História Desejo (Hiatus) - Plano

POV LUKE

Sexta-Feira

A semana parece ter passado como um trem sem freio. Tenho a impressão que o tempo passa cada vez mais rápido.

Na verdade sempre tive essa impressão estranha, espero que eu não seja o único (risos).

Já tenho tantas atividades escolares acumuladas, nem cheguei a fazer metade. Minha mente ultimamente anda bem longe, sempre pensando em uma certa pessoa. Preciso parar com isso, SÉRIO!

Olha que eu prometi me esforçar mais, mas tá tudo indo água a baixo. Orem por mim.

Ainda faltava meia hora, mas como Lunna estava doente e não iria vim, decidi ir bem mais cedo hoje, estava com uma estranha vontade de andar. Olha que eu sou  bem sedentário e prefiro passar maior parte do tempo sentando, né. Iria pegar um caminho mais longo.

Chego ao andar de baixo e não vejo ninguém. Meus pais devem ter saído mais cedo, meu irmão mesmo estudando no mesmo colégio que eu quase nunca íamos juntos.

Dou de ombros e começo a andar em direção a porta. Hoje o dia estava bem mais frio, mas dessa vez trouxe o meu casaco (Anotado: Nunca mais esquecer o casaco de frio).

Dou play no meu celular e começa a tocar Hello Bitches da Cl. Chega ao refrão da música e da aquela vontade de  bater cabelo loucamente. Mas eu tô no meio da rua e tenho que me controlar, deixo para brilhar mais tarde, né. Brincadeirinha gente.

Enquanto eu tentava cantar em coreano, uma certa humana passa bem apressada ao meu lado. Reconheço como sendo a Emma, irmã de gêmea  Andrew. Sim pessoas, ele tem uma irmã gêmea. Eu não sabia até dois dias atrás, quando ela apareceu do nada na nossa sala de aula. Acabei fazendo amizade rapidamente com ela, descobri que ela morava em outro estado com o seu pai, Andrew morava com a mãe, sendo seus pais são separados.

Eles não são quase nada parecidos fisicamente, mas ela é tão ruiva quanto ele e também mais alta que eu (qualquer um é L).

Ela nem havia me notado ao seu lado, decido chamar sua atenção.

- Oii! – Quase grito sem querer. Vergoinha. Vergonha.

Ela retira os fones do ouvido.

- Olha aqui... – Ela ia falar algo, mas ao me ver para totalmente – Luke! O que faz aqui? – Pergunta me abraçando rapidamente. Mas ela é alta mesmo viu.

- Eu moro por aqui, só alguns quarteirões da casa de vocês  – Digo.

- Ai que legal! Agora nós podemos  sempre ir juntos – Solta um enorme sorriso agarrando o meu braço esquerdo.  Aí! Além de mais alta, pelo jeito é mais forte também.

- Vou adorar – Ela é legal, acho que podemos nos dar bastante bem – E o Andrew, ele não vem com você? – Sinto meu coração bater mais forte só por perguntar por ele. Bobo apaixonado

- Não, ele teve que resolver um problema. Vai vim um pouco mais tarde  – Suspiro triste. Ixi, acho que ela percebeu.

- Ok – Queria tanto ver ele. Durante essa semana nos aproximamos bastante, amei tanto esse tempo que passamos juntos e nos conhecemos melhor.

Meus pensamentos são interrompidos por um barulho estridente de sirene de ambulância.

- O que será que aconteceu? – Emma pergunta olhando para frente.

- Não sei. Mas ultimamente  carros policiais é o que tem mais aparecido por aqui  – Digo tentando enxergar de longe todo aquele amontoado.

- Então vamos ver o que aconteceu  – Puxa minha mão andando rapidamente.

Carro de policia, ambulância, um carro aparentemente arrombado e monte de pessoas ao redor.

- Minha nossa  – Vejo sangue entre a calçada e a pista.

Com toda aquela gente, conseguimos chegar mais a frente e eu vi algo que me deixou realmente assustado.

Um pano branco cobria um corpo estirado ao chão, aparentemente ensanguentado, não consegui ficar muito tempo olhando. Viro a cabeça e vejo uma policial ao meu lado com uma prancheta em mãos.

- Olá  – Chego mais perto dela com Emma grudada em meu braço direito – Posso saber o que houve aqui – Ela me analisa de cima para baixo. Engulo em seco

- Aparentemente essa moça teve seu crânio esmagado  – Suspira e continua – Pela porta do carro – Ela aponta para a porta do carro em que o sangue ainda escorria pela janela. Prendo a respiração. Meu deus.

