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História Desabafo - Parte IV


Escrita por: ksnrs

Notas do Autor


Naruto não me pertence e seus personagens também não.
O intuito dessa fanfic é totalmente interativo e sem fins lucrativos.
Por isso, não me processem, por favor. Não tenho como pagar uma fiança e da cadeia não dá pra postar.

Pessoal, a mérito de explicação, não vou ficar me ligando nos sufixos. Mantenho só o "sensei" porque, né, enfim...
De resto, pra dar dinâmica, vai tudo sem mesmo.

Boa leitura!

Capítulo 4 - Parte IV


Era o quinto dia que eu completava correndo entre árvores que eu nem conseguia mais distinguir. Minhas pernas chegavam a estar dormentes de tanto esforço que eu tava fazendo. Dormir? Pra quê? Dormir, eu durmo em casa, com o nariz enfiado dentro do cabelo cor-de-rosa da minha flor. Eu só parava pra descansar uma ou duas horas, quando eu sentia que meu chakra tinha chegado em um nível muito baixo, o que ia tornar minha volta mais perigosa e mais suscetível a atrasos. Com isso, eu consegui fazer o caminho de retorno do País do Relâmpago em míseros cinco dias.

No último, eu voava pelos galhos. Já não tinha mais cansaço. Já não tinha mais dor. Só tinha ansiedade. Já tinha entrado no território de Konoha e, porra, eu conseguia sentir o cheiro da Sakura no lugar. Eu precisava chegar hoje. Hoje, completava as malditas três semanas e eu tinha feito uma promessa louca de chegar pra festa da Ino. Não pra Sakura, eu não tinha falado nada pra ela. Tinha prometido isso pra mim mesmo. A cada segundo longe dela, eu tinha refeito essa promessa pra mim, pensando em como ela ia ficar feliz e ia me dar aquele sorriso que eu gosto tanto. É isso. Eu tava me arriscando que nem um doido, só pra ganhar um sorriso. E mais algumas coisas, claro.

Por fim, o ninja que tinha aparecido não era nada demais. Era um mensageiro do Daimyō de lá, que trazia documentos de reafirmação do tratado de paz pra Hokage assinar. Mas devia ser uma bosta de ninja, porque veio disfarçado de um jeito tão ruim, que foi confundido com um ninja renegado e tomou uma surra de criar bicho. Não duvido nada que tenha sido um dos ANBU’s. Eu teria feito isso. Tô vendo passar um renegado e não faço nada? Ah, tá. Fui em oito dias, fiquei cinco observando a movimentação e colhendo informações, entendi que não era nada preocupante, me apresentei e esperei três até os novos documentos serem preparados. Voltei imediatamente. Agora eu tô aqui, vendo os portões de Konoha, com um pergaminho na bolsa, com uma saudade do caralho e três semanas de sexo pra pôr em dia. Por causa de um porra de um ninja burro.

Passei que nem o vento pela vila. Só vi as roupas sendo levantadas. Dei uma espiadinha, eu admito, quando uma saia levantou. Mas eu fiquei culpado. Cacete... eu sou fiel. Fiquei três semanas sozinho, sem mulher, e não por falta de oportunidade. A questão é que eu não quis nenhuma. Preferi minha querida mão calejada e meu Sharingan me lembrando da minha gostosa, do que qualquer outra. É mais uma prova de que eu virei um adolescente de novo. Virei um punheteiro de merda. Tudo por causa da minha Sakura.

Cheguei no prédio da Hokage e subi direto pela janela. Aquela velha desgraçada já tava bebendo.

- Kakashi! – eu não sei se ela assustou da minha aparição súbita, se foi do flagrante, ou se foi da minha chegada antes da hora. – Já?!

- Já. – joguei o pergaminho na mesa dela, expliquei o que era e já avisei. – Não é nada demais. Não precisa que seja eu a levar de volta.

Ela deu um suspiro aliviado. Se eu dizia isso, é porque não tinha mesmo nada demais. Posso ser leviano em muitas coisas, mas a Tsunade me conhecia tempo o bastante pra confiar no meu julgamento.

- Que bom. Fica tranquilo, eu peço pra outra pessoa devolver. – só depois de ouvir isso, eu senti o cansaço bater. E cara, eu tava moído. Ela percebeu. – Você tá bem? Tá machucado? Precisa passar no hospital? Eu tô indo pra lá, se quiser eu te examino.

Dei de ombros. Tirando um ou outro arranhão por causa das árvores, não tinha nenhum ferimento grave. Era só cansaço e exaustão. Mas pensei na possibilidade de ir ver a Sakura.

- Não, não precisa. Mas você me examinando? Desde quando você tem tempo pra isso? Não é a Sakura que faz isso?

- É. Mas hoje eu dei folga pra ela e pra Ino. As duas tão organizando a festa e ninguém fala mais nada nesse lugar, a não ser na surpresa que as duas tão tramando.

A surpresa. Hum...

- A festa da Ino é hoje? – me fiz de desentendido.

