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História Desconexo - Afronta


Escrita por: Mkyoko

Notas do Autor


Demorei, eu sei. Me desculpem! Não posso prometer que vou ser mais rápida com as postagens porque a criatividade não ajuda mas espero que vocês gostem desse capítulo.

Capítulo 11 - Afronta


Fanfic / Fanfiction Desconexo - Afronta

Júlia e eu já não nos falávamos mais, não víamos mais um ao outro, nem por acidente na rua, o que antes acontecia muito. Acabei entregando a câmera dela a Hector, que gostou de saber que ela e eu já não éramos mais grandes amigos. Situação estranha essa, sem brigas, sem discussões, apenas esse gelo e distanciamento repentinos. Acabei deixando as fotos na câmera dela, no entanto, decidi fechar a minha conta no Instagram, único meio que usávamos para trocar alguma ideia. Eu estava meio quebrado por dentro, me sentindo traído e acovardado, não podia me esquecer do que eu estava fazendo com a Geovana também, usando-a para reparar os estragos que Júlia fazia. Apesar dela dizer que não se importava, eu me importo e muito, não quero machucá-la mas também não conseguia mandá-la embora. 

A semana de apresentação do TCC estava se aproximando, eu já tinha concluído minha tese, só precisava me apresentar e depois disso era a formatura. No trabalho, meu chefe havia feito uma proposta para que eu subisse de cargo e fosse contratado como administrador em uma das filiais da empresa. Ainda estava pensando na proposta mas no final eu sei que vou acabar aceitando.

Neste momento estou em um Starbucks tomando um expresso extra grande na tentativa de relaxar e desfocar de qualquer um dos meus problemas, ainda está cedo, faltam alguns minutos para entrar na empresa. Só estou tentando não pirar, porque se por um lado minha vida já está toda pré definida, do outro, parece que um grande furacão passou arrasando com tudo. Eu confesso que...

Confesso que toda essa angústia é só reflexo da falta que ela me faz... Pareço um grande covarde que fica fugindo de dar a ela algumas respostas e explicações mas ao mesmo tempo, eu esperava que ela me escolhesse... 

Isso nunca vai acontecer. 

Acabo terminando o meu café e subindo para o meu andar, ainda tenho que treinar o novo estagiário e evitar olhar para  a cara daquele babaca do Hector. Há alguns meses a existência dele simplesmente não me interessava em nada, mas foi só vê-lo gritar com a Júlia e em seguida agir como se fosse o mais apaixonado namorado do mundo que meu estômago começou a embrulhar, como se o simples fato de ele estar por perto me causasse o maior dos desconfortos estomacais. Acabei não tendo tanta sorte...

-Bom dia novato! -Ele falou irônico. Me esforcei  para não revirar os olhos ou socá-lo de uma vez. 

-Bom dia, senhor. -Falei frio e andei até a minha mesa onde o novo estagiário já estava me esperando. 

-Bom dia Gabriel. -O cumprimentei. 

-Bom dia! -Ele me respondeu entusiasmado.

-Tenho muito o que te passar hoje mas basicamente são as planilhas que mais usamos. Se você tiver um caderno para anotar os comandos ou quiser tirar fotos dos processos que vou te mostrar, fique à vontade. -Falei enquanto entrava no sistema com a minha senha. 

-Claro. Posso usar o tablet? 

-Como quiser, só não pode divulgar nenhuma dessas imagens. Lembre-se que no seu contrato há uma cláusula que te proíbe de divulgar qualquer informação sobre a empresa. 

-Sim senhor, eu me lembro. -Ele diz ligando o aparelho eletrônico. 

-Certo, vamos começar. -Disse enquanto ia abrindo uma janela atrás da outra no PC. 

A tarde passou depressa, acabou sendo muito produtivo. Gabriel aprendia rápido e conseguiu memorizar muitos comandos e processos. 

Fui direto para casa, não estava afim de pegar ônibus e queria chegar cedo. Quanto mais rápido eu conseguisse me isolar do mundo melhor!  

Assim que entrei no meu apartamento meu celular tocou. Era a Geovana e honestamente, hoje eu não estou muito afim de brincar... 

É muita canalhice dormir com uma garota pensando em outra e isso estava me matando. 

