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História Descendentes: Os guardiões da Profecia - Seja bem-vindo


Escrita por: LuaaChan

Capítulo 10 - Seja bem-vindo


|Jason|

-Já chegamos? -Perguntei, tristemente. Já tinha saído do manicômio e deixado minha antiga vida por lá, assim como Marley. Fazia dois longos dias. Estava num carro com Thompson, que se voluntariou em me deixar na Storybrooke.

-Estamos perto, garoto. -Fiquei observando a paisagem se movimentar, rapidamente com um borrão, enquanto nos afastávamos de New York. Meus olhos estavam pesados, então os fechei.

Após ter tirado um breve cochilo, fui acordado pelo guarda.

-Hey, Mars. -Chamou -Vou te dar algumas instruções, mas antes de tudo, bem-vindo a Storybrooke.

Não me incomodei em abrir a porta do carro. Collins tinha me deixado no coração da cidade. Não tinham muitas pessoas caminhando e todos andavam desconfiados. Estariam eles olhando para mim?

-Escute -Falou -não fale com ninguém que não precise conversar. Não olhe nos olhos de ninguém e se importe somente com sua própria vida. -O grande guarda olhou para os lados, expondo suas tatuagens negras contra a luz -Seu pai deixou um endereço de uma casa que você vai poder ficar.

-Seria a antiga casa dele? -Perguntei, curioso em vasculhar o lugar, seja lá onde for.

-Pelo que soube, era a casa que você morava. Não se lembra? -Então era por isso que sabia algo sobre Storybrooke? Eu já morei aqui, não eram apenas sonhos que tive com essa cidade. Mas por que não me lembrava de nada?

-Não mesmo. -Pus ambas mãos em meus bolsos vazios. Olhei para um lado e para o outro, como se procurasse por alguém. Era meio embaraçoso não ter mais nada o que falar.

-Muito bem. -Falou, quebrando o silêncio perturbador -Vou te deixar aqui. Aproveite sua estadia e procure um homem chamado Gold. Ele irá te ajudar.

Me despedi de Thompson. Apesar de tantos anos detestando-o, ele foi alguém útil em minha vida. Assisti à sua saída, até que não pude mais vê-lo. Comecei a andar.


*

Storybrooke não era tão grande, algo pelo qual fiquei agradecido. Não me socializava com as pessoas, era uma tarefa difícil. Além disso, eu só me comunicava com os loucos. Acredite ou não, às vezes suas conversas eram mais agradáveis do que a dos adultos.

-Perdido, menino? -Uma figura estranha apareceu em minhas costas. Me assustei, no princípio, mas logo notei que era só um velho homem, carregado de uma bengala. Sendo gentil, respondi.

-Hã... meio que isso. Quem é você?

O estranho diminuiu nossas distâncias. Não queria parecer medroso, por isso não recuei.

-Ora... sou um dos primeiros habitantes desse belo lugar. Deveria demonstrar mais respeito. -Mostrou um sorriso perverso. Não duvido nem mesmo em ser o primeiro. Era velho suficiente para isso -Estou brincando, filho. Pode confiar em mim com sua vida. Me chamo Rumplestiltiskin. Mas os outros me chamam de Gold. -Estendeu a mão. Fiquei me perguntando quem seriam os "outros" -E você?

Meu cérebro ainda estava processando a mensagem. O que eu faria? Realmente me entregaria às mordomias desse Gold ou ficaria perdido até escurecer? Sabia a resposta.

-Jason. Me chamo Jason Mars. -Apertei sua mão, me enchendo de uma energia extraordinária. Era como um choque e acredito que Gold também sentiu. Como resposta, ele piscou rapidamente os olhos e tossiu.

-Parece ser um garoto especial, Jason. 

-O que isso quer dizer? -Estava tremendo por dentro.

-Nada, realmente. -Estalou os lábios -Venha. Creio que queira encontrar um lugar para dormir.

-Como sabe? -Arqueei as sobrancelhas, dessa vez, não hesitando em me afastar do estranho.

-Está desconfiando de mim, sr. Mars? -Pôs a mão em seu peito, como se tivesse acabado de ser acusado injustamente -E a propósito, recebi um telefonema do Asilo Trusman de NY. -Respondeu -O sr. Trusman disse que um de seus pacientes estaria vindo para cá. Não sabia que tinha vindo de um hospício. Que tipo de problemas você tem, Jason?

Tive vontade de cuspir em sua cara, mas me contive.

-Não é da sua conta. -Respondi rispidamente. Não sabia se aquilo era ser corajoso ou estúpido, por estar chateando uma das únicas pessoas que poderiam me ajudar aqui.

-Muito bem. -Suspirou, sem olhar para mim -Vou te mostrar a cidade, antes de lhe hospedar. Se não for um problema, é claro. -Notei o quão desgostoso se sentiu ao falar comigo. Aceitei sua proposta.


