Tinha medo de ver através da minha epiderme, porém, queria encarar o músculo abaixo dela e talvez perceber que não sou a única com sangue nas veias, ou apenas olhar para aquela anatomia meio humana que fugia dos meus devaneios. Aquilo era real.
Com as mãos tremulas eu puxava minha pele, que ia se desfazendo em poucos pedaços, em alguns momentos já conseguia ver o sangue fluindo em algumas veias e o músculo entrando em um colapso. Meus tendões estavam rígidos e minha visão turva teimava em se apagar.
O sangue não me incomodava, até me fazia sorrir ver aquele liquido vermelho se juntando em pequenas poças no tapete, porém o que me encantava era a beleza da nua carne exposta, vermelho vivo, em forma de pequenos tubinhos se enrolando e se encaixando, a movimentação me fazia suspirar. Toda aquela beleza era minha, meramente escondida por baixo de toda pele morta e frágil. Estava quase em paz! Como nunca e jamais estarei novamente, pois minha mente finalmente se esvaiu e meus olhos se encontraram na escuridão pela segunda vez, e as tentativas fracas de se manter acordada foram deixados de lado, um carinhoso abraço quente me levava para o paraíso.
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