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História Desejo (Hiatus) - Detenção


Escrita por: KookJung

Notas do Autor


Tamtam Tamtam... E a trama continua...

Gente, eu quero avisar antes que vai ter personagem novo... Sim vai ter (meio contraditório, já que no capítulo passado eu disso que não iria adicionar mais nenhum personagem fixo, acabei não avisando e misturando tudo) eu devia ter inserido ele lá no comecinho, bem no começo da fic, mas acabou não rolando (leem as notas
finais, que lá tá tudo explicadinho), bjs boa leitura
Ah, o próximo capítulo eu iria postar hoje, mas acabou não dando, mas amanhã mesmo eu posto (talvez eu poste ele ainda hoje mesmo).

Capítulo 25 - Detenção


Fanfic / Fanfiction Desejo (Hiatus) - Detenção

POV NARRADOR

- Silencio! Silencio! – A professora pedia enquanto apagava o quadro – Hoje eu vou pedir para que vocês façam um desenho. – Alguns alunos começaram a levantar as mãos, outros faziam perguntas, a professora mais uma vez pedia por silencio – Vou querer que desenhem um animal que vocês gostem, se identificam ou desejam ter como bichinho de estimação. Valendo nota, podem começar!

As crianças entre 8 a 10 anos sentaram-se as suas respectivas cadeiras tirando os materiais necessários para começar os desenhos.

- O que foi querida? Não vai desenhar? – A professora se agacha diante da aluna.

- Eu não sei desenhar, professora. Vai ficar muito feio! – Reclama.

- Tenho certeza que com esforço vai ficar lindo, Emma. – Incentiva, sorrindo ao ver a mesma pegar o lápis começando a desenhar uma linha torta.

Alguns minutos se passaram e Emma já tinha terminado o seu desenho. Só faltava cobrir com o lápis de colorir.

Olha para trás, vendo Lauren isolada de todos enquanto rabiscava algo na folha branca.

Sentia-se mal pela atitude de Sarah. Picar a folha em pedaços e jogar no cabelo da outra não foi nada legal. Sentia que precisava se desculpar, mesmo que não tivesse culpa.

Ainda um pouco incerta e com o desenho em mão, caminhava até parar de frente a outra.

- Que bichinho você desenhou? – Pergunta curiosa. Lauren não a responde, sua atenção focava-se apenas na folha em que desenhava – É... O que Sarah fez foi uma grande maldade, eu quero me desculpar por isso.

- Então por que anda com elas se não acha certo o que fizeram comigo? – Pergunta sem emoção, tirando por alguns segundos sua atenção da folha.

Emma não a soube responder. Por que ainda era amiga de Sarah? Nem a mesma sabia.

- Eu fiz um coelhinho, olha só. – Muda repentinamente de assunto, mostrando o seu desenho a Lauren – Não ficou muito bonito, mas eu adoro coelhinhos. – Tentava a continuar puxar assunto com a outra – E você o que fez? – Senta-se na cadeira livre ao seu lado – O que é isso? – Aponta curiosa para a folha.

- Um escorpião.

Emma a olha por alguns instantes.

- Escorpião? – Pergunta confusa – Por que um escorpião?

- Por que eles são fascinantes e eu gosto. – Responde simples, sem entender o espanto da outra.

- Mas escorpiões são perigosos e podem machucar as pessoas que amamos. – Achava tal animal tenebroso e fatal, como a outra podia ter fascínio por eles?

- Não existe ninguém que eu ame. – Puxa o seu desenho, escondendo-o debaixo do caderno.

Emma abre a boca e a fecha em um som mudo.

- Já terminaram? – A professora volta à pergunta. Emma mais uma vez olha para Lauren, descendo da cadeira e voltando ao seu lugar de antes.

- - - - -

William: Emma, isso é muito, muito sério.

Lunna: Sempre percebi algo de estranho nessa garota.

Raven: Você sabe bem que não podemos acusa-la sem ter provas concretas. – Diz a ruiva, que continuava em pé andando de um lado a outro enquanto narrava tal lembrança que viera a sua mente.

