1. Spirit Fanfics >
  2. Descendentes: Desenvolvendo Sentimentos >
  3. Capitulo 6 - We Will Destroy

História Descendentes: Desenvolvendo Sentimentos - Capitulo 6 - We Will Destroy


Escrita por: lxtannan

Notas do Autor


Oiii >.<

Eu leio as fics de Descendentes e geralmente tem menos de 2 mil palavras - claro que tem exceções.
Mas eu gostaria de saber: vocês gostam dessa média de palavras que eu escrevo (+-3 mil)?
Ou preferem que eu divida os capitulos pra ficarem menores?

Esse cap ficou realmente grande (+6) e olha que eu ainda dividi ele >.<
Estava com quase 8 mil palavras, aí dei um jeito de deixar o cap com nexo

Anyway, esse cap será mais como um presente pra vcs, porque eu vou demorar um pouquinho pra postar o próximo >.<
Tenho uns assuntos para resolver e não sei se vou conseguir escrever

Ah, pra vocês não se perderem, tem muitas cenas que acontecem ao mesmo tempo, okay?
Mais pro final, vcs vão entender kkkk

Boa leitura
.
.
.
.
.
.
.

Capítulo 7 - Capitulo 6 - We Will Destroy


Fanfic / Fanfiction Descendentes: Desenvolvendo Sentimentos - Capitulo 6 - We Will Destroy

Vamos destruir

É a única coisa que nós nascemos para fazer

Vamos destruir

We will destroy

It's the only thing we're born to do

We will destroy

– We Will Destroy (Deathboy)

 

Local: Ilha dos Perdidos, esconderijo de Malévola, Rainha Má, Jafar e Cruella de Vil

Hora: 13h18m, domingo

 

O grupo de vilões seguiu até um castelo mais pequeno e simples da ilha. Ali era onde os vilões pais costumavam se encontrar para seus planos sinistros, pois, assim como os filhos, eles também tinham posse de um esconderijo.

Entraram e subiram alguns lances de escada em direção ao segundo andar do castelo. Malévola, que seguia liderando o grupo, chegou primeiro e já foi sentando em seu imponente assento.

Jay foi o primeiro dos quatro jovens a entrar, olhando ao redor surpreso. Eram poucas as vezes em que já haviam entrado ali. Evie entrou logo após, seus olhos observando não o lugar, e sim as pessoas que estavam presentes ali: Jafar, Cruella de Vil e sua mãe, Rainha Má. Todos vestidos com suas características e temíveis roupas dos tempos de vilania.

Carlos entrou e evitou ao máximo olhar para a mãe. Já Mal, adentrou no cômodo reclamando:

– Mãe, nós não queremos ir para aquela escola idiota. – A garota parou em frente a Malévola, que começou a lixar suas unhas despreocupadamente. – Não tem nada o que fazer lá.

– Você vai. E vai achar a Fada Madrinha e trazer a varinha mágica dela para mim. – Malévola olhou para os jovens e piscou. – Vai ser moleza.

Os quatro se entreolharam. Puderam começar a entender o que realmente os vilões estavam querendo com aquilo. Com aquele objeto mágico, eles poderiam quebrar a barreira, se libertar e dominar todos os reinos da Terra. Por outro lado, pegar a varinha da Fada Madrinha era um plano bem arriscado. E um ótimo motivo para irem à Auradon.

– E o que nós ganhamos? – Mal perguntou, interessada em saber o que resultaria – para eles – daquele plano maluco de sua mãe. Afinal, quem ia fazer todo o trabalho seriam eles quatro.

– Tronos combinando. Duas coroas reais. – Malévola respondeu achando que já era evidente o que ganhariam.

– Ah, acho que ela falou de nós. – Carlos esclareceu fazendo um gesto abrangendo seus amigos e a si mesmo.

A Fada Má levantou-se e jogou sua lixa atrás de si, o movimento rápido o suficiente para que Carlos desse um passo para trás. A mulher chamou a filha para mais perto.

– Trata-se de nós duas, amor. Você gosta de ver gente inocente sofrer?

– Sim, quem não gosta? – Mal perguntou de forma retorica.

– Me traga a varinha. – Malévola exclamou assustando os jovens. Jay resolveu se afastar da loucura da mulher e foi até seu pai. – E você e eu vamos poder viver tudo isso e muito mais. – A expressão da Fada Má se tornou devaneadora novamente. – E com a varinha e o meu cetro, eu, claro, serei capaz de ter o bem e o mal ao meu dispor.

– Nosso dispor. – A Rainha Má afastou o espelho de seu rosto para corrigir a colega vilã.

– Tá, nosso dispor. – Malévola estalou os dedos, chamando a atenção da filha de volta para si. – E se recusar, fica de castigo pelo resto da vida.

– O que? – Mal ficou indignada. – Mãe-

Malévola fez um gesto com sua mão direita que fez Mal calar-se instantaneamente. A mulher abaixou-se, fixando seus olhos verdes nos de sua filha. Como sempre, aquela era uma disputa de força, demonstrada pelo brilho verde intenso em ambos os olhos.

Ambas se encararam profundamente, pondo a prova o quanto cada uma era poderosa. Malévola inclinou a cabeça, os olhos cintilando aquele fogo verde que fez com que Mal erguesse as sobrancelhas, tentando não perder.

