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História Desejo (Hiatus) - Descoberta


Escrita por: KookJung

Notas do Autor


EHHHHH, gente me desculpem mesmo, prometi que iria postar o capitulo mais rápido possível, mas não deu pq o wifi não estava pegando no meu pc, fiquei sem saber o que fazer, estava quase postada pelo celular, mas graçaszadeuss, ela voltou... Em compensação irei postar outro capítulo hoje... Eu pensei em juntar os dois, mas daria mais de 8 mil palavras, achei q ficaria grande demais
Boa leitura <3

Capítulo 26 - Descoberta


POV NARRADOR

Arregala os olhos.

Pensara em várias coisas que a outra pudesse dizer...

Mas aquilo realmente pegara a todos de surpresa.

Seus olhos se direcionam para cada um ali, a procura de algo para dizer.

Todos estavam em espanto.

Hani decide continuar – Há dois anos, eu comecei a namorar com um amigo, escondida dos meus pais... Já tínhamos ficados juntos, transado antes, mas ele nunca esteve satisfeito e sempre queria mais... Eu gostava muito dele e não queria terminar... Eu tinha acabado de completar 16 anos e ele já 19... – Suspira antes de continuar – Num dia, eu passei mal, enjoos fortes e assim foi sendo pelos próximos dias, até que então decidi fazer um teste... Estava gravida, fiquei desesperada, sem chão, e-eu... Me senti perdida... Fui atrás dele, precisava contar... Mas quando cheguei, ele não estava mais lá. Soube por um vizinho que ele tinha se mudado com os pais... Mandei várias mensagens a ele... E ele disse que eu deveria me virar sozinha... – Pausa por alguns instantes – Dois meses se passaram e eu continuei a esconder a gravidez de todos, até dos meus pais... Eles nunca poderiam saber disso, nunca... Mudamos de bairro, e eu vim estudar aqui...  Conheci a Lauren. – Tentaria resumir o máximo possível, não pretendia entrar em muitos detalhes, lembrar-se dessa fase era torturante – Ela se tornou uma amiga que eu nunca tive... Eu contei tudo a ela... Foi compreensiva, me senti segura... Mas eu não sabia se queria ir adiante com essa gravidez... Nunca me senti tão amedrontada.

Emma: Nós estamos ouvindo, pode continuar. – Em momento algum soltava de suas mãos.

Hani: Ela disse que me apoiaria em abortar o bebê e me incentivou... Mas eu não tinha condições para isso, morava em um bairro pobre, com poucas condições de vida, meus pais se matavam para pagar todas as contas e pouco sobrava para nós... Eu jamais poderia dar uma vida digna a essa criança, eu não queria joga-la no orfanato... E-eu não queria deixa-la a mercê do mundo. – Agarra-se fortemente a mão de Emma – Eu não tinha como pagar cinco mil para aborta-lo... Lauren fez isso por mim, ela bancou o procedimento e... E eu abortei legalmente em uma clinica.

Um grande silencio se faz presente no ambiente.

Hani: Pouco tempo depois ela começou a se mostrar uma outra pessoa... Já não era mais a mesma... Aquela de antes não era a Lauren verdadeira, era apenas uma mascara. Ela me chantageava a todo o momento... Começou a fazer da minha vida um verdadeiro inferno... Foi um momento de fraqueza e ela conseguiu o que queria... – Enxuga as suas lágrimas com a manga da camisa;

Emma: Hani, eu...

Hani: Eu não sou uma assassina como ela... Eu não sou. – Seu choro volta à tona.

Emma: Não... Não estamos acusando você de nada. – A abraça de lado tentando conforta-la, ainda tentava absorve toda a situação – Isso apenas nos pegou de surpresa. Só isso.

Hani: Ninguém pode saber disso... Por favor, me prometam que não vão contar a ninguém. – Pede suplicante. Seus os olhos marejados focando em cada um.