Ignorei a ligação e me joguei na cama. Acabei apagando por algumas horas, só acordei porque alguém começou a tocar minha campainha como um maluco. Levantei meio sonolento e fui abrir. 

-JÚLIA?! 

-Oi. -Ela me olhou com aqueles olhos penetrantes e cheios de raiva. 

-O que aconteceu?

-Precisamos conversar. Posso entrar? 

-Não! Não pode! -Uma mão apareceu na frente dela segurando o portal da porta e a separando de mim. 

Olhei assustado para a ruiva vestida de ódio e ciúmes encarando a moça de cachinhos que não parecia que iria deixar isso barato. 

-E quem você pensa que é para responder por ele? -Júlia lançou seu veneno.

-Alguém que sabe pegar o que quer ao invés de ficar fazendo rodeios infantis! -Boa Geovana! Não espera... O que eu estou pensando?

-E o que você sabe garota? Sai da minha frente! -Júlia pegou no braço da outra a fazendo recuar. 

Geovana estava pronta para começar uma briga quando eu a puxei para o meu abraço. -Já basta! -Gritei com as duas. 

-Entrem! -Falei grosso. 

-É claro que foi um erro vir até aqui! -Júlia começou a falar. 

-Eu não acredito que você resolveu escolher essa covarde para se apaixonar! -Geovana falou visivelmente revoltada com a outra.

-Geovana! -Gritei com ela, mais por vergonha do que pela raiva. 

-Honestamente, vocês dois são um pé no saco, então vou ser clara com essa gracinha aqui. -Falou apontando o dedo para Júlia que a encarou surpresa. -Você tem até a formatura dele para se decidir, caso você não tome uma atitude eu vou roubá-lo de vez de você! Entendeu? -Ela encarou a menor tentando intimidá-la e conseguiu. 

-Você é louca! -Júlia estava vermelha, não sei se de raiva ou vergonha, talvez os dois. 

Eu ainda estava ali parado na porta assistindo essa novela, quase indo buscar um balde de pipoca e uma bandeirinha de apoio à Geovana, quando recebi o olhar tímido de Júlia para em seguida encarar suas costas se distanciando. 

-O que foi isso? -Perguntei para a que ficou. 

-Só uma mãozinha. Por que não me atendeu? -Ela disse já me levando pra dentro. 

Fechei a porta e voltei a encará-la. -Por quê? 

-Porque você é o cara certinho, covarde e que provavelmente morrerá sem dizer o que sente por ela. -Ela falou se virando, indo em direção ao sofá. A puxei pelo braço antes que ela se sentasse. A abracei forte e beijei sua testa. 

-Por quê não eu? -Ela perguntou sorrindo. 

-Me desculpe por tudo que tenho feito você passar. 

-Você não fez nada que eu não quisesse. -Ela sorriu mais ainda. -Sempre quis saber como o senhor certinho era na cama. 

-Você não presta, garota! -Apoiei minha testa na dela que começou a rir. -Mas eu te amo mesmo assim. 

-Pena não ser um amor daqueles cheios de paixão e desejos sexuais... -Ela começou a brincar e a falar muita merda, como de costume. 

-Cala logo essa boca, vai! -Joguei o corpo pra trás sem soltá-la e ela me puxou de volta pra um abraço mais apertado. 

-Você sempre cuidou de mim, é claro que um dia eu acabaria me apaixonando, mas é como você disse uma vez, sou chave de cadeia, não me vejo presa a você, apesar de te amar muito. -Senti minha blusa umedecer. 

-Ei! Eu sempre vou cuidar de você! -Sussurrei pra ela.

-Eu sei... -Ela sussurrou de volta já me soltando. Limpou o rosto, jogou o cabelo pra trás e disse. -Vai logo fazer o meu café, homem! 

-Já estou indo mulher! -Me direcionei a cozinha mas parei no meio do caminho. 

-Geovana! -A chamei. 

-Sim? -Ela me olhou do sofá onde já havia se acomodado. 

-Obrigado. -Disse meio sem graça. 

Ela apenas sorriu e desviou seu olhar para a janela. 


Notas Finais


Próximo capítulo já será sobre a formatura do nosso amigo. Muitas mudanças e decisões o aguardam.
Espero vê-los em breve!
Obrigada por ler!
Jya Nee!


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