Você nunca será como eu. Ou, pelo menos, mal o suficiente. As palavras de sua mãe vinham em sua cabeça novamente. Sempre fora assim, a garota nunca conseguia fazer nada que orgulhasse sua mãe ao ponto de ela aprova-la. Aquele plano da varinha mágica seria a sua chance de provar que poderia ser tão perversa quanto a Fada Malvada.

Apesar de que se ela recusasse ficaria de castigo pelo resto da vida. Não era sensato duvidar, já que a mesma fizera quase a mesma coisa com Evie. Mal não queria passar sua vida inteira trancada no castelo com a louca e perversa Malévola como única companhia.

Esses pensamentos a distraíram e quando percebeu, já sentia o fogo de seus olhos abrandarem, sendo assim, perdeu para sua mãe. Mais uma vez.

– Tá, tanto faz. – Mal fez uma careta derrotada e sentou-se no degrau da escada.

– Venci. – Malévola se gabou.

– Evie. – A Rainha Má chamou pela filha, colocando seu espelho de mão sobre a mesa. Enquanto Jay aproximava-se de Mal para rir da garota, Evie foi em direção a mãe, animada. – Minha malvadinha em treinamento. – A Rainha se arrumou na cadeira, enquanto a filha sentava a sua frente, com o sorriso estampado em sua feição extasiada. – Já imagino você com um príncipe, com um grande castelo com uma ala para a sogra. E muitos, muitos espelhos!

Mãe e filha disseram juntos esta última parte. Evie não conseguiu se conter e sorriu sonhadora o que resultou em uma careta desgostosa por sua mãe.

– Não ria. Olha as rugas.

Jay e Carlos foram até seus determinados pais, que logo começaram a reclamar com eles. Enquanto Mal observava tudo com sua mãe, a mais jovem calma e a mais velha irritada pela maneira de agir dos vilões.

– Não pense que eu esqueci que você fugiu daquele jeito, seu ingrato. – Cruella de Vil puxou a orelha do filho, que somente fez uma careta.

– Por onde você andou? – Jafar perguntou asperamente para o filho.

– Mercadão. – Respondeu, mas não pode continuar por ter sido interrompido pela vilã de 101 dálmatas.

– Ah, não vão levar meu Carlos. Eu sentiria muito a falta dele. – Cruella passou a mão sobre o cabelo do filho. Parece que agora que ela percebeu que o jovem iria estar indo para o outro lado da barreira.

– Sério, mamãe? – Carlos perguntou surpreso. Não esperava que sua mãe fosse dizer aquilo. Ela nunca falou nada afetivo para o garoto.

– Sim! Quem ia pintar meu cabelo? – Apontou para a mecha branca ainda destacada em seus cabelos volumosos e escuro. – Cuidar das minhas peles? – Ela ergueu uma perna e apoiou nos braços do filho, aproveitando para apertar o ombro do garoto. – E raspar os calos dos meus pés?

– Talvez a nova escola não seja tão ruim assim. – Carlos disse desapontado com sua mãe e consigo mesmo por ter se permitido ter esperança de que ela se preocupava com ele. Para ela a única coisa que importava eram as suas porcarias de casacos e peles.

– Carlos... – Cruella passou a mão sobre o rosto do filho. – Tem muitos cães em Auradon. Lembra das histórias?

Ela sabia que aquilo iria afetar o garoto. Cruella sempre lhe contava histórias sobre como os cães eram a pior espécie de animal que existia. A mulher alimentava esse medo no garoto antes mesmo de ele aprender os primeiros passos.

– Ah, não. Eu não vou. – Carlos voltou-se para Malévola, sua expressão completamente assustada.

A Fada Má suspirou frustrada. Não conseguia acreditar no que se passava na cabeça daqueles projetos de vilões.

– Pois o Jay também não vai. – Jafar se pronunciou para a surpresa de seu filho. – Eu preciso que ele continue me ajudando na loja.

Ah, é para isso que você precisa de mim, Jay pensou. A loja era sempre mais importante, apesar de que era apenas uma espelunca sem valor que vendia coisas roubadas de volta aos seus donos originais, por um preço bem exploratório.

Jafar empurrou seu filho mais para trás, abaixando sua voz para um tom em que ele esperava que ninguém mais conseguisse ouvir, além dele mesmo e seu filho.

– O que você conseguiu? – Jay sorriu malandramente e começou a retirar todos os objetos que conseguira “pegar emprestado” durante a passada no mercadão. Dentro de seu colete, ele pegou um pedaço de tecido que havia roubado de uma mulher desatenta; preso em seu ombro direito tinha um pedaço de placa dourada – provavelmente era ouro –, havia uma outra de prata em seu pulso esquerdo. Por último, desprendeu o objeto que carregava preso em sua cintura. – Oh! Uma lâmpada?

Jafar largou todos os objetos que seu filho havia lhe entregado e pegou a lâmpada, extasiado. Finalmente ele estava em possa de uma, e começou a esfrega-la compulsivamente.

– Pai? – Jay olhava a tentativa inútil de seu pai, desanimado. Ele já havia tentado aquilo. Se tivesse conseguido mesmo encontrar a lâmpada certa, todos os seus problemas teriam fim agora mesmo, sem nem precisar ir para aquela escola em Auradon.

