POV NARRADOR
O fogo já tomava conta de quase toda a horta e forte cheiro de queimado já estava deixando Emma zonza. A fumaça a impedia de olhar para frente.
Apenas seguiu os seus instintos.
Tampando o nariz com a barra da camisa e sacudindo o casaco contra a fumaça, Emma não fazia ideia para onde ia até que sentiu que não estava mais pisando em areia molhada, e sim em concreto.
Uma ventania fez com que a fumaça fosse para ao lado contrário de onde estava fazendo com que finalmente pudesse enxerga a entrada da horta.
Correndo desesperadamente consegue alcança-la.
- Socorro! – Seu pedido sai fraco ao não conseguir controlar a forte tosse que sai por sua boca.
Seus olhos mesmo irritados e marejados conseguem enxerga ao longe pessoas correndo apressadamente ao seu encontro.
- Leva ela para dentro, eu irei chamar o Corpo de Bombeiros. – Ouve uma voz masculina ditar, em seguida sente uma mão suave a tocar nas costas.
- Emma, minha querida, irá ficar tudo bem. Acompanhe-me. – Duas pessoas a levam para longe do incêndio.
Nos corredores uma agitação e uma curiosidade para saber o que estava acontecendo tomava conta de quase todos os presentes.
- Ouçam com atenção. Peço a todos os alunos que se retirem imediatamente da escola. Repito: Retirem-se imediatamente da escola. - O aviso imediato sai em todos os altos falantes chegando ao ouvido de todos ali.
Os corredores começam a se esvaziar, sendo os professores e funcionários do colégio os únicos a permanecerem no local.
Sentada em um banco perto da secretaria, Emma ainda sustentava a forte tosse.
- Isso aqui é soro fisiológico, irei passar um pano molhado em seu rosto. – A mesma é amparada por uma das coordenadoras – Não sou enfermeira, mas conheço algumas dicas que podem ajudar. – Passa o pano por toda a área, repetindo mais uma vez o ato – Eu irei ligar os seus pais, ok?- Emma assente – Se quiser você pode ir para o pátio tomar um pouco de ar limpo, mas não se distancie muito. – Alerta, entrando na secretaria deixando a ruiva sozinha.
- O que foi isso... – A tosse cessa aos poucos. Seu coração ainda encontrava-se bastante acelerado... Estava perto da morte. Viu as chamas queimar tudo ao seu alcance.
- Pronto, liguei para a sua mãe. – A mulher de antes aparece sentando-se ao seu lado – Ela se desesperou, mas consegui acalma-la. – Diz – A aconselhei a leva-la para o pronto-socorro.
- Não é necessário...
- É sim, você inalou muito fumaça, futuramente pode ser prejudicial para você. – Repreende para o próprio bem da ruiva – Por enquanto a espera aqui que eu irei checar se não há mais nenhum aluno na escola.
Retira-se do local, deixando Emma outra vez sozinha.
Minutos se passam e a ruiva escuta uma voz que faz seus olhos marejarem novamente.
- Emma... Minha filha. – Corre de encontro aos braços da mãe, sendo fortemente acolhida. Volta a chorar como se voltasse ter sete anos e tivesse levado um baque sendo amparada pela mãe em seguida – Está tudo bem agora, eu estou aqui...
Emma se desprende do abraço, puxando Andrew para o mesmo.
- Eu pensei que iria morrer...
- Não diga isso, Emma. – Andrew puxa o seu rosto enxugando suas lágrimas – Estamos aqui, iremos leva-la para casa e será mimada mais do que nunca.
Um sorriso amarelo toma conta da sua face.
Mais sossega a ruiva acena positivamente.
Sua família estava ali consigo.
- Papai em algumas horas estará de volta à cidade. – O ruivo avisa.
- Cadê a Avril? – Pergunta.
- Foi tentar coletar alguma informação. – A mãe anuncia – Falando nela...