- Ma-mas po-r-por-que? – Emma até então calada, pergunta.

- Ainda não sabemos.  A pessoa que fez isso não deixou nenhum rastro  – Explica.

- Mas por que fariam isso com ela? – Tremo da cabeça aos pés.

- Crianças vão para a escola, que eu tenho mais o que fazer  – Antes que ela virasse de costas, eu me coloquei mais a sua frente.

- Você n-nã-não acha qu-que foi- é-é-é – Gaguejo totalmente nervoso.

A policial ergue uma sobrancelha.

- Spoke? – Só ao pronunciar esse nome, me arrepio de novo  – Bem, não posso afirmar com toda certeza, não temos ainda nenhum prova concreta.

Eu e Emma trocamos um rápido olhar.

- Ele é bastante procurado em todo o país, então vive escondido. Deve ter sido uns de seus capangas que fez isso a essa pobre moça  – Balança a cabeça negativamente.

- Capangas? – Tô quase me mijando.

- Criança, você acha mesmo que ele faria tudo aquilo sozinho? Explodir um banco, tocar fogo em duas casas noturnas ao mesmo tempo? Quem você acha que o ajudou a fugir daquela prisão de segurança máxima? – Aproxima-se mais de nós.

- Então pode ter vários deles espalhados pela cidade? – Pergunto, já prevendo a resposta.

- É o que achamos. Agora por favor, sumam daqui antes que eu prenda vocês dois  – Ela nos aponta com o dedo. Ela realmente estava falando sério?

- Ok-ok, muito obrigado pelas informações – Quando já íamos nos virar, ela coloca a mão em meu ombro - Pois não? – Eu só queria ir embora desse lugar.

- Tomem cuidado – É o que ela apenas nos diz.

- Ok, nós tomaremos – Dou um sorriso forçado e saio dali quase arrastando a Emma.

“ Tomem cuidado”.

Eu realmente não estou com um pressentimento bom sobre tudo isso.

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POV NARRADOR

Em um silencio extremo, Luke e Emma permaneciam. Luke já não aguentando mais, decide quebrar o silencio.

- Então Emma, quando tempo vai ficar na cidade? – Queria poder afastar todos os pensamentos negativos que agora dominava sua mente.

Emma o olha parecendo acordar dos seus pensamentos.

- Ah sim, sabe que meu pai vive viajando por causa do trabalho e por causa disso eu sempre estava mudando de colégio, não conseguia me adaptar tão rápido assim, então ele achou melhor eu voltar a Mirror Spring e ficar por aqui mesmo e ir para a mesma instituição que Andrew – Explica.

- E você pretende morar aqui de vez?  – Luke pergunta.

- Eu ainda não sei, adoro essa cidade, talvez eu fique por aqui mesmo – Fala – Além do mais acabei de te conhecer  – Luke sorri.

Continuaram conversando, a tensão de antes já tinha esvaziado.

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- Dona Hellen, cheguei!  – Andrew avisa entrando no quarto da sua mãe – Consegui comprar o seu remédio .

Desesperada, Hellen abre a porta do banheiro com uma toalha cobrindo só metade do corpo.

- Mãe! meu deu... – Foi interrompido.

- Meu deus nada, eu tô quase duas horas dentro desse maldito banheiro, já estava passando mal, menino, me dá!  – Pega com pressa a sacola na mão de Andrew e sai correndo em disparada ao banheiro

- Minha nossa mãe, é só uma prisãosinha de ventre – Começa a rir vendo o desespero da sua mãe – E o remédio vai demorar um pouco para fazer efeito – Diz só para ver a sua reação.

- EU NÃO POSSO! NEM QUE EU TENHA QUE IR TODA MELADA, NÃO POSSO FALTAR O TRABALHO HOJE! – Grita do banheiro. Sem dúvidas nenhum os vizinhos esculturam esse grito.

- Mas eu hein. Tô indo embora antes que esse quarto comece a feder  – Comenta só para irritá-la.

- SAI DAQUI ANDREW! SAI! – Andrew tapa os ouvidos com toda essa gritaria.

- Tchauzinho. Boa sorte aí – Quando já ia fechar a porta, lembrasse de algo – Como eu já estou bastante atrasado, vou pegar o seu carro!

- TÁ! VAI EMBORA! – Ela mesma já estava ficando rouca de tanto gritar.

Rir e fecha a porta.

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Já na escola, Luke arrumava seus materiais dentro do armário. Retira o óculos do rosto e percebe que um lado esta sem lente.

