História Desejo - 15

E eu fico naquele quarto até a hora do jantar mais ou menos. É eu sei que àquela altura Laito e os outros deveriam estar loucos me procurando para alimentar as crianças, mas sinceramente eu não estava ligando muito para a preocupação deles pois tudo o que eu queria naquele momento era ficar com os Mukamis nem que fossem só por alguns dias (ou minutos). Horas depois me assusto com o clique da porta sendo destrancada e resolvo sair mesmo que com uma certa pontada de medo; O medo e a adrenalina com a possibilidade de ser pega por um deles me consome de dentro para fora enquanto corro para explorar o lugar, quando estou me aproximando da sala de jantar ouço uma das coisas que eu mais gostava nos Mukamis: as discussões bobas, divertidas e engraçadas que tornavam Kou e Yuma umas criançonas para minha completa alegria. Essa era a parte que eu mais gostava, pois, o modo como eles se relacionavam entre si com as brigas bobas era o que me fazia sorrir quando me sentia para baixo com algo que acontecia comigo em casa.

Entro na sala de jantar mais louca e animada de Diabolik Lovers e me sento ao lado de Azusa, o meu Mukami favorito. Sim, eu sei o que deve estar pensando afinal, como eu simplesmente ODEIO o Kanato mas sou completamente apaixonada pelo Azusa? Simples: eu me identificava muito mais com o Azus (como eu o chamo) do que com aquele narcisista sinistro do Sakamaki andrógeno.

- Ei porca, por que não está com medo? – Pergunta Yuma me fazendo revirar os olhos quando me sirvo o interrompendo de fazer o mesmo. – Sabe que isso pode dar em morte, não é?

- Pois eu não me importo, seu emburrado. Rapazes como você dificilmente seriam capazes de me intimidar se considerar o quanto eu me sinto atraída pelas trevas.

- Atraída pelas trevas? – Pergunta Kou parecendo confuso.

- Estou ligada a demônios e vampiros desde que consiga me lembrar então é meio complicado de explicar o que acontece comigo – Para ser sincera com vocês meus leitores que acompanham o que está acontecendo comigo aqui em DL, só lhes digo minhas melhores lembranças de infância estão ironicamente relacionadas a filmes e contos de terror como “A Casa de Cera” que passava no SBT todo mês, lembro de meus pais e minha irmã mais velha, nós quatro nos espremendo na minha cama de solteiro só pra assistir a esse e a dezenas de outros filmes de terror ou com certo teor sobrenatural. – Só sei que gosto de vampiros desde que consigo me lembrar e que a raça de vocês nunca sequer me intimidou ou ao menos povoou meus pesadelos.

- Você não sente medo de nós? – Pergunta Azus como quem estranhava a situação. Assinto com a cabeça e começo a comer.

- Você gosta dessas coisas? – Pergunta Kou apontando para o sushi,o arroz e o sashimi no meu prato.

- Na verdade eu adoro, outras culturas e outros tipos de gastronomia fazem bem o meu tipo. – Sorrio.

- Coma logo, nós temos de ir para a escola. – Diz Ruki sério. Apesar de eu saber que ele provavelmente negaria eu não via mal algum em perguntar por mera curiosidade:

- Também irei? – Pergunto e um sorriso cínico surge no rosto de Yuma.

- Não seja idiota, os Sakamakis vão para o colégio e, portanto, não irá também. – Responde Ruki me fitando aparentemente irritado.

- Quem ficará comigo por esta noite? – Pergunto e a expressão em seu rosto é de surpresa como se eu tivesse acabado de tirar as palavras de sua boca (e no fim das contas eu tirei mesmo não foi? – Risos -).

- Esta noite será Azusa. – Responde e faço força para não pular de alegria afinal seria Azusa quem cuidaria de mim e eu sabia que naquele momento muitas coisas seriam alteradas naquela mansão e principalmente naquele coraçãozinho triste e cheio de cicatrizes deixadas por falsos amigos.

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Minutos depois estão apenas Azusa e eu na mansão e estou em meu quarto lendo um dos livros que eu havia pego na biblioteca. Me levanto da cama e vou até a janela, de onde observo os jardins e só consigo pensar em Laito e em meus filhos.

- Eve... – Chama Azusa aparecendo atrás de mim. Olho para ele com um sorriso.

- Sim Azusa?

- Quero lhe mostrar algo. – Eu sabia exatamente o que ele iria me mostras: sua coleção de adagas. Naquele momento eu soube que deveria finalmente agir para mostrar a ele o quanto aquilo não era bom e poderia machucá-lo profundamente caso não parasse. O sigo até seu quarto e ao entrar me sento em sua cama. Azusa me mostra sua coleção de adagas e me dá uma para que lhe corte (o que eu JAMAIS ousaria fazer com ele) – Me corte. – Diz pegando na adaga em minha mão fazendo-a apontar para ele.

- Não posso fazer isso Azusa, não é certo. – Surge uma expressão irritada em seu rosto.

- Então não gosta de mim?

- Não é isso Azusa, só não é certo que você se machuque dessa forma. – Pego em sua mão. – Não posso deixar que faça isso de novo, eu te amo Azusa. – Sim, sei que é meio forçado mas eu NUNCA iria querer fazer isso com ele e faria de tudo para convencê-lo a parar.

- Se me ame, então permita que meu sangue seja derramado pelas suas mãos. – Meus olhos se enchem de lágrimas (a primeira vez em que realmente choro desde que entrei em DL) e quando percebe minha hesitação Azusa me prensa contra a parede e o impacto de minhas costas contra a superfície dura me causa as dores mais excruciantes possíveis que só pioram com as mordidas de Azusa em meu pescoço e em meu peito e quando parece que estou prestes á desmaiar Yuma aparece de braços cruzados atrás de Azusa.

- Já chega. – Diz irritado tirando Azusa de cima de mim enquanto perco as forças e desabo no chão desmaiando logo em seguida com uma forte e insuportável dor de cabeça.