– Ah? – Jafar olhou para o filho, o sorriso ganancioso estampado em sua face.

– Eu já tentei. – Jay respondeu desapontado.

Jafar nem tentou esconder a expressão de frustração que sentiu ao ouvir as palavras do filho. Jogou a lâmpada para o mesmo e abaixou-se para pegar os frutos do roubo de seu filho.

– Evie não vai a lugar algum até fazermos essa sobrancelha. – A Rainha Má frisou, o que fez com que a garota de cabelos azuis suspirasse desacreditada, ao mesmo tempo em que colocava a mão em seu próprio rosto. A mulher sorriu ao ver o desespero da garota ao mirar-se em seu espelho de mão, depois pegou a pinça sobre a mesa e puxou um dos fios da sobrancelha da garota, dolorosamente. – Beleza dói.*

Como sempre, a Rainha estava apenas provocando sua filha, sempre usando do artificio da beleza para atingi-la.

– Todos ficaram loucos? – Malévola exclamou, sua voz erguendo-se furiosa. A Fada Má pegou o braço de sua filha, que ainda estava sentada na escada apenas observando, e a puxou, jogando-a em uma das cadeiras. – As pessoas morriam de medo só de ouvirem nossos nomes!

Mal apoiou as mãos na mesa, segurando-se para não cair da cadeira pela forma brusca em que foi obrigada a sentar. Ela olhou para Carlos e o viu esconder-se atrás de sua maluca mãe, assustado.

– A senhora não está com as sobrancelhas bem-feita, mamãe. – Evie murmurou, pegando a pinça em sua bolsa. A Rainha olhou desconfiada para a filha, mas sua vaidade falou mais alto e ela pediu para a garota consertar.

A verdade era que Evie havia mentido, do mesmo modo que sua mãe acabara de fazer com ela.

Malévola bateu as mãos na mesa, fazendo derramar gotas dos copos sobre a mesa que continham alguma bebida estranhamente avermelhada. A Fada Má estava irritada com tanta blasfêmia que fora proferida por todos aqueles vilões. Eles não foram capazes nem de pensar em um método para saírem dali e agora não queriam colaborar para com suas próprias liberdades.

– Durante vinte anos, eu procurei uma saída desta ilha. – Jay se afastou quando Malévola bateu novamente na mesa. – Durante vinte anos evitaram a nossa vingança. – Mal olhou para o rosto de sua mãe e assustou-se ao encontrar tamanha fúria presente em seus olhos. Malévola apontou raivosamente para a Rainha e sua filha, que ignoravam o monologo do mal proferido por ela. – Contra a Branca de Neve e aqueles anões horríveis.

Ambas, mãe e filha, viraram-se para encarar Malévola com expressões de nojo em seus rostos. Dizer à Rainha Má o nome da Branca e os Sete Anões era uma ofensa muito grande e inimaginável, o ódio que sentia ainda ardia profundamente. E Evie aprendera a odiá-la do mesmo modo.

Malévola direcionou-se para Jafar e apontou para ele, continuando com suas pesadas e enfurecidas palavras.

– Vingança contra Aladdin e aquele Gênio.

No mesmo instante, Jafar lembrou-se da derrota e humilhação sofrida por aqueles dois. Nem mesmo todo o ouro do mundo iria acabar com seu pensamento de vingança e morte para com aqueles dois.

– Ah, eu vou-

– Pai. – Jay segurou seu pai, quando ele ameaçou avançar para cima de Malévola. Assim que ouvia o nome de Aladdin, ficava cego de raiva. Jay entendia esse sentimento, mas isso não era motivo para ele tentar bater de frente com a Fada Má.

Malévola sorriu asquerosamente. Estava conseguindo enfurecer as chamas de ódio dentro daqueles vilões. Ela deu a volta à mesa e apontou para a maluca da Cruella de Vil.

– Vingança contra todos os dálmatas que escaparam das suas garras. – Carlos se afastou para o mais longe que conseguiu de Malévola, que parou bem em frente à sua mãe com aquela expressão perversa e sorriso igualmente assustador.

– Oh, mas não pegaram o bebê. – Cruella de Vil lembrou, apertando uma pelúcia que ficava pendurada em seu casaco. Ela começou a rir loucamente. – Não pegaram, Há-há. Não pegaram o bebê. Hi-hi-hi.

Mal revirou os olhos diante de toda aquela loucura. Ela entendia porque Carlos passava mais tempo ou no esconderijo ou na sua “casa da árvore”. O garoto construíra para escapar da mãe, numa época em que os quatro ainda não eram amigos.

– E eu, Malévola. – Vociferou saudosa de como as pessoas reagiam ao ouvir seu temível nome. Ela aproximou-se da Rainha, sendo acompanhada pelos olhos atentos e temerosos dos quatro descendentes ali presente. –  A mais malvada de todas.

A Rainha Má fez uma expressão de escárnio e pegou seu precioso Espelho, agora pequeno, sobre a mesa.

– Finalmente terei minha vingança contra – Malévola tomou o Espelho das mãos da Rainha e sentou no braço da cadeira, mirando atentamente seu reflexo. – a Bela Adormecida e aquele principezinho implicante.