-  Hã, ué, mas o que? – Começa a procurar pela lente em todos os cantos possíveis da bolsa – Como eu não percebi que a lente tinha caído? – Olha para o chão, sem saber o que fazer. ”Lerdo” Pensa.

Charles passando pelo corredor, comprimenta um amigo, mas acaba parando ao ver de longe Luke com um semblante perdido.  “Parece que a minha presa esta com um novo problema”  -  Depois a gente se fala – Da uma batida em seu ombro e começa a andar com um olhar fixo em Luke.

Enquanto andava sentia vários olhares sendo direcionados a si. Mas afinal, quem não o olharia? Usava uma camisa que moldava perfeitamente o seu corpo atlético. Estava no topo dos mais desejados, ele sabia muito bem. Poderia ter muitos que o desejassem, mas ele só tinha olhos para Luke, já tinha se tornado uma obsessão o olhar assim. Mas já estava cansando de só ficar nisso. Queria o garoto e já estava decidido que não pouparia nada para tê-lo.

- Oi Luke – Dá um dos seus sorrisos sedutores, havia percebido a última vez que isso deixou o outro totalmente sem jeito.

Luke mais uma vez engole em seco. “Ele tem mesmo que ser tão atraente assim?”.

- Ol-olá Charles  – Sorri nervoso. Só queria ir pra sala de aula.

- Tudo bem? Eu vi que você parecia meio perdido – Apoia seu braço esquerdo no armário ao lado. Isso acabou destacando mais ainda os seus músculos bem trabalhados.

Luke então levanta os óculos que estava na mão. Sorri sem graça

- Oh – Pega delicadamente o óculos da mão do menor fazendo questão de roçar a sua mão na dele. “Bem macia como já imaginava” – Pelo jeito você teve mais um problema com os seus óculos – O entrega os óculos de volta.

- Sim, nem havia percebido na hora – Comenta guardando ele em seu bolso da calça.

- Eu posso te ajudar a achar – Diz motivado  – Vamos lá, deve estar em algum lugar desse corredor. Façamos o seguinte, eu procuro no pátio e você aqui, certo? – Estende a sua mão em direção ao menor.

Luke olha para a mão cheia de veias.

- Agradeço muito por isso mesmo Charles, você é uma ótima pessoa – Já estava com o rosto todo corado – Mas eu posso dar um jeito nisso depois, não preci... – É interrompido.

- Eu insisto.

Luke suspira. Achava que estava tomando tempo dele.

- Tá bom, Sr. Insistente – Charles sorri com esse apelido – Vamos antes que comece a tocar – E assim aperta a sua mão. Charles sente como se uma corrente elétrica tivesse passado por seu corpo. “É, realmente estou apaixonado”.

E assim começam a procurar.

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Minutos já tinham se passado e nada de encontrar a lente. Luke já estava exausto, decide desistir de procurar. Quando já ia atrás de Charles, eis que ele lhe aparece com a lente em mãos.

- O Sr. Insistente aqui encontrou sua lente – Sorri mostrando os dentes  – Oh, sujei ela só um pouquinho.

Luke sorri por isso.

- Seu bobo, a lente já devia estar suja antes mesmo de você pegar  – Se aproxima do outro e encosta sua cabeça em seu peito, já que era o máximo que alcançava do outro – Muito obrigado mesmo – Olha para cima com as bochechas vermelhas – Esse óculos custou mais que a minha vida – Então se afasta para poder limpar a lente.

Charles rir de vez.

- Tenho certeza que não – “Tão lindo. Como eu queria morder esses lábios”.

O sinal toca.

- Missão comprida – Luke rir da besteira que disse.

- Engraçado que só nos encontramos quando seu óculos da algum problema  – Recorda que essa não é a primeira vez que acontece.

Ao longe dali Andrew mais uma vez observava tudo. Tinha acabado de chegar e foi como um baque ao ver seu Luke tão intimo de outro.

William que estava ao seu lado, observava tudo. Em todos esses anos de amizade nunca viu o seu amigo assim por ninguém.

- Cara, se eu fosse você... e também se eu fosse gay né – Coloca a mão no ombro alheio – Eu tomava logo ele antes que fosse tarde demais. Olha só como esse cara é descarado  –Aponta para a cena logo a frente. Charles se abaixa e fala algo no ouvido de Luke, que rir em seguida.

- Olha eu tenho que concordar  – Emma aparece ao seu lado – Luke vive recebendo olhares de todos os lugares, não sei como até ele ainda não perdeu o cabaço – Comenta só para arrancar um olhar furioso de Andrew – Eu tô brincando maninho. Mas falando sério agora, não deixa Luke fugir de suas mãos, não perca ele para outro – Fica na ponta dos pés só para falar em seu ouvido  - Olha que eu quero ele como meu cunhadinho.

