“Pra onde vão os nossos silêncios quando deixamos de dizer o que sentimos?”
— Eu me chamo Antônio
Acordei mais uma manhã, fiz as mesmas coisas de sempre. Preparei meu café e fiz minha higiene matinal. Durante o banho reformulei os porquês da minha permanência nesse ciclo vicioso. Vesti minha máscara social e saí porta afora.
No decorrer do dia recusei dois ou três convites dos meus amigos de ir ao barzinho ao lado da faculdade. Conviver em meio as pessoas estava se tornando cada vez mais difícil. Mas eu tinha que o fazer. Os outros também o faziam, não é?
Ao fim do dia a constate dor de cabeça que eu sentia parecia mil vezes pior. Ainda falta muito para chegar em casa?
A recepção não tão calorosa do meu gato também não ajudou.
Os dias passam lentamente, eu luto cada vez mais para sobreviver a eles e no fim chego em casa para me encontrar com a maldita solidão. Eu até gosto. O vazio do meu quarto não me cobra satisfações sobre o porquê de eu não responder as mensagens, atender as ligações ou até mesmo aceitar os convites para ir ao bar.
Chega até a ser acolhedora. Eu só preciso me encolher no canto da cama e encarar a parede até cair no sono.
Viver em modo automático não parecia tão ruim assim. Mas é sufocante ter que fazer todas aquelas coisas e ainda fingir sentimentos que não estão ali.
Por que eu continuava tentando?
Eu me sentia cada vez pior. Era como se eu fosse um mero espectador, me assistindo viver em câmera lenta.
Afinal, que dia é hoje mesmo? São todos iguais para mim. Não passam de borrões indistinguíveis.
Acho que cheguei ao limite.
“O suicídio não acontece quando alguém corta os pulsos ou salta de uma janela com uma corda ao redor do pescoço. O verdadeiro suicídio acontece quando acordamos todos os dias do mesmo jeito que fomos dormir, quando o coração vazio continua vazio, quando a alma continua morta.”
— Rafael Di Souza
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