conseguiu sentir o gosto adocicado e viciante. Sua câmera foi ao chão e acabou sendo danificada. Ele acabou perdendo todas as fotos comprometedoras que havia tirado no decorrer daquela noite porque não estava usando nenhum cartão de memória. Quando ele voltou ao normal, checou o equipamento e percebeu que a câmera havia realmente se quebrado com o impacto.

O autor do beijo havia sido o próprio Jongin. Pele morena, lábios carnudos e aquela altura ideal. Kyungsoo, com o passar do tempo, conseguiu memorizar cada característica presente naquele sujeito. Seguia-o por meses e, mesmo diante daqueles infernais luzes psicodélicas, o reconheceu. Estava no seu encalço naquela boate, afinal. Só não esperava que fosse pego de surpresa por um beijo vindo dele, da pessoa sobre quem espalhava boatos e destruía a carreira aos poucos.

Kyungsoo nunca ousou publicar nada sobre as drogas que Jongin consumia em suas noitadas. Jamais havia tirado uma foto que comprovasse isso, e ele precisava de provas — a luminosidade da boate atrapalhava e como tentava ser discreto, não costumava usar o flash. A incriminação sem provas traria mais aspectos negativos que positivos, e, por conta disso, manteve-se centrado em apenas elaborar boas notícias sobre seus escândalos amorosos.


 

Everything is blue

Tudo é azul

His pills, his hands, his jeans

Suas pílulas, suas mãos, seus jeans

 

 

Já se passava das onze horas da noite e ainda estava vigiando a entrada do condomínio de Jongin. Olhava frequentemente para os cantos e, muitas vezes, tinha que mudar seu carro de lugar por conta de idiotices ditas pelos seguranças que rondavam o quarteirão. Kyungsoo nem se importava com o que eles falavam, pra falar a verdade. Apenas movia o seu veículo e continuava com suas observações.

Não tinha nada pra fazer naquele meio tempo.

Era uma rotina tediosa. Ele achou por uma fração de segundos que não valia todo aquele sacrifício continuar se embrenhando para conseguir uma matéria nova. Por ser um stalker pessoal de um idol, havia se acostumado a dormir no carro e acordar sempre que ouvia algum barulho de motor. Muitas vezes nem ao menos se tratava do conversível de Jongin, mas ainda sim, Kyungsoo ficava atento.

O modelo possuía uma rotina peculiar. Geralmente, ele fazia caminhadas noturnas até se cansar. Quando Kyungsoo inventava de segui-lo, acabava ficando bem para trás. Jongin literalmente corria pelas ruas e acompanhá-lo era uma tarefa quase impossível. Isso se você levasse em consideração que Kyungsoo era um completo sedentário que vivia praticamente dentro de seu carro e se alimentava apenas de comida industrial, fast-food e salgadinhos.

Já fazia tempo que se mantinha naquela situação vergonhosa. Seu objetivo nunca havia sido se tornar um paparazzi medíocre que vivia às custas dos deslizes de estrelas pop. Aquilo para ele era nitidamente constrangedor. Seu plano inicial nunca havia sido trabalhar com aquilo. Infelizmente, nada saiu como o planejado. Ao invés de se tornar um colunista de alguma revista de entretenimento famosa, acabou por se tornar um mísero paparazzi-repórter-stalker que vivia de visualizações para conseguir dinheiro. 

Kyungsoo escutou um barulho. Deu uma olhada rápida pelo retrovisor e instantaneamente reconheceu a silhueta que saía pelo portão do condomínio. Era Kim Jongin. Pegou sua câmera com a sua mão livre e já se preparou para sair do carro às pressas. Sabia que o famoso começaria a correr a qualquer instante. E mesmo que quisesse, seria tolice segui-lo usando o seu carro.

Ele parecia ainda mais camuflado do que nas últimas vezes. O casaco era muito mais grosso do que ele usava normalmente; a touca cobria parcialmente seu rosto; ele usava óculos escuros e olhava frequentemente para os lados. Kyungsoo estranhou todo aquele disfarce.

Jongin não era nem de longe era um sujeito esperto. Só de pensar que agora ele estava tentando ser mais discreto, o repórter sentiu uma fúria imensa crescendo dentro de si. Afinal, se o modelo estava tentando ser mais cuidadoso, aquilo dificultaria ainda mais as coisas para Kyungsoo.

