História Desde Sempre - EM REVISÃO - Capítulo Quatro

Demi p.o.v

Acordei sentindo uma dor de cabeça, merda havia bebido muito na noite anterior, mais afinal o que havia acontecido na noite anterior? Eu não conseguia me lembrar de nada.

Abri meus olhos lentamente, e percebi que estava em um quarto que não era meu, eu nem conhecia aquele quarto. Aonde eu estava?

Alguém se espreguiçou do meu lado e eu olhei, arregalei meus olhos.

- JUSTIN? – Dei um grito.

Ele arregalou seus olhos assim que me viu e olhou em volta e percebi que ele estava mais confuso do que eu.

- O QUE VOCÊ TA FAZENDO AQUI? QUE PORRA ACONTECEU AQUI? – Eu disse

- Com certeza nós transamos – ele disse como se fosse a coisa mais normal do mundo.

- COMO É QUE É? – Gritei.

- Não grita que eu estou com dor de cabeça –ele disse

- Não gritar? –Soltei um riso – NÃO GRITAR? VOCÊ TA DIZENDO QUE A GENTE TRANSOU E É PARA MIM NÃO GRITAR?

- Isso é normal Demi, pare de drama – ele falou – Se nós tivermos nus quer dizer que transamos mesmo ok?

- Babaca, eu sinto que estou nua.

- Eu também, então transamos – ele falou me olhando.

- SEU BABACA, NOJENTO, IDIOTA, FILHO DA MÃE – conforme eu ia chamando ele de tudo que é nome comecei a bater nele.

- PARA CARALHO – ele gritou segurando meus pulsos- EU NÃO ME LEMBRO DE NADA.

- E você acha que eu me lembro?

- A gente deve ter bebido de mais, e rolou –ele disse e soltou meus pulsos.

- Rolou? CARALHO COMO EU PUDE SER TÃO ESTUPIDA DE ACEITAR VIR NESSA FESTA, E DE TER BEBIDO? – Eu gritei - Eu transei com a pessoa que eu odeio.

- Eu te odeio e não estou surtando por ter transado com você, estou quase surtando por não me lembrar de nada – ele disse mordendo os lábios.

Antes que eu batesse nele, ele agarrou meus pulsos.

- Chega de violência.

- Babaca me solta – Eu falei fervendo de raiva

Ele me soltou, me agarrei ao lençol e levantei da cama, escutei um resmungo dele, provavelmente por ter deixado ele nu na cama, mais nem me virei, não queria olhar para ele, muito menos olhar para ele nu, peguei minhas roupas que estavam atiradas no chão e entrei numa porta dali que provavelmente era o banheiro, assim que vi que era o mesmo, tranquei a porta, e fechei a tampa do vaso, me sentando.

O QUE EU FIZ? Lágrimas começaram a molhar minhas bochechas, eu havia transado com a pessoa que eu odeio. Eu havia transado, e nem me lembrava como havia sido. Mas o pior de tudo, pior até mesmo de ter transado com a pessoa que eu odeio, é que foi a minha primeira vez.

Eu era virgem. E eu estava disposta a esperar pelo o cara certo, pode parecer que não é meu estilo, mas é sim, eu sempre sonhei em me apaixonar, namorar, amar, casar, e dar o orgulho para a pessoa que eu amava que ele seria o único a quem me tocaria.

Mas isso não aconteceria, não mais.

E mais uma vez eu havia perdido.

[....]

-Você chorou? – Justin perguntou assim que eu sai do banheiro, ele já estava vestido.

- Não – falei afim de não demonstrar a voz embaçada por conta do choro no banheiro.

- É claro que você chorou, conheço você desde criança e sei quando você chora. – Ele disse me puxando pelos braços – Por que está chorando?

- Não te interessa – eu disse tentando puxar meus braços, mas acontece que ele sempre foi mais forte que eu.

- Se essas lágrimas são por minha causa me interessa – falou ele.

- Você não entende – eu disse já sentindo o choro se aproximar.

- Eu tentarei entender.

- Acontece que é estressante saber que eu transei com a pessoa que eu odeio e triste saber que eu nem lembro como foi minha primeira vez.

- Você era virgem? – Ele disse com os olhos arregalados

- É claro que eu era, e sabe o que eu estava esperando? Casar com a pessoa que eu amo para me entregar somente a ela.

- Isso é bobagem – ele falou e soltou meu braço.