- Finalmente! Eu não aguento mais elas cochichando pelos cantos! – eu não sabia se ela tava rindo ou brava disso, mas não quis saber. Aliás, tava cansado demais pra ficar ali. Já ia saindo, quando ouvi uma coisa interessante demais. – Apesar de que eu acho que não é da festa que elas ficam cochichando. Pelo menos, não só disso.

Parei. Congelei. Virei de volta pra ela como um robô.

- Não? – eu tava muito cansado pra ser sutil.

- Eu acho que uma das duas tá com namoradinho. A Sakura até me falou que tava saindo com alguém, mas depois daquele dia não me falou mais nada e tem andado meio amuada... Acho que ela largou. Pode ser a Ino. Apesar de que a Ino, pra se apegar, vai ser difícil.

Olha que coisa.

- Namoradinho? – eu sou tão alto. Sou um namoradão.

- Deve ser isso. – falou sem interesse. – Aliás, Kakashi, você queria falar comigo sobre isso, não queria?

- Ainda quero. Mas amanhã. Hoje eu preciso ir pra casa. Eu tô muito cansado. – e tava mesmo. Sem contar que, primeiro, precisava ver a minha “namoradinha”.

Nem esperei mais nada. Saí dalí o mais rápido que eu consegui. Pensei em passar na casa da Ino pra ver a Sakura, mas decidi fazer uma surpresa e aparecer direto na festa. Então eu fui pro meu apartamento. Queria um banho e deitar um pouco antes de sair de novo.

Quando eu abri a porta, eu cheguei a achar que não estava no lugar certo. Definitivamente, tinha tido uma invasão. Até onde eu me lembro, não exercia medicina pra ter tantos livros de jutso médico espalhado pela mesa e pela sala. Sem contar que eu nunca usei pulseiras e anéis. Aliás, quantos dedos essa menina tem, pra caber tanto anel assim? O sapato do treino jogado ali, do lado da porta, era mais uma prova de que ela andava frequentando meu apartamento enquanto eu não estive. Já entrei dando risada.

Abri a geladeira e tive uma surpresa agradável, pelo menos tava cheia. Comi alguma coisa e senti o cansaço ir se acumulando de modo brutal sobre meu corpo. Banho. Precisava de um, urgente. O banheiro também já era território da Sakura. Até maquiagem tinha por lá. Entrei debaixo do chuveiro e deixei a água quente escorrer nas minhas costas, massacradas pelo esforço. Lembrei, imediatamente, da massagem que eu tinha ganhado na nossa primeira noite. Dava um dedo por outra daquelas agora. Fiquei um bom tempo ali, deixando a pressão da água desfazer os nós maiores e só saí porque senti que minhas pálpebras estavam me traindo. Fui pro quarto e comecei a sorrir. Era quase como se ela estivesse ali. A bagunça de sempre, mas uma coisa me chamou atenção. Em cima da cama, um porta-retratos jogado de ponta cabeça. Fiquei curioso, lógico. Quando peguei, meu coração disparou na hora.

Há muito tempo, muito mesmo, nós tínhamos tirado uma foto juntos. Só nós dois. Nem lembro de quando era, em que circunstância. Só sei que foi logo depois que o time se desfez e ela tava chateada por causa do Sasuke. Eu fiquei tentando animá-la, fazendo um monte de coisas pra ver se arrancava um sorriso que eu já gostava de ver. E, em uma das tentativas, passou um fotógrafo ambulante, oferecendo um retrato. Tiramos. Mas deu um ataque nessa Sakura, chorando e lembrando da foto que tínhamos tirado todos juntos. Ela foi embora correndo e eu também. Desisti de animá-la. Nunca mais lembrei disso. Até hoje. Pelo visto ela voltou até o fotógrafo e pegou a foto. Eu nunca soube. Passei o dedo pelo vidro. Era tão menina... Coloquei em cima do criado e vi uma camiseta e uma cueca box em cima da cama. Ela tem dormido aqui. Com as minhas roupas, pelo visto, apesar de ter as dela. Coloquei a mesma camiseta que Sakura tinha usado e deitei, disposto a dar um cochilo, antes de me arrumar pra sair. Fiquei ali, sentindo o cheiro da minha flor de cerejeira, enquanto o alaranjado do por-do-sol invadia o meu quarto.

Pisquei uma vez. Pisquei duas. Pisquei três. Na quarta, quando eu abri os olhos, já era noite. Olhei no relógio, que marcava dez horas.

- Puta merda, dormi demais... – resmunguei, levantando da cama correndo. Ainda bem que no tempo que eu fiquei sozinho (e pelo fato de eu ter virado uma menininha) eu fiquei planejando a roupa que eu ia usar nessa bosta dessa festa.