Já não estava sendo muito fácil conseguir entrar em eventos da alta sociedade e gastar boa parte do seu tempo procurando-o por aí e seguindo seus rastros para tirar míseras fotos. Tudo bem, o salário era ótimo, mas a coisa toda parecia uma grande furada. Ele se sentiu frustrado só de cogitar a hipótese de que Jongin estava tentando dificultar as coisas para ele.

Seus passos eram ligeiros. Kyungsoo regularmente parava e esperava que Kim avançasse no caminho para enfim voltar a segui-lo. Ia devagar e tirava algumas fotos, deixando o timer ligado. Se não conseguisse nenhum material, ainda poderia inventar alguma coisa e usar o horário que o modelo estava na rua para incriminá-lo injustamente em outro de seus artigos.

Kyungsoo tirava incessantemente várias fotos, mas nenhuma mostrava o rosto do modelo. Estava longe demais. Ele havia conseguido reconhecê-lo a partir de sua silhueta, mas nem todos seriam capazes de fazer o mesmo. Só precisava se aproximar apenas mais um pouquinho e daria tudo certo.

O paparazzi estava completamente enganado. Kim estava do outro lado da rua e muito mais a frente e, sem nenhum aviso prévio, começou a correr virando a esquina logo em seguida. Deixou um Kyungsoo confuso e sem saber o que fazer para trás. Por impulso, o rapaz correu atrás, atravessou a rua e cruzou a esquina. Olhou mais a frente e não encontrou Jongin.

Suspirou frustrado.

— Estou aqui — Jongin se pronunciou enquanto tirava os óculos escuros.

Kyungsoo sabia bem que era ele, mas seu corpo e mente diziam que era melhor correr o mais rápido possível dali. Poderia ser xingado; ou, na pior das hipóteses, ganharia uma bela surra.

— Diga alguma coisa  — continuou. —  Mas antes, por que é que estava me seguindo?  

Seu corpo congelou, mas ele reuniu forças para se virar e encarar o modelo. Mordeu seus lábios e fez o possível para esconder sua câmera atrás de suas costas.

— E-eu sou um grande fã seu… — mentiu.

— Certo — disse com desdém. — Por isso estava me seguindo?

Kyungsoo afirmou com a cabeça. E por um instante achou que Kim Jongin fosse burro o suficiente para acreditar naquilo.

— Você quer um autógrafo? — perguntou. — O que esconde nas suas costas é um caderno para autógrafos, não é?

— É que… Bom, é complicado. V-você não vai gostar e… — Kyungsoo se perdeu em sua própria mentira.

— Não se sinta constrangido. Se o caderno tiver meu rosto estampado na capa e alguns corações em volta, não tem problema algum — respondeu com uma risada. — Já estou acostumado com o amor de meus fanboys. Para falar a verdade, até gosto de todo esse amor e idolatria que recebo deles.

Kyungsoo apenas negou com a cabeça em um pedido mudo para que ele desistisse daquela ideia. Kim contornou o corpo do garoto tentando ver o que ele mantinha escondido em suas costas, e Kyungsoo se virou ao mesmo tempo, impossibilitando que Jongin visse o que tinha em suas mãos.

— Não seja assim, fanboy — disse aos risos, ainda tentando contornar o corpo do garoto — Oh, por acaso é algo mais embaraçoso? — gargalhou.

Puta merda — Kyungsoo sibilou baixinho. O quão idiota e convencido aquele cara poderia ser?

— Vamos. É algum tipo de imagem onde me desenham sem roupas e com posições sexuais? — perguntou com falsa modéstia.

Para Kyungsoo, aquilo já estava virando uma completa piada. Em que mundo alguém usava esse tipo de foto como imagem para a capa de um caderno de autógrafos? Enquanto tentava se virar conforme Kim avançava em sua direção, percebeu que seria impossível esconder aquela câmera por mais tempo. Teria que agir.

— Pare! — o rapaz ordenou em um tom tão firme que fez com que Jongin congelasse no mesmo instante. — Acontece que seu pênis no desenho está bem pequeno… Eu não sabia o tamanho e não quero te ofender. Deve ser maior do que dez centímetros, não é?

A expressão risonha de Jongin se transformou em uma cara de desgosto. Ele ficou em dúvida se o garoto estava apenas zombando ou se falava sério.

Seria possível alguém achar que ele possuía um Jongin Junior tão pequeno?  

— É maior do que vinte centímetros!

— Duvido.

