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História Dernière Danse - O fim é apenas um começo


Escrita por: Puddins_Pumpkin

Notas do Autor


Oi oi gente.

Mais um capítulo para vocês.

À partir de "03:07 am." o capítulo é o Bônus de Bad Decisions.

Espero que gostem.

Boa leitura meus amores ♡.

Capítulo 2 - O fim é apenas um começo


 

Querido Soluço, 

Eu sinto que o dia em que finalmente nos reuniremos nos salões de Valhalla fica cada vez mais próximo. Posso sentir o frio da morte sempre que fecho meus olhos.

Estóico é um adulto agora, já não precisa mais de mim e posso ir tranquila sabendo que nosso garotinho se tornou o homem que desejávamos. Ele está seguindo o próprio caminho, buscando as próprias aventuras, escrevendo a própria história. 

Eu soube que alguns vikings estão chegando a ilhas distantes buscando refúgio, acredito ser nosso povo fugindo daquele ditador. 

Já não prcisaremos esperar tanto tempo, logo estarei ao seu lado outra vez.

Com amor, 

Sempre sua, Astrid. 

Astrid finalizou a carta, a dobrou e guardou no baú. Ela se deitou, suspirou e fechou os olhos. 

Naquela noite, Astrid Haddock finalmente se reuniria com seu amante em Valhalla.

Paris, França, 06 . 04 . 20 17. 

02:50 am.

A música vibrava por toda a casa, as luzes piscavam em um ritmo frenético, deixando a loira meio tonta - ou talvez fosse os copos de vodka que tinha bebido.

Ela passou pelos corpos na pista de dança, olhando para todos os lados, tentando encontrar seu "quase noivo". Os dois namoravam desde o ensino médio e não seria surpresa para ninguém quando ele a pedisse em casamento.

Ela passou pelos corredores da casa onde era a festa e chegou até a cozinha. Ela procurou por ele ali e o encontrou... Em um dos cantos beijando uma loira. Ela cerrou os punhos e travou a mandíbula, se esforçando para não derrubar as lágrimas que se formavam em seus olhos. 

Sem aguentar mais olhar para a cena, ela se virou e saiu da casa, não se importando com o frio daquela noite. 

Um pouco distante dali, o rapaz de cabelos castanhos terminava de mandar seu email. Ele suspirou ao clicar em "enviar". 

A porta do banheiro se abriu e ele engoliu a seco. A ruiva terminava de secar os cabelos quando saiu do banheiro usando apenas uma das camisas dele. Ela sorriu para ele, mas logo franziu a testa.

-O que aconteceu? - Ela perguntou, se aproximando da cama. O rapaz fechou o notebook e o colocou na mesinha ao lado da cama. 

A garota se sentou no colo dele, ficando de frente para ele e ele colocou as mãos nos quadris dela. 

-Não é nada. - Ele respondeu, não querendo ter aquela conversa. A garota ergueu uma sobrancelha. 

-Eu te conheço, Henrique, sei que é alguma coisa.

Ele suspirou antes de dizer:

-Acabei de me enviar os meus documentos para me alistar no exército.  

Ela o olhou, com um olhar que não poderia significar outra coisa além de que iriam discutir. 

-Alícia, eu não vou discutir com você outra vez sobre isso. 

Ela franziu a testa. 

-Eu pensei que tinha ficado claro que eu não gosto dessa decisão. 

Ele revirou os olhos. 

-E eu pensei que tinha ficado claro que essa é a minha decisão. 

-Você não pode ir pro exército! 

Ele suspirou outra vez, já cansado daquilo.

-E por que não?  

Ela cruzou os braços em frente ao peito. 

-Porque eu não sou o tipo de mulher pra ficar com um soldado. - Ela respondeu. 

Henrique a tirou de seu colo e desceu da cama, vestindo calças, camisa e sapatos quaisqueres. Ele pegou as chaves de sua BMW e saiu do quarto. 

-Aonde você vai? - Alícia perguntou indo atrás dele enquanto ele descia as escadas. 

O rapaz não respondeu, apenas saiu do apartamento batendo a porta atrás de si. Ele ficou ali por alguns momentos, não sabendo ao certo o que faria ou para onde iria.

03:07 am.

Ele fechou a porta da BMW com força quando entrou, girando a chave na ignição, ele acelerou e seus pneus cantaram com ele deixando seu apartamento na gélida madrugada parisiense. 
Ele ligou o rádio, revirando os olhos ao ouvir as primeiras melodias de Dernière Danse, Indila, a música que ele tanto odiava, mesmo assim, não se atreveu a mudar de estação.  

Henrique se perguntava o que estava acontecendo consigo naquela noite, ele sempre odiou sua BMW, preferindo sua moto, mesmo assim, a mesma coisa que o impedia de mudar de estação o impedia de voltar e pegar sua moto. Ele suspirou, ele já não tinha certeza de nada, sua única certeza agora era de que não voltaria tão cedo...

O barulho do salto na calçada era o único barulho aos arredores do Arco do Triunfo, mas a loira não se incomodava com o barulho. Na verdade, ela sequer o ouvia, os gritos de sua mente e seus próprios soluços impediam sua audição. 

