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História Desconexo - Choque de realidade


Escrita por: Mkyoko

Notas do Autor


Hello!
Espero que gostem!

Capítulo 10 - Choque de realidade


Fanfic / Fanfiction Desconexo - Choque de realidade

Finalmente chegou o dia de voltar para casa. Daqui de cima observo a cidade ficando pequena, dentro do peito sinto o acúmulo da ansiedade, da tristeza e do desejo desesperado de ficar. Era como estar dormindo e de repente acordar tendo que encarar a realidade, a falta de perspectivas e as chances desfavoráveis para concretizar o meu sonhado futuro. Neste momento não tenho nenhuma garota em mente, nenhum parente, nenhuma obrigação. Pela primeira vez estou pensando em mim mesmo, tendo pena, revolta e uma coragem insana para continuar lutando por uma felicidade que eu nem sei se existe mas se existir, eu sei que pude provar dela por esse breve tempo que estive sonhando acordado. 

Não me lembro bem do voo porque acabei dormindo a viagem inteira. Na noite anterior fiquei acordado olhando a cidade da varanda, cada luz, janela, prédio... Cada mínimo detalhe foi mapeado. Pareço estranho e obcecado por esse lugar. É como finalmente achar um lugar pra mim no mundo e ter só uma noite para me despedir dele, talvez para sempre ou talvez só por um breve período.  

Desembarcamos, o Senhor Hans me ofereceu carona para casa mas eu recusei usando uma desculpa deslavada de que meu pai estaria à caminho. Nos despedimos e cada um seguiu por uma direção. Sentei em uma das cadeiras da ala de espera, peguei o celular e estava pronto para chamar um uber quando uma certa garota de cabelos encaracolados e olhos castanhos brilhantes aparece sorrindo andando em minha direção. Por um momento voltei para o nosso primeiro dia no Ensino Médio, onde ela entrava pelo portão e atravessava o corredor vindo direto para mim, com aqueles mesmos cachos sendo balançados, o mesmo sorriso tímido e aquele rosto meigo que só consigo associar a um anjo. 

-Ei!! Eu senti saudades! -Ela estendeu os braços para um abraço mas eu ainda estava ali sentado perdido no meu de já vi. 

Quando finalmente acordei do meu transe, levantei e a abracei, um abraço frio e sem emoção. De repente me vem a imagem daquele cara gritando com ela, o rosto banhado em lágrimas, o rosto da garota mais forte que já conheci na vida. Neste exato momento em que o ciúme me dominava, onde meus braços tremiam e meus olhos se fechavam foi que me dei conta do quanto eu sempre amei aquela garota, das várias vezes que eu me peguei olhando para ela enquanto ainda éramos adolescentes e eu ainda estava descobrindo o que era o tal "gostar de alguém".  Sobreveio uma vontade incontrolável de roubá-la dele, de fugir com ela e fazer dessa garota a mais sorridente e feliz do mundo e tudo isso se quebrou quando abri meus olhos e vi o tal sujeito caminhando atrás dela, vindo em nossa direção com o pior dos sorrisos amarelos. 

-Como foi a viagem? -Ele perguntou mais interessado em interromper o abraço entre nós do que na minha resposta. 

Júlia me soltou e andou até ele, ficando lado a lado, dando as mãos e cruzando os dedos deles um no outro. E tudo se passava extremamente devagar diante dos meus olhos. 

-Foi produtiva. -Respondi desviando o olhar e tentando parecer cético. 

-Tirou muitas fotos? -Ela perguntou animada. 

-Tirei sim. Assim que eu passá-las para o pc te devolvo a câmera. -Respondi tentando ser simpático. 

-Sem pressa.. -Ela sorriu novamente já parecendo ser a garota mais feliz do mundo. -Vamos? Vinhemos te buscar. 

-Ah... desculpe. Eu estou esperando por uma amiga, ela disse que viria me buscar. -Menti. 

-Uma amiga, hein?  Neste caso seria melhor irmos na frente e marcarmos uma saída outro dia. -Aquele escroto falou com o pior tom de malícia que eu já ouvi na vida. 

-Sério? -Júlia falou com uma expressão um pouco brava. -Neste caso nos vemos por aí!

Não entendi o motivo dela de se chatear comigo mas respondi no mesmo tom. -Sim, nos vemos por aí!

-Até logo! - O namorado dela, que por um acaso se chamava Hector Hans, deu um tapinha no meu ombro e saiu puxando-a pela mão. 

É isso mesmo, meus caros. Nada é tão ruim que não possa piorar. O dito cujo era na verdade o filho do meu chefe, então fica óbvio o motivo deles estarem ali, de saberem exatamente a hora de pouso do voo, de aparecer bem na hora mais inoportuna, onde me sinto um sonhador inútil que acabou de acordar e deu de cara com a realidade. 

Acabei pegando o uber para chegar em casa. Foi bem rápido já que minha casa não ficava tão longe do aeroporto. Eu cheguei exausto, com dor no corpo por causa da viagem, com olheiras gigantes resultantes de uma noite inteira acordado, sustentando uma bolsa pesada no ombro e puxando uma mala ao meu lado. Abri a porta do apartamento, encarei o mesmo lugar solitário, vazio e escuro de sempre. Eu só queria tomar um banho, comer alguma coisa e cair na cama. 

Estava pronto para fechar a porta quando uma figura ruiva apareceu na minha frente. O mesmo sorriso sacana e olhos provocantes de sempre. -Geovana... -Falei desanimado, quase desmoronando na frente dela. 

-O que aconteceu? - Ela me olhou séria por um tempo. 

-Nada. -Larguei as malas no chão, a puxei para dentro e fechei a porta. A beijei ali mesmo, apertando sua cintura e a prendendo bem perto do meu corpo. 

-Ei, não me use como consolo! -Ela me advertiu entre um beijo e outro. 

-Não posso te prometer isso. -Parei e a encarei. 

-Tanto faz! -Ela voltou a me beijar ao mesmo tempo que me empurrava para o quarto. 

Não tenho orgulho de admitir isso mas naquela noite eu acabei dormindo com alguém que um dia chamei de chave de cadeia. Sorte a minha isso ser um elogio para ela, mas ainda assim ,só consigo me sentir um lixo. 


Notas Finais


Wow! Por essa nem eu esperava!
A mente de um autor é realmente uma terra inexplorada, concordam?
Deixem suas opiniões, críticas e sugestões.
Desde de já muito obrigada por acompanhar esta fanfic!
Kissus!


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