E dessa vez, Kyungsoo agradeceu aos céus por ter conseguido enrolar Jongin com um papo tão infantil como aquele. Suas mãos atrás de suas costas segurando a câmera era o motivo para todo aquele conflito. Enquanto Jongin acreditava que apenas se tratava de mais um fanboy-louco-pervertido, na realidade, tratava-se do repórter que ele tanto odiava.

Mas se ele visse aquela câmera saberia que se tratava de Dyo. Seria uma conclusão óbvia e automática. Veja bem, quem mais o perseguiria tão tarde da noite e com uma câmera? Se não era um fã, só poderia ser um paparazzi. E só havia um paparazzi que o perseguia frequentemente nos últimos meses: Dyo.

Para falar a verdade, o maior medo de Kyungsoo era levar uma baita de uma surra ali mesmo. Jongin era mais alto de que ele e, provavelmente, muito mais forte. Sabia bem que o modelo malhava para manter aquela sua boa forma e não seria uma boa arriscar levando em consideração o possível ódio que Jongin nutria por Dyo.

— Me mostra logo a droga do caderno — disse enquanto tornava a se aproximar.

Kyungsoo recuou alguns passos. Sabia que teria que sair correndo a qualquer momento. Só não contava que Jongin iria levantar o punho em sua direção e por puro azar quase sair no chão. Foi um movimento rápido. Em um instante, ele estava em uma queda lenta com a câmera à mostra, no outro, havia deixado Jongin desnorteado com o brilho forte do flash de seu equipamento.

Ele aproveitou que Jongin ainda estava desnorteado e saiu em disparada rumo ao seu carro. Correu como nunca havia corrido antes e por um bom motivo: tinha que sair dali o mais rápido possível.

Kyungsoo estava sendo expressivo e medroso demais, e ambas as coisas não eram de seu feitio. Sabia que, quando usasse as fotos de hoje, Jongin saberia que ele era Dyo. Reconhecê-lo agora seria muito mais fácil. Teria que tomar ainda mais cuidado de agora em diante. Ele estava literalmente transbordando medo, angústia e frustração  por onde passava por não ter conseguido fazer o seu trabalho direito. Que nem uma pia transbordando. Era irônico.  

Ainda estava cheio de adrenalina e sentiu seu coração bater mais devagar só depois de entrar em seu carro e dar a partida. Viu a silhueta de Jongin correndo atrás do carro pelo espelho do retrovisor, mas sabia que o rapaz não seria capaz de alcançá-lo. No fim, havia tirado uma foto maravilhosa: o modelo com uma expressão raivosa e o punho erguido.  

Aquilo daria uma boa notícia futuramente.

E embora não quisesse usá-la por questões óbvias, ele não tinha outra opção. Jongin viu o seu rosto e ficou bem nervoso com ele. Sabia que tinha sido fotografado e também seguido por aquele garoto. Se aquelas fotos vazassem, Jongin saberia quem era Dyo.

Naquele momento, Kyungsoo não se importou muito com isso.

 

You’re spilling like an overflowing sink

Você está derramando como uma pia transbordando

 


 

“Queridos leitores, meus sinceros comprimentos.  

Estou aqui mais uma vez nessa semana para trazer uma bomba! Sem exagero algum. Hehehe.

Ultimamente todas as minhas postagens se resumem ao galinha, desrespeitoso, brutamontes e nojento que é o modelo Kim Jongin. Temo dizer que tudo que digo está relacionado as suas sem vergonhices e saídas com garotas. A sua falta de respeito com seus fãs e com todos que o cercam.

Todo esse papo já é de nosso conhecimento. Nem precisamos ficar relembrando de notícias passadas quando aparece um escândalo novo praticamente toda semana. Não estou querendo me gabar, mas já me gabando: isso não aconteceria se não fosse por mim. Quando o diabo pede para um ser humano atormentar o outro, me usem como base. Porque eu, Dyo, sou a definição perfeita de atormentador.

Eu tenho motivos, claro. Aliás, tenho vários. Tantos que não posso nem contar nos dedos. Enfim, tenho novidades quentinhas saídas direto do forno. Vocês sabiam que Kim Jongin é um agressor? É ISSO MESMO, PESSOAL.

Olhem as fotos. Ele mesmo tentou me agredir. Vocês acreditam nisso?! Eu realmente estou abalado, mas não há nada que um mero jornalista como eu possa fazer….

Por isso peço a ajuda de vocês, hn? Por favor, divulguem essas imagens e rasguem de vez com a imagem de Kim Jongin.