Andrew já estava vermelho de raiva. “Quem esse desgraçado pensa que é para chegar assim no que é meu?”.

- E também  – Decide continuar – Esse Charles não é de se jogar fora, né. Gostoso demais, eu sinceramen... – Iria continuar, mas ao ver os olhos cheios de raiva de Andrew, resolve parar.

- É melhor ficar calada – William diz a si. Ela concorda balando a cabeça.

Andrew já não mais aturando os dois juntos, bufa e começa a caminhar pesado em direção a eles.

- Ele vai fazer besteira  – William diz.

- Bem provável, é melhor a gente ir junto – E os dois ao se darem conta Andrew já estava entre Luke e Charles. Começam a correr.

Luke se assusta com essa repentina presença dele.

- An-Andrew – Gagueja – Tá tudo bem com você?

- O que você faz aqui com esse cara? – Olha Charles cheio de ódio. Uma veia se destaca em sua garganta. Estava com vontade de deixar certa pessoa em coma no hospital.

- Onw, Onw, calma aí carinha. Eu só fui ajudar ele com os seus óculos – “Vontade de voar na cara desse merda. Mantenha a calma Charles”.

Andrew olha para Luke como se esperasse uma explicação.

- Ué, não entendo por que você está desse jeito, Andrew – Só então Andrew percebeu a burrada que estava fazendo. Deixou a raiva o dominar de novo.

William e Emma chegam já puxando Andrew pelo braço.

- Gente, liguem não. O Andrew hoje não tomou o remedinho dele – William tenta puxar Andrew, mas o mesmo parecia ter ganhado mais força.

- Eu estou ótimo – Puxa o seu braço de volta. Olha para todos ao redor  – O que foi? – Pergunta grosso. Só queria pegar o seu Luke e mantê-lo longe de qualquer outro pervertido.

- Bem Luke, adorei te ajudar, sempre que precisar pode me procurar para qualquer coisa – Comenta só para irritar o outro. Abaixa-se e instala um beijo em sua testa. Antes de virar-se, solta um olhar superior para Andrew.

- Ai adoro isso, garotos exalando fúria brigando por quem fica primeiro com a inocente presa indefesa – Emma comenta batendo palminhas.

Luke e William a olha balançando a cabeça sem a entender.

- Vamos logo, antes que o professor não deixe mais entrar  – William fala para todos.

- Luke você sentara a partir de agora só do meu lado – Andrew mandara de forma autoritária. Tentou parecer menos bruto e controlador, mas era muito difícil, pois sempre foi o seu jeito de ser. Em relação a Luke acabava se tornava muito mais, mas não queria assustar o seu baixinho. Decidiu que não o deixaria sair mais do seu lado.

Luke encolhe os ombros pelo efeito que essa voz causou em si, mas decide não contesta. Isso não passou despercebido por Andrew.

- É. Pelo jeito parece que terei que me livrar de você, Andrew  – Charles os observa até virarem o corredor.

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Nenhum deles havia notado, mas outra pessoa os olhava atentamente.

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O sinal toca.

Charles pega todo o seu material e sai em direção ao portão.

Durante a aula, acabou recebendo uma mensagem. Mas não mostrava de quem era, pensou em ignorar, mas sua curiosidade falou mais alto.

“Me encontre no parque mais próximo ao colégio”, Era o que dizia nessa mensagem.

- Espero que não seja uma pegadinha, sem paciência pra isso – Diz enquanto andava em direção ao parque mais próximo do seu colégio.

Em cinco minutos, já tinha chegado.

Olhava para todos os cantos e direções e nada. Absolutamente nada e nem ninguém.

- Se eu descobrir quem fez isso, vai se arrepender amargamente.

- Charles  –Ouvi uma voz feminina atrás de si. Vira-se e deparasse com quem menos esperava.

- Lauren? O que faz aqui? – Pergunta, já arrependido de ter vindo.

- Eu que mandei a mensagem.

- Você? – Já não estava entendo nada  – O que você quer?  – Cruza os braços.

- Quero te ajudar – É o que apenas diz.

- Vá direto ao ponto  – Já estava impaciente.

- Luke – Prossegui – Eu sei o quanto você quer tê-lo, posso ajudá-lo nisso, mas você também teria que me ajudar em algo. 

Charles rir.

- Eu sinceramente não sei o porquê de ter aceitado vim aqui. Perda de tempo... – É interrompido por ela.

