História Desejo (Hiatus) - (Parte 1) O Começo

POV LUKE

E lá vai mais um dia tendo que acordar cedo para conviver em sociedade, minha disposição para sair da cama encontra-se em zero por cento. Levanto da mesma com a maior vontade do mundo e vou direto ao banheiro do meu quarto, “ainda bem que tenho um banheiro só para mim” Penso.  

Olho-me no espelho e vejo o grande bagaço que eu estou, acabei dormindo com a cabeça sobre o celular e agora meu rosto esta cheio de marquinhas, além desse meu cabelo que parece estar revoltado com a vida... Sempre, né.

Me olho mais uma vez ao espelho... Essa minha cara de menininho puro e delicado demais, como mudar? Penso. Acho que eu peguei da síndrome da Avril Lavigne.

Pelo menos acordei cedo e vou poder  ajeitar tudo isso antes de ir para o maravilhoso lugar que se chama Colégio. Faço toda minha higiene, saiu do meu quarto e desço para chegar à cozinha. Preguiça e a vontade tão grandes, que eu ia praticamente me arrastando.

- Mas que cheiro estranho é esse? – Olho pra mesa de mármore e vejo um pedaço de pizza estragado  – Só poder ter sido o Caleb que fez isso.  – Meu irmão é um porco, nem jogar no lixo, ele joga – Nojento.

- Oi maninho. – Falando na criatura, ele resolveu aparecer do nada.

- Que susto  – Boto a mão no peito  – Resolveu acorda certo, por quê?  – Questiono  – Sempre sou eu que tenho que te acordar, nem o alarme mesmo te acorda.

- Primeiro dia de aula, não quero me atrasar – Ele diz.

Começo a rir, ele não quer se atrasar? É isso mesmo?

- Ok, né.  – Digo e começo a fazer meu café.

- É o que, mas cadê o leite? – Começo a procurar pelos armários e não acho.  – Caleb, cadê o leite?

- Não sei.  – Ele fala rindo  – Procura aí.

- Você estava fazendo mais uma daquelas experiências ridículas? – Esse garoto não é normal - Sua peste,  vou dizer pra mãe que você acabou com todo o leite em pó de novo – Já tô estressado com essa criatura.

- Ahh, olha ali um bem encima do armário, não precisa começar a dar chilique. – Ele bufa revirando os olhos.

Viro pra onde ele aponta e abro a boca, me viro de novo e olho pra ele.

- Eu não alcanço,  pega pra mim, por favor  – Peço tentando fazer um biquinho fofo.

- Essa carinha não funciona mais comigo, você sabe disso. –  Diz ele, indo em direção ao armário.

Já disse o quanto eu odeio ser baixinho? Pois é, Caleb com só 15 anos já esta centímetros acima de mim, enquanto eu aqui tenho os meus humildes 1,63, sou um anão de jardim né, eu sei.

- Toma aí nanico.

Bufo.

Termino meu café e vou direto ao meu quarto me arrumar.

- Ainda bem que falta 1 hora – Falo. Eu tenho o costume de falar sozinho, vivo conversando comigo mesmo, mas só quando não tem ninguém por perto né.

Olho o meu celular e vejo que chegou uma mensagem, é de Lunna, uma das minhas melhores amigas.

“Oi meu gatão, já está pronto?”

Rio, ela coloca cada apelido em mim.

“Ainda não, preguiça.” – Eu envio.

“Então comesse a ser arrumar, pois já estou chegando ai com o meu brilho”.

“Mas que brilho, amiga? Não se confunda, isso é a oleosidade do seu rosto” – Envio rindo imaginando a cara que ela fez ao ler.

“Ei bicha idiota, quer me destruir é?”

 “Deixa de inveja, eu sou linda ,ofusco você com a minha beleza de uma princesa da Disney”

Não aguento e começo a rir. Só ela mesmo para começar a animar o meu dia.

Continuo conversando com ela, até que vejo as horas em meu celular – Opa, só me restar agora meia hora. – Digo apressado já pegando a roupa que eu escolhi pra ir.

Como não era obrigatório ir com farda, eu posso escolher com qual roupa ir. Decido ir com uma camisa de mangas longas com a estampa do 2NE1. Eu ganhei de um amigo como presente de aniversário,  eu quase enlouqueci  quando ganhei, pois eu sou um grande fã do grupo, ela já tem bastante tempo, mas nem me importa. Pego um calça skinny preta e o meu allstar, não vivo sem eles, tenho um coleção bem grande de allstar.

Quando já estou pronto, saiu do meu quarto e desço as escadas encontrando minha mãe na sala, já arrumada para ir ao trabalho.

- Mami. – Chamo ela.  Antes eu teria uma vergonha imensa de chamar ela assim. Muitos achariam um filho chamando a mãe desse jeito muito estranho, mas desde que contei aos meus pais minha sexualidade ( coisa que eles já sabiam bem antes de eu contar ), me senti muito mais livre.