Emma: Nós não iremos. – Diz na tentativa de tranquiliza-la. Por mais que tentasse não conseguia se por no lugar da outra, mas de certa forma a compreendia. Fora pega num momento frágil de sua vida, sendo facilmente manipulada.

Hani: Não... Vocês não entendem! O problema são os meus pais... Eles não podem saber, jamais... – De seus olhos mais lágrimas escorriam – O meu pai me mataria se soubesse disso... Ele virou pastor, meus pais são extremamente religiosos, obcecados... É capaz deles... – Não conseguira terminar a frase, tamanho era o seu medo. Estava expondo seu maior segredo aquelas pessoas, que até então mal conhecia, mas sentia que podia confiar – Qualquer deslize meu, Lauren pode expor o que fiz a eles... E ela tem como provar isso.

David: É mais sério do que imaginávamos... – Murmura baixinho.

Emma: O que foi dito aqui, não saíra daqui... Prometemos a você que logo estaremos livres dela! Ele terá a pena merecida!

Apesar de tremula, Hani sentia-se mais aliviada – Obrigada por me ouvirem. Eu realmente quero ajudar vocês.

Raven: Você realmente está disposta a isso?

Hani: Estou. – Levanta-se – E já sei uma forma de como desmascara-la. Eu posso ir presa por ter sido cumplice, mas ela vai junto.

- - - - -

 

Entra em seu apartamento jogando o jaleco de forma desajeitada no sofá.

Conseguira sair mais cedo do seu novo “trabalho”.

Caminha até um extenso corredor ouvindo um som alto vindo de um dos quartos.

Alcança a maçaneta abrindo a última porta do corredor.

- Quero que pesquise tudo sobre esse garoto! – Joga uma pasta sobre a mesa de vidro – Traga informações, tudo que conseguir o mais rápido possível. – Não era um pedido, era uma ordem. Uma ordem dada por si, se não cumprida... – E desligue a merda desse som! – Ordena impaciente.

- Own... Calminha aí. – Daniel retira o notebook do seu colo pondo na mesa ao lado da pasta, levanta-se andando até a grande cama posta perto da parede branca, caçando o seu celular e desligando o som antes que visse facas voando em sua direção.

Sean mantinha a mesma expressão de antes. Na verdade seu rosto sequer tinha uma.

Ninguém conseguia decifrar o que o mesmo sentia... Se é que ele sentia algo.

- Quem é esse garoto? – Daniel retira a papel da pasta vendo a imagem de um garoto aparentemente de 15 anos, sardas espalhadas por todo o rosto, com um biquinho nos lábios, de imediato estranhou aquilo. – Sean não me diga que já quer outro? E o Luke? Cara, você é algum tipo de pedófilo? Luke até vai, mas esse garoto... – Começa um falatório sem fim, que já enchia o fio de paciência que restava no outro – Tem algum fetiche por garotinhos?

- Faça o que eu mandei! – Sentia-se cada vez mais sobrecarregado, só ouvir o nome “Luke”, despertava algo dentro de si.

Precisava tomar um bom banho para relaxar.

Daniel solta o ar pela boca, analisando melhor a foto. Abaixo continha o nome do garoto, os nomes dos seus pais e poucas outras informações.

Ravi Glenn Miller.

Roger Garcia Miller.

Lewis Artur Miller.

- Ele tem dois pais?

- - - - -

 

Todos os seus pensamentos iam apenas de encontro a Luke.

Nem um banho conseguiu o relaxar totalmente.

Pegava-se toda vez pensando nele... O seu rosto, aqueles lábios pequenos, mas que lhe pareciam tão apetitosos.

Necessitava urgentemente dele.

Grosseiramente alcança a toalha encima do balcão, enxugando-se rapidamente.

Sai do banheiro, caminhando a passos curtos até o seu guarda-roupa abrindo a porta de correr, pegando apenas uma curta calça moletom.

Olha as horas em seu celular.

Já fazia duas horas que Daniel não lhe aparecia.

Mandara o mesmo atrás de quaisquer informações daquele garoto na foto. Era um bom rastreador e saberia dar conta de sua ordem.