Obrigado.”

 

Postado em WebGossip Korean. Às 09:02.

Por Dyo.

 

Kyungsoo teria algum descanso por agora. Sua meta era postar uma boa notícia a cada dois dias. Ele sabia que aquela reportagem lhe renderia dinheiro por um bom tempo, mas não poderia contar tanto com aquilo. Já era sexta-feira, o que significava significava que Jongin provavelmente estaria naquela boate em Gangnam.

O repórter apostava todas as suas fichas que Jongin se acabaria em drogas e bebidas e faria coisas idiotas por estar enfurecido. Mesmo estando ciente de que era uma péssima ideia ir até lá, Kyungsoo resolveu ir. Provavelmente conseguiria outro escândalo, como sempre fazia. A coisa toda poderia ser mais prático; contudo, ao contrário das outras vezes, ele não tinha o anonimato ao seu favor.

O garoto estava entrando em uma armadilha e não tinha a menor ideia disso.


 

 

As luzes psicodélicas já estavam fazendo suas vistas doerem. Kyungsoo estava sentado em um banquinho próximo ao bar da boate. Já fazia quase meia hora que Jongin havia chegado, e mesmo assim, não havia dado as caras na pista de dança. Talvez a área V.I.P estivesse bem mais interessante. Talvez ele estivesse com medo.

Era compreensível. Fazia até mesmo sentido que o modelo não desse as caras. De qualquer forma, o rapaz esperaria mais um pouco. Minutos, horas... Aquilo realmente não importava. Já estava ali dentro e não havia mal nenhum em esperar pelo caminhar do tempo. O que lhe perturbava eram os olhares que as pessoas lhe dirigiam. Todas elas pareciam julgá-lo e isso conseguia incomodar Kyungsoo ao extremo.

Ele usava um casaco grosso e uma calça jeans bem desgastado. Não era um traje muito apropriado para um lugar como aquele, mas ele precisava de um casaco para esconder a câmera portátil que carregava. Sem mencionar o quanto ele adorava aquelas calças velhas. Eram bem confortáveis.     

Um copo de bebida foi posto ao seu lado e estranhou o gesto. Sempre tinha algum louco que tentava se aproximar. Era inevitável. Já havia recebido cantadas, ganhado bebidas e conversado com estranhos. Muitos deles eram podres de ricos e isso Kyungsoo sabia bem. Era seu dever saber o nome de todas as pessoas com grande influência para que pudesse transformar os seus podres em artigos polêmicos.

— Vejo que agora está servido — comentou próximo ao ouvido de Kyungsoo. O ato lhe causou arrepios.

— Eu não bebo. Lamento — a resposta foi curta, mas polida.

— Então o que está fazendo em uma boate?

O som estava alto, mas era possível manter uma conversa entre os dois. Chegava a ser estranha toda aquela proximidade, mas Kyungsoo não ousou dizer nada em relação a isso. Permaneceu calado, abrindo a boca apenas para responder ao homem a sua frente. Esperar por Kim estava deixando Kyungsoo entediado.

Uma pequena distração não faria mal algum.

— Estou me divertindo.

— Você vem aqui todas as sextas feiras e fica sempre no mesmo banco. Não dá bola para ninguém e está sempre olhando o riquinho mimado — suspirou. — Essa é sua forma de diversão?

— Não acha que anda me observando muito? — comentou com uma gargalhada. Acabou se rendendo e bebericando o conteúdo de seu copo.

— Observando não é o termo correto. Eu diria que  — fez uma pausa —, estou apenas te admirando — acrescentou com um sorriso. — Eu me chamo Oh Sehun. E você é...?

— Do Kyungsoo.

Sehun era alto e bonito. Seu cabelo era cinza — algo que fugia completamente dos padrões impostos pela sociedade. Kyungsoo gostou disso. Também tinha uma postura maravilhosa, assim como Jongin. Não reconhecia seu rosto, e isso descartava as probabilidades de que ele fosse algum famoso. Podia ser um aspirante a modelo ou ator. Era bonito demais para ser irrelevante como o próprio Kyungsoo.

No fim, receber atenção não estava sendo tão ruim como era antes.

— Tem alguma coisa com o riquinho mimado? — perguntou sorrateiramente. — Olha, o Jongin é bem chato para falar a verdade, não recomendo envolvimentos e…

— Não. Só o observo — cortou.

— Amor platônico?