- Oi filhote!  – Ela chega perto de mim apertando minhas bochechas balançando minha cabeça de um lado para outro. Eu simplesmente odeio ter bochechas grandes  – Animado para o primeiro dia?

- Olha, tô bastante viu! Muito mesmo, já acordei pulando da cama. – Falo rindo forçado. Ótimo, agora as minhas bochechas estão vermelhas.

- Oh querido, pensa nos garotos novatos que você pode acabar encontrando por lá – Ela diz isso de um modo tão natural. Além de mãe, é uma grande amiga, então não existem barreiras quanto um assunto como esse.

- Dona Karen, escola é para ir estudar, não para “encontrar garotos” – Digo fazendo aspas no ar.

- Meu bebê.  – Lá vai ela me chamar de bebê.  – Eu mesma na sua idade e...

- Não, não, a senhora já me disse isso muitos vezes. – Interrompo ela antes que comesse a falar dos seus namoros na adolescência  – Já entendi.

- Já entendeu o que?  – Meu pai aparece, ufa, ele me salvou de uma conversa que já não aguentava mais ter com ela. Essa criatura é persistente viu.

- Amor, que bom que apareceu, nós estávamos falando justamente de garotos  – Diz ela chegando perto dele com um sorriso no rosto, uhh.

Meu pai olha pra mim, parecendo esperar eu falar alguma coisa.

- A mesma conversa de sempre. – Digo com tédio.

A companhia começa a tocar. Já sei que é Lunna.

- Já volto.  – Digo a eles.

- Luke! Sou eu! Abri logo.  – Já disse o quanto ela é escandalosa? - Tô apertada... Quero ir ao banheiro!

Abro a porta, em menos de um segundo ela se joga pra cima de mim.

- Calma Luh... Quer me quebrar, já sou magro.  – Digo já com falta de ar.

Nós separamos, e sinto ela começar a me analisar com um olhar crítico de cima para baixo.

- Hum, Dá uma virada  – Ela manda.

Reviro os olhos, mas faço o que ela pede.

- Luke! Você tá cada vez mais gostoso, olha essa bunda.  – Com a mão direita, ela aperta minha bunda com força  – Seu eu tivesse um pinto não pouparia em entrar aí e te fo...

- Tá bom, tá bom, meus pais estão aqui – Interrompo-a.

- NÓS OUVIMOS!  – Minha mãe grita da sala.

Se minhas bochechas antes já estavam vermelhas, agora estão parecendo dois tomates.

- Vamos logo para não chegarmos atrasados. – Digo a ela – Casal batata já estou indo!  – As vezes me refiro aos dois assim. Mas isso é uma longa história.

Fecho a porta, então começamos a andar em direção ao colégio.

- Mas espera! - Ela nós para - Eu ainda não fui ao banheiro.

- No colégio você vai. - Digo.

- Que chato, não sei porque eu ainda sou sua amiga. - Oh drama.

Pego meu celular com os fones de ouvido, coloco um no meu ouvido, outro no dela, e vamos andando escutando K-Pop (nós dois somos grandes fãs de K-Pop). Foi difícil encontrar alguém que também fosse kpopper, isso só nos juntou mais ainda.

Enquanto íamos andando escutando música e conversando, não percebemos uma certa criatura chegar atrás de nós.

- AHHHHHHHHHH – Ela grita e empurra-nos para frente.

- Raven DEMÔNIA! Qual o teu problema?  – Lunna põe as suas duas mãos sobre o peito soltando um olhar fulminante para a outra.

- Meus lindos, vocês já sabem como eu sou. – Diz ela rindo – Adoro chegar causando e aterrorizando.

- Você hein... Sei não. - Falo - Ohh, vamos logo que só temos mais 10 minutos. – Digo a elas.

- Vamos!  – Diz Raven ficando no meio segurando em meu braço esquerdo e o direito de Luh.

Faltando poucos minutos, já estávamos de frente ao portão. E lá eu vejo ele, Andrew Frances. Não sei bem como isso aconteceu, mas foi exatamente  no meio do ano passado quando ele chegou nesse colégio, quando me dei conta, já estava totalmente apaixonado. Dou um suspiro.

Raven percebendo isso se pronuncia.

- Amigo, tudo bem?  – Ela pergunta

- Tudo, não é nada.  – Digo soltando um pequeno e discreto sorriso.

- Mentira, sei bem o porquê de ele estar assim – Diz Lunna com essa maldita matraca, oh jesus.

- É por causa dele não é?  – Raven pergunta.

Não queria mentir para elas – Sim, é por causa dele.

- Você também não toma nenhuma atitude, Luke. Só fica aí sofrendo por causa desse macho – Diz Lunna já alterada.