Emma: Eu sei disso, pessoal, mas ela não pode sair impune. – Fora para o espanto de todos ao descobrir a causa da morte da professora Deisy, há dois dias. No mesmo dia, depois que o corpo da professora fora levado pela emergência, um dos faxineiros, enquanto checava o seu carro, encontrou numa bolsa, um escorpião esmagado. Aparentemente fora esmagado pelo peso que o corpo morto fez sobre a bolsa. Mesmo com a direção da instituição tentando manter em sigilo, a noticia rapidamente se espalhou por toda a escola, causando um grande burburinho, não só dentro, como também fora – O mais estranho ainda é que no mesmo dia, eu acabei esbarrando com a Hani na entrada do banheiro, ela estava toda tremula e esquisita... E tem mais, Lauren também estava lá, e eu tenho a absoluta certeza que aconteceu algo entre elas. Eu entrei em uma das cabines e pude ouvir uma conversa um tanto estranha dela com o pai... Pelo o que ele disse foi encontrado no quarto dela e do irmão escorpiões... Como é possível? Escorpiões aqui são raros, e de repente aparece tantos do nada.

Raven: É mesmo muito estranho e ao mesmo tempo uma grande coincidência.

Os outros permaneciam calados, tentando absorver todas as informações ditas.

Emma: Além de que ela nunca se deu bem com a professora Deyse. Ela é vingativa e capaz de qualquer coisa.

Lunna: Seria doentio da parte dela planejar... – Tenta procurar pelas palavras certas – A morte da própria professora. Eu posso não gostar de várias pessoas, mas matar? Essa garota é uma psicopata.

Emma acena concordando – Precisamos ir mais a fundo nisso. – Sozinha jamais conseguiria desmascarar Lauren, por isso decidiu recorrer aos seus amigos. Lauren era uma psicopata e ainda por cima muito esperta. Precisavam de provas concretas e no momento não tinham nenhuma – Tentarei arrancar algo de Hani, com certeza ela sabe de algo que não sabemos.  Ou que talvez ninguém saiba.

Lunna: David, sua mula, você ouviu algo? – O empurra pelo ombro.

David: Aí grossa. – Retira os fones de ouvido abaixando o celular – Eu ouvi sim, meu conselho é que deveríamos ir atrás de provas para incrimina-la. – Raven acena como se fosse obvio – Mas olha, não quero me meter nisso não, vai que ela inventa de jogar um escorpião na minha mochila. Eu vou é me manter longe dessa louca! – Comenta voltando a sua atenção a tela do celular – Já não basta ter que ficar uma semana de detenção por causa de vocês duas. – Aponta para Raven e Lunna.

A briga na quadra rendeu uma semana de detenção para cada envolvido. Além de que teriam que fazer trabalho voluntário durante toda semana na escola.

O sinal toca anunciando o começo das aulas.

- Ei! Esperem! – Katharine os para antes que entrassem no corredor – Eu preciso falar com vocês.

Lunna: O que você quer garota? – A olha de modo feio. Não tinha motivos para odiá-la até então, mas depois do episodio de dois dias atrás, passara a detesta-la.

- Olha. – Respira fundo antes de continuar – Eu não vim discutir que nenhum de vocês, eu só... – Recua um passo – Hilary sumiu depois do que aconteceu. Telefonei, fui a casa dela, telefonei de novo, e ela não deu nenhum sinal de vida desde então. Eu já estou ficando muita preocupada.

David: Talvez ela também tenha sido picada por um escorpião! – Tira deboche da situação.

Raven: David!

David: O que? – Encolhe os ombros – Você a detesta. – Diz obvio.

Raven: Você não tem jeito mesmo. – Encara Katharine que a olhava como se esperasse por alguma resposta – Nós não temos nada a ver com o sumiço dela, só para deixar claro...

- Eu não estou acusando vocês! – Suspira derrotada – Se avistarem ela, souberem de algo, por favor, me avisem. É só isso que eu peço.

Emma: Bem, eu não tenho nada a ver com isso. Então deixo por conta de vocês. Mas aquela nossa conversa ainda não acabou. – Avisa, entrelaçando seus dedos aos de William, deixando em seguida o local.