As duas trocam um forte abraço – Obrigada por estar aqui... – A ruiva sussurra em seu ouvido.
- Sou a sua segunda mãe, esqueceu? – Diz sorridente – Os bombeiros acabaram de chegar e...
- E? – Incentivam.
- Eles encontraram um isqueiro depois de terem cessado o incêndio.
- Como assim?
- O isqueiro estava enrolado em uma pulseira. – Retira então do seu longo casaco, uma delicada pulseira com um coração com as iniciais do seu nome.
- Mas essa pulseira é minha. – Emma estranha olhando atentamente para cada detalhe da mesma – Faz uns dois meses que não a vejo.
- Por isso mesmo, Emma. – Avril olha penosa para si – Você irá ter que depor na delegacia.
A ruiva encosta-se a parede, tentando processar a informação dada.
- Mas eu fui vitima!
- Eu sei disso, querida. – Aproxima-se – Mas você é vista como a principal causadora de tudo isso. Você era a única que estava na horta no momento que o incêndio começou.
- Meu bebê jamais faria isso. – Elisa a defende – Quem fez isso usou de má-fé contra ela.
Emma engole a seco, ditando em seguida – Eu senti... Eu juro que senti alguma presença de outra pessoa antes do incêndio começar. Eu não estou mentindo! – Tampa o rosto com as mãos. Desesperada por sua mente estar uma bagunça.
- Ei! – Seu irmão a poxa novamente para um abraço – Independe do que aconteça, vamos estar ao seu lado... Eu não irei descansar até descobrir quem fez isso contra você.
- Você não tem culpa! Essa pessoa não irá sair em pune. – Avril afirma.
O medo pairava acima de todos ali.
A partir de agora tudo era incerto.
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- Desde pequena eu nutria um grande amor por animais, por isso pus todo o meu esforço para abrir uma clinica veterinária. – Karen contava animadamente para o seu novo convidado. – Tornei meu sonho realidade e hoje exerço um trabalho no qual dedico muito amor.
Luke olha com admiração sua mãe. Sua dedicação era fascinante por isso a admirava.
- E você, Luke? – Sean de repente pergunta para si – Pretende seguir o mesmo caminho que a sua mãe?
- Ah, eu... – Sua fala trava ao notar o intenso olhar dos olhos castanhos claros sobre si. Eles estranhamento exerciam um certo domínio sobre o seu corpo – Eu não escolhi a minha profissão. Ainda.
- Na duvida faça o mesmo que a sua mãe. – Karen rir baixo negando com a cabeça – Você é uma mulher incrível. – Sua fala tão convincente, seu olhar tão bondoso e descontraído fizera a mulher corar pela fala.
- Não é para tanto...
Os dois continuaram conversando sentados ao redor da mesa da cozinha, com Luke apenas a observar e rindo de uma coisa ou outra que a sua mãe falava e admirando mais a personalidade de Sean, que no começo mostrou-se frio e antipático, mas como o mesmo disse era apenas uma defesa sua contra pessoas com más intenções ou com segundos interesses.
Do outro lado, atrás da parede de entrada da cozinha, Alex tentava a todo custo escutar a conversa um tanto animada dos três.
- Alex, para com isso. Vamos voltar para o quarto. – Caleb mais uma vez tenta faze-lo mudar de ideia. Falhando novamente.
- Tem algo de estranho nesse homem, não duvido nunca da minha intuição! – Diz, grudando de volta o ouvido a parede.
- Da última vez sua intuição me fez comer um sanduiche envenenado! – O acusa.
- Não estava envenenado, você que não soube escolher o molho certo! – Rolo os olhos, voltando a prestar atenção na conversa alheia.
- Você que disse para eu escolher ele... “Vai Caleb, você vai gostar desse molho”. – Afina sua voz imitando-o a Alex.
- Eu só palpitei! – A contragosto o mais velho foca sua atenção no outro – Da próxima vez será realmente um molho com veneno.