- Luh, também não é assim né...

- Não é assim o que? – Ela acaba interrompendo Raven – Amigo, já cansei de ver você triste por causa dele, tem que parar de ficar se martirizando por isso. O Charles, por exemplo, ele gosta tanto de você, deveria dá-lo uma chance ou pelo menos tentar.

- Não só o Charles, como muitos outros... Você que ainda não percebeu isso, Luke. - Certo, acho que dessa vez Raven exagerou.

Eu penso por um momento, é verdade sim o que ela disse. Mas eu simplesmente não consigo, o Andrew  sempre habita em boa parte dos meus pensamentos.

- Ok, não vamos discutir isso agora, não é? – Digo já incomodado com esse assunto

- Tá bom, mas esse assunto não termina aqui, mocinho. – Solta Lunna com um olhar sobre mim.

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Não acredito que eu acabei sendo transferido de sala, eu realmente não esperava por isso, e agora? Eu não queria me afastar das meninas, nem dos amigos que acabei fazendo lá. Simplesmente não conheço ninguém da sala que eu vou ficar a partir de agora, só o Charles e eu nem falo muito com ele.

O meu deus, irei fazer uma oração para os deuses para me tirar dessa enrascada que me botaram.

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POV NARRADOR

O sinal toca, e Luke já deveria estar na sala de aula, mas acabou percebendo que estava sem os seus óculos, apesar de não usa-los muito, ainda sim de certa forma era dependente dele,  agora está desesperado procurando por ele dentro do seu armário no corredor, dentro da bolsa, em todos os lugares possíveis.

Frustado por não achar os seus óculos, ele resolve ir para a sala de aula, mas assim que se vira uma mão toca no seu ombro.

- Oi Luke. – Ele reconhece a voz como sendo a de Charles.

- Ah, oi Charles. – Diz ele ofegante se virando para encara-lo.

- Eu percebi que você estava procurando algo, era isso? – Ele mostra um óculos, e Luke imediatamente reconhece como sendo o seu.

- Minha nossa Charles, muito obrigado mesmo, já estava quase desesperado procurando por ele – Luke se mostra mais calmo e acaba suspirando.

- De nada, baixinho  – Diz Charles sorrindo sedutor entregando o óculos ao mais novo

Luke engole em seco.

- Nem sou tão baixinho assim, tenho mais de 1,60 – Diz Luke rindo de si mesmo.

Charles começa a rir da carinha que o outro fez.

- Verdade, você já tá batendo perto do meu ombro – Fala só para provocar o outro.

As bochechas dele começam a corar.

- Ehh, ahhh – Luke gagueja  sem querer  – É melhor irmos logo pra sala.

- Certo, vamos.

- Você pode ir na frente, eu esqueci de encher minha garrafa - Charles olha para a garrafa seca nas mãos de Luke.

- Certo, te vejo lá – Charles se abaixa e deposita um beijo em sua testa.

Luke nervoso rapidamente se virá e vai em direção ao bebedouro.

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Depois de ter enchido sua garrafa, o mesmo vai em direção a sala, percebendo que já estava 5 minutos atrasado.

- Me ferrei!  – Diz a si mesmo

Chegando perto da porta da sala de aula, ele abre e visualiza o professor falando algo enquanto escrevia no quadro. Todos acabam olhando diretamente para si, o deixando bastante nervoso. Engole em seco.

- Chegando atrasado, hum.  – O professor diz olhando para o novo aluno da sala, mas não parecendo zangado.

- Me-me desculpe professor. – Diz ele gaguejando e se repreendendo  mentalmente por isso.

- Ok, escolha um lugar para sentar.  – Diz o professor voltando a escrever no quadro.

Luke então se vira, percebendo que ainda havia muitos olhando para si.

Ele acaba visualizando uma cadeira disponível  e vai em direção a ela. Enquanto andava em direção a cadeira, sentia que alguém não parava de o olhar, decidido levantou a cabeça e sua respiração por um momento parou. Era ele olhando para si e de uma forma intensa, Luke rapidamente voltou a baixar a cabeça e se sentou na cadeira. Colocou seus materiais sobre a mesa, ainda sentindo o seu corpo tenso pelo ocorrido. Luke começou a se perguntar, por que Andrew estava o olhando daquele maneira?

Seria a primeira vez que estava sendo notado por ele? Se perguntava.

POV LUKE

 Ahhh, maldição, por que ele tem que ser tão lindo e atraente? Oh céus, o que eu fiz para merecer isso? ele é lindo (Ok, já disse isso) com certeza desejado por muitos, o que veria num menininho sem graça como eu? - Eu realmente já estava ficando puto com a vida, por que justo ele? Tá, posso ter exagerado um pouco, as vezes percebo ele olhando pra mim, ou pode ser só impressão minha? TÔ FERRADO!