Mal olhou para Malévola e inclinou-se, escutando atentamente a fala de sua mãe sobre aquela princesinha que estragara toda a vida das duas.

Carlos fechou os olhos incomodado quando sentiu as mãos de sua mãe percorrendo seus cabelos. Ela sempre ficava com essas caricias nojentas que ele evitava ao máximo.

– Vilões! – Malévola chamou a atenção de todas de volta para si, já que Jafar estava mais interessado em comer e a Rainha, em tentar ver seu reflexo no Espelho.

– Sim? – Responderam, concentrando-se na Fada Má.

– Nosso dia chegou. – Malévola sorriu junto com a Rainha e encarou Evie, sentada a sua frente. A garota estava prestes a ganhar um objeto que já fora imensamente poderoso. – Rainha, dê a ela o Espelho Mágico.

Malévola devolveu o Espelho para a Rainha e piscou para a garota de cabelos azuis. Depois levantou-se e se postou ao lado da cadeira.

Mal encarou sua mãe surpresa. Então ela sempre soube do Espelho Mágico da Rainha?

– Tá. – A Rainha Má respondeu desgostosa. Agora teria que abrir mão do último fragmento de seu precioso espelho. Ela entregou o Espelho para a filha que o pegou fascinada.

– Este é o seu Espelho Mágico? – Evie perguntou incrédula. Não tinha como aquele ser o espelho que a garota havia quebrado alguns dias atrás. Ela se lembrava exatamente de quando o derrubou, os milhares de cacos finos e afiados espalhados pelo chão, sua mãe gritando e aquele ardor em sua pele...

– É, não é mais aquele. E nem aquele. – A Rainha respondeu, destacando a última parte, fazendo Evie desviar o olhar do espelho e afastar a memória daquele dia. – Mas também não somos.

As duas “mães” do mal sorriram cúmplices.

– Ele vai ajudá-la a achar coisas.

– Tipo um príncipe? – Evie perguntou sonhadora. Com aquele objeto ela poderia finalmente conseguir o que sua mãe tanto almejava que ela conseguisse. O propósito de sua vida.

– Tipo a minha cintura. – A Rainha Má brincou, fazendo Malévola perder a paciência novamente.

– Tipo a Varinha Mágica, alô. Meu livro de feitiços. – Malévola murmurou, sem conseguir lembrar onde havia colocado. Era o mesmo precioso livro de feitiços que ela usara para transformar um corvo em seu lacaio mais fiel. – Eu preciso do meu... daquele livro...

A Rainha fez um gesto indicando atrás de si.

– Oh, o cofre! – Malévola exclamou ao virar-se para o “cofre”. Na verdade, era uma geladeira velha que vinha sendo usada para guardar qualquer coisa, menos comida. Pode parecer estranho guardar um precioso livro de feitiços dentro de um objeto sem nenhuma segurança, mas quando se tem um esconderijo pertencente aos piores vilões da Ilha dos Perdidos, quem seria louco o suficiente para invadir? – Rainha me ajude. Nunca sei mexer nesse troço.

A Rainha Má revirou os olhos diante do drama da Fada Má. Ela sempre fazia tempestade em copo d’agua. Seu passado que o diga. Levantou-se aborrecida.

– Ah, voilà. – Disse de forma sarcástica, a expressão impaciente em seu rosto.

– Meu feitiço. Vem meu bem, vamos. – Malévola chamou a filha enquanto colocava a mão no meio de toda aquela fumaça sinistra que saia do “cofre”. Mal levantou-se rápido e foi até sua mãe. Ela não conseguia acreditar que a magnifica Malévola ia mesmo deixar o livro de feitiços em sua posse. Estava muito ansiosa por isso. – Oh, oh, aqui está.

Malévola passou as mãos pelo livro, contornando a figura do dragão estampado na capa. De todos os seus livros de feitiços, aquele era o mais especial. Era o único realmente poderoso o suficiente para concluir seu plano. Em suas mãos seria muito mais útil, porém ainda ia servir em posse de sua filha. Afinal, Mal carregava o sangue e poder de Malévola, era obvio que um dia a garota se mostrasse tão forte e poderosa quanto a mãe. Era uma espera aguardada ansiosamente, pela mãe e filha.

– Ele... ele realmente funciona? – Mal perguntou olhando maravilhada o livro de feitiços de sua mãe. Todos os vilões se aproximaram para observar melhor o livro.

– Não funciona aqui, mas vai funcionar em Auradon. – Malévola segurava seu livro o mais carinhosamente possível para uma vilã. Sentia saudades de poder lançar feitiços ao seu bel prazer.

A Rainha Má suspirou saudosa. Sempre sentiria falta do tempo em que todos os vilões viviam livres para fazerem o que quiserem: roubar, ferir, torturar, matar... A magia era um poder presente constantemente, pronta para obedecer a quem tivesse posse. Foi uma época maravilhosa.

– Lembra? Quando espalhávamos o mal e arruinávamos vidas? – Malévola perguntou para a Rainha Má.

– Parece que foi ontem.

Mal ergueu uma sobrancelha diante da resposta da Rainha. Mesmo presas na Ilha, as duas vinham espalhando o mal e arruinando vidas desde sempre. Inclusive com os próprios filhos.