Em seu limite de paciência, Caleb aproxima-se puxando seu corpo para cima jogando-o em seu ombro.
- Eu vou gritar! – Ameaça.
- Ué, mas não era você que queria total discrição para ouvir a conversa alheia?- Rir sacana, dando uma tapa no traseiro de Alex.
Mesmo implorando a todo instante Alex é levado contra a sua vontade.
- Não foi assim que eu o eduquei. – Caleb o coloca de volta ao chão virando-se para trancar a porta do quarto.
- Me educou? – Ergue a sobrancelha.
- Qual seria a punição mais adequada no momento? – Alex vacila sentando-se sem querer na borda da cama.
Caleb olha o seu movimento sorrindo de lado.
Aproxima-se, acariciando a maça de sua bochecha.
Estala um singelo beijo em sua testa lisa. Indo para o nariz, parando por cima de seus lábios, mas sem realmente tocar.
Esfrega de leve seus lábios carnudos, sentindo a respiração descompassada de Alex.
Com a sua mão, empurra Alex pelo ombro até bater as costas contra o colchão macio abaixo de si.
Por cima e com vantagem, Caleb inicia um calmo beijo que se estende por longos segundos.
Aos poucos, Alex se esquece do que até então pretendia fazer.
O beijo e a massagem atrás de sua cabeça estavam o levando a outro mundo. Uma sensação maravilhosa tomava conta de todo o seu corpo.
As bocas se separam, e apenas alguns fios de saliva os uniam.
- Eu... – A voz de Caleb é interrompida por um apito de celular – Alex...
- M-meu celular... – Sorri sem graça, retirando do bolso da calça seu telefone. Este apita novamente, anunciando outra mensagem.
Os olhos de Alex se arregalam.
- É ele, não é? – Não precisava perguntar, sabia que era Hunter o atrapalhando novamente.
- Sim... – Murmura sem graça – Desculpa.
- Tudo bem. – Caleb parecia decepcionado consigo novamente – Vou ao banheiro, já volto. – Rapidamente se retira do cômodo deixando Alex a sós.
- Que droga. – Joga-se de volta a cama.
Na cozinha a conversa continuava animada.
O ambiente totalmente descontraído e livre, deixando Sean à vontade para perguntar o que quisesse. Assim, conseguiu conhecer um pouco melhor Luke, que se tornara ainda mais fascinante para si.
Totalmente belo e inteligente.
Luke boceja tampando a boca com a mão.
- Querido, você pode subir, se quiser. – Sua mãe nota seus olhos cansados e pálpebras pesadas.
- Vocês não se importam? – Olha discretamente para Sean.
- Adoraria continuar conversando com você, mas sua mãe está certa. – Karen concorda batendo de leve em seu ombro.
- Vá dormir, qualquer coisa me chame. – Luke olha sem graça para a sua mãe tratando-o como se se ainda tivesse 10 anos.
- Tchau. – Sua mão passa de leve sobre o ombro de Sean que acena a cabeça para si.
A tranquilo passos, Luke sobe as escadas, adentrando o corredor, entrando em seu quarto escuro por conta das janelas fechadas com as cortinas um pouco entreabertas.
Retira seus sapatos, os deixando perto da borda da cama, para enfim abrir o guarda-roupa atrás de algum short leve e folgado.
Desabotoa sua calça skinny jogando-a numa cadeira ao lado para poder vestir o short.
Desliga o celular para se certificar que ninguém o ligaria.
“Te amo Andrew, mas agora darei espaço ao meu outro amor, o sono”.
Deita-se de bruços na cama de solteiro.
- Meow. – Sente um pequeno movimento perto dos seus pés – Meow.
Luke vira-se bufando pelo nariz.
- O que foi Angus? – O peludo gato cinza pula em sua barriga causando espontâneas cócegas – Angus!
