História Descendentes - Segunda temporada - A volta de Mal

 Mal pensara durante o longo caminho e teve uma idéia. Mas como passá-la para o resto do grupo? Estavam divididos...

- Eu estou cansada... – Fingiu estar com falta de ar. – Podemos parar um pouco?

 Coral, Steve e Max se entreolharam desconfiados.

- Tudo bem, mas não tente nenhuma gracinha.

- Evie pode me acompanhar? – Perguntou Mal tentando não levantar suspeitas.

- Acompanhar para onde? – Perguntou Steve.

- Emergência feminina! – Disse ela rapidamente e os garotos ficaram confusos. Coral suspirou.

- Vai logo antes que eu mude de idéia.

 Ela e Evie foram para um parte da floresta e Evie parecia confusa.

- Qual a emergência? – Perguntou Evie sussurrando.

- Eu tenho um plano. – Disse Mal. – Mas tem que confiar em mim.

- Até porque você é muito digna disso não é? – Ironizou Evie. – Eu só vou fazer o favor de ouvir o plano, porque quero sair daqui. Não porque confio mais em você ou coisa parecida.

 Mal suspirou. Ela não podia imaginar o que haviam feito com Evie. O que ela havia feito com Evie...

- Temos que criar uma distração. Mas antes você tem que contar para Jay. Ele vai nos ajudar. Podemos fingir uma briga e sabemos que Coral e os outros vão ficar ocupados tentando nos separar. Então posso lançar um feitiço e Jay, Ben e Carlos poderão fugir, você vai com eles.

- Tudo bem, mas e você? – Ela perguntou tentando não parecer preocupada.

- O que vem depois é parte do plano. – Mal assegurou. – Está pronta?

 Evie hesitou. É claro que estava brava com Mal, mas acima de tudo elas eram amigas... É claro que estava preocupada.

- Nasci pronta. – Ela suspirou e as duas se encaminharam para o lugar.

- Demoraram demais! – Disse Coral.

- A culpa não é minha se essa idiota fica querendo minha ajuda para tudo! – Encenou Evie. – Onde estava você quando eu precisei?

 Todos pareceram meio surpresos com aquilo. Mal não sabia se Evie estava fingindo ou se estava dizendo a verdade...

- Eu estava...

- Já sei! Pegando biscoitinhos para mamãe! – Ela disse rindo. – Só porque é filha da Malévola não significa que você seja grande coisa.

- Olha quem fala! Há pessoas que realmente se importam com você! E o que você faz? Troca tudo! Sua família e seus amigos por um príncipe de merda! Um príncipe que não podia te aceitar do jeito que você era! Deixou o coitado do Jay na frienzone por anos! – Ela disse e Jay e Evie trocaram olhares tristes. – Ele se importa com você! Todos nos importamos... Eu me importo!

 Evie ficou quieta. Verdade ou não, elas tinham que continuar com a distração.

- Porque você não se junta e eles? – perguntou Evie rindo. – Não é serio. Se nesse tempo todo você fez de tudo para agradar sua mãe, porque não continua? Você é só mais um vilão que está destinado e a morrer sozinha.

 Aquilo realmente doera. Mal empurrou Evie e Evie empurrou Mal. Max segurou Evie e Steve segurou Mal.

- Verdade ou não, isso não será em vão... Sigam para um lugar seguro, vão agora em direção ao passado de seu futuro. – Ela terminou e os quatro sumiram. Evie encarou Mal com tristeza antes de partir. Ben tentou chamar Mal, mas era tarde demais.

 Só havia ela ali. Max, Coral e Steve apontaram suas armas a ela.

- O que você fez? – Perguntou Coral.

- Eu os matei. – Disse Mal tentando parecer fria.

- Mentira. – Disse Max.

- Eles estão na fila da morte. – Ela disse e os três se entreolharam. – Na masmorra da minha mãe, mas agora com uma sentença de morte.

- Nos conte a verdade! – Exigiu Steve. – Eu te conheço. Sei que tem uma carta na manga.

- Bom vocês terão que encontrá-los então. – Ela disse se preparando para a briga.