Ravi.

Ele lhe era estranho e ao mesmo tempo tão familiar.

Só precisava confirmar algo que desconfiara assim que o viu.

Não era possível ser. Afinal ele estava morto.

Vestindo apenas uma calça moletom, retira-se do cômodo, chegando à cozinha fazendo uma simples refeição.

 Ouve som de passos sobre o piso se aproximaram, e uma voz conhecida ditar – Foi mais fácil do que imaginei! – Daniel diz abrindo a geladeira, pegando uma garrafa d’agua e despejando sobre um copo – Esse garoto, o Ravi, foi abandonado pelo próprio pai em um parque, e pelo o que a diretora do orfanato me disse, pouco tempo depois ele foi adotado por dois homens.

Sean escutava atenciosamente cada palavra dita pelo outro – O que mais?

- Continuando... A diretora desse orfanato viu o Ravi sozinho no parque e o trouxe para o orfanato, já que o pai do mesmo nunca mais deu sinal de vida. – Pausa retirando do bolso da calça o seu celular – Achei melhor gravar toda a nossa conversa... – Desbloqueia a tela do celular, o pousando no balcão, perto de onde Sean sentava – Por que me pediu para fazer isso? – Vai direto ao ponto. Sean nunca era de demostrar tanto interesse por alguém como agora, só em casos de eliminar algum inimigo – Você pretende fazer algo contra esse garoto?

Sean o olha com cara de poucos amigos, era um homem de poucas palavras, não estava disposto a conversar sobre isso.

Ignorando a pergunta do outro, volta ao seu quarto, trancando a porta.

Senta-se na beirada da cama, apertando play na gravação.

- Por que quer saber tanto sobre Ravi? – Ouve uma voz feminina, um tanto suave ditar – Certo... Bem, mais o um menos oito anos atrás, eu me tornei diretora desse orfanato, e como você deve ter visto, a um parque algumas quadras daqui rodeado por árvores... No dia eu passei por esse mesmo parque, estava cheio de crianças brincando umas com as outras, mas o que me chamou atenção foi um garotinho sozinho perto de uma gangorra chorando silenciosamente, aquilo não passou despercebido por mim, cheguei nele, perguntei o motivo dele chorar... E ele me disse que foi comprar sorvete e quando voltou seu pai tinha sumido... Eu me solidarizei por ele, e disse que o seu pai voltaria, enquanto ele não voltasse, eu ficaria ao seu lado... Estranhamente ele não voltou mais, e eu sabia que aquilo era mais um caso de abandono, que pai largaria o próprio filho assim?... O trouxe para aqui onde ele passou a conviver com outras crianças... Ele era um garotinho muito fechado, tinha medo do escuro, e era estranhamente menor que as outras crianças e tinha uma saúde bem mais frágil... Eu passava maior parte do tempo ao lado dele, e tristemente ele me contou que apanhava do próprio pai, eu perguntei o motivo e ele disse que não sabia... Ravi era bem diferente dos outros garotos, brincava com eles, mas também brincava com meninas, gostava muito de ursos, era bastante apegado a eles... Ele contou-me que era uma forma de recordar de seu irmão, que sempre o dava ursos de pelúcia para anima-lo... – Sean pausa, interrompendo a gravação.

Não precisava ouvir mais nada.

Ravi era o seu irmão.

De seu rosto, nenhuma expressão ou emoção brota.

Mas seus olhos denunciavam o misto de sentimentos que sentia.

Surpresa.

Rancor.

Ódio.

Esses dois últimos pelo seu pai, a quem lhe disse que o seu irmão morrera atropelado por um caminho enquanto atravessava de calçada com o sinal do transito aberto, tendo o seu corpo todo esmagado.

Passou então todos aqueles anos acreditando em uma mentira de seu pai?

Apesar disso, não estava realmente surpreendido, conhecia bem o seu pai e sabia do que ele era capaz.