Puxa o gato para o seu colo, apertando-o contra o peito.
- Que foi menino lindo? – Pega em sua patinha e a beija – Saudades de Andrew? – Pergunta. Alguns dias atrás Andrew trouxe o gato cinza para a sua casa, desde então o mesmo foge toda vez que o ruivo tenta pega-lo de volta – Ouwn, não se preocupe, ninguém vai nos separar. – Sorri abobalhado pela fofura do gato, deita-se de lado na cama na cama trazendo o gato para perto de seu peito.
Em questões de segundos o gato volta ao mundo do sono, levando Luke junto.
O telefone residencial toca.
Karen imediatamente atende.
- Alô?
Sean retira sua atenção da mulher, olhando atentamente toda a decoração da casa.
- Karen, eu adorei nossa conversa, mas agora tenho de ir. – Avisa sem a intenção de interrompe a conversa alheia.
- Fique mais um pouco. – Pede, mas sem sucesso.
- Eu adorei o seu bolo, com certeza irei vim mais vezes. – Diz sorrindo discreto – Só gostaria de me despedir do Luke.
- Ah sim, o quarto dele é a segunda porta do corredor, ao lado esquerdo. – Sorri amigável para si, voltando à conversa com a pessoa da outra linha.
Sean agradece subindo as escadas e seguindo as instruções dadas.
- Segunda porta a esquerda. – Seus olhos focam em uma porta branca de madeira, com alguns adesivos, como de costume em um quarto de adolescente.
Força a maçaneta, abrindo a porta deparando-se com um breu. Apenas uma fina luz que surgia da cortina entreaberta era vista no quarto.
Seus olhos passeiam por todo o quarto, até pousarem sobre a cama.
Caminha até a borda da mesma.
Um novo brilho surge em seus olhos.
Debruça-se sobre o colchão, enxergando com mais nitidez a sua obsessão.
- Luke. – O nome simplesmente saíra de forma automática dos seus lábios, suas mãos formigam na necessidade de toca-lo.
O gato cinza se remexe fazendo com que sua mão travasse no ar.
Rosna baixo aproximando seu polegar da face de Luke.
Suspira pesadamente ao sentir a pele quentinha em contato com a sua.
Com cautela, pousa toda a sua palma, cobrindo-lhe totalmente o rosto com a avantajada mão pesada.
Acaricia lentamente a pele, hipnotizado por sua textura macia.
Seu dedão passa pelos finos lábios, e uma vibração passa por seu corpo chegando com uma pontada em seu baixo ventre.
Curva-se sobre o delicado corpo deitado, afogando sua cabeça no pescoço de Luke, inspirando o fraco, mas delicioso aroma de sua pele.
Seu nariz esfrega-se no maxilar, indo parar na clavícula depositando um fraco beijo.
Sua mão passeia delicadamente pela coxa desnuda, sentindo o prazer de finalmente poder toca-la.
A ereção em sua calça já era evidente, com apenas o tocar, Luke o excitava sem limite algum.
A mão atrevida sobe parando abaixo da nádega.
- Tsc... – Resmunga querendo aprofundar seus toques.
Retira a mão, pondo-a no couro cabeludo alisando os cabelos lisos.
A maciez o fazia sentir sensações maravilhosas.
Maravilhosas por estar tocando Luke, seu garoto.
- Meu garoto... – Sussurra roucamente contra o rosto de Luke.
Sua grande mão afaga a mão de Luke, admirando a diferença de tamanho.
Luke possui uma delicadeza tão singela.
Sim, em sua mente Luke necessitava ser protegido de tudo e de todos.
Queria aninha-lo em seus braços, beija-lo, mima-lo, possui-lo por completo.
Era verdade, Luke precisava ser protegido, mas de si e de sua doentia obsessão.
Poderia passar horas apenas admirando a sua beleza enquanto dormia profundamente, mas precisava se despedir antes que a mãe do mesmo desconfiasse de sua demora.
