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História Desafio de Cada Dia - Colher de Lembrança


Escrita por: MyIronia e EstrelaChantia

Notas do Autor


Mais uma descrição! Grande? Sim, porque não sei escrever coisas pequenas, sorry. Atrasada? Também, mas o que importa é a intenção.
Então, boa leitura!!

Capítulo 4 - Colher de Lembrança


A tarde brilhava do lado de fora da casa, com o céu azul turquesa com poucas nuvens a lhe cobrir, enquanto o sol que começava a se por fazia questão de brilhar radiante, mas seu brilho não ofuscava a beleza da paisagem em si. Estava apoiada na pia da cozinha, olhando-os, admirando, esperando o termino da comida.

Olhei rapidamente para o relógio: faltava pouco tempo. Voltei a observar e um vento adentrou pela janela, açoitando meu rosto. Respirei fundo, apreciando a sensação, mas logo parei ao começar a sentir um cheiro de queimado.

Desliguei o fogo e, pegando o porcelanato da pia, comecei a me servi: os pequenos grãos brancos caíram, um por um, até que a superfície fora totalmente coberta. Só de vê-los prontos e sentir seu aroma — folha de louro e alho — senti meu estômago pedir para apressar-me. Era tão incrível como esse grão de uma família que nunca descobri, que passa por tantos processos para chegar em um saco cheio, só tinha o estagio final para fazermos: sua preparação. Com a concha, joguei a semente morena com seu caldo escorrendo lentamente, tingindo e molhando o branco.

Tampando tudo sentei-me na cadeira, de frente com a janela, e com puro gosto comecei a comer. Cada colher daquela simples refeição era uma explosão de sabor, e então, de lembrança.

 

Eu ainda era criança quando aconteceu. Era tarde, e eu, como uma criança serelepe, cheguei da escola gritando o quanto estava com fome, mas com vontade de comer algo novo e cheguei com esperança de encontrar uma salada, carne, algo; todavia, só havia o grão branco e seu fiel companheiro.

Lembro-me de ter colocado tudo no prato e começado a comer, sem ao menos saborear ou de sentir o amor que minha mãe havia colocado para preparar, e após três colheradas, havia feito uma careta de desagrado, e minha mãe, que me olhava a comer, encarou-me.

— Que foi filha? Algo de errado? — perguntou docemente, qual sinto falta.

Como qualquer criança, fui direta:

— Não, é que quero algo gostoso pra comer.

— Você não gosta dessa? — questionou e percebi o vislumbre de um sorriso, o que me fez fechar a cara: nunca gostei de ser zombada.

Minha mãe, ao perceber, soltou uma baixa risada, fraca até, todavia, logo sua expressão tornou-se seria. Era a hora de bronca:

— Entendo que queira algo saboroso, além disso — e apontou para o meu prato, triste. Ouvir algo daquilo da própria filha nunca era fácil. — Mas você não acha que deveria estar feliz por ter? — e seus olhos castanhos me encararam, de forma significativa, porém, como uma criança qualquer, não havia entendido, e para demonstrar inclinei a cabeça. A morena prosseguiu: — Enquanto você tem, há pessoas que não, e que desejariam ter esse privilegio que você possui. Você não acha que está desvalorizando o que tem? — então eu entendi.

Aquilo me fez pensar, e no fim concordei com a cabeça voltando a comer, mas sorrindo.

 

Naquela época não sabia o que pensar além de me envergonhar do meu ato, todavia, atualmente — com consciência formada — abri os olhos para o entendimento, a interpretação, e percebo que além de matéria orgânica, somos feitos de hipocrisia e egoísmo — em alguns pouco, em outros muito. E, além desses, por desejos, por querer mais, mas de nunca se satisfazer com o pouco e agradecer por esse, tendo pessoas que faz só para fingir que se importa.

Realmente existem pessoas que nada possui, mas a cada dia vivido é um dia de vitória, e agradecem. Existem as que têm pouco, mas agradecido pelo pouco que tem. E as que têm muito, mas que a cada dia quer mais, algo novo, e muitos adultos são assim. Isso me serviu de lição e sempre utilizo para tudo, procurando me melhorar como pessoa.

Após mastigar a ultima colher levada à boca, sorrio, sentindo-me feliz e agradecida pelo que tenho e pelo que ando fazendo ultimamente: ajudando pessoas que nada possuem, a ter a agradecer mais. Sentindo-me satisfeita pelo progresso que faço a cada dia com o projeto; feliz pelos sorrisos que crio em cada pessoa e pelo pouco que tenho, enquanto olho aquela paisagem.

É, o arroz e feijão nos faz realmente pensar no que temos.


Notas Finais


Espero que tenham gostado e sinto muito pelos erros. Obrigada por virem e lerem nossas histórias!
Abraços e beijos de luzes da @EstrelaChantia nos corações de vocês


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