Quinze anos atrás, nascia o seu irmão, Hugo. Não eram filhos da mesma mulher, seu pai tivera casos com várias, mas decidira assumir o filho, coisa que mais tarde arrependeu-se de fazer. Nascendo de um parto prematuro, para ser mais exato, oito meses e dez dias.

Hugo possuía uma saúde frágil, complicações respiratórias, digestivas. Dando muito gasto ao seu pai que precisava arcar com todas as despesas e cuidados necessários para com o filho, era um homem mesquinho, e a partir daí passou a odiar o seu próprio filho.

Sean, mesmo com onze anos, era o único fora os empregados, que cuidava de seu irmão.

Os anos se passaram e Hugo foi crescendo. Seus gostos eram um tanto peculiares, e aquilo despertou a atenção do pai, que passara mais ainda a despreza-lo. A partir daí vieram os xingamentos e as agressões constantes.

Tivera todos os seus ursos de pelúcia e brinquedos jogados fora, proibido de brincar com outras crianças na rua, passara a só sair de casa para ir à escola, a mando do pai.

Vivia a maior parte do tempo preso em seu próprio quarto, Sean vendo aquilo e sentindo-se mal pelo irmão a quem tanto zelava, começou então a levar escondido do pai ursos de pelúcias para o irmão, pois sabia que ele os amava.

Às poucas vezes em que desobedecia ao pai, Hugo apanhava e para anima-lo da depressão, Sean o presenteava com um urso diferente... Até aquele fático dia...

Voltando juntos da escola, seu pequeno irmão, tinha avistado o parque com várias crianças felizes e brincando umas com as outras. Sean até tentara o alerta, mas Hugo não o deu ouvido e fora brincar com as outras crianças. 

Seu pai voltando do “trabalho” avistara os dois juntos no parque brincando, aquilo fervilhou em sua mente, odiava que o desoubecessecem. Sem mais delongas puxou o menor consigo e o bateu na frente de todos os outros ali. Hugo tivera o seu tornozelo quebrado e vários hematomas espalhados pelo corpo. Fora ali que Sean decidira despertar o lado sombrio e perverso que já havia em si. Sem medo algum, ameaçou o próprio pai com uma arma que achara no quarto do mesmo, despejou palavras pesadas demais para uma criança ditar... E isso fizera um grande sorriso perverso brotar dos lábios do pai, que mais tarde levou o seu filho ao mesmo caminho que si. Ao mundo do crime.

Em um dia recebera a terrível noticia que o seu irmão tinha morrido.

Chorou? Chorou por dias... Sendo aquela a última vez que chorou em sua toda vida.

Já estava totalmente corrompido. Tornara-se opaco de quaisquer sentimentos... Tudo graças ao seu pai... Tornou-se um psicopata igual a ele. Ou melhor, já era um, fora o seu irmão a qual já não tinha mais, em sua mente perversa e obscura demais para uma criança. Uma vez chegara a presenciar em um beco, um garoto sendo esfaqueado por dois bandidos... Não sentiu pânico, não sentiu remorso, Não sentiu nada. Sentiu certa satisfação ao ver sangue escorrer do corpo.

Já em outra, jogara de um longo escorrego o garoto que acertara de propósito uma pedra na cabeça de seu irmão. O mesmo garoto passou a ser paraplégico.

Capaz de machucar qualquer um ao seu redor, menos ao seu irmão. Por quê? Até hoje não tinha uma resposta.

Levanta-se da beirada da cama, alcançando a pasta na mesa, olhando mais uma vez a imagem de Hugo... Agora Ravi.

Aperta o play, dando continuidade à gravação – Já tinha se passado um ano, e um casal simpático e amoroso adotou o Ravi... Roger e Artur, eu lembro-me bem deles, uns amores, eu sabia que Ravi estaria em boas mãos e qualquer trauma que tivesse seria sarado por eles, os dois exalam tanto amor um com o outro que chega senti inveja – Ouve um riso abafado - Alias Ravi foi o nome que Artur decidiu dar a Hugo... O mesmo gostou muito, pois era o mesmo nome que tinha dado a um dos seus ursos... Foi um processo um tanto longo ter a total guarda de Rave ,ainda mais por serem dois homens, mas no final para a felicidade de todos nós, eles conseguiram. – A gravação chega ao fim.