– E agora, vocês vão ter suas próprias lembranças. – Malévola comentou, olhando atentamente para sua filha. Mal não conseguia disfarçar a expressão ansiosa que tinha ao olhar para o livro.

Cruella de Vil pegou um dos copos com a estranha bebida vermelha e, enquanto bebia, começou a passar as mãos sobre os cabelos brancos de Carlos. Este, mais uma vez incomodado com aquilo, tentou afastar a mão de sua mãe de si. O que não adiantou muito, já que ela continuou com seu gesto.

Malévola estendeu o livro para filha, que ao tentar pega-lo, foi impedida por sua mãe que o puxou de volta.

– Fazendo exatamente o que eu mandar. – A Fada Má avisou, fitando intensamente sua filha. A garota confirmou, o olhar fixo no livro. Por fim, Malévola empurrou o livro nos braços da filha rudemente e apontou para o “cofre”. – Porta.

Imediatamente após a última palavra proferida por Malévola, uma buzina soou do lado de fora. A mulher apoiou a mão direita nas costas de Mal e a empurrou, afastando-se de todos e seguindo para a parte superior do castelo.

– Nós temos que ir agora? – Evie perguntou, surpresa. Ninguém havia definido nenhum horário, apenas falaram que eles iriam para Auradon e ponto. – E nossas malas?

– Já estão prontas. -  Jafar respondeu, levantando-se da cadeira, seguido por seu filho que estava sentando sobre a mesa.

– Vamos começar essa festa. – Jay anunciou, pegou alguns objetos que estavam dispostos sobre a mesa e entregou discretamente ao seu pai. – Presente de despedida, velhote.

– Carlos! Venha. – Cruella colocou o copo sobre a mesa e gesticulou, apontando para a parede atrás de si. – Suas coisas estão aí.

O garoto virou-se, vendo dois sacos pretos que, julgando pelo que sua mãe acabara de dizer, devia conter algumas de suas roupas.

A Rainha Má fechou o “cofre” e ficou de frente para sua filha, esta arrumava seus cachos azuis usando o mais novo espelho.

– Quem é mais bonita do que eu? – A Rainha perguntou, apenas para fazer a filha lembrar-se de quem realmente era a mais bela de todas.

– Eu! – Evie respondeu distraidamente, ainda mirando seu belíssimo reflexo.

– O que? – A mulher perguntou asperamente, a raiva transparecendo em sua voz pela ousadia de sua filha.

– Você. – Evie corrigiu-se, sua expressão consternada e cabisbaixa. Ela virou-se para pegar sua bolsa na cadeira e murmurou: – Sempre você, mamãe.

Jafar guardou os objetos que recebeu de Jay e segurou a nuca deste.

– Recite o nosso mantra. – Ordenou, fixando seus olhos em seu filho.

– O que importa sou eu. – Jay repetiu, sorrindo, o que seu pai sempre falava. Aquilo já havia se tornado o lema da família.

– Ah, vai em frente. – Jafar acenou para o filho acompanhar os outros que já estavam saindo. – Está me fazendo chorar.

Jay riu, sabia que aquilo havia sido apenas da boca para fora.

– Minha mala. – O garoto apontou para uma sacola próxima a porta. Ele tinha reconhecido aquela mala, roubara no começo da semana.

– Certo. – Jafar aproveitou que estava sozinho naquele cômodo para furtar alguns objetos. Pegou um cálice de ouro que estava sobre a mesa e o colocou em seu casaco, pouco antes de Jay o chamar novamente. – Já vou. – Ele pegou a mala do filho e, antes de sair, voltou para apanhar um cinzeiro e o escondeu em seu bolso.

Ao mesmo tempo em que acontecia as despedidas entre pais e filhos no andar de baixo, Malévola e sua filha chegavam na parte superior do castelo. A Fada Má abriu as portas em direção a sacada em pedra e caminhou até esta, sua filha pensativa e quieta a acompanhando.

Mal observou a vista do castelo. Este castelo fora colocado bem em frente a “Ponte Quebrada”, que era como chamavam a ponte que antes ligava a Ilha dos Perdidos ao resto da civilização. Havia uma nuvem de fumaça negra cobrindo o céu, proveniente da fábrica metalúrgica – com foco em fabricação de ferro que era exportado para Auradon e outros reinos – construída ao lado esquerdo do castelo.

– O futuro do mundo livre está nos seus ombros. Não pisa na bola. – Malévola avisou, passando o braço sobre o ombro da filha e encarando a multidão de pessoas que estavam lá embaixo. Mal desviou o olhar e voltou-se para sua mãe, que lhe estendeu um envelope dourado. – Pegue. Seu convite para Auradon.

A garota pegou e o analisou. Era o mesmo que tinha visto no dia anterior. Então sua mãe já sabia que ela seria despachada para Auradon no dia anterior. E nem considerou contar para a filha.

Tudo bem, que a conversa que a Mal tivera com a mãe não fora das melhores, porém o que ela podia fazer?

Enquanto Malévola saia, Mal observou novamente a vista do castelo. Agora, além de honrar o nome de sua mãe, devia concluir aquele plano de roubar a Varinha da Fada Madrinha para libertar, não só os quatro vilões, mas todos os moradores daquela ilha.