- Nós vemos em breve, meu menino. – Sela um lento e demorado selinho em seus finos lábios entreabertos – Irei leva-lo ao meu local favorito. – Sorri... Um sorriso estranhamento acolhedor.
Sean deixa a cama admirando-o por uma última vez antes de deixar o quarto.
- Infelizmente não pude me despedir. – Ao chegar à sala de estar, Sean lamenta para a mulher.
- Quando Luke cai no sono, é assim mesmo. – Comenta o acompanhando até a porta – Espero vê-lo novamente, Sean.
- Com certeza nos veremos.
- - - - - - - -
Depois de longas e exaustas horas ao lado de Lauren para concluir um misero de um trabalho escolar, Hani finalmente pode descansar em sua cama.
Agora com provas em mãos não tinha mais o porquê de se esconder e a continuar a obedecer a Lauren e acoberta todos seus crimes.
- Vaca, seu grande momento chegou. – A mesma sorri com êxito. Retira a mochila das costas jogando-a na cama.
Depois de todo o ensino médio, que pareciam se prolongar por anos, finalmente estaria livre de Lauren, finalmente a veria no lugar que há tempos deveria estar. Atrás das grades ou internada em uma clinica psiquiátrica com uma camisa de força.
Louca, essa palavra a descrevia perfeitamente. Psicopata, sem remorso algum.
Fora pega em momento delicado e frágil de sua vida, fora incentivada a abortar seu próprio filho, recebeu uma lavagem cerebral que a fez ficar encurrala esses últimos anos nas mãos de Lauren. Constantes ameaças chegara até mesmo apanhar, aguentando calada cada tapa que levava. Via-se sozinha, com medo constante de abrir a boca. Logo da garota que dizia ser sua amiga. A mesma que a fez ir para o fundo do poço inúmeras vezes, sua alto estima, o pouco de amor próprio que tinha lhe restado, fora arrancados por palavras cruéis e pesadas. Aonde pensou que encontraria carinho e conforto, encontrou ódio e um grande sentimento de vingança.
Contra sua própria vontade, seus olhos começam a marejar.
- Não é momento para isso. – Enxuga bruscamente o rosto antes que qualquer lagrima caísse.
Para se certificar que o áudio gravado estava totalmente a salvo, Hani abre o zíper da mochila a procura do seu celular.
- Hum... – Estranha não o ter encontrado no bolso menor que fora onde justamente deixou – Não... Por favor, não... – Seu coração acelera-se. Com as mãos tremulas abre os outros bolsos a procura do seu telefone.
Nada.
Nenhum vestígio do seu telefone.
- Não pode ser... Não pode ser. – Repete a frase inúmeras vezes. Estava crente de que iria encontra-lo. Iria encontra-lo.
Sua garganta fecha e seus olhos piscam repetidas vezes.
- Como pode ter sumido?
Gritar.
Sua vontade era de gritar.
- Assim do nada... – Sua voz falha. Olha para todos os lados desesperada sem saber o que fazer.
- Eu preciso ir ao banheiro.
- Vá logo que os meus pais já estão chegando. – Lauren avisa enquanto ajeitava alguns papeis e livros da sua estante.
Hani confirma com a cabeça, subindo as escadas do porão para chegar ao banheiro que se encontrava no primeiro andar.
Olha-se no espelho enxergando suas olheiras que pareciam terem diminuído um pouco mais.
- Pelo menos isso. – Sentia-se horrível por estar debaixo do mesmo teto que uma assassina. A mesma mal esperava que a sua liberdade estivesse tão perto de acabar.
Antes de se sentar ao vaso sanitário, retira com cuidado seu celular do bolso, colocando-o encima da pia.
Por fim, lava as mãos, enxugando-as na própria calça enquanto se retirava o mais rápido possível do banheiro.
- Finalmente! – Lauren aparece estendo a mochila em sua direção – Toma!