Uma bosta. Porque eu ainda tava cansado pra caralho e queria dormir até o dia amanhecer. Mas foi só pensar na Sakura, que eu me animei todo. Se eu não tivesse em mente a roupa que ia colocar, provavelmente eu ia com meu uniforme de ninja mesmo. Mas era uma festa e eu, acima de tudo, queria causar uma boa impressão. Coloquei uma calça comprida, camiseta e jaqueta. Sapato no pé. Fiquei bonitão. Eu me estranho, quando me vejo todo arrumado desse jeito. Mas... Escovei dente, lavei o rosto, arrumei o cabelo, passei perfume e saí correndo. Parei de correr, quando cheguei a um quarteirão da casa de Ino. Só ali eu desacelerei, pra ninguém notar meu descontrole físico e emocional.

Quando entrei pelo quintal, percebi que a Hokage não tava brincando. Aquilo era um evento. Tava lotado. Tudo arrumado, lanternas de papel pendendo de um lado pro outro, decoração digna de festival. A Ino gosta dessas parafernalhas todas. Eu ainda tava  meio chocado, analisando tudo, quando escutei aquela voz que me persegue. Já fechei o olho e dei um xingada em pensamento.

- Que isso, Kakashi! Tá arrumadão!

Isso é coisa que se diga pra alguém? Não, falando sério. Você chega falando isso pros outros? Só dei o meu sorriso mais desdenhoso, que ele não viu, claro, mas me aproximei de onde ele estava. Tinha uma rodinha. Além de Yamato, estavam o Shikamaru, já achei excelente, o Gai, o Rock Lee e o Neji. Maravilha. Uma mescla interessante de criança e adulto por aqui.

Só que eu não gastei mais que cinco segundos analisando o conteúdo da minha trupe. Corri os olhos pelo lugar, procurando a única coisa que me interessava nessa festa. E não achei. Eles tentavam puxar papo comigo e eu respondia no automático, com as minhas famosas palavras indiferentes. Até ouvir um grito histérico, de alguém que eu não consegui deduzir quem foi.

- Ahhhhhh! Chegou! Pode começar!

Eu tive a ligeira impressão de que esse “Chegou” se referia à mim. Mas não consegui achar quem foi que gritou e nem ter a certeza do meu pensamento.

- Parece que vai começar. Finalmente! – Lee estava até esfregando as mãos, animado, olhando um pequeno palco que tinha sido montado. Eu não tinha visto aquilo, até ver os olhos dele faiscando, olhando pra lá.

- Começar o quê? – de novo, eu senti que isso tinha alguma coisa a ver comigo.

- A surpresa da festa. Todo mundo tá sabendo que a Ino e a Sakura prepararam alguma coisa pra hoje. – eu ainda ia dar um soco na cara do Yamato, se ele não parasse de falar da Sakura com essa cara de tarado.

A surpresa. Então ainda não tinha acontecido?

- Eu já fui lá onde elas estão umas dez vezes, mas a Sakurinha não queria fazer enquanto todo mundo não chegasse. – de novo o Lee.

- Que “todo mundo”? Konoha inteira tá aqui. Só faltava o Kakashi mas, pra variar, ele atrasou. – dessa vez foi o Gai. Dei só um sorrisinho. Faltava eu. Ela tava me esperando.

Então, eu tive a certeza. Era realmente sobre mim aquele grito. Pelo visto, Sakura sabia que eu estava por lá.

- O que será que é? – Neji não se conteve. Mas foi uma pergunta pertinente. Até eu queria saber.

- Acho que é dança. Eu tentei espiar elas ensaiando, mas a Sakura me deu um soco tão forte que eu perdi o ar. – Eu não contive a gargalhada e o Lee me olhou chateado. Acho pouco, palhaço.

- Você sabe o que é Kakashi-sensei? – essa pergunta de Shikamaru pra mim foi estranha. Por que ele perguntou diretamente pra mim? Quando eu ia olhar pra ele, pra responder que não, minha atenção foi chamada pro palco.

Surgiram umas luzes avermelhadas e uma batida grave, de tambores marcando o tempo em um ritmo duro. O que eu senti, naquele instante, foi ambíguo. Eu sabia o que era aquilo. Caralho, eu sabia o que era aquilo. Eu já vi aquilo. Eu já ouvi aqueles tambores, que agora estavam acompanhados por um som de instrumento de corda, agudo a ponto de arder o ouvido. Minha mente correu pra uma missão, há uns dois anos, no País do Vento. Depois de encerrada, eu fui dar uma volta e encontrei um festival acontecendo na vila onde eu estava hospedado. Era esse mesmo som, essa mesma batida, esses mesmos acordes. Foi uma das noites mais alucinantes que eu tive, com aquela dançarina elástica, sedutora, misteriosa. E agora, pelo que eu tava deduzindo, a minha Sakura ia encenar isso ali, de novo. As batidas eram poderosas, só elas já excitavam o corpo de qualquer um. O tom avermelhado da iluminação, também colaborava pra foder ainda mais com a sanidade dos desgraçados que uivavam do meu lado. Shikamaru perguntou se eu sabia o que era. Olhando pro palco, sem piscar, eu respondi.

- É problema. – e eu tive a certeza quando a coisa mais gostosa que eu já conheci, entrou naquela plataforma dando um salto mortal.

Meu. Pau. Latejou.

Era saudade. Era paixão. Era tesão recolhido. Era desejo. Mas a Sakura ali, com aquela roupa...