- Charles, Charles  – Lauren começa a andar em circulo – Eu sei que você é um dos aliados de Spoke, aliás deve ser um dos poucos aliados inteligentes que ele tem – E para bem em sua frente – Eu sei que foi você que o ajudou a fugir daquela prisão de segurança máxima. Até que você fez um bom trabalho, eu admito. Nenhum outro prisioneiro jamais conseguiu fugir de lá, e você conseguiu essa proeza. Parabéns – Solta falsas palmas.

Por esse ele não esperava, o pegou de surpresa.

- Como descobriu?

- Eu sei de tudo  – Fala em um sussurro.

- Afinal, quem é você? O que realmente quer? – Pergunta.

Lauren sorri de modo doentio.

- Eu sou apenas uma simples estudante atrás de vingança  – Seu olhar transmitia um profundo ódio.

- Não posso ajudá-la  – Antes que virasse, Lauren volta a falar.

- Está com medo de ele descobrir? É um frouxo mesmo. Um boneco que só sabe seguir ordens do seu primo – Tenta provocá-lo. “ Como ela sabe que nós somos primos?”

Sua vontade era de esmagar o crânio dessa garota – Você deveria tomar mais cuidado com o que fala – Não era uma ameaça, e sim um aviso. Aquele Charles de antes não existia ali. Sua outra face sendo mostrada.

- Se você não querer tudo bem. Mas sabia que Luke jamais olharia para você do mesmo jeito que olha para Andrew, você não ira conseguir nada dele mesmo – Estava querendo o que queria. Convencê-lo.

- Me fale sobre essa tal vingança e talvez eu mude de opinião - Suspira

Lauren sorri de lado

-Hum, por onde eu começo...

- Jamais imaginaria isso vindo de você – Solta.

- Ninguém jamais imaginaria, Charles. Afinal eu sei disfarçar muito bem o meu outro lado – Vários pensamentos começam a surgir, então continuar – No ensino fundamental, eu era sempre a excluída, a zoada, sempre ouvia piadinhas sobre o meu peso, sofria de várias formas. Mas nenhum chega perto do que já passei nas mãos de Sarah Larsson – Charles se lembra bem dela, era uma das garotas mais populares da época – Cansada de tudo e de todos decide-me vingar – Seu olhar macabro o surpreende – Em um belo dia enquanto todos estavam na quadra, Sarah estava no vestuário, tomando banho. Eu já tinha planejado tudo perfeitamente...

- Espera. Foi você que jogo água quente nela? – Interrompe.

- Posso continuar? – Sim, fui eu mesma. Ela estava de costa, aproveitei esse momento e joguei a água quente nela – Sorri. Adorou ver a outra gritando e se contorcendo no chão.

- Ela quase morreu.

- Morreria se eu tivesse deixado mais 10 minutos de água fervendo – Sorri pela lembrança. Sarah acabou tendo graves queimaduras que a deixou internada por quase 1 ano, entre a vida e a morte. Sobreviveu mas com sequelas irreparáveis.

- Não fale nada, me deixe continuar  – Pede para o outro não a interromper – O tempo foi passando, tinham parado de mexer comigo. Achei que finalmente tinha acabado, mas não – Sorri amarga – A vadia da Emma, a irmã de Andrew, descobriu  e contou tudo aos meus pais.

- Mas com... –

- Não interrompa, merda – Ela nunca tinha feito nada contra mim, mas andava com Sarah e as suas fantoches putas e nunca fez nada para me ajudar enquanto eu sofria nas mãos delas, só observava toda vez que eu era xingada e agredida. Acabei criando raiva dela, mas depois do que ela fez, a raiva se transformou em ódio e eu quis fazê-la a pagar por tudo. Eu ainda nem tinha bolado um plano, e recebi a noticia de que ela iria para outro estado, tentei agilizá-lo, mas não deu certo.

Charles tentava absolver tudo que tinha acabado de ouvir. “Onde eu fui me meter?” Pensa.

- Mas olha como o destino é maravilhoso, ela voltou e eu finalmente vou poder vingar tudo o que ela me fez.

- Você é patética. Não tem como seguir em frente não? Já não conseguiu o que queria que era destruir a Sarah?

- Talvez eu até seja, mas não descanso até conseguir o que eu quero. Destruir a Sarah só fez parte do show, ainda falta a outra metade. O que você me diz? Eu acabo com a Emma, nos livramos do Andrew e você ainda terá Luke inteiramente para si.

Charles fica dividido. Adoraria tirar Andrew do seu caminho, mas não queria se envolver em mais nenhuma morte.

- Eu aceito.