Pela primeira vez em tanto tempo sentia-se sem saber o que fazer.

Descobrira agora a pouco que o seu irmão tido como morto, na verdade estava vivo...

- Merda! – Joga o objeto contra a parede – Aquele maldito me enganou durante todos esses anos... – Sua voz rouca saíra carregada de ódio. Estava a um fio de perde o pouco de razão que lhe restava.

Suas costas colidem bruscamente contra a parede.

Dor? Não sentia alguma.

Escorrega até chão.

O que iria fazer a partir de agora?

- Ele nunca... Nunca irá saber disso... – Seu irmão já sofrera o bastante na infância. O pouparia de saber que tinha um irmão.

Assassino.

Psicopata.

Obsessivo.

Uma pequena faísca de saudade passar por seu peito.

Mas iria se manter o mais longe possível dele e das pessoas a quem ele amava.

- - - - -

 

Ravi já se pegava imaginando deitado em sua cama, agarrado a algum dos seus ursos, enquanto dormia confortavelmente.

- Ahh, é tão bom... – Diz inclinando o corpo para frente. Estava sentando em sua bicicleta, enquanto esperava por uma amiga perto de uma rede de fastfood, sendo mais exato, o Mc Donald.

Estava a um passo de entrar lá e pedir por um milk-shake.

- Ravi! Ravi! – Ouve uma voz estridente vindo de atrás.

Vira-se fingindo uma cara de poucos amigos – Finalmente, Elizabeth, tá achando que eu tenho cara de que pra te esperar tanto, hein? Olha aqui querida, eu nã...

- Sempre estressadinho! – Não o deixa continuar a falar, apertando-o em seus braços, quase esfregando os seus seios no rosto do outro.

- Não c-consigo respirar... Lisa, vou cair da bicicleta! – Reclama, juntando a força que tinha empurrando-a de cima de si.

- Desculpinha. – Pede, entrelaçando as suas mãos as dele. Eram amigos e não tinham problemas quanto a isso – Vim te dar o convite da minha festa de aniversario. – Comenta animadamente, dando alguns pulinhos. Puxa do bolso detrás do short um convite dourado que mais se assemelhava a uma carta.

- O-o que... Lisa, eu não sei se vou... Você sabe que eu não gosto muito de festas. – Era um tanto caseiro, e ficar em um ambiente cheio de pessoas desconhecidas, definitivamente não era para si.

- Ravi, não invente de fazer isso comigo... Sua presença é importante para mim. – Puxa uma das mãos de Ravi, a virando e pondo a convite na palma da sua mão.

- Eu não tenho certeza, Lisa... – Não queria decepcionar sua amiga, mas se assustava com a ideia de ir a uma festa que estaria cheia de gente. Elisabeth era popular e a casa com certeza ficaria cheia.

- Meu bem, eu não gastei dez minutos caminhando até aqui para ouvir um não. Você vai sim e ponto final! – Diz determinada, não deixando nenhuma válvula de escape para o outro.

Ravi suspira derrotado – Ok, ok... Eu vou, mas eu voltarei cedo.

- Certo, será do jeito que você quiser... – Sorri abertamente – E ainda terá uma surpresinha para você.

- Surpresinha?

- Sim. – Acena – Tem um carinha que quer muito te conhecer.

- U-um c-carinha? –Gagueja.

- Ele só te viu por rede social, mas ficou muito atraído por você... E quer muito te conhecer. – Diz, já imaginando mil coisas que o seu inocente amigo poderia ter com o tal “carinha” – Ele é muito, muito, muito, muito... Eu já disse muito? Então ele é muito gato, você vai ficar facilmente caidinho por ele... Como eu fiquei, mas cai fora assim que ele me contou que era gay... Já chega de me iludir. – Abana as mãos atrás de ar.