Ela agredecia à Deus pelas ruas vazias, seria desastroso se alguém a visse naquele estado: os cabelos bagunçados, a maquiagem borrada, os punhos cerrados, a mandíbula travada e lágrimas incessantes por seu rosto. 

Ela chorava não de tristeza, mas de raiva e ela não tinha raiva dele por tudo o que fez, o que a enraivecia não era a traição na festa daquela noite, o que a enraivecia era sua própria burrice. Ela havia sido tão idiota, confiado, acreditado, havia sido cega. Como ela pôde não ter visto os sinais? Todos os sinais estavam lá e ela não percebeu! 

Ela estava perdida, não sabia o que fazer, ela sabia que não iria para a casa - como ela diria aos pais que o "genro perfeito" a estava enganando na frente de todo mundo? - por outro lado, para onde ela iria? Ela não podia ligar para nenhuma amiga porque tinha esquecido a bolsa na maldita festa e não voltaria para buscar - ela não queria se encontrar com ele e ouvir seja lá qual desculpa ele tenha pronta. 

A primeira gota de chuva a atingiu, mas ela não se importava, apenas continuava andando. Logo mais gotas vieram e, em um piscar de olhos, ela estava completamente encharcada, mas, novamente, ela não se importava. 

Ele virou sua BMW em uma rua próxima ao Arco do Triunfo. Ele diminuiu a velocidade quando a viu: uma loira sozinha, andando como se estivesse perdida, encharcada e aparentemente chorando. 
Ele parou o carro perto dela e abaixou uma das janelas. 

-Senhorita? - Ele chamou, mas ela apenas seguiu em frente, passando por ele. 

Ele abriu a porta e desceu do carro. 

-Senhorita! - Ele chamou outra vez. Ela parou dessa vez, se virou e o olhou com a testa franzida. 

Ele pôde olhar bem para ela: os cabelos loiros bagunçados, a maquiagem negra escorrendo pelos arredores de seus belos olhos de cristal, o vestido azul que ele achava antes ser esvoaçante estava completamente ensopado. Aquela mulher era uma bagunça completa, ainda assim, era uma bagunça cativante, hipnotizadora. 

-Precisa de ajuda? - Ele perguntou, se aproximando um pouco dela. 

-Não. - Ela respondeu, se virou em seus saltos negros e voltou a andar. 

-Parece perdida. - Ele comentou, ainda indo atrás dela. - Eu posso te dar uma carona para... Seja lá para onde esteja indo. 

-Eu estou bem. - Ela o assegurou de forma ríspida, querendo apenas se livrar dele e ficar sozinha. 

-Não parece bem. - Ele comentou outra vez.

Ela se virou para ele como um furacão. Seus olhos azuis afiados como duas adagas se encontrando com os aconchegantes olhos verdes daquele estranho. 

-O que você quer? - Ela disparou. 

-Ajudar. - Ele respondeu como se fosse óbvio e ela o olhou bem:

Os cabelos castanhos-avermelhados, os olhos verdes, o queixo com traços fortes, mas não intimidantes. Ele era mais alto, então ela tinha que olhar levemente para cima para se encontrar com os olhos dele. Ele apenas usava uma calça jeans escura e uma camisa vermelha, agora completamente molhados pela chuva incessante. 

-Não preciso de ajuda. - Foi a única coisa que ela disse antes de voltar a andar. 

-Eu posso te levar pra sua casa. - Ele insistiu. 

-Eu não quero ir pra casa.

Ele riu, voltando a seguir os passos dela. 

-Eu também não. Qual é o seu nome? - Ele perguntou. Ela o olhou de relance por um momento. 

-Astrid. - Ela respondeu, ele sorriu, ele adorava aquele nome por algum  motivo. 

-Sou Henrique, mas todos me chamam de Soluço. - Ele comentou, a fazendo rir. 

-Soluço?  

Ele riu com ela. 

-É... Eu te contaria essa história, mas é longa e deprimente. 

Ela riu outra vez, parando de andar para olhar o não mais tão estranho. 

-Tudo bem. Então, Soluço, aonde vai me levar? - Ela perguntou sorrindo e ele sorriu de volta, a guiando até sua BMW e abrindo a porta do passageiro para ela.

-Aonde quiser ir, Milady. 

Ela riu levemente. 

-"Milady", - ela comentou - eu gostei. - Ela entrou no carro e ele fechou a porta.

Ele deu a volta no carro e entrou, fechando a porta logo depois. Ele franziu a testa quando percebeu Astrid o olhando com uma sobrancelha erguida. 

-O que foi? - Ele perguntou confuso.

-Dernière Danse? - Ela perguntou com ironia e só então ele percebeu que a maldita música ainda tocava. 

-Você não gosta?

Ela riu.

-Está brincando? É a minha música favorita! 

Ele sorriu para ela, a escutando murmurar a letra da música. Ele acelerou sua BMW, rodando pelas ruas de Paris. É... Talvez a noite não tivesse sido tão ruim afinal. 


 


Notas Finais


Então amores, gostaram?
Comentem expectativas.

See Ya 😘.


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