- Bobagem? Eu sabia que você não entenderia – Disse bufando e enxugando as lágrimas, peguei o meu salto e calcei – Eu vou embora de taxi – Fui até a porta e estava preste a sair quando ele falou

- Com que dinheiro posso saber?

- Eu dou o meu jeito – falei e sai do quarto.

[....]

Havia pedido para o taxista esperar e fui no meu quarto pegar o dinheiro depois entreguei para ele, e nesse momento eu estava no meu quarto, já de banho tomado, assim se eu tivesse algum cheiro daquele infeliz, eu já havia eliminado.

Não conseguia entender, como eu fui ficar bêbada a esse ponto? Como? Eu não iria chorar de novo, não tinha mais o que fazer, o momento fraqueza já havia passado, mais eu odiava saber que havia perdido minha virgindade com o meu inimigo, CARALHO, podia ser com qualquer outra pessoa iria ser menos doloroso.

Fui desperta dos meus pensamentos com a porta sendo aberta rapidamente e três garotas assustadas entrarem por ela.

- Ufa você está viva- Caitlin disse.

- É claro que sim – eu disse.

- Ficamos preocupada com você – Ana falou fechando a porta.

- Onde é que você estava? – Liza perguntou

- Meus pais estão em casa? – Perguntei

- Não, mais por que a resposta com outra pergunta? – Liza perguntou

- Por que o que eu vou falar para vocês, como eu conheço vocês iram gritar, e não quero que meus pais ouçam, e isso fica aqui entenderam? – Eu falei

Elas assentiram. Eu teria que falar para elas, são minhas melhores amigas.

- Eutranseicomojustin –Falei tudo rápido.

- O que? Que que tem o Justin? – Caitlin perguntou

Bufei.

- Eu transei com o Justin.

Apenas vi os olhos das meninas na minha frente se arregalarem.

- Você o que?  -Ana perguntou.

- Isso que você ouviu – disse.

- E como foi? – Caitlin perguntou.

- Nos conte tudo – Liza pediu.

- Eu não me lembro, eu estava bêbada, vocês acham que eu transaria com ele se eu não estivesse bêbada? É obvio que não, e o pior de tudo, vocês sabem que eu queria casar virgem, e olha isso, parece que a vida está contra mim.

- Não fala isso, olha você sabe que ninguém mais casa virgem então não tem problema –Liza tentou me consolar.

- Acontece que casar virgem era uma decisão minha, minha. – Eu disse

- Olha, não tocaremos mais nesse assunto ok? Esse assunto vai morrer aqui, eu sei que você pode está se odiando por isso, mas nosso dever como amigas é fazer você esquecer isso, apesar que vai ser difícil vendo o Justin toda hora, mais não custa tentar, não quero que você fique mal por isso, ok? – Ana deu seu discurso e eu assenti.

Ana quer se formar em psicologia e eu acredito que ela seria uma grande psicóloga, ela sempre nos ajuda, sempre da conselhos.

Obedecendo o que Ana disse, Caitlin começou com um assunto aleatório que eu nem dei atenção para o que ela falava.

Minha mente estava navegando em outro lugar.

E a pergunta principal era “como eu fui deixar isso acontecer? ” Apesar de saber que eu estava bêbada para poder impedir algo.

Justin p.o.v

-Vocês transaram? – Chaz quase gritou quando ouviu tudo que aconteceu na noite passada.

- Agente estava bêbados.

- Mas vocês transaram cara – Chris falou.

- Ela deve está puta da vida – Ryan afirmou

- Com certeza ela deve está me odiando ainda mais – eu falei.

- Cara eu ainda não acredito que você não se lembra – Ryan falou- Todo mundo aqui sabe que Demi é gostosa.

- Eu estava bêbado – repeti

- Já sabemos disso – Chris disse, olhou para o relógio no seu pulso – Desculpa aí, mas tenho um encontro com a Ana daqui a 15 minutos então se me dão licença.

- Vai La – eu falei

- Graças a deus vai pegar ela – Ryan comentou rindo – Eu vou junto tenho aqueles trabalhos que eu ainda não fiz para fazer, não posso reprovar.

- Já que todos estão indo vou também – Chaz falou – Vou ver minha gatinha.

Dei um tchau para eles que saíram, me joguei na cama e fiquei pensando.

Demi deveria estar me odiando, mas mesmo não me lembrando, não consigo me arrepender, Demi estava gostosa naquele vestido, e com certeza minha noite foi quente.