- Ah é, nossa... – Comenta sem graça.

- Por isso, invente de não comparecer a minha festa. – Diz lançando um olhar “ameaçador” a Ravi – As consequências serão desastrosas, meu amigo.

Ravi engole em seco – Era só isso?

Elisabeth acena positivamente.

Ravi olha o convite vendo a data e local da festa – Mas fica tão longe assim? – Pergunta espantado.

- Farei na casa do meu tio... Enorme, com duas piscinas... Pretendo encher a maior de espuma...

Ravi dá um sorrisinho. Sabia que era uma das vontades loucas de sua amiga fazer um “super” aniversario.

- Prometo que estarei lá! – A abraça mais uma vez, despedindo-se.

Pedala por algumas quadras até chegar a sua casa.

Põe a bicicleta no quintal rodeando e adentrando a casa pela porta dos fundos.

Ouve uma gritaria vinda das escadarias.

- Jennie! Jerry! Pestes o que vocês estão aprontando? – Grita para os seus dois irmãos mais novos, pondo uma mão na cintura – Jennie, você não pode correr, seu pé ainda não cicatrizou!

- Ravi! – Os dois mais novos correm em sua direção, rodeando os braços em sua cintura.

- Ela não quer me obedecer, querido. – Seu pai, Artur, aparece na escada com uma chupeta na cabeça – Só obedece a você. De um jeito nesses dois, que eu ainda não terminei a sopa. – Caminha até Ravi, selando um beijo em sua testa.

Ravi sorri baixinho – Pai tem uma chupeta no seu cabelo.

- Jerry, já disse para não estragar suas chupetas! – Diz, soltando um olhar repreendedor para o pequeno – Olha só, você arrancou a outra metade dela.

- Disculpa, paipai... Eu pletendia tacar a xupeta em Jennie! – O pequeno diz.

Ravi não consegue conter o riso, sendo logo acompanhado por seu pai.

Ainda rindo do que foi dito, Artur se agacha pondo o menor no colo – Chupeta é para por na boca, não para tacar na sua irmãzinha, ouviu? – Beija a sua barriguinha exposta ouvindo uma sonora gargalhada, o pondo de volta ao chão.

Os dois voltam a correr pela casa.

- Filho, fique de olhos neles, antes que derrubem algo. Hoje acordaram na velocidade máxima... Aí não, a sopa! – Sai em disparada a cozinha.

A porta da frente se abre, revelando o seu outro pai, Roger.

- Oi filho, tudo bem? – O abraça, beijando-lhe no topo da cabeça.

- Tudo sim pai... – Diz o acompanhando até a cozinha – Eu vou à festa da Lisa.

- Ela não lhe chantageou filho? – Artur comenta risinho ao sentir cocegas em sua cintura – Pare Roger!

- Vocês conhecem tão bem ela assim? – Olhava de forma boba para os seus pais. Não eram apenas casados, eram amigos, companheiros, tinham anos de relacionamento baseado na confiança, mesmo após terem passado juntos por tanta conturbação, o que sentiam um pelo o outro fora bem mais forte que tudo... Desejava tanto o mesmo, mas ainda era muito novo, ainda tinha um longo caminho pela frente. Ainda não tinha encontrado a pessoa certa. Pensava.

Mais risos são ouvidos, sendo totalmente ignorado pelos pais – Bonito não darem atenção ao próprio filho!

- Hahaha... Assim filho, tome cuidado com bebidas e essas coisas, eu confio em você. – Diz – Festa com um monte de adolescente com os hormônios a flor da pele não tem como não ter bebida. – Roger sabia bem o que o outro dizia, já foram adolescente e já frequentaram muitas festas e lugares juntos. Já tiveram as suas aventuras tenham sidos sozinhos ou juntos e não proibiriam os filhos de terem as dele, mas claro, pondo certos limites.

- Prometo pai! – Caminha em direção à saída – Serei um anjinho comportado!

- Leve o lixo!