— É. Mais ou menos por aí.

Ele deu mais um gole em sua bebida e foi se sentindo mais leve. Mentir era algo que estava realmente muito bem habituado. O certo seria distorcer os acontecimentos. Kyungsoo sabia fazer isso como ninguém. Dizia coisas que não condiziam com a realidade, mas isso fazia parte do disfarce que mantinha diariamente. O hábito de mentir estava se tornando instantâneo. Mesmo não tendo necessidade para fazê-lo, mentia automaticamente. Assim como estava fazendo agora.

— Então você é gay?

— Sim — sorriu.

— Que coincidência. Eu também sou.

A noite se passou diante de risadas e copos e mais copos de bebidas que foram ingeridos por Kyungsoo. O assunto Kim Jongin era mencionado muitas vezes por Kyungsoo e Sehun confirmou em seus pensamentos que aquilo se tratava de algum tipo de obsessão. Conhecia bem Jongin e ele não fazia o tipo “legal” para receber tantos elogios em uma noite só, por isso concluiu que Kyungsoo nem ao menos o conhecia. No tempo que passou com Kyungsoo, os assuntos oscilaram, e o garoto de cabelo tingido sentiu uma grande atração por ele. Kyungsoo até mesmo lhe contou sobre o incidente que aconteceu perto do condomínio de Jongin, o que fez Sehun concluir que o garoto provavelmente era um paparazzi.

Aquilo não era de muita importância. No fim, ele só queria levá-lo para casa e fazer tudo o que sempre quis desde a vez que o viu pela primeira vez. Infelizmente, pelo andar da carruagem, aquilo não seria possível. Não negava em oferecer mais drinques, mas o álcool não parecia o suficiente. O garoto estava falante e até alegre; porém, não estava alterado a níveis extremos.

Sehun chamou o barman com cuidado e pediu uma mistura forte. E essa mistura era composta por tudo que poderia deixar qualquer um louco, desde ecstasy a viagra. Sehun conhecia bem todos os benefícios daquela boate. Dando aquela bebida para Kyungsoo, poderia fazer um joguinho.

Seria divertido. Deixaria Kyungsoo descontrolado e alucinado. Esse seria seu gatilho.

Pegou o copo e o ergueu na frente de Kyungsoo.

— Vá ao banheiro e beba tudo isso aqui — disse referindo-se ao copo que segurava. — Já que você não para de falar do Jongin, vou chamá-lo aqui, daí vocês podem resolver essas suas diferenças. Topa?

— Topo.

 

Everything is grey

Tudo é cinza

His hair, his smoke, his dreams

Seu cabelo, sua fumaça, seus sonhos

 

Era ele ali, naquele banco anteriormente ocupado por Sehun. Aquele rosto tão bem moldado pertencia a uma única pessoa: Kim Jongin.

Kyungsoo podia jurar que estava vendo uma miragem, mas ao tocá-lo teve certeza de que se tratava dele. Tinha uma imensa vontade de sorrir. Seu corpo inteiro formigava, era alucinante. Não era um delírio, mas tinha certeza que a música que estava tocando no momento tinha gosto de menta. Sabia bem que o cheiro daquela parede lilás era semelhante ao de batata frita.

Sua mente pensava em tudo, criava perguntas e as respondia com mais perguntas. Estava um completo caos. Apenas conseguia olhar para ele. Estava bem a sua frente, sem dizer nada. Kyungsoo sorria sem pudor. Uma imensa euforia mesclada com uma animação indescritível havia tomado conta de todo o seu ser. Era incrível.

— Por que diz todas aquelas coisas sobre mim? Como pode ter tanta certeza de que sou um tarado?  —  perguntou.

—  Mas você é um ta-ra-do. Tudo que digo sobre você são completas verdades —  Kyungsoo respondeu e logo uma imensa gargalhada veio.

Por um momento Kyungsoo perdeu o chão e cambaleou para os lados, sua cabeça girava. Isso foi o suficiente para que Jongin se levantasse e segurasse Kyungsoo. Apertou-lhe entre seus braços e uniu seus trocos. Era uma cena de tirar o fôlego para quem prestasse um pouco mais de atenção.

—  E como pode ter tanta certeza disso? Eu nunca encostei em você.

—  Então me faça ter certeza.

Kyungsoo poderia ver qualquer coisa, sentir o sabor da música que tocava ou até mesmo o gosto das cores da roupa de Jongin, mas nada se compararia aos toques.