Eu nem sei o nome daquelas coisas. Um sutiã bordado cheio de pedrinhas que brilhavam. Uma calcinha do mesmo jeito. Coberta por uma calça de um tecido transparente, que era unida só na cintura e no pé. Aquela porra tinha uma fenda na perna inteira. E que perna, Deus, que perna. O cabelo dela tava todo trançado, preso pra trás. E ela tinha pintado o olho de um preto tão preto, que aquele monte de verde parecia um lago perigoso a noite. Uma maldita gata selvagem.

Eu nem vi que a Ino tava com ela no palco. Como eu ia ver qualquer coisa que não fosse a Sakura? Ali, parecendo uma cobra, se remexendo, se enrolando no corpo da outra, fazendo um caralho de uma luta que parecia mais uma cena de Icha Icha? Com duas kunais na mão, girando no ar, dando saltos precisos, e caindo com a leveza de uma pluma? Encarando todo mundo com aquele olho verde que estava mais claro que o normal? Meu pau tava durinho. Mas tava até pulsando.

- Que que é isso, minha gente?! – eu fui arrancado do meu torpor pela admiração exagerada do Lee. Talvez, depois de mim, só ele estivesse tão transtornado. Aí eu olhei os outros. Não, não éramos só nós dois. Todos estavam, descaradamente, sofrendo com a tal surpresa.

Os olhos deles nem piscavam. As bocas não ficavam abertas, em admiração. Elas se fechavam, pra sibilar elogios grosseiros. Assovios. Sussurravam o desejo e o que queriam fazer com as duas. E eu ali, sendo corno por tabela.

- Eu deixo a Sakura me retalhar todinho... – Yamato mal falou. Era quase um murmúrio.

- Eu posso te retalhar se você quiser. – ofereci. Vai que ele topa. Se ele topar, terei o maior prazer.

Me olharam espantados. Mantive a minha indiferença. Só Shikamaru deu uma risadinha e tá, eu já entendi. O garoto tá sacando alguma coisa.

- Tá protegendo ela, Kakashi? Ela não é mais sua aluna. – Gai me retrucou. Nunca quis tanto mostrar pra ele que eu sou, sim, melhor.

- Definitivamente, a Sakura não é minha aluna.

Ainda ficaram me olhando por mais um tempo, antes de começar um riso nervoso. Nem falei mais nada, mas torci pra que tivessem entendido o que eu quis dizer. Com a graça de Deus, aquele show acabou. O resto dos machos do lugar tavam até urrando e eu querendo matar um por um, com as minhas mãos. Até eu olhar pro palco. Ela tava lá. E tinha me visto. Ainda agradecendo todo mundo, Sakura olhou direto pra mim e me lançou aquele sorriso grande, que eu gostava tanto.

Eu nem vi nada ao meu redor. Só me concentrei naquela coisa linda, me sorrindo com os lábios e os olhos. Fiquei lá, parecendo um panaca, rindo sozinho, enquanto ela ria de volta. Nossa, como eu tinha sentido falta dela. Vi a Ino puxar a Sakura pra saírem do palco aos solavancos mas ainda ganhei uma piscadela discreta. Quando ela desapareceu das minhas vistas, eu consegui voltar ao normal. Me virei de volta pros caras e todos me olhavam com cara de assustados.

- Que foi? – perguntei confuso. Tavam cheios de gracinha até agora.

- Kakashi... você e a Sakura...? – finalmente o Yamato percebeu o risco da morte.

- O que que tem eu e a Sakura? – permaneci indiferente. Tava até sapateando pra ele falar o que tinha deduzido.

- Aquele sorriso, aquela piscada... – ele ainda tava com aquele olho arregalado pro meu lado.

- Você é o namorado misterioso, Kakashi-sensei? – Rock Lee é escandaloso demais. Dei uma vacilada, porque eu sei que ela quer falar com a Tsunade primeiro.

E agora? Falo ou não?

- Cara... que que você tem que eu não tenho? – Gai tava em choque. Eu não aguentei. Tive que dar uma zuada.

- Bom gosto pra me vestir. – pelo menos, desvirtuei o assunto.

- Fala, Kakashi-sensei! Tão ou não, namorando? – Neji perguntou isso com um sorrisinho. Eu achei que tinha me livrado, mas... olhei pra um lado, pro outro, pensando em uma desculpa. Vi o Shikamaru me olhando com uma cara de “eu sabia desde o começo”. Aquele moleque é bom. O que ele tem de preguiçoso, tem de inteligente, eu gosto dele. Quando eu ia abrir a boca pra falar alguma coisa, eis que ouço aquela voz que eu sonhei por três longas e malditas semanas, vindo correndo, atrás de mim.

- Kakashi... sensei. – ela veio tão bonitinha e se conteve ao ver os outros a encarando com os olhares de dúvida. – Por que eles tão me olhando assim? – ela me perguntou assustada.

Eu podia falar que é porque ela tava deliciosa no palco e agora, provavelmente, eles estavam pensando nela nua, fazendo aqueles mesmos passos num quarto com eles, mas eu resolvi falar a verdade.