Raven: Eu não entendo, por que você é amiga dela? Ela sempre te tratou tão mal.

- Por que ela é minha única amiga. Ela não era assim, chegamos juntas aqui, e ela foi a primeira pessoa que me cumprimentou. Sempre soltavam algumas gracinhas por eu ter olhos puxados e ela sempre me defendia – Era uma das poucos orientais da instituição, no começo sofrera um pouco de bulliyng por isso – Me preocupo com ela, mesmo que tenha se tornado essa Hilary insuportável e atirada. Ela tem esse outro lado, ou pelo menos já teve...

Lunna: Ok, depois disso talvez eu não deteste você tanto quanto antes...                

Raven: Apesar de não suportá-la- EnfatizaSe algum de nós por acaso avista ela em algum lugar, o que não prometemos nada, eu tento entrar em contato com você, Katharine. – O que estava fazendo? Fazia a mínima ideia. Hilary era uma garota detestável, e estava em sua lista negra. Talvez fosse só coisa do momento.

- Agradeço. – Sorri fraca – Aliás, podem me chamar de Nayeon.

David: Nah o que?

- Nayeon, é o meu nome verdadeiro. Katharine era só um nome falso que eu usava.

Raven: E por que não usava o seu nome verdadeiro? – Sem se darem conta, começaram a andar lado a lado.

- Hilary achou que um nome mais ocidental ficaria melhor em mim. – Explica – Até mais. – Acena indo na direção oposta.

David: Sempre desconfiei, ela nunca teve cara de Katharine.

Raven: Diga uma única coisa que você nunca desconfiou David?

- - - - -

 

Caleb batucava os dedos na banca enquanto tentava manter a sua atenção focada no assunto que o professor explicava no quadro.

Impossível.

Olha mais uma vez para as costas de Alex, que se encontrava na fileira direita, três carteiras à frente. Por quanto tempo ele vai me ignorar?

- Ei, cara. – Sente uma leve empurrada no ombro – Por que não vai lá e toma uma atitude?

- É bem capaz de eu dizer outra besteira de novo. – Responde, sem encarar o seu amigo.

- Então ele está livre? – Pergunta com um sorriso de lado.

- Não invente de chegar perto dele, seu desgraçado. – Grunhi aumentando o tom da sua voz.

- Own, own... Calminha aí. – Levanta as mãos como se rendesse – Não me diga que ainda tem raiva por eu ter dado em cima do Alex.

- Existe alguém mais tarado que você, Marcus? –Estreita os olhos. Não eram amigos de longa data, mas ainda sim se conheciam o suficiente.

- O mundo é grande meu amigo, com certeza deve existir. – Rabisca algo na folha do seu caderno – E eu já estou de olho em outro carinha. – Seus olhos caem sobre um garoto dorminhoco algumas carteiras à frente.

- O Ravi? – Surpresa estampa o seu rosto – Pensava que você o odiava.

- Eu gosto de provoca-lo. Ele é bem bobinho e sempre caí nas minhas provocações. – Não que o outro também não fosse provocativo. Tamanho não tinha, mas em compensação temperamento forte era o que não o faltava.

Caleb já imaginava no que isso iria dar.

- Caleb e Marcus, sem conversas. – O professor apaga outra metade do quadro, continuando a falar – Como eu disse algumas semanas atrás, vou querer que todos vocês formem duplas, mas não serei eu que irei escolher, deixarei por conta de cada um. Durante o resto do ano, o parceiro escolhido irá ajudar o outro e vice-versa. – Alguns alunos começam a fazer perguntar para tirarem as dúvidas – Sim, se quiserem trocar de parceiro, poderão trocar, mas é algo que eu não aconselho já que isso pode atrapalhar muito, então escolhem um parceiro que vocês queiram realmente ficar.

- Sua oportunidade de ficar perto do Alex, vai lá, e não inventa de falar merda de novo. – Marcus o incentiva enquanto ajeitava os seus materiais jogados pela banca.

- Mas e você?

