História Dernière Danse - Charlotte, Marc e um mal entendido

Soluço parou sua BMW em frente à uma casa e Astrid franziu a testa. 

-Espere aqui. - Ele disse, saindo do carro e Astrid apenas assentiu. 

Soluço tocou a campainha e não precisou esperar muito até que a loira abrisse a porta. Charlotte - a loira - franziu a testa ao ver o amigo de infância. 

-Soluço, o que faz aqui tão tarde? - Ela perguntou confusa. Soluço suspirou. 

-Eu preciso da sua ajuda, Cabeça-Quente. 

Cabeça-Quente abriu a porta para que ele entrasse e assim ele fez. 

-A Alícia desligou o alarme da casa para que você pudesse sair, Inútil?  

Soluço revirou os olhos ao ouvir a irritante voz de seu primo. 

-Marc, que surpresa te encontrar na casa dos Thorston. - Ele comentou com ironia e foi a vez de Marc revirar os olhos. 

Marc Jorgenson e Charlotte Thorston  (ou Melequento e Cabeça-Quente) eram namorados há... Três meses? É, mais ou menos isso. E desde então Marc não saía da casa dos gêmeos  (Charlotte e Tyron). 

-E em que você precisa de ajuda? - Charlotte perguntou antes que Marc tivesse a chance de retrucar o primo.

-Eu estou com uma garota no carro e ela está completamente molhada... - Ele começou, mas as risadas de Cabeça-Quente e Melequento encheram a sala, o fazendo franzir a testa. 

-Finalmente se livrou da interesseira da Alícia? - Melequento perguntou com um sorriso presunçoso nos lábios. 

-Olha, - Cabeça-Quente começou com o mesmo sorriso do namorado - eu posso até te ajudar, mas serão quinhentos euros se quiser passar a noite toda. 

Soluço precisou de um momento para entender o que eles queriam dizer com tudo aquilo. Quando entendeu, Soluço revirou os olhos outra vez.

-Não é isso! - Ele exclamou, o rosto vermelho de embaraçamento. Como eles podiam pensar uma coisa dessas?! - Eu só preciso que você empreste algumas das suas roupas pra que ela não pegue um resfriado. - Ele se explicou e Cabeça-Quente pareceu profundamente desapontada. - E eu ainda estou com a Alícia. - Ele completou, fazendo Melequento grunhir, mas ele ignorou. - Vai me ajudae ou não? - Ele perguntou para a Thorston.
Cabeça-Quente assentiu.

-Claro. 

Soluço sorriu, a agradecendo silenciosamente e Cabeça-Quente sorriu de volta. 

Ele saiu da casa e voltou para a BMW. Ele abriu a porta do lado dela para que ela saísse. 

-Vamos. 

Ela ergueu uma sobrancelha. 

-Aonde? 

-Uma amiga minha vai te emprestar algumas roupas dela, não quero que você pegue um resfriado. - Ele explicou e ela sorriu docemente para ele antes de descer do carro. 

Ele a guiou até a casa e abriu a porta, Astrid entrou logo atrás dele e olhou em volta, se sentindo um pouco desconfortável ao perceber os olhares do casal que estava na sala. 

-Astrid, - Soluço começou, chamando a atenção da loira ao seu lado - esses são Charlotte e Marc. Marc, Charlotte, essa é a Astrid. - Ele apresentou os três e Astrid apenas sorriu para ele. Um enorme e brilhante sorriso apareceu no rosto de Charlotte e logo a Thorston estava puxando a loira até as escadas, não dando outra opção para Astrid a não ser segui-la e Soluço rindo das duas.

...

Astrid descia as escadas outra vez, completamente pronta. Soluço sorriu para ela e ela sorriu de volta. 

Ela abraçou Cabeça-Quente antes de sair com o rapaz de cabelos castanhos. Os dois voltaram para a BMW e novamente ele abriu a porta para ela, que apenas sorriu e evitou o olhar nos olhos para que ele não notasse o quanto aquele simples gesto a desconcertava. 

-Aonde vamos? - Ela perguntou quando ele ligou o carro outra vez.

Ele olhou para o relógio no painel do carro: 4:00 am. 

-Não sei, vamos procurar por alguma coisa. 

Astrid apenas assentiu e Soluço acelerou para fora dali. 

Eles rodaram pela cidade por um tempo, não encontrando nada além da Torre Eiffel, mas eles não iriam ali, não estavam em um encontro. 

De repente ele se lembrou de um lugar, que não estava aberto, mas isso não era impedimento nenhum. Ele mudou a direção do carro e dirigiu por mais alguns minutos até parar.

Astrid olhou para fora da janela, lendo o nome do lugar: "A Enseada". Ela franziu a testa. Ela conhecia aquele lugar, era uma cafeteria perto do Museu do Louvre, eles haviam dirigido tanto assim?

-O que estamos fazendo aqui? - Ela perguntou e ele apenas deu de ombros. 

-Está quase na hora do café da manhã. - Ele disse casualmente enquanto procurava alguma coisa no porta luvas do carro. 

-Soluço, está fechada. 

Ele assentiu.

-Eu sei. 

-Isso é arrombamento, vamos acabar na cadeia. - Ela o avisou e ele riu. 

-Não é arrombamento se eu tiver a chave. - Ele disse tirando uma chave do porta luvas e descendo do carro. Astrid desceu logo atrás dele e o seguiu até a porta.

-Por que você tem a chave? - Ela perguntou e ele abriu a fechadura sem problemas.

-A cafeteria é do meu padrinho. - Ele explicou e ela deu de ombros, o seguindo para dentro do estabelecimento.