- Eles acham que a gente tá namorando. – assim. Joguei a bomba na mão dela, como se não fosse nada demais.

- E por que eles acham isso? – o olhar da Sakura era o máximo. Ela olhava pros caras com o canto do olho, como se quisesse trucidar cada um deles.

- Não sei. Por que vocês acham isso?

Percebi, naquele momento, que nós fazíamos um casal mortal. Eu era bom e ela era estupenda. Podíamos correr o mundo destruindo o que víssemos pela frente. Aliás, tínhamos começado por ali, por aquele grupo de enxeridos, que engoliam uma saliva atrás da outra, sem saber o que responder.

- Porque a gente sabe que você tá namorando. – Rock Lee.

- E a gente viu a piscada. – Neji.

- E o Kakashi ficou com ciúme do Yamato. – Gai.

- E porque você não tá saindo com mais ninguém, desde que voltou da última missão. – Yamato.

Eram todos bons argumentos. Mas o argumento final, o matador, foi aquele de quem eu deduzi desde o começo que já sabia de tudo.

- Porque você não quis que eu te acompanhasse aquele dia no bar, senão o Kakashi-sensei ia ficar bravo. – e o Shikamaru encerra com chave de ouro. Todo mundo olhou pra ele. – Foi por isso, não foi? Não foi porque você não precisava. Foi porque, se aceitasse, ele ia achar ruim. Tô errado, Sakura?

Ela perdeu a cor. Até os argumentos anteriores, conhecendo a Sakura, tenho certeza que ela teria como rebater cada um deles. Agora, esse último...

- Kakashi, a gente precisa falar com a Hokage, urgente. – ela só respondeu isso. Virou uma algazarra, como se eles tivessem matado uma charada, que chegou a ser engraçado. Concordei com a cabeça e puxei ela pra um abraço rápido. Nossa, como eu tava sentindo falta daquilo. Cheguei a fechar os olhos, sentindo o cheiro do seu cabelo. Ele ainda tava trançado, apesar de que Sakura já tinha trocado a roupa. Tava usando um vestidinho preto que... misericórdia. Soltei ela, ao ouvir as risadinhas dos meus “amigos”. Sakura achou melhor sair dali, disse que ia pegar alguma coisa pra beber e depois voltava.

- Kakashi, eu... queria te pedir desculpas... – Yamato tava gaguejando. Foi lindo aquilo.

Dei de ombros e ele se animou.

- Só melhora os jutsos de proteção da sua casa, se não quiser que eu te mate durante a noite. – falei sério e ele engasgou. Era uma brincadeira. Talvez não. Vamos ver, se eu não tiver nada pra fazer.

- Eu nunca vou ter uma chance com a Sakura. – Lee murmurou. Não, meu amigo mal arrumado. Não mesmo.

Ainda fiquei ali mais um tempo, escutando aquelas encheções de saco, mas logo decidi que não tinha sido por causa de meia dúzia de homem invejoso que eu tinha ido na festa. Fui saindo do meio deles, pra procurar a Sakura, quando Gai chegou do meu lado. Eu precisava beber mais. Muito mais.

- Por que falar com a Hokage? Sobre você ter sido sensei dela? – olhei pra ele. Era uma pergunta pertinente. Na verdade, era algo que eu estava disposto a conversar com alguém.

- Sakura acha que pode ter algum problema por isso. – tentei parecer indiferente. Mas a verdade é que, quanto mais o tempo passou, mais apreensivo eu fiquei com essa história.

- Eu entendo.

Só isso? Porra, custa dar um apoio? Falar que não tem nada a ver?

- Você também acha que vai ter problema?

- Não sei. Eu não veria problema. Mas eu não sei o que a Tsunade vai achar.

Sempre o Gai. Ele nunca me surpreende. Fala, fala, e não fala porra nenhuma.

- Eu me preocuparia mais com a diferença de idade, do que com o fato de você ter sido sensei dela. - Caiu uma pedra nas minhas costas. Como diferença de idade? Tinha ali, alguns anos, de diferença. Mas nada que tivesse tanta influência. – Pensa Kakashi, a gente já não tem mais o mesmo ânimo deles. – tirou um sarrinho.

Eu tenho ânimo. Sou muito animado. Tenho ânimo pra dar e vender. Sou um poço de ânimo. Sou quase um garotão, de tão animado. De longe, eu vi a Sakura dançar. Olhei pra Gai, que também tinha visto, mas segurou o comentário.

- Vou lá. – só indiquei com a cabeça. – Ficar perto da minha mulher.

Ele me arregalou os olhos de um jeito, que podia ter saído da órbita.

- Eu achei que morreria, antes de ouvir você falar isso.

- Eu também achei. – e saí dando risada. Achei mesmo.