Hani apanha dando um forçado Tchau enquanto caminhava para fora da residência.
- O banheiro. – Sua boca se abre automaticamente, como se o próprio queixo pesasse dez vezes mais.
- Hani. – Ouve batidas na porta – Tem um amigo seu a esperando lá embaixo. – Sua mãe dita do outro lado.
- Amigo?
- Sim, ele disse que precisava falar com você urgentemente. – A garota estranha, a única pessoa que lhe visitava era Lauren. Sendo raramente às vezes.
Recuperando-se do seu choque inicial, Hani recompôs a postura de antes, descendo as escadas encontrando a tal pessoa de costas para si.
-Oi. – Diz sem jeito.
- Oi, Hani. – O garoto vira-se sorrindo fraco para si.
- Você? – Pergunta sem entender o porquê de ele estar ali – Eu pensei que tinha deixado o país com o seu pai.
- Sim, mas isso não vem ao caso.
- Não entendo. Por que voltou, Charles?
- Você sabe muito bem o motivo de eu ter voltado.
- Lauren? – Pergunta sem muita segurança – Mas por quê? Ela não tinha lhe ameaçado para deixar o país?
Charles acena negativamente.
- Ela é o motivo de eu ter voltado não deixado. - Diz claro e obvio.
- E por que voltou por ela? – Seu semblante confuso estava cada vez mais nítido – De novo, não entendo, pensei que queria se livrar dela.
- Não quero apenas me livrar dela. Todos merecem ser livres dessa maldita. – Aproxima-se cauteloso – Eu continuei tendo contato com uma das vitimas de Lauren, e quando descobri que você planejava desmascara-la, eu não perdi tempo e decidi voltar. Hani, você tem ideia de que era e é a única pessoa que realmente pode fazer isso? Eu esperei todo esse tempo para você finalmente poder despertar!
- E-eu...
- O momento é esse!
- Vamos com calma. – Respira antes de continuar – Você realmente quer me ajudar? Se fracassarmos não sei se...
- Não iremos falhar! – Afirmar – Eu voltei e não sairei daqui... Não antes de vê-la pagar por todos os seus crimes.
- Fala baixo. – Sussurra – Vamos para o meu quarto.
A determinação era perceptível em seus olhos.
Não descansaria até a justiça ser feita.
Hani abre espaço para Charles entrar em seu quarto para em seguida trancar sem que ninguém interrompa.
Mesmo exausta, Hani decide narrar tudo o que encontrara na casa de Lauren até mesmo a gravação perdida.
Mal o conhecia e estava se abrindo e contando detalhe por detalhe, mas sentia que poderia confiar no outro. Afinal ambos estavam interessados em desmascarar Lauren.
- Toda a confissão estava gravada nesse áudio.
- Eu posso recuperar!
- Recuperar como? Eu esqueci a droga do celular na droga daquele banheiro!
- Só confia em mim. – Levanta-se caminhando de um lado para o outro – Eu irei espiona-los, quando a casa estiver vazia eu entro e recupero o celular.
- Você não entender! – Diz incrédula – Alguém já pode ter achado e pegado o meu celular.
- Escuta. Se não arriscamos, não iremos chegar a lugar algum. – Responde contrariando-a – Eu irei até lá, você querendo ou não.
- Certo... Certo. – Se rende – Só tome cuidado.
- Darei um jeito de trazer esse celular de volta, mas em nenhuma circunstancia envolva alguém nisso... Não agora.
- Mas a Emma...
- Esqueça a Emma, no momento temos que focar nessa gravação. Apenas não a mostre para ninguém. Essa prova juntando com muitas outras serão o bastante para fazê-la pagar por cada crime cometido.
Hani estava se sentindo mais confiante quanto a isso...
Mas conhecia Lauren e sabia que a mesma poderia dar a volta por cima.
- Eu realmente espero que isso esteja perto de acabar...
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