Mal fixou seus olhos em um ponto mais distante. Do outro lado da barreira... do outro lado do oceano, se encontrava Auradon. Rodeada de montanhas, altas colinas cobertas de neve e céu azul. Era sempre assim que o Reino se parecia visto da Ilha dos Perdidos. E seria lá que ela teria todas as chances de fazer o que era melhor para todos, de provar a sua mãe que ela era capaz sim de ser tão cruel e maléfica.

Quando seus olhos passearam sobre o castelo próximo ao litoral do outro lado da barreira, a imagem de seu sonho apareceu em seus pensamentos. Aquele lugar lindo, com a agua verde do lago refletindo o reflexo dos cabelos levemente loiros do garoto ao seu lado...

– Mal! – Malévola chamou, irritada pela demora da filha.

A garota seguiu sua mãe, não sem antes olhar novamente para aquela contrastante visão da Ilha/Auradon. A imagem do garoto desvanecia de sua mente, mas a sensação de que alguma coisa lhe esperava do outro lado da barreira, permanecia.

 

...

– Espera.

A Rainha Má segurou o braço da filha e a fez parar. Ficou em silencio esperando até que Cruella e Carlos se afastasse e logo depois Jay e seu pai; a mão da Rainha ainda firmemente no braço da garota.

– O que foi, mamãe? – Evie quase fez uma careta pelo aperto, mas foi melhor não ter feito, senão ganharia coisa pior do que uma simples pressão no braço.

– Só quero te lembrar do porque eu estou permitindo que você vá para Auradon. – A Rainha respondeu e, de dentro das vestes, pegou um envelope dourado para entregar a filha.

– Pela Varinha, não é? – Evie arriscou, pegando o envelope e fitando-o confusa. Era dourado com o logo da Casa da Fera ao centro, ela tinha certeza que era o mesmo envelope que sua mãe segurava no dia anterior. – Pra que isso?

– Claro que não é só por isso. – A Rainha ignorou a última pergunta da garota e continuou sua explicação em um tom mais forte. – Você vai ter a chance de pôr em prática todo o seu treinamento. Foque em encontrar um príncipe, use da sua beleza que vai conseguir.

– Sim, mamãe. – Evie respondeu, seu semblante sério.

– Quais são os principais fundamentos? – A Rainha pediu, inclinando a cabeça levemente, atenta a resposta da filha.

– Nunca baixar a cabeça para os outros. Nunca chorar na frente de ninguém. Não tolerar ser tratada como nada menos do que nasci para ser tratada. – Evie recitou de cor os mandamentos que sua mãe ensinara assim que a garota aprendeu a falar.

– Correto. – A Rainha Má esboçou um esgar de um sorriso orgulhoso, mas logo sua expressão se tornou severa novamente. – Isso demonstra fraqueza. E princesas, principalmente minha filha, não demonstram fraquezas.

Finalmente todo seu trabalho ia render frutos. Sua filha conseguiria arrumar um príncipe e logo, logo toda aquela situação estaria resolvida. A verdade era que a Rainha não acreditava que esse plano de Malévola fosse funcionar, ou pelo menos, a Rainha queria que ele não funcionasse. Apenas por causa de todas os problemas que teve com a Fada Má. Se não fosse por ela, a Rainha não teria ficado presa por quase dez anos naquele castelo, apenas com a presença de sua filha e serviçais!

A mulher afastou aquele pensamento antes que a raiva a consumisse. Fixou seus olhos em sua filha e começou a analisa-la. Ela era linda, a Rainha odiava admitir isso, mas era verdade. Tinha o porte de uma princesa, assim como ensinara a ela. Apesar de ser muito curiosa e estar sempre se metendo em seus assuntos. Como naquele dia em que...

– Mamãe? – A voz de Evie interrompeu seus pensamentos, fazendo-a voltar-se a sua filha que a fitava com a cabeça inclinada e expressão confusa.

– Postura correta! – A Rainha Má exclamou, assustando a garota.

Evie arqueou as costas, arrumando a postura que nem havia percebido estar errada.

– Não ande por aí toda torta. – Sua mãe sibilou. – Que respeito você pensa que impõe desse modo?

– Desculpe. Não vai acontecer de novo. – Evie garantiu, sua voz firme.

– Espero mesmo. E sobre esse plano da Varinha, posso até concordar com ele, mas isso fica em segundo plano para você, me ouviu? Deixa esse assunto com a cria da Malévola. – A voz da Rainha soara sinistra, quase psicótica. Ela respirou fundo e continuou mais resoluta e abrandada. – Nunca desista do que eu quero!

– Claro, mamãe. Farei como a senhora quiser.

 

...

– Como nossas coisas já estão aqui? – Jay perguntou ao ver o porta-malas da limusine aberto com algumas malas em seu interior. Havia acabado de se despedir de seu pai e podia ver Evie nas sombras do castelo com a Rainha Má, provavelmente recebendo mais sermão.

Mal ainda não havia aparecido e Jay nem queria saber como estava sendo a conversa dela com a mãe. Horrível era uma palavra muito simples para descrever.

Carlos tropeçou ao seu lado, quase indo ao chão. Jay riu alto do mais novo, que ficou irritado, mas antes que pudesse replicar, sua visão captou o reflexo das mechas verdes da garota acompanhada do irmão.

– A resposta está vindo aí. – Carlos apontou para os gêmeos que vinham em sua direção. – Nossos pais explorando os Cheshire.