- Irei ficar com o esquentadinho do Ravi, no fundo ele me ama, sei disso. – Responde gozador, ajeitando a alça da mochila no ombro, andando até sentar ao lado do garoto dorminhoco, chegando perto de seu ouvido e sussurrando devagar – Ei gatinho dorminhoco, seremos parceiros a partir de agora. – Solta um grande sorriso ao olhar a feição de sono do outro, quando este levantara sua cabeça.

- Me deixa dormir em paz. – Fecha os olhos para não ter que olhar o outro. As sardas espalhadas por todo o seu rosto, o deixava com uma aparência ainda mais infantil – O Caleb é seu amigo, por que não fica com ele?

- Primeiro: Sala de aula não é lugar para dormir. Segundo, Caleb vai fazer com o Alex. – Responde pondo o seu caderno na banca alheia – O que tem demais nós fazermos juntos? – Se aproxima rodeando o seu braço na cadeira – Eu sou o garoto mais inteligente dessa sala, deveria agradecer por eu querer fazer dupla com você.

Ravi encolhe o rosto contra as mãos e um som abafado sai de sua boca – Eu prefiro fazer dupla com uma caneta à com você. – Responde não se dando conta que a resposta saíra um pouco infantil.

Marcus não consegue conter o riso que escapa dos seus lábios – Será que simples uma caneta seria tão útil quanto eu?

- Pode ter a certeza que sim, agora vaza daqui!

- Não vou!

- Saco hein!

Marcus sorri vencedor.

Caleb ao fundo olhava a cena negando com a cabeça, decide por fim ajeitar os seus materiais. Mas para a sua total surpresa, Alex senta-se ao seu lado.

- Oi. – Diz timidamente.

- Ah, oi... – Ficara imensamente sem reação, sem se dar conta, sua voz sai de forma automática – Me desculpe por aquele dia, eu...

- Tudo bem... Eu também acabei me exaltando, sabe... – Mexe os dedos nervosamente. Ficara em dúvida se ia ou não ia até Caleb. Por fim decide acatar o pedido do seu coração. Estou apaixonado, afinal...

- Você não esta mais com raiva de mim? – Pergunta sem desviar os olhos do garoto ao seu lado.

- Eu fiquei com bastante raiva no dia, mas passou... – Sorri acalentador – Eu gosto muito de você e... – Para ao se dar conta do que falou – N-não qu-quer dizer, eu... Eu quis dizer que, eu... – Baixa a cabeça em total vergonha.

Caleb aliviado sente como se um enorme peso tivesse evaporado do seu corpo, rapidamente alcança a mão de Alex posta na banca e entrelaça os seus dedos ao dele, apertando-o.  Alex nervoso e suando frio, pensou que talvez o seu pulmão estivesse prestes a abrir um buraco em seu corpo.

Se não tivessem em sala de aula, Caleb com certeza lhe tacaria nos lábios.

- Então, quer ser o meu parceiro? – Pergunta usando um tom um tanto sexy olhando de forma apetitosa os lábios de Alex.

- S-se eu me sentei aqui do seu lado, f-foi justamente para isso. – Não gagueja seu besta.

Caleb sorri como nunca.

- Seremos ótimos parceiros então.

- - - - -

O sinal toca e os alunos saem apressadamente da sala de aula.

Andrew: Emma você não vai vim? – Pergunta, abraçando Luke por trás.

Luke: É, disseram que iriam mudar o cardápio de hoje. – Sua barriga já roncava de fome.

Emma: Podem ir na frente que eu já alcançou vocês! – Responde, arrumando seus materiais dentro da bolsa.

Os dois acenam deixando a sala.

Emma aproveita que a sala já estava se esvaziando e caminha até a última fileira.

Estranhamente Lauren faltou... Estranhamento faltou os últimos dois dias.

Emma: Oi Hani! – A cumprimenta antes de encostar-se à banca ao lado – Tudo bem com você? Aquele dia você não parecia nada bem.

Hani: Eu estou ótima, muito obrigada. – Levanta-se apressada se preparando para sair.

Emma: Espera... – A detém antes que se afastasse.

Hani: Olha, eu realmente tô com pressa... Eu...

Emma: Mas você não esta bem? Por que a pressa? – Pergunta sem soltar o seu braço.

Hani: O que você quer? – Se da por vencida.

