1. Spirit Fanfics >
  2. Descendentes: Os guardiões da Profecia >
  3. A hora do arrepio

História Descendentes: Os guardiões da Profecia - A hora do arrepio


Escrita por: LuaaChan

Capítulo 3 - A hora do arrepio


|Charlotte|

-Finalmente eu te encontrei, doçura! -A risada do garoto malígno dos meus sonhos ressoava na minha mente. Pude reconhecer que estava sonhando, mas infelizmente, acordar não era uma opção -O que me diz de se unir à mim, Charlotte? -Passou a língua entre os lábios.

-Não se aproxime, monstro! -Ignorei seu convite, afastando-me do que parecia ser o Pesadelo em pessoa.

O garoto assustador tinha a pele pintada de branco, com algumas partes de preto especialmente em seu rosto. A parte mais estranha era que com a harmonia de ambas cores, formava-se uma imagem que se assemelhava a um crânio em sua face. Por isso, costumava apelidá-lo de Esqueleto. Ele segurava um taco de baseball e me ameaçava.

-Não tenha medo, criança. -Seu sorriso doentio fazia meu estômago revirar -Não vou te machucar. Ainda... -Sentia meu coração bater violentamente e de maneira irregular.

-Por favor! O que quer de mim? -Forcei as lágrimas a não saírem, sem êxito. Xinguei -Me deixe em paz!

-Eu só quero te conhecer melhor, minha cara. -Esqueleto se aproximou de mim. Estremeci ao notar o quão estranho era seu hálito. Tinha cheiro de morte -Por favor, querida. Olhe para mim. -Sua voz se derretia como manteiga. Seus dedos frios deslizaram sobre meu queixo, desisti de fechar os olhos. Merecia respostas do porquê estava sendo atormentada por ele.

Olhando bem, Esqueleto não parecia tão horrendo, nem tão velho -estaria exagerando se dissesse que o garoto era 4 anos mais velho do que eu. Como nos outros sonhos que ainda me recordava, sua fisionomia era a mesma: seu rosto era pálido (parecia ter sido pintado) com partes negras ao redor dos olhos e seu sorriso era marcado por pontilhados pintados manualmente de preto que atravessavam sua boca como uma costura.

-M-me deixe em paz! -Repeti, com mais fôlego e determinação do que antes -N-não quero nada com... você. -Minha voz foi reduzida a um grande nada, como se nem tudo o que dissera fosse verdade.

-Ah, minha linda. -Segurou novamente minha bochecha, com mais força -Não sabe o quão está errada.

Acordei, finalmente. Ergui minha cabeça, em seguida, metade do meu corpo. Estava sobre uma maca -a minha cama. Se não tivesse um coração de ferro, creio que já teria tido um ataque.

-Charlie, querida? -Ouvi um fraco ruído e reconheci ser o do meu pai -Ouvi seu grito lá de fora. O que aconteceu? Algum ponto arrebentado ou parafuso solto?

-N-não, não é nada disso. Tive mais um pesadelo...

-Com Esqueleto? -Perguntou. Assenti tristemente -Não sei os motivos disso, filha. Mas se quiser, posso marcar uma consulta com aquele psicólogo, o sr. Hopper.

-Pai... eu quero te pedir uma coisa. -Falei, lembrando da minha decisão de uns dias atrás. Mordi o lábio, nervosamente.

-Qualquer coisa...

-Quero ir para a escola. -Victor me encarou com a testa franzida.

-Charlotte, sabe que não pode... -Lembrou -Você é uma Frankenstein! O que as pessoas normais pensariam quando vissem uma garota cheia de costuras andar pelos corredores do colégio?

-Posso, muito bem, escondê-las! Sabe disso! -Provoquei.

Confuso com o "Frankenstein"? Por favor, não esteja. Essa sou eu, Charlotte, a filha de Victor Frankenstein e a única pessoa de Storybrooke que realmente conhece os segredos de alguns de seus primeiros habitantes (e os de seus descendentes).

Há um pouco mais de 1 década, os moradores de Storybrooke se reuniram para assinar um tratado que compreendia em não revelar aos seus descendentes nada sobre a cidade e seus poderes mágicos.
Victor me disse que para assegurar a proteção de seus futuros filhos e até netos, os pais formaram um comitê e tomaram uma decisão unânime de não falarem nada sobre suas verdadeiras origens aos seus herdeiros -deve ser um tremendo desafio para eles. Meu pai, como sempre radical, pediu que pelo menos uma pessoa estivesse fora do determinado, um Escolhido ou Escolhida. Por votação, a criança de Victor Frankenstein portaria esse privilégio -ou fardo, já que mal posso me comunicar verdadeiramente com o mundo exterior. Por isso, fico trancada no porão.

Victor Frankenstein me estudava, olhando-me de baixo para cima.

-Tem certeza que se garante, Charlie? -Segurou meu queixo, fazendo-me lembrar de Esqueleto. Ignorei a horrível sensação.

-Pode confiar em mim, papai. -O cientista me deu um suave beijo compreensivo. Aquilo era um sim! -Ande, vá se arrumar. Vou falar com a senhora Margaret para te deixar ir.

Agradeci alegremente. Peguei um conjunto de roupas, sem me esquecer da minha jaqueta comprida e em poucos minutos (o que não achei que fosse possível), já estava pronta.

-Quer que eu cheque suas costuras antes de ir? -Papai perguntou, pondo sua mão em uma das minhas mechas cacheadas e castanhas.

-Já fiz isso mais cedo. Não será necessário. -Sorri -Ah, só falta uma coisa.

-O que seria, meu amor? -Perguntou, preocupado. Cheguei perto dele e beijei sua bochecha esquerda.

-Obrigada, pai.

*

-Atenção, alunos! -Ouvi a voz da professora, mesmo fora da sala. Tinha chegado na escola há uns 10 minutos. Perdi um pouco de tempo com a parte burocrática, assinando uma lista de 8 páginas que me permitiria estudar aqui -Temos uma nova aluna. -Meu estômago gelou, estava nervosa de me apresentar, mas não teria escapatória.

-Senhorita Frankie. -Esse era meu suposto sobrenome. Concordemos, "Senhorita Frankenstein" seria algo MUITO estranho -Venha conhecer seus amigos.

Entrei na sala, olhando em primeiro lugar para a senhora Margaret.

-Pode sentar-se ao lado do Sr. Skull, por favor. -Notei que uma garota próxima à ele -que depois descobri atender pelo nome Megan Mills -ficou chateada com isso.

Ainda não olhei para meu acompanhante, mas infelizmente depois de segundos tive o desprazer de fazê-lo.

Um garoto bonito, de olhos e cabelos castanhos estava bem ao meu lado. Senti que o conhecia de algum lugar. Foi aí que eu lembrei!

Seu verdadeiro nome era Jake Skull, mas para mim, era nada mais, nada menos do que Esqueleto.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...