Mas eu não devia ter ido. Não mesmo. Primeiro, porque ver ela dançando longe de mim era uma tortura. Até porque aquela maldita ficava cheia de gracinha pro meu lado. Então, eu fui bebendo. Quando tava todo mundo bêbado o bastante, o “foda-se” foi ligado. Aí o bicho pegou. Porque se ver a Sakura dançando de longe era terrível, ter ela dançando colada no meu corpo, se esfregando em mim, passando as mãos por onde ela queria, era beirar a loucura. Eu não tava mais aguentando. Sei lá o que a Ino tinha feito nessas bebidas mas era tudo forte pra caralho e subia que nem um foguete. A festa inteira tava passada. Todo mundo tava meio mole e eu inclusive. Via todo meio borrado e só conseguia focar na Sakura e nos olhos verdes pintados de preto, me encarando perto demais em uma festa pública. Ela também tinha perdido o juízo. Beijava meu pescoço sem se preocupar se tinha alguém vendo, até porque, pelo que parecia, não tinha mesmo ninguém em condição de sobriedade naquele lugar. Eu segurava ela contra o meu corpo, me aproveitando da desculpa da bebida e me mexia do jeito que a Sakura queria. Não tinha a menor ideia do que eu tava fazendo. Mordia a orelha dela, apertava sua bunda, arranhava sua coxa exposta por aquele vestido minúsculo, esfregava meu pau duro na sua barriga ou então em suas costas. E ela fazia questão de deixa-lo ainda mais duro, passando a bunda em mim sem a menor piedade. O pouco que eu conseguia entender do que tava acontecendo, parecia que o resto da festa tava na mesma situação que eu. É sério, alguém precisa impedir a Ino de continuar com isso. Porque, se tivesse um ataque em Konoha hoje, tava todo mundo fodido. O que tinha nessa bebida?!

A Sakura tava selvagem e eu tava desorientado. Eram três semanas longe dela. Três longas semanas ansiando pra me enfiar dentro daquele corpo gostoso e, quando eu chego, sou obrigado a ver ela se contorcer deliciosamente naquela dança que mexe com o pouco de juízo que eu tenho. Agora, ela tava descaradamente se esfregando em mim. Eu ia gozar. Eu tava sentindo meu gozo subir.

- Sakura, vamo embora? – era um apelo. Uma súplica. Pedi no ouvido dela, implorado. Não aguentava mais. Tava a ponto de empurrar ela pra parede, levantar a barra daquele pedaço de pano preto e meter nela ali mesmo.

- Já, meu sensei-delícia? Você não quer ficar mais um pouquinho? – tava falando tão molinho, que eu nem sabia se ela ia dar conta de alguma coisa.

- Eu não tô mais aguentando, minha flor. Eu quero você. E eu quero agora.

Ela fechou os olhos. Quando abriu, enrolou os braços em volta do meu pescoço e mordeu meu lábio sob a máscara.

- Então vamos pra casa.

Pra casa. Qual casa? Com a minha última capacidade de raciocínio que não tinha sido nublada pela bebida demoníaca da Ino eu pensei: qual casa? A dela era mais perto. Mas a minha... a minha era dela também. A minha já tinha a marca dela por lá. A gente ia pra casa.

Tirei os braços da Sakura de volta do meu pescoço e fui saindo. Ela fez o mágico. Pegou minha mão e entrelaçou os dedos. ELA SAIU DE MÃO DADA COMIGO! Dei uma olhadinha com o canto do olho pra ela e vi aquele sorriso grande. Eu tava muito perdido.

Fomos pra minha casa, andando rápido demais pra duas pessoas que mal conseguiam parar em pé. E eu tinha que admitir, a Sakura era ainda mais fera do que eu imaginava, por conseguir se manter em cima daquela sandália, trançando as pernas do jeito que ela tava. Eu acho que eu nunca dei tanta risada, quanto aquela noite, andando pelas ruas vazias de Konoha, de mão dada com a Sakura. Achei graça de tudo. Tudo. Até chegar no meu apartamento. Lá, a graça acabou.

Assim que nós entramos, as expressões mudaram. Nenhum dos dois ria mais. O semblante da Sakura voltou a ser aquele da apresentação. Ela parecia uma gata selvagem de novo, com aquele olho pintado de preto, mexendo profundamente com qualquer controle que eu ainda achava que tinha. Não precisou de nenhuma palavra. Nenhum meio termo. Nenhuma amenidade. Assim que eu fechei a porta, ela pulou no meu colo.

- Que saudade, sensei-delícia! – grudou em mim e começou a me beijar. Eu estava, mais uma vez, entregue aos carinhos da Sakura. Finalmente eu tinha ela nos meus braços. Toda aquela dor, todo aquele desespero, foi se diluindo conforme eu deixava minha língua dançar na boca dela.

- Eu também tava, minha flor de cerejeira.