*
|Regina|

Era um dia maravilhoso para sair com Robin. Ele tinha conseguido uma folga no trabalho, assim como eu. Iríamos num passeio à barco, "patrocinado" por Killian. 

No momento, estava no restaurante da vovó, bebendo um copo de chocolate quente com pedaços de canela. Olhei para uma das janelas do lugar e nem me surpreendi com a presença de Gold, do outro lado da rua. O que estranhei foi o garoto que o acompanhava. Seria mais alguma vítima de suas falácias? Por que sinto esse peso na cabeça?

-Ruby! -Chamei a agora mais refinada garçonete e neta da dona do restaurante. Ela veio em pouco tempo.

-Sim, sra. Mills? -Falou, delicadamente.

-Aquele garoto... -Apontei para o menino lá fora, ao lado de Gold. Eles estavam se aproximando cada vez mais daqui -Quem ele é?

Ruby fez um esforço para observá-lo, mesmo com sua visão mais apurada.

-Sinto muito, Gina. Acho que não estou reconhecendo. -Fez uma cara de cachorro abandonado -Mas olha, para sua sorte, eles estão vindo para cá. -Resolvi confirmar o que dissera, espiando pelas brechas da cortina. Era verdade.

A porta se abriu e todos encararam um sorridente Gold com o garoto. Todos se conheciam em Storybrooke, mas não me lembrava dele. O estranho era que ele me lembrava alguém.

-Boa tarde, cavalheiros. -Rumple cumprimentou três homens, sentados perto do balcão de atendimento -Será que temos alguma bebida espumante nessa espelunca?

Granny, a vó de Ruby se aproximou de Gold, segurando uma besta com ambas as mãos. Ao vê-la com a arma, o menino do capuz vermelho recuou de medo.

-Está tudo bem, Jason. -Sussurrou para o menino -Esta graciosa senhora só está se protegendo.

-De quem? -"Jason" perguntou. Nenhuma resposta foi dita.

-Não quero você aqui, Gold. -Granny rugiu -Aproveite e leve o garoto consigo. -Gostaria de saber sobre ele. Sobre o menino que a poucos segundos seria expulso do lugar. Precisava encontrar uma forma de isso não acontecer e não perder essa chance.

-Não será necessário! -Me levantei da mesa. Emma e Robin, que estavam comigo, se assustaram no mesmo instante -Hã... pedi para Gold vir. Precisava falar com ele a sós. -Menti. Rumple percebeu, mas não estragou meu disfarce.

-Este, com certeza, é o pior lugar para isso. -Grammy retrucou, sem paciência -Bom, não é da minha conta. -Se retirou, jogando um olhar tenebroso para o antigo Senhor das Trevas.

Puxei o velho para perto de mim e fomos para um lugar mais longe da multidão. Graças a Deus Emma e Robin não pareciam se importar com isso. O menino, por instinto, seguiu Gold.

-Gold, o que está acontecendo? -Ele pediu. Ao olhar seu rosto, seu nariz, principalmente, logo reconheci de quem se tratava. Não conhecia "Jason", mas agora sabia exatamente quem era seu pai.

-Pode nos dar uma licença, querido? -O velho falou, praticamente lendo minha mente. Jason nos concedeu alguns minutos.

-Gold. Ele não seria filho do J. C., seria? -Gold não olhava tão impressionado quanto eu.

-Ele mesmo, Regina. Por quê?

-N-nada. Só... não esperava.

-O garoto veio de um hospício. Acha que isso não ficou óbvio? -Essa era a parte omitida de sua vida. Disso eu não sabia -Enfim, ele é só meu. Agora tenho o filho dele em minhas mãos. Talvez possa ser minha cobaia ou até meu escravo.

-Você não faria isso, seu verme inútil! -Quase gritei.

-Ãh, Ãh! -Girou o dedo indicador, num "não". Tinha nojo quando fazia isso, ainda mais para uma pessoa como eu -Eu não diria isso se fosse você, Regina. Sabe que posso fazer o que eu bem desejar.

-Será que não consegue raciocinar, Gold? -Falei mais baixo, mas com a mesma persistência -E se Jason for um dos Guardiões da Profecia, que Henry falou há dois dias? Você seria louco ou idiota o suficiente para arriscar a vida do menino?

Rumple ficou admirado. Será que não tinha pensado nisso antes? Não importa.

-O quê?! -Falou, como resposta -Você não tem certeza disso, Regina. Nenhum de nós tem!

-Eu sei. Mas podemos confirmar.

-Tudo bem, minha cara. -Disse, querendo, acredito eu, me esfolar viva, mesmo não sendo capaz -O que sugere que façamos.

Pensei um pouco, já carregada com a solução.

-Teremos que restaurar as memórias dele, lembrá-lo de quem ele realmente é. -Olhei para Jason, sentado a alguns metros de distância de nós dois -Precisamos lembrar quem é o pai dele.



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