 Eles continuaram com as armas apontadas para ela. Max se aproximou.

- Fique onde está ou gelo virará! – Ela disse e as pernas de Max começaram a congelar. – Coral atirou. Um dos tiros passou de raspão.

- Fique fora disso ou se arrependerá por isso! – Ela disse e Coral deixou a arma cair e começou a se contorcer.

 Coral gritava tanto que Mal se lembrou de quando eram crianças. Estava a ponto de fugir quando uma mão segurou a sua. Ela se virou rapidamente e se deparou com Steve. Mas ele não parecia que ia atacar ela. Ele estava preocupado...

- Me larga! Ou eu vou ter que te forçar? – Ela perguntou tentando escapar.

- Mal! Ouça o que está dizendo! Você não é como sua mãe... Não tem que machucar seus companheiros. Nós somos seus companheiros.

- Não vocês não são. – Ela disse agitada. – Eu vi você morrer. Eu vi Coral se esquecer de mim e de você. Eu me vi destruída. Eu morri. Nunca serei a mesma. Não posso me unir a vocês! São do mal!

- Seu nome é Mal! – Ele disse. – Você é filha da Malévola. E se você não fosse tão má, porque está torturando seus antigos parceiros?

 Mal olhou em volta. Coral estava gritando de tanto se contorcer de dor. Max também gritava, pois o gelo se espalhava e o queimava. Mesmo querendo ajudar... Ela só machucava a todos.

- Você é igual a todos nós. – Ele disse consolando-a. – É por isso que ficamos juntos. Não podemos confiar em ninguém. Só em nós mesmos. Eu sempre confiei em você.

- Acho que você está certo... – Ela disse e os feitiços se desfizeram. – O que eu... fiz?

- Se tornou uma de nós. – Ele sorriu e Mal ouviu um estrondo. Coral havia atirado nela.

 Ela havia desmaiado. E a única coisa em que pensou antes disso acontecer era a simples pergunta. Coral e Steve nunca fariam mal algum a ela. O que aconteceu a eles para fazerem isso?

                                              ***

 Mal acordou com a cabeça acomodada a um travesseiro improvisado de folhas. Sua vista havia acabado de voltar ao normal quando se deparou com Steve na sua frente. Ela se levantou subidamente e ele junto.

- O que fizeram comigo? – Ela perguntou cerrando os dentes.

- Durona como sempre. – Ele riu. – Relaxa, o tiro que você levou foi só para te colocar para dormir.

- Achei que confiasse em mim. – Ela suspirou.

- E confio. Afinal não fui eu quem atirou em você. – Ele resmungou. – Você ganhou a confiança deles.

- Bom saber que tive que levar um tiro para isso. – Ela disse revirando os olhos.

- Parece que nossa nova parceira acordou. – Disse Max chegando e se sentando ao lado deles.

- Ela ainda não é nossa parceira. – Disse Coral intervindo. – Ela precisa dizer. E Steve vai confirmar se ela está dizendo ou não a verdade.

 Mal pensou por alguns segundos. Tinha que ganhar a confiança deles...

- Você é uma de nós Mal. – Sorriu Steve.

- Como tem certeza disso? De que eu não vou trocar de lado...? – Perguntou ela.

- Como eu disse antes confio em você. – Ele sorriu. – E além do mais, você mesma viu do que eu é capaz. Você sabe que é uma de nós.

 Será que aquele era mesmo o lugar de Mal? Ela não precisava fingir ser quem não era. Podia ser quem ela realmente era. Afinal, ela já havia feito tanto mal a todos. Evie, Carlos, Jay e principalmente Ben. Evie, Carlos e Jay sempre quiseram ser feliz. Ter seus sonhos realizados. Talvez eles tenham nascido para o bem. Mas ela não. Não há final feliz para a filha da Malévola. E agora ela enxergava isso. Talvez essa seja a verdadeira Mal. Um monstro. Agora só resta uma coisa a fazer. Aceitar o fato de ser um.

- Eu aceito. Estou do lado de vocês. – Ela disse sorrindo de forma maligna.

- Nossa Mal está de volta. – Disse Steve sorrindo.