Eu sempre gostei de implicar com ela, é engraçado ver o quanto ela fica irritada comigo com apenas um olhar meu sobre ela.

Suspirei, eu tenho que concorda com o Ryan, eu ainda não acredito que eu não consigo me lembrar.

Um mês depois...

Um mês havia se passado, um mês depois do acontecimento com o Justin, e eu ainda não acreditava que havia transado com ele, ok eu estava bêbada, isso já é uma grande resposta ao acontecimento, já faltava apenas um mês para o terminar o ano letivo, e eu iria para uma faculdade, ainda não sabia o que iria fazer, mas ficar longe do Justin já me deixava feliz. Nosso relacionamento estava o mesmo, havia deixado claro que era para esquecer daquilo, apesar de não nos lembrarmos da noite, graças a deus, mas bem, ainda continuávamos nos odiando como sempre.

A porta foi aberta e as meninas entraram, como era domingo elas sempre vinham aqui.

- Estávamos no tédio e resolvemos te incomodar – Liza falou se jogando no meu lado na cama.

- E o Chaz? – Perguntei.

- Está com os meninos ali na casa do Justin.

- O que temos para fazer aqui? – Caitlin perguntou

- Não sei, podemos ver um filme, sei lá, eu estava no tédio também – Comentei.

- Já que não temos nada para fazer, vou contar uma novidade – Ana começou- Olhem isso

Ela mostrou sua mão, nela continha um anel.

- De quem ganhou esse anel? – Caitlin perguntou.

- Do Chris, é um anel de compromisso, ele me pediu em namoro, vocês não têm noção do quão fofo ele foi, ele se declarou para mim, ele sempre sentiu o mesmo que eu. – Ela falou empolgada.

Ela estava tão feliz.

- Own que fofos, parabéns – Caitlin a abraçou.

- Obrigada.

- Parabéns amiga, você merece – Liza a abraçou depois de Caitlin

Assim que elas se desfizeram do abraço, a puxei em um abraço bem apertado.

- Parabéns amiga, vocês se amam e são lindos juntos – falei

De repente um mal-estar me atingiu, meu estomago estava começando a revirar, me desfiz do abraço rapidamente e fui correndo para o banheiro, me ajoelhei no chão na frente do vaso e vomitei.

Droga eu odiava vomitar.

Assim que já havia vomitado tudo que havia comido no almoço, peguei minha escova de dentes e comecei a escová-los, percebi que as gurias me olhavam estranho.

- O que foi? – Perguntei terminando de escovar o dente

- O que está acontecendo com você? Já perdi as contas de quantas vezes você vomitou esse mês – Caitlin perguntou

- Eu não sei, deve ser algo que eu comi – falei dando de ombros e saindo do banheiro sentando na cama.

- Ah então você come algo errado todos os dias? – Liza perguntou com um tom de deboche na sua voz

- Eu não sei ok, só sei que estou com isso a umas três semanas, deve ser algo errado no estomago, isso passa. – Afirmei.

- Nessas últimas semanas na escola você saia da sala correndo para ir vomitar no banheiro, acredita que até Justin perguntou o que estava acontecendo com você? – Caitlin disse.

- Verdade? – Perguntei estranhando

- Sim.

- Bom para ele – falei revirando os olhos

- Você tem que ir no médico – Liza disse decidida

- Não mesmo, não quero tomar remédio, muito menos injeção.

- Você não vai tomar injeção, só vai consultar e talvez ele te receite alguns comprimidos nada de mais –Liza disse.

- Não eu já falei – falei decidida.

- Você é teimosa de mais – Caitlin disse.

- Não gosto de médicos

Olhei para elas e minha atenção foi para Ana que estava mais branca do que o normal.

- Ana o que aconteceu? – Perguntei e logo as meninas olharam para ela.

- Eu já volto – ela não falou mais nada, pegou sua bolsa e saiu porta a fora.

- O que deu nela? – Perguntei confusa.

-Não entendi. –Caitlin falou.

- Eu também não – Liza disse.

- Estranho. – Comentei.

[....]

Alguns minutos se passaram e meu estomago roncou, era sempre assim, vomitava e logo após, dava fome.

- Eu vou ver algo para comer.

Me levantei e fui até a porta, mas me surpreendi com Ana entrando pela mesma com uma sacola na mão. Ela tirou da sacola três testes de gravidez, meus olhos se arregalaram.

- Ana você está grávida? – Quase gritei.

- Não, mais você está – ela disse

Eu ri.