– Você esqueceu isso, branquelo. – Smike, assim que se aproximou o suficiente, entregou um caderno surrado para Carlos que o pegou surpreso.

– Achei que estivesse na minha bolsa. Como...? – Carlos parou no meio da frase percebendo o que acontecera. Ele riu. – Seu pirralhinho imprestável.

– Boa, Smi. – Jay bagunçou o cabelo do garoto, orgulhoso. – Parece que você já pegou o jeito.

– Isso é um adeus? – Kitty perguntou, sua expressão abatida ao encarar Jay e Carlos.

– Por hora. – Carlos garantiu.

– Não se preocupem, vamos virar Auradon de cabeça para baixo. – Jay prometeu, erguendo a mão direita e sorrindo de lado. – E vocês tratem de cuidar do nosso pedaço.

– Pra que? – Smike perguntou confuso.

– Vocês são responsáveis agora. – Carlos respondeu apontando para cada uma das crianças. – Está nas mãos de vocês.

– Carlos!

A voz de Cruella de Vil chegou até seus ouvidos o que fez com que Carlos revirasse os olhos e suspirasse desesperado.

– Ignorem. – Pediu.

– Sério mesmo que a gente vai mandar aqui? – Smike perguntou, excitado.

– Carlos, venha aqui agora mesmo! – Cruella soara mais irritada agora.

– Ah, inferno! – O garoto de cabelos brancos praguejou, seus amigos rindo. Baixou os ombros derrotado e seguiu o caminho de volta até onde sua mãe estava, não sem antes virar-se e gritar para os gêmeos: – Mantenham aqueles piratas nojentos fora do nosso pedaço!

Os gêmeos Cheshire gritaram um “Pode deixar” e voltaram-se para Jay que ria do garoto de cabelos brancos.

– E nós vamos poder fazer o que quiser? – Kitty perguntou, ainda sem acreditar que Jay e Carlos estavam deixando ela e seu irmão tomando conta da área deles.

– Exceto entrar no esconderijo, é claro. – Jay respondeu, óbvio.

– Ah... – Smike e Kitty suspiraram em uníssono.

– Okay, okay. – Jay riu, ele adorava aqueles pirralhos, por mais que nunca fosse admitir. Ele ia mesmo permitir que os irmãos frequentassem o esconderijo, mas agora ele podia pedir um favor em troca. – Vamos fazer assim: terão permissão para ficar lá, se forem levar um recado para uma pessoa.

– Manda! – Ambos irmãos exclamaram, ansiosos.

– Eu quero que vocês vão lá no salão da Lady Tremaine encontrar a Dizzy. – Jay pediu, encarando os gêmeos.

– Por que? – Kitty perguntou, fazendo uma careta desgostosa. Ela nunca havia gostado da filha da Drizella.

– Olha, eu sei que a Evie gosta muito dessa menina e, com certeza, não vai dar para ela se despedir. Então vocês vão lá explicar toda a situação para a garotinha.

– Claro. – Smike aceitou imediatamente. Afinal, ele não ligava para a rixa entre sua irmã e a filha da Drizella e, além do mais, ele ia fazer aquilo pela Evie.

– Não sei não... – Ao contrário do irmão, Kitty foi mais resistente. Porém Jay sabia como convence-la.

– Qual é, Kitty. É pela Evie.

Essas foram as palavras mágicas. Como Jay havia dito no dia anterior, não existia ninguém que não gostasse da filha da Rainha Má, e isso incluía todas as pessoas que já tiveram o prazer de encontrar a azulada.

– Pela Evie. – A menina destacou. – O que temos que dizer, exatamente?

Jay parou para refletir. O que Evie diria...?

– Certo. Digam que a Evie sente muito por não se despedir pessoalmente, mas a Rainha Má não a permitiu. E que ela vai sentir muitas saudades, mas vai tentar voltar. Digam também para a Dizzy continuar com seu desejo de ser estilista, Evie fará de tudo para realizá-lo. Ah... – Jay interrompeu sua fala, sem saber mais o que dizer. Era complicado pensar se colocando no lugar da amiga. Sorriu satisfeito ao lembrar-se de um fato proferido pela garota de cabelos azuis alguns dias atrás. – Ah, digam também que ela pode ficar com o caderno de desenho da Evie, é um presente.

– Sorte que temos uma excelente memória. – Smike murmurou ao termino do monologo do filho de Jafar.

– Vocês não conseguiriam trazer ela aqui? – Jay indagou, seria melhor para uma despedida.

– Duas viagens seguidas? Nem pensar. – O menino resmungou, era visível o cansaço presente em seu corpo. – Estou morto de carregar suas malas.

– Conseguimos mais uma viagem e só. – Kitty informou, erguendo o dedo indicando o número “1”. – Depois disso, dormir até semana que vem.

– Okay, reclamão. – Jay bagunçou novamente o cabelo de Smike. – Até logo, pirralhos.

– Até, irmãozão. – Os gêmeos Cheshire abraçaram Jay, que ficou surpreso com o gesto, e sorriram, desaparecendo silenciosamente.

– É isso. – Jay esfregou suas mãos, olhando ao redor. Seus olhos rapidamente captaram o reflexo lustroso do “mascote de capô” da limusine. Eram como emblemas colocados em carros reais.