Foi a coisa mais honesta que eu disse em toda a minha vida. A saudade que eu senti da Sakura nessas três semanas foi algo que eu nunca acreditei que fosse possível sentir. Já tinha me afastado de pessoas antes e tinha sofrido, é lógico. Mas dela, nossa, parecia que tinha uma parte do meu corpo faltando. Sendo rasgado, a cada dia que eu acordava longe da minha flor. Foi tão automático ter ela de novo nos meus braços, que eu já tava sem a máscara e sem a jaqueta sem nem perceber em que momento eu tinha tirado as duas coisas. Ali, na entrada do meu apartamento, eu entendi que o quarto era longe demais pra ir com ela até lá. Com ela no meu colo, fui andando, meio aos trancos, até o sofá. Era ali que eu a queria. Era ali que eu ia tê-la.

Puxei o zíper daquele vestido preto com tanta pressa de tirá-lo que eu vi ele sair da minha mão. A Sakura deu uma gargalhada tão alta da minha cara de paspalho, que eu fiquei até sem jeito. Ela mesma achou melhor tirar o resto, antes que eu acabasse estragando mais alguma peça de roupa. Se levantou, enquanto eu fiquei sentado, assistindo e babando, ela sair daquele pedaço de pano.

- É muito gostosa... – admirei sozinho, vendo ela sensualizar mais do que o necessário. Voltou pra mim e se sentou no meu colo, com uma perna de cada lado do meu quadril, se esfregando com vontade no meu pau que implorava pra eu entrar nela.

- Você se comportou lá, Kakashi? – e esse tom? E essa vozinha provocante? Eu não aguentei. Dei um apertão tão forte na bunda dela, que vai deixar marca. Tomara.

- Como um anjo.

- Posso acreditar nisso?

Ela estava com ciúme. E insegura. Eu deixei claro, antes de sair, que era pra ela ficar quietinha por aqui, mas não ouvi o mesmo. Claro que eu não fiz nada, até porque minha cabeça ficou nela o tempo todo, mas Sakura ainda tava com aquele Kakashi de antes na cabeça.

- Eu nunca mais vou querer qualquer outra, minha flor. Eu só penso em você.

Pelo sorriso que ela abriu, gostou do que eu disse. Gostou tanto, que as mãozinhas se enfiaram por baixo da minha camiseta e a puxaram pra cima. Eu tô louco. Eu tô bem louco. Fechei o olho e encostei no sofá, sentindo a boquinha quente descer do meu pescoço pro meu peito, lambendo devagar, mordendo os meus mamilos.

Caralho, eu tô bem louco.

Sakura ficou passeando com a língua no meu corpo do jeitinho que eu fazia com ela e aquilo... meu Deus, tava me deixando no limite da insanidade. Não tinha como melhorar.

Ah, não? Sempre tem. Abriu minha calça e enfiou a mão por dentro da cueca. Pegou aquele pobre coitado daquele meu pau com tanta vontade, que só dela encostar eu gemi que nem um adolescente. Eu. Ia. Morrer. E ia ser gozando. Certeza que dessa vez eu gozava até morrer. Subia aquela mãozinha gostosa numa tortura lenta, enquanto mordia meu peito devagar, roçando os dentes, esfregando a língua úmida por onde tinha deixado as marcas de dente. Aumentou o ritmo da mão e voltou pro meu pescoço, beijando com os lábios abertos, mordiscando a minha orelha e respirando no meu ouvido.

Eu tava tão inerte, tão entregue à ela, que eu nem vi o que a Sakura tava fazendo. De olhos fechados, eu só senti ela parar de mexer a mão, mas ainda o segurou. Quando soltou e eu abri o olho pra ver porquê...

- Ahhhh. – ela mesma se enfiou em mim. E a sensação de estar dentro dela era ainda melhor do que eu lembrava. Só tinha puxado a calcinha pro lado e sentado em cima. Uma delícia, rebolando no meu pau.

Levei minhas mãos até a sua bunda, pra ditar o ritmo. Nem precisava. Ela era uma maestra. O sensei dela tinha sido genial em ensinar essa menina, que isso! Dava umas quicadinhas, pulando no meu colo, e eu não sabia se ria, se chorava, se gemia, se gritava. Puta que pariu, essa mulher vai me matar.

- Ai, Kakashi... Que delícia!

Que delícia?! QUE DELÍCIA?! Ela tava abraçada no meu pescoço, montada em mim, se esfregando pra cima e pra baixo, rebolando aquela bunda maravilhosa nas minhas pernas, esfregando os peitos em mim, gemendo com os olhos verdes revirando, e tem coragem de falar que tava uma delícia?! Aquilo tava o céu!

Abracei suas costas, pra alongar sua coluna e agarrei seu seio com a boca. Lambi com a vontade que eu tava. Essas três semanas, eu sonhei, literalmente, com isso. Chupei aquele biquinho com tanto tesão, gemendo a cada vez que eu sentia ela se remexendo com meu pau dentro dela. Onde ela aprendeu a fazer isso? Girava o quadril e eu me esfregava na parte de dentro do seu corpo. Eu tava inteirinho arrepiado. As mãos dela se enfiavam, hora no meu cabelo, hora se agarravam nos meus ombros, pra dar sustentação naquela loucura que ela fazia comigo. Me montava como se eu fosse um cavalo selvagem. Mas eu era o mansinho. Selvagem ali, era a Sakura. Com aquele olho pintado de preto, ela não engana ninguém. Ficou me encarando com aquela cara de gata no cio, até eu ver as duas esmeraldas começarem a se esconder devagar. Então eu sorri. Eu sabia o que ia acontecer.