- Adoro levar o lixo. – Diz em alto para ser ouvido.

- Não se esqueça de ajeitar o seu quarto que os seus irmãos bagunçaram tudo. – Roger solta, vendo Ravi resmungar coisas inaudíveis – Tem que mexer mais esse traseiro pra sair do sedentarismo, filho!

- Pai! – Pega a sacola preta andando com passos apressados para a porta dos fundos.

Joga o lixo na caçamba caminhando de volta para dentro.

Acaba sendo surpreendido por dois cachorros da raça dorbemann que o rodeiam.

Um cheirava a sua perna, enquanto o outro mordia a sua mão.

- Oi, oi... Que lindos vocês dois! – Ajoelha-se ao chão, acariciando os pelos dos dois – Ah... Não são dois, e sim duas... – Percebera que as mesmas usavam uma coleira – Minah e Bonnie é o nome de vocês? – Puxa a menor para o seu colo – Se perderam do seu dono?

Olhava meigo e abobalhado para as duas cachorras. Animal era o seu ponto fraco.

- Vocês duas parecem ser de pelúcia. – Comenta, trazendo a outra para o seu colo – Que pena não cabem no meu colo. – Rir descontroladamente quando a maior lambe o seu pescoço.

- - - - -

 

- Minah! Bonnie! Apareçam suas pestes! – Marcus perdera os dois animais de vista. O que diria a sua mãe? “Mãe, desculpa, acabei perdendo elas duas, me perdoa?”... “Tô ferrado”.

Seus olhos se prendem a uma cena, no mínimo fofa.

Ravi ria enquanto uma das cachorras da sua mãe o lambia em todas as partes possíveis, a outra não lhe deixava levantar fazendo peso em seu colo na grama verde.

O riso dele era tão contagiante.

Céus, como alguém poderia não gostar daquele garoto?

O provocava sim, mas era uma forma de se manter perto dele. De vê-lo irritado, enquanto era xingado de todas as formas possíveis.

O achava lindo de todas as formas... Que merda parece que fui enfeitiçado por esse garoto.

Tentando não transparecer o que sentia, aproxima-se.

- Pelo jeito as encontrou! – Enfia as mãos no bolso da calça.

Ravi sai de seu mundo onde apenas parecia existia a si e as cachorras – São suas? – Diz surpreso, não conseguindo se levantar.

- Da minha mãe, acabei perdendo elas de vista! – Diz, mantendo-se no mesmo canto.

- Ah haha... Ow desculpe. – Se constrange pelos risos que dera. Afasta os dois animais de si. Olha curioso para algo dourado no bolso do outro – Você foi convidado para a festa também?

- Acredito que metade da escola tenha sido! – Assobia tentando chamar atenção das cachorras – Venham! – Mas elas mais uma vez atacam o Ravi – Parece que gostaram de você... Nem de mim gostam.

- Deve ser porque você é chato demais. – Fala agachando-se mais uma vez ao chão.

Marcus sorri de lado.

Iria provoca-lo, mas decide deixar isso para o próximo “encontro” dos dois.

Olha por mais alguns segundos Ravi brincando com os animais.

Sentia vontade de guarda-lo num pote de tão fofo que era. Mas o que eu estou pensando? A verdade é que sentia gana por ele.

O mais novo podia sentir o olhar do outro queimando sobre si.

Decide que já estava na hora de terminar a diversão, levanta-se, soltando um rápido olhar para Marcus a tempo de ver o seu cabelo cacheado mexer por conta do vento.

Não podia negar, o achava lindo. Ah que isso... Ele é horroroso, isso sim.

- Ah... É. – Tentando vasculhar algo em sua mente para dizer ao outro – Adorei elas duas! Até mais! – Acena correndo rapidamente dali.

Marcus o seguia o tempo todo com o olhar.

- Vamos! – Leva as cachorras consigo. Jamais se esqueceria da cena de hoje.

 


Notas Finais


Gente, me desculpem por qualquer erro ou problema mesmo...


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