O garoto sorriu travesso e começou a se aproximar da parte da frente da limusine. O motorista abriu a porta e desceu do carro desconfiado, observando por um momento o que o garoto de cabelos longos iria fazer. Assim que o homem se virou, Jay tirou sua touca e colocou em cima do objeto, fazendo uma leve fricção e quebrando-o para si.

Sorriu mais uma vez e caminhou, como se nada tivesse acontecido, de volta a porta do passageiro. Encarou o motorista de modo confiante e este devolveu o gesto com uma expressão calculista.

– Passagem? – O motorista estendeu a mão para Jay e o garoto enfiou a mão dentro de sua jaqueta para pegar o envelope dourado que seu pai entregara. O homem mais velho aceitou e abriu a porta para Jay, no momento em que a Rainha Má e sua filha saiam do castelo.

– Hum, tem cheiro de gente comum. – E como de costume a Rainha Má estava sempre reclamando.

 

...

– O que foi? – Carlos perguntou aborrecido.

– Esqueceu isso. – Cruella estendeu o envelope dourado que estava em suas mãos. – É a confirmação de que você foi escolhido.

– Ah... – O garoto pegou o envelope e virou-se em direção a limusine, mas foi barrado quando sua mãe puxou sua orelha, fazendo-o ficar exatamente onde estava.  Ai, ai, ai!

– Carlos... Eu só quero te dar um aviso. – Cruella soltou a orelha do garoto e passou a mão sobre o rosto do filho. – Tem muitos cães por lá.

– Já sei disso, mamãe. – Carlos murmurou, passando a mão sobre a orelha direita que ele tinha absoluta certeza que devia estar vermelha.

– Só estou lembrando. Evite ficar sozinho no mesmo local que essas bestas. – A expressão da mulher mudou, tornando-se mais cobiçosa. – Mas você bem que poderia trazer um presente para sua querida mãe.

– O que? – Carlos gritou indignado. Sua mãe havia perdido completamente o juízo. Havia ultrapassado o limite da loucura. – Você me pede para ficar longe dessas feras e agora quer que eu traga um para você?!

Cruella de Vil exibiu um sorriso interesseiro ao responder o filho.

– Peça ajuda para aquele ladrãozinho filho do Jafar, ele é bem forte.

– Mas não mesmo! – Carlos soara num misto de temor e raiva. É claro que ele nunca chegaria perto de um cão!

– Carlos. – Cruella avançou em direção ao filho, mas tropeçou o que o fez rir e começar a correr em direção a limusine. – Carlos! Volte aqui agora!

– Aqui. – Evie falou sorrindo, sua voz suave, e estendeu o envelope dourado ao motorista.

– Pode entrar. – O homem respondeu, pegando o envelope e virando-se de costas para não encarar a bela garota sorridente.

A mulher louca passou pelas portas do castelo gritando pelo filho que perseguia. Carlos apenas ria da loucura de sua mãe. O garoto desviou da Rainha Má que estava parada na sua frente, jogou o saco de roupas dentro do porta-malas e o envelope para o motorista agarrar em pleno ar e se arremessou dentro da limusine, quase esbarrando em Evie no processo.

– Carlos! – Chamou novamente, vendo o mesmo entrar apressadamente no veículo. – Ingrato.

Mal finalmente saiu do castelo. Sua mente estava fervilhando, a pressão que sua mãe estava impondo estava começando a pesar e ela sentia isso pela dor de cabeça que sentia.

A garota de cabelos roxos seguiu seu caminho, passando entre a Rainha Má e Cruella de Vil. Entregou a mala e o envelope para o motorista sem nem mesmo olhá-lo. Parou com a mão apoiada na porta aberta e olhou para cima, em direção aonde sua mãe a observava.

Malévola fez um gesto de “estou de olho em você”, sua expressão feroz e desafiadora. Mal assentiu afirmativamente, enquanto engolia em seco procurando não demonstrar nada conflituoso em sua expressão.

O motor do carro soou e Mal desviou o olhar de sua mãe para entrar no carro. Sentou-se próxima a porta, mas Evie a chamou para ficar ao lado dela. O veículo começou a se movimentar e imediatamente a voz de seus pais os alcançou.

– Tragam ouro! – Foi a despedida de Jafar se o filho apenas o ignorou.

– Tragam um filhote! – Cruella continuava com seu pedido, mas Carlos nem deu ouvidos para a mãe.

– Tragam um príncipe! – E a Rainha, como sempre, enfatizando seu desejo.

Os quatros ignoraram seus pais. Estavam agora se afastando deles, indo para longe da Ilha dos Perdidos, em direção ao lugar mais diferente possível de tudo que conheciam. Iam seguir o plano de seus pais e provar o quanto eles podiam ser cruéis e perversos.


Notas Finais


* http://pt-br.tinypic.com/m/jz71aw/1

(LEIAM AS NOTAS INICIAIS, POR FAVOR!!)

Ufa!
Acabou kk
Cap grande, não é?
O que acharam?

(Não, o "presentinho" não foi nesse capitulo e nem vai ser no próximo kk)

Obrigada por permanecerem lendo e comentando ♥♥♥♥
Eu surto muito com isso >.<
Até o próximo...


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...