No mesmo ritmo em que os olhos se fecharam, o corpo arqueou pra frente, jogando os peitos na minha cara e eu fui esmagado. Literalmente, esmagado, dentro dela.

- Goza pra mim, minha flor. – falei bem baixinho no ouvido dela, abraçando seu corpo de novo. Sakura deu um gemido tão gostoso, tão intenso, que eu sabia que a minha hora tinha chegado. Aproveitei aquele aperto tão grande e investi com mais rapidez naquele corpo molinho.

Eu não morri de gozar. Mas, sem dúvida, uma hora eu morro. Fiquei mole dentro dela. E a safada com aquela cara de quem ainda tava tendo um ou outro orgasmo. Quando cansou, saiu de cima de mim e sentou no meu colo, como a boa menina que era.

- Eu senti sua falta, Kakashi.

No meu peito, dentro do meu abraço, foi maravilhoso demais ouvir isso. Foi, porque eu também tinha sentido a falta dela, e não só pelo sexo. Pela companhia, pelo sorriso, por tudo. Ouvir que ela também tinha sentido, foi surreal.

- Você não tem ideia de como eu corri pra chegar aqui hoje, Sakura.

E eu tava mais que disposto a contar pra ela tudo isso, se ela não tivesse dormido ali, nos meus braços. Meio de qualquer jeito, eu ajeitei a cueca só pra poder conseguir andar e levei a minha linda até no quarto. Tirei a minha roupa e deitei com ela, abraçado, fazendo aquela conchinha que eu descobri que era uma coisa que eu não vivia mais sem. Dormi com o nariz enfiado dentro do cabelo dela. E acordei com os olhos verdes me sorrindo do jeito que eu gostava.

Por um segundo, eu fiquei em silêncio. Não quis falar nada. Só quis gravar aquela cena. Eu queria acordar assim pra sempre. É isso. Tava decidido. Eu queria, mesmo, dormir e acordar assim pra sempre. Com esse cheiro de flor e esse olho de gata me encarando. E um sorriso tão bonito me saudando, pra me provar que a vida era boa, sim. E que o dia de hoje ia ser melhor que o de ontem.

- Você tá aqui.

Foi a primeira coisa que a Sakura me disse. Ela sentiu minha falta. Ela sentiu mesmo a minha falta.

- Eu tô.

- Eu fiquei aqui algumas noites.

- Eu vi.

Eu tinha percebido, pela bagunça. Mas não ia falar nada. Ainda mais agora. Eu tava tão feliz de estar ali, que tava mais que disposto a suportar aquela bagunça pelo resto da vida, se isso significasse que a Sakura estaria por perto.

- Você tem treino?

- Hoje não.

- Excelente.

Meu plano era matar toda a saudade que eu tinha e fazer um sexo por cada punheta que eu bati nesse tempo longe. Mas alguém resolveu que meu dia, que tinha começado tão bom, não merecia ser iniciado com uma rodada de transa matinal. As batidas na porta já me deixaram irritado.

- Eu não vou atender.

Resmunguei, mas eu tinha que atender. Não existe essa possibilidade pra alguém como eu. A Sakura nem discutiu. Só me olhou com aquela carinha bonita e me deu um beijinho.

- Eu te espero aqui.

- Não se atreva a sair daqui.

Ainda brinquei antes de me levantar, vestindo uma calça qualquer e colocando a máscara. Quando cheguei na porta e abri, uma pontada de pavor se instalou no meu coração.

E nas minhas bolas.

- Tsunade?

- Posso entrar, Kakashi?

Imediatamente eu lembrei do vestido da Sakura caído do lado do sofá. Dei espaço pra ela entrar e corri pra chutar aquele pano pra debaixo do móvel. Quando virei de volta pra Hokage, meu coração parou de bater de novo. Os livros de jutsu médico. Ela tava fuçando neles.

- Se interessando por medicina, Kakashi?

Merda. Pensei no vestido e esqueci da bagunça infernal da Sakura por aqui. Os olhos de lince de Tsunade pararam em cada coisa dela por ali. Nos livros, nas anotações, nas pulseiras, nos anéis, no sapato de treino. Até se cravarem em mim. Que também era uma bagunça da Sakura, diga-se de passagem.

- Sakura, você pode vir até aqui?

Ela mesma gritou. Ela mesma chamou a Sakura, olhando pra mim com aquela cara de louca que ela tinha. Com o canto do olho, eu vi a minha flor chegar, com uma roupa dela e parar a uma distância segura de mim.

Tsunade desgrudou os olhos de mim e correu eles pela Sakura, que se estremeceu na hora. Ficou um tempo em silêncio, olhando dela pra mim e quando eu já tava pronto pra perguntar o que ela queria por ali, a própria Hokage me lembrou do porquê todos a temem.

- Vocês têm alguma coisa pra me falar?



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