Não tive outra reação a não ser cair na gargalhada.

- Pare de rir, Ana pode estar certa – Caitlin disse.

- O que? Vocês vão acreditar na piada? – Eu perguntei tentando não rir mais.

- Não é piada, faz sentido – Liza pensou – Uma pergunta, você e Justin usaram camisinha naquela noite? Opa você não sabe, acontece que você estar grávida de Justin faz todo o sentindo e você não pode negar isso. – Liza falou.

Caralho.

Estremeci, tudo fazia sentido, mesmo eu não querendo acreditar.

- Eu...- nem terminei de falar, fui interrompida.

- Aqui tem três testes de gravidez, vai fazê-los.

- Eu não posso estar grávida, isso é idiotice, e claro que devemos ter usado camisinha –afirmei, mas eu sabia que o risco era grande.

- Vai fazer – Cailtlin mandou.

Peguei a sacola e fui para o banheiro bufando, fechei a porta e suspirei.

Eu iria fazer essa merda e provar que não estava grávida.

[...]

Sai do banheiro com os olhos transbordando de lágrimas, eu estou grávida. Chorava mais do que tudo, as meninas nem precisaram perguntar se deu positivo ou negativo, já tinham a resposta nas minhas lágrimas.

Elas me abraçaram e eu não sei como, mas consegui chorar ainda mais, como eu poderia ter um filho? DO JUSTIN.

- O que você vai fazer Demi? – Liza perguntou depois de todos termos desfeito o abraço.

- Eu não sei, eu não posso ficar grávida, eu tenho um futuro pela frente, faculdade, trabalhos, um bebê só estragaria isso. – Eu disse

- Você não está pensando em tirar essa criança né? – Ana falou

- NÃO –gritei – É claro que não, essa criança não tem nada haver com a burrada que eu fiz.

- Ufa – Liza suspirou- Vai contar para o Justin amanhã?

- Contar para o Justin? É claro que não –eu disse enxugando minhas lágrimas.

- Ele deve saber que vai ser pai, e outra não tem como não contar para ele, ele irá descobrir de qualquer forma, ele é seu vizinho – Caitlin disse

- Mas ele não saberá de nada agora ok? – Eu afirmei

Elas assentiram.

- Desculpa por isso, mas meninas eu preciso ficar sozinha – eu pedi.

- Tudo bem, a gente já ia ir mesmo né meninas? – Ana perguntou, elas assentiram.

- Tchau amiga, fica bem por favor – Cailtin falou e me abraçou.

- Tchau Demi – Liza e Ana me abraçaram.

E assim elas se foram.

Sobrando só eu e minhas lágrimas. Nas quais haviam voltado e com mais força.

Eu estava grávida. E o pior de descobrir isso era que o filho era do garoto que eu odeio, o garoto que eu sempre odiei e prometi que sempre ia odiar.

Eu poderia tirar esse filho, mas não iria fazer isso, era um pecado, um dos piores pecados do mundo, o bebê não tinha culpa.

Eu era a culpada.

Culpada por ir na festa, culpada por ficar bêbada, culpada por transar com Justin, culpada por engravidar dele.

Isso era injusto, o que eu havia feito nas vidas passadas para ter essa como castigo? Era um castigo estar grávida de Justin, significava que eu não ficaria tão longe dele, não iria para uma faculdade, nem mesmo me mudar de pais, afinal algo nos ligava, o bebê nos ligava.

Justin p.o.v

A porta é batida fortemente aqui na minha casa, quem seria? Os garotos estavam aqui comigo jogando vídeo game, meus pais haviam saído, alertando que chegavam só a noite.

-Quem será? – Chaz perguntou.

- Esperem aí, vou ver.

Desci as escadas, e os garotos também, pelo jeito eles não entenderam a parte do esperem aí, abri a porta e Caitlin, Ana e Liza entraram afobadas para dentro, fechei a porta e as encarei confuso.

- O que aconteceu? – Perguntei.

- Ela não quer que conte Liza, você não entendeu? –Ana disse, estranhei.

- Contar o que? Ela quem? – Perguntei

- Ele tem que saber.

- Mas ela vai ficar puta da vida com você, sabe como ela é – Caitlin disse.

- Se eu não contar ela nunca vai contar e Justin irá descobrir da pior forma. –Liza continuou.

- Da para pararem de falar em código – Eu disse, percebi que os meninos só observavam - Quem é ela?

- É a Demi, Ela está esperando um filho seu.