Emma: Eu vou direito eu ponto... Eu sei que a Lauren tem algo a ver com a morte da professora, eu sei do que ela é capaz e eu sei que você sabe de algo que ninguém mais sabe.

Hani: O-o que... – Engole a seco, olhando espantada para a outra – Não sei do que você esta falando. Lauren... Lauren jamais seria capaz de fazer algo assim... Você... – Sua voz falha por um momento – Esta a acusando sem provas.

Emma: Diz pra mim, Hani. – Percebia a outra tremula, em nenhum momento olhava em seus olhos. Sabia que estava mentindo, era visível – A Lauren esta te ameaçando? Esta te chantageando, ela...

Hani: Você esta louca! – Afasta-se bruscamente da outra – Eu não tenho nada a ver com isso... – Estava em pânico. Ninguém poderia descobrir o seu segredo trancando a sete chaves, Lauren não pouparia em destruir sua vida. Recompõe a postura, ditando o seguinte – Eu digo para o seu bem, esqueça essa história... Esqueça! – Em seguida sai a passos largos, mas trava ao chegar à entrada da sala– Como você disse, ela é capaz de tudo. – Se arrependeria amargamente por ter dito isso.

Olha uma última vez para Emma, antes de dar as costas.

Emma no momento sentia-se satisfeita, finalmente arrancara algo de Hani. Agora só precisava ter ela como uma aliada.

Lauren não teria mais escapatória.

- - - - -

 

- Cala a boca, seu infeliz! – Rosna apressando os seus passos.

Marcus ria enquanto aumentava a intensidade dos seus passos – Nem correr você consegue direito garoto. – Olhava a forma torta como Ravi corria querendo se afastar de si.

- E você? – Trava os passos no caminho fazendo com que o seu corpo se chocasse ao de Marcus – Aí! Seu desgraçado... Meu nariz. – Uma dor aguda o atravessa. Leva as mãos ao rosto, massageando o local dolorido.

Marcus cessa os risos – Você também é todo delicado. – Se aproxima.

- De mais um passo a frente e você irá se arrepender amargamente o resto da sua vida. – Falha ao tentar fazer uma voz ameaçadora.

Os dois continuaram os seguintes minutos discutindo, chamando atenção de quem estivesse por perto.

- - - - -

 

Não era de a sua natureza tratar todos de bom humor e com educação.

Estava ali unicamente por uma pessoa. Luke.

O mesmo passou a ignora-lo depois do acontecido na enfermaria.

Andrew. Ah, nunca antes sentira tanta raiva de um único só nome.

Estava disposto a ludibriar Luke, o fazer aos poucos cair em suas garras, mas o resto da paciência que lhe restou fora embora.

Já fazia meses, mesmo que poucos, que andava observando Luke.

Sentia uma insana vontade de toca-lo, de tê-lo só para si.

Aquela demora toda já estava sendo um grande fardo.

Agora estava disposto a seguir o seu plano de antes.

- Olá Sean, como anda a enfermaria? –A psicóloga da escola entra em seu campo de visão.

O homem bufa, tentando não transparecer o seu desgosto ao vê-la de novo – Bem, tudo ótimo. – Responde de forma curta, talvez assim ela saísse da sua frente.

- Nenhum aluno machucado apareceu na enfermaria? – Pergunta fingindo um visível choque – Muitos ainda estão chocados com a morte da professora Deyse. Foi uma grande perda.

Sean não sentia um resquício de remorso. Já estava quase preparando a morte da insuportável mulher a sua frente.

- Escuta, eu não tenho nada para fazer essa tarde depois que largamos daqui. O que acha de irmos a uma cafeter...

- Estaria ocupado demais! – Responde sem mais um pingo de paciência afastando a mulher de si.

- Então quem sabe outro dia, né. – A outra diz sem graça.

Continuara o seu caminho de antes, sempre mantendo a imponente e fria pose, atraindo alguns olhares e até mesmo comentários maliciosos.

Sua atenção vai totalmente voltada a uma cena no mínimo curiosa.

Um garoto de estatura baixa e cabelos aparentemente pintados de vermelho discutindo com outro, perto do refeitório. Enquanto o de vermelho berrava, o outro soltava variadas provocações.

