História Descendentes: Os guardiões da Profecia - Prólogo

-Senhor Mills? -A firme voz do sr. Gold inundou meus ouvidos de maneira involuntária. Tinha acabado de chegar em sua velha loja, pela qual tinha tanto zelo. Foi um pedido que fizera há pouco tempo -vim, mesmo desconfiado.

-O que quer, Rumple? -Confesso, me senti desconfortável por tratá-lo tão informalmente com seu apelido -Só vim porque disse que era importante. Peço que seja breve, tenho que cuidar da April.

O Homem dos Acordos lançou um sorriso desafiador e que normalmente me dava calafrios, quando eu era um adolescente, há uns 9 anos.

-April Mills, a frágil criança do filho da Salvadora. Estou certo? -Ignorei seu questionamento com um gesto de silêncio. Só era possível ouvir os fracos ruídos emitidos por dois ventiladores presos no teto -Tenho uma missão para você, querido Henry.

-Sabe que está me pedindo para andar sobre o fogo, não é, vovô? -Falei a última palavra com escárnio. Rumpelstilskin, o ex-senhor das trevas, se aproximava cada vez mais de mim, com sua inseparável bengala. O objeto o fazia lembrar de uma tragédia em seu passado -nunca entendi porque ainda a guardava.

-Acho que não está entendendo, querido. Não estamos falando de negócios. -Encarei, confuso com a afirmação

-Acha que eu não sei seu jogo, Gold? -Gritei, afastando a raiva com a minha voz -Acha que eu posso confiar em você?

-E se eu disser que é para salvar a vida das suas mamães e de muitos habitantes de Storybrooke? -A proposta soou misteriosa, mais do que o próprio velho.

-Do que está falando? -Gold seguiu em direção à porta de entrada de sua loja, observando entre as cortinas se havia algum arruaceiro ou curioso por perto. Com poucos gestos, pegou a chave prateada que se aconchegava num pequeno travesseiro de plumas e trancou a porta.

-Existe essa... profecia, Sr. Mills. -Iniciou -Acredita nessas coisas? -Não respondi, sem deixar de acompanhar cada passo seu -Muito bem... como filho da Salvadora, é seu dever reunir os Guardiões da Profecia e salvar a cidade.

O silêncio novamente tomou conta do lugar. Deixei que prosseguisse, mas parecia ter me informado tudo.

-Espera, isso é tudo? -Me espantei -Como assim? Você deixou muitas coisas implícitas!

Gold ouvia atentamente, repousando seus olhos em seus sapatos -pareciam mais interessantes do que ouvir as reclamações de um adulto que ainda se assemelhava à um adolescente.

 -Sr. Mills, por enquanto temo que isto é tudo o que saberá da profecia. -O homem encostou sua mão direita no meu rosto. Estremeci ao notar o quão gélida estava -Fui alertado por uma... -lutou contra as palavras, escolhendo cada uma, como se por algum desvio pudesse estragar tudo -feiticeira.

-Como pode ter tanta certeza?

-Ela me confirmou, Henry. Ela me mostrou um vislumbre de dois futuros. Um deles, guardava a Destruição e o outro, a Salvação. Isso aconteceria depois de um pequeno intervalo de tempo. Disse que, aproximadamente, após 7 ou 8 anos.

Gold passou a mão nos seus cabelos castanho-claro (quase brancos). Nunca o tinha visto dessa forma antes. Parecia que estava falando com alguém totalmente diferente. Não era mais o velho Rumpelstiltiskin.

-Tudo bem, mas por que eu? -Questionei, ainda impaciente.

-Você tem o coração do Verdadeiro Crédulo, garoto. -Falou como se estívessemos no passado -Nenhum habitante de Storybrooke tem tamanha capacidade.

Fitei um pedaço de pergaminho velho que repousava sobre sua mesa.

-Não quero que seja obrigado a confiar sua vida em mim, sr. Mills, mas imploro que não ignore o que eu lhe falei hoje. -Seus olhos castanhos e sem vida encontraram os meus -É a nossa última esperança, Henry. Você é o único que poderá reunir os Guardiões. Saberá futuramente quem são eles.

Suspirou pesadamente.

-Não falhe com sua própria família.