Seu libido estava descontrolado. Sentia uma vontade imensa de ficar nu e se oferecer para o primeiro que aparecesse. Estava tão drogado que provavelmente nem lembraria de seu próprio nome no dia seguinte. Mas era Kim Jongin ali, e se fosse para saciar todo o seu desejo com ele, não haveria mal algum. Seria apenas uma noite.

E foi em um apartamento luxuoso e na cobertura Kyungsoo perdeu todo o seu bom senso. Entre arranhões, mordidas e chupões, finalmente sentiu-se livre.

Eram sensações demais. Ele nunca esteve tão sensível por uma mera noite de prazer. Seu corpo se contorcia a cada toque. Gemidos longos e altos preencheram aquele cômodo como nunca antes. Era indescritível.

Gargalhava a cada segundo por qualquer coisa. Kyungsoo estava bem alterado. Os ombros de Jongin pareciam mais largos à medida que seus olhos oscilavam. Sua boca parecia menos carnuda enquanto chupava seu membro. Mas ele sentia-se bem. Na verdade, sentia tudo com ainda mais intensidade. Estava ali, e mesmo estava completamente fora de si, aquela se tornaria a melhor noite de sua vida. Uma noite coberta de prazer, onde sua mente nublada vagava por todas as coisas que já passou ao observar Kim Jongin e manter-se atento à rotina do modelo. Parecia surreal, mas estava ali, deitando-se com uma celebridade inalcançável.

Era um completo sonho de consumo e Kyungsoo aproveitou isso muito bem.

O prazer de ouvir os gemidos de Jongin se assemelhava ao sabor adocicado de uma framboesa e o cor de sua pele tinha um cheiro amadeirado. Estava louco.

No fim, Kyungsoo só sabia que havia sentido a religião quando estava deitado com Kim Jongin.


 

I know I’ve only felt religion when I’ve lied with you

Eu sei que eu só senti a religião quando estava deitada com você


 

 

Os feixes de luz adentraram o cômodo e isso fez com que Kyungsoo logo despertasse. Sua cabeça doía como o inferno e seu corpo ardia. Haviam várias marcas dispersas por todo o seu corpo. Estava nu, apenas coberto por uma camada de cobertores de tons parecidos aos de sua pele.

Tudo parecia um sonho. Apenas se lembrava de ter ido embora com Kim Jongin e sentindo coisas que sequer imaginava que sentiria na vida. Um sorriso moldou seus lábios e a esperança de ter finalmente conseguido algo como aquilo parecia surreal demais para ser verdade. Forçou sua memória e teve várias lembranças do ocorrido na noite anterior. Uma completa maluquice, em grande escala.

Lentamente se virou a procura do corpo de Jongin e deparou-se com o que mais temia. A sua completa ilusão.

Era Sehun ali. Havia ficado louco e imaginado coisas e as lágrimas que formaram em seus olhos não demoraram a derramar. Jongin era um azul bonito, e Kyungsoo desejava ter sido preenchido com aquela cor. Apenas um desejo que iria manter consigo mesmo e que ninguém jamais saberia. Voltaria a perseguir o modelo e descontar toda a sua frustração enquanto digitava matérias sobre ele.

Estava tão frustrado, mas não era a primeira vez que isso acontecia. Kyungsoo já havia sido preenchido por quase todas as cores existentes, menos pelo azul que tanto queria.

E na troca de enganações, Kyungsoo se enganava acreditando em estranhos e eles o enganavam fingindo possuir valor para tomá-lo entre lençóis.

Era uma enganação impostas por aparências, na qual ninguém sairia vencedor.


 

And I’m still waking every morning but it’s not with you

E eu ainda estou acordando todas as manhãs, mas não é com você


Notas Finais


OLHA, QUEM ENTENDEU A METÁFORA TA DE PARABÉNS
Antes de ser morta queria explicar sobre esse "coquetel" de drogas. LSD não consegue causar uma alucinação tão forte ao ponto te fazer imaginar outra pessoa no lugar de outra e muito menos é doce. E se for misturado com bebida é capaz de fazer a pessoas ter alucinações monstruosas e te fazer ficar na bad. Mas, quando se trata do coquetel, pode se esperar de tudo. Até uma morte. q
Enfim, essa parte foi bem fantasiosa e espero que não levem muito a sério.
OUTRA COISA, se eu decepcionei dsclp
Mas espero que tenham gostado <3 (principalmente a Ely)


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