Mas sua atenção ia de encontro apenas naquele garoto.

Franze as sobrancelhas.

As sardas espalhadas por todo o seu rosto, a feição que tanto guardou em sua mente por todos aqueles anos.

Sente uma estranha sensação no peito.

Não pode ser ele.

Seus olhos piscam repetidas vezes.

Seus ouvidos captam uma voz conhecida.

Luke ria de algo, enquanto Andrew o puxava para perto de si. De mãos dadas entram no refeitório.

Seus olhos fulminam ao olhar para tal cena.

Avista uma garota alta e de cabelos quase crespos se aproximando, separando em seguida os dois que discutiam.

Faz uma nota mental antes de deixar o local.

- - - - -

 

Raven: Ravi contenha-se criatura! – O puxa antes que começassem uma briga de verdade.

Ravi: Essa lesma azucrinante. – Aponta o dedo para Marcus – Já está me enchendo o saco... Daqui a pouco não responderei mais pelo os meus atos!

Marcus: E o que você vai fazer, nanico? – Pergunta provocativo – Chutar os meus pés?  É o máximo que você alcança.

Raven negava tudo com a cabeça. Os dois viviam nesse pé de guerra desde que se conheceram, trocando provocações e xingamentos... Xingamentos mais por parte de Ravi.

Ravi: Prepara que eu vou chutar tuas bolas! – Mais uma vez o detém antes que realmente fizesse isso.

Raven: Vocês dois será que poderiam parar com isso?! – Quem os visse, jamais diriam que eram irmãos. Ravi também fora adotado, por Roger e Artur, agora os seus pais. Sempre ficava de olho no seu irmãozinho para não fazer nenhuma besteira.  Como agora naquele momento.

O nanico se afasta, ajeitando o seu moletom escuro sobre o corpo, criando uma pose estável. Solta um último olhar... Feio para Marcus antes de entrar no refeitório.

Cabelos pintados de vermelhos, lentes de contato azul, alguns diziam que era um garoto rebelde, outros achavam que era um revoltado. Mas quem realmente o conhecia sabia que era uma grande mentira.

Aos seis anos fora abandonado pelo o seu próprio pai... Até então não entendia o porquê de ter sido abandonado, mas conforme foi ganhando maturidade à verdade vai à tona para si.

Era diferente dos outros garotos na época, gostava de cores mais claras, amava algodão-doce, só pedia ursos de pelúcias de presente, nunca gostara muito de bonecos ou de bonecas, ursos era a sua paixão. Brincava tanto com garotas como com garotos, achava normal aquilo, não entendia o porquê de diferenciarem tanto brincadeiras de garotos ao de garotas, para si era tudo era apenas brincadeira... Mas o seu pai não.

Sempre fora tratado com enorme desprezo. “Bicha”, “Não quero filho viado”, “Se comporte como garoto, ou vai apanhar”, eram algumas das frases que marcaram a sua infância... Marcadas pelo o seu próprio pai.

Em um dia ensolarado, o mesmo o levara até um parque. Famílias indo e vindo, crianças brincados, a tranquilidade que marcava o ambiente. Decidiu ficar um tempo brincando com as outras crianças, até que o seu pai lhe chamou. Dera algumas moedas para o filho comprar um sorvete. Ravi feliz atravessou a rua e fora até a barraquinha que vendia variados tipos de sorvetes. Saltitando voltou ao parque e para o seu desespero o seu pai não estava mais lá.

Procurou por todos os cantos, em todos os lugares e não o achou. Chorou como nunca antes, nem mesmo quando levara uma pisa do próprio pai chorou tanto assim.

Uma moça que passava por ali, parou, dando atenção para o pequeno. Decidida, ficou horas ao lado da criança, esperando pelo pai que talvez fosse voltar.

Mas ele não voltou.

A mesma moça era diretora de um orfanato, decidira então levar a criança consigo.

E foi ali onde passou um ano de sua vida.

Até a chegada de Artur e Roger.

Seres iluminados que trouxe de volta a alegria e brilho para sua vida, junto a Raven e mais dois irmãos, a que os tanto amava.

Os amava como se realmente fosse sua família desde começo. Eram a sua família de coração.

Agora, oito anos depois, não se recordava de muita coisa do seu passado. Era como se todas as memorias tivessem sido apagadas de sua mente. Lembrava-se apenas do quanto era desprezado pelo próprio pai, e lembrava-se pouco do seu irmão mais velho... Às vezes tentava recordar do seu rosto, das coisas que faziam juntos, do que conversavam... Mas não. Mesmo com grande esforço não conseguia.

Sempre mantido preso em seu próprio quarto por ser considerado “uma vergonha para o pai”, Ravi adquiriu certo medo do escuro... Do preto. Os cabelos antes negros se tornaram vermelhos, os olhos castanhos- escuro que mal se viam as íris, se “tornaram” azuis. Por escolha própria sua. Não que tivesse total aversão ao preto, tanto que usava roupas escuras sem nenhum problema.

Aos poucos foi ganhando a sua própria personalidade. Gostava do seu visual e não pretendia mudar tão cedo.

Raven: Mundo da lua? – Bagunça os seus cabelos em um gesto afetuoso – Chega de baixaria por hoje, Ravi. – Fala de modo sério.

Ravi: Ele que vive me provocando – Murmura fingindo esmagar algo no chão – E você não pode falar muito de baixaria... Ou se esqueceu de que dois dias atrás ‘tava metendo pau em uma garota? – Colhe o rosto contra a mão, rindo sapeca da situação – Se bem que ela mereceu...

Raven: Você vai sentar comigo, ouviu mocinho? – Aperta o seu nariz.

Ravi: Aí não, tá doendo! – Vira o rosto na direção oposta.

Os dois param diante da fila do almoço, sendo os últimos colocados.

- Não sei se vou querer comer essa comida, vai que tenha um escorpião dentro! – Um dos alunos presente na fila zomba do último acontecimento, arrancando risos de boa parte.

Lunna: Não acredito que eles estão brincando com algo tão sério assim. – Se põe atrás dos outros dois.

 Ravi: Babacas têm em todo canto! – Responde, avistando a metros de distancia Marcus que não o parava de olhar.

Estira o dedo do meio.

- - - - -

Já era a última aula, e faltavam poucos minutos para tocar.

- E é isso turma, nós vemos na próxima aula. Tragam os trabalhos! – A professora anuncia assim que o sinal toca.

David: Finalmente livres! – Se espreguiça sobre a cadeira.

Lunna: Ficaria tão feliz assim não amigo, esqueceu que estamos de detenção? – Comenta para o desgosto dos três.

Raven: Vamos fingir que estaremos numa sala de cinema. – Diz fingindo um falso choro.

Os três saem juntos da classe comentando sobre banalidades e séries.

No corredor juntam-se aos outros.

Luke: Todo mundo junto, vão a algum encontro?

Raven: Muito engraçado Luke, mas não ri. – Em seguida os dois se olham e riem – Você bem que poderia ficar também.

Andrew: Haha! Mas não mesmo, eu e Luke iremos sair hoje. – Cobre sua mão a de Luke.

William: E a detenção?

Andrew: Conseguir me livrar dela. Agora se virem! – Leva Luke consigo.

- - - - -

Emma enrolava uma mecha ruiva na mão.

David sem ser visto assistia uma série em seu celular.

Lunna olhava entediante para a janela.

Raven desenhava algo com a caneta em sua mão.

William dormia.

Katharine... Bem, não apareceu.

Eram os únicos em detenção.

A porta se abre, mas nenhum ali dera atenção sequer.

A pessoa caminhava até chegar ao centro da sala.

- Hani. – Emma estranha ao notar a outra ali – Esta de detenção também?

- Não. – Responde. Parecia visivelmente nervosa – Eu preciso falar com você. – Diz séria – Sobre a Lauren.

Emma ergue as sobrancelhas – Pode falar. – Levanta-se da cadeira – O que falar não saíra dessa sala. Nós prometemos. – Diz olhando para cada um presente.

- Eu quero ajudar vocês... Eu quero que ela me deixe em paz. – Fecha os olhos prendendo as lágrimas que pareciam em insistir de sair – A Lauren planejou a morte da professora. – Confessa – E eu ajudei.

- O quê?! – Raven e David se aproximam, Lunna permanece sentada, chocada demais com o que ouvira.

- E-eu não queria... – As lágrimas espontaneamente começam a escorrer por sua pele – Eu não queria fazer isso... E-ela me ameaçava a todo o momento, eu me vi sem saída... Eu não queria colocar aquele escorpião na bolsa da professora... Eu...

- Calma. – A ajuda a se sentar na cadeira – O que ela sabe de você, Hani? – Emma pergunta – Pode confiar em mim, em nós. Queremos ajuda-la a sair disso, mas depende de você.

- Eu não posso... A Lauren. – Pausa – Ela...

- Ela não esta aqui, nós conte o que você sabe... – Raven decidira tomar partida. Precisavam mostrar que a outra estava em boas mãos – Nós estamos num único lado.

- Se abra com a gente. – A ruiva pede mais uma vez.

Hani sentia-se angustiada, tremores passavam por todo o seu corpo – Eu não posso... Ela sabe o que eu fiz e ainda me ajudou... Se mais alguém souber, se ela decidir contar, eu não sei o que vai ser de mim. – Grossas lágrimas tomavam conta do seu rosto.

Mais uma vez estava em pânico.

Mas agora, sem Lauren por perto a ameaçando e ditando o que devia fazer e o que não devia.

- Confie em nós. – Emma junta suas mãos a dela transmitindo confiança.

Hani acena com a cabeça, cessando o choro – E-eu... Aí meu deus, eu não posso... Sinto muito.

- Hani, por favor. – Implora, aumentando a força do aperto.

Foca os seus olhos vermelhos no chão suspirando pesadamente.

Não estava preparada para ditar aquilo, mas não tinha mais como voltar atrás.

 - Eu abortei o meu filho.

- - - - -

- Meu pai está na cidade e louco para te conhecer. – Andrew comenta animadamente a Luke.

- Eu não sei Andrew. – Diz incerto – E se ele...

- E se ele nada. – Sela os seus lábios rapidamente aos de Luke – Não se preocupe, tenho certeza que vocês vão se dar muito bem.

Luke murmura um simples Ok.

- Você veio de carro? – Pergunta ao se dar conta do caminho que davam.

- Sim, e irei te levar até ele. – Abre a porta do automóvel cavalheiro.

Luke solta um baixo risinho, sentando-se e pondo o cinto de segurança.

Espera o ruivo dar a voltar e entrar no carro.

- Me levar o que?

- Ao o meu pai, bebê. Marquei de encontrar com ele, e você vai junto.

Luke sente de novo uma insegurança. Estaria indo conhecer o seu sogro.

A sua sogra já conhecia, e já a adorava, mas não conhecia nada do pai de Andrew.

- Relaxe, tá bom? – Alcança a mão de Luke, entrelaçando os dedos.

Luke nervoso agarra a mão de Andrew como se sua vida dependesse disso.

- Vamos lá então...

 


Notas Finais


Gente, desculpinha huhuh mas eu amo personagens baixinhos e esquentados, amodoro... O Ravi como eu disse nas notas iniciais será um personagem importante na fic... Calminha que tudo ainda vai se encaixar, a fic ainda esta se desenvolvendo e tem muita coisa ainda pra acontecer. Eu não pretendia no momento
trazer um casal novo pra fic, mas aí pensei "Por que não dar um boy a Ravi?", aí que surgiu o Marcus que tb deveria ter surgido bem antes na fic, mas acabei embolando tudo, atrasando demais, me perdendo um pouco do que eu ia pretender fazer na fic... Mas espero que tudo esteja ok pra vcs, ok? Não sei se vou focar tanto nesse novo casal ( que nem casal ainda são rs) como Andrew-Luke, Alex-Caleb
Gente, mais uma coisinha, eu tb me confundi, tem cenas que os nomes dos personagens aparecem antes da fala, outras cenas aparecem essa barra - (Que esqueci o nome),
espero que isso não confunda muito vcs, se confundirem, por favor, me avisem.
Até mais <3


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