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História Desejo Oculto - Cedendo


Escrita por: Dark_Siren4

Notas do Autor


OI AMORZINHOS!

Vocês pediram e aqui tem mais um capítulo!

BOA LEITURA! *-*

Capítulo 2 - Cedendo


Fanfic / Fanfiction Desejo Oculto - Cedendo

                 * Phoebe *

Eu estava sem falar com Max à cerca de seis meses. Desde aquele incidente no meu quarto.
Nossos pais, por diversas vezes nos questionaram sobre o que tinha acontecido para estarmos nos evitando daquela forma. Mas, para todos os efeitos, eu e Max só havíamos brigado de novo. Porém, nós nunca ficamos mais do que uma semana sem falar um com o outro. Era um recorde imenso para nós dois passar um semestre inteiro sem abrir a boca para ao menos nos xingarmos.
Eu simplemente não conseguia olhar para ele e ver o que eu tanto amava antes. Meu irmão gêmeo, meu melhor amigo e companheiro. Agora ele era um completo estranho.
Por muitas vezes, pensei em contar tudo para os nossos pais, mas tinha vergonha. Eles nos considerariam aberrações, assim como qualquer um que soubesse disso. Então, as semanas foram se arrastando, se transformando em meses, até que eu e Max nos tornamos estranhos dentro de nossa própria casa.
Eu estava com um ar mais austero perto dele. Assim como ele sempre parecia um tanto triste e sisudo demais.
Os jantares à mesa, eram uma coisa bem deprimente. Apenas nossos pais, Nora, Billy e até Chloe conversavam, exceto eu e Max. Ele ficava remexendo a comida no prato, enquanto eu sempre ocupava minha mente com vários trabalhos e lições de casa.
Não queria pensar no que havia ocorrido.
Na escola, eu também não estava muito mais animada que isso. Foi como se meu irmão tivesse sugado toda a alegria de mim com um beijo. Nem mesmo, Ryan, interessava mais. Aliás, nenhum garoto.
Eu não consegui parar de pensar em Max, naquele beijo e no quanto tudo isso me fazia sentir horrível.
Cherry, minha melhor amiga, não pode deixar de notar isso.
- Phoebe, tem algo errado entre você e Max?- questionou, enquanto estávamos na mesa do refeitório, vendo meu irmão sentado do outro lado, em uma mesa vazia brincando com a comida.
- Não- fui ríspida, também bem pouco interessada na minha.
- Tudo bem- ela disse, notando minha expressão fechada- Você falou com o Ryan? Soube que ele tá super a fim de você. Apesar de a senhorita viver dispensando ele.
- Eu não quero nada com ele, Cherry- resmunguei, notando como meus cabelos ficam jogados na cara de qualquer jeito, assim evitaria que Max olhasse para mim, ou que eu olhasse para ele- Não quero falar sobre isso.
- Tá- ela mudou de assunto rapidamente.
Eu amava isso em Cherry, ela nunca me pressionava. Mesmo, eu estando uma caco emocional instável durante todos esses meses.
Tarde da noite, em meu quarto, naquele mesmo dia, eu ainda não conseguia dormir. A sensação dos lábios de Max contra os meus, me atormentava de um modo cruel.
Não foi uma sensação ruim, mas também não era boa de se lembrar. Ele era meu irmão! Como podia ter feito aquilo? Como ele podia pensar em mim desse jeito? Nós crescemos juntos.
Isso era tremendamente errado e graças à ele, eu estava tão destruída que não tinha forças para mais nada. Apenas deixava os dias passarem, fazendo meu dever de casa e atividades escolares em automático. Minhas notas não caíram. Elas nunca cairiam. Mas, eu sim. Me sentia à metros abaixo do solo.
Chutei os cobertores para longe de meu corpo e desci para a cozinha. Ao passar pelo batente, pude ver Max, com uma calça preta de algodão e sem camisa, diante da geladeira aberta, procurando alguma coisa para comer.
Fiquei me perguntando como ele podia ser meu irmão gêmeo. Nós não éramos parecidos, tanto em personalidade, quanto em aparência. Max tinha cabelos castanhos claros, e olhos cor de chocolate. Sua pele era bem mais bronzeada que a minha. O que me causava uma inveja mortal.
Seus olhos castanhos se voltaram para mim, e subitamente me vi sem jeito. Pensei em sair correndo para o meu quarto, mas eu não podia agir como uma criminosa.
Ele quem havia errado, não eu.
Empinei o queixo e andei até a pia, enchi um copo de água e berberiquei um pouco, tentando não procurá - lo pelo canto do olho.
Depois de beber, pousei o copo na pia com todo o cuidado e me virei para sair. E trombei com aquele idiota.
- Phoebe- disse, falando comigo pela primeira vez em meses. Sua voz era cuidadosa e baixa- Posso falar com você?
Cruzei os braços diante do peito, notando que ele se esforçava para não olhar para o meu corpo. Assim como eu o fazia.
- Eu não tenho mais nada para falar com você, Max- fui fria e passei por ele.
Subitamente, sua mão se fechou sobre meu braço, me impedindo.
- Phoebe, por favor- pediu.
Eu nunca o tinha visto tão sério. Max havia mudado muito durante aqueles meses.
Soltei-me dele.
- O que você quer?
Ele cruzou braços sobre o peito. Tentei não ficar olhando para o seu abdômen. Minhas bochechas esquentaram visivelmente.
- Eu quero... me desculpar com você. Quero que as coisas voltem a ser como antes.
- Nada mais será como antes e você sabe- rebati.
Ele deu uma passo na minha direção, me fazendo recuar.
- Eu quero voltar a ser seu amigo. Nós sempre fomos amigos, mesmo com todas as brigas.
Aquele olhar... Els não podia usar aquele olhar comigo. Era golpe baixo e ele sabia.
- Mas você passou dos limites da fraternidade e amizade.
Ele se sentia terrivelmente culpado com aquilo. Dava para perceber.
- Eu sei- assentiu- E eu peço desculpas por tudo. Eu...- respirou fundo, tomando coragem-...Comecei a sentir essas coisas estranhas por você. E eu confundi tudo. Sei que não deveria, mas não consegui evitar. Agora... eu me sinto tão culpado que não consigo nem olhar pra você.
E naquele momento, toda a raiva que sentia dele, simplesmente derreteu. Ele era meu irmão e queria meu perdão.
Eu podia perdoá - lo, não?
- Você... você está sendo sincero?- perguntei, me permitindo um momento de fragilidade.
Uma luz brilhou no interior de seus olhos.
- Eu juro, Phoebe- disse solenemente- Eu juro pela vida do Dr. Colosso.
Jurar pela vida do seu coelho vilão de estimação era uma coisa bem séria para Max. Ele adorava aquela bola de pêlos com capa roxa.
Mordi o lábio, ainda temerosa.
- Tudo bem- murmurei- Eu perdôo você.
- Sério?- ele sorriu.
- Sim- sorri de volta.
- Eu... será que eu posso abraçar você?- perguntou, coçando o alto dos cabelos.
- Acho que sim- falei, um tanto deslocada com aquela mudança brusca- Tá.
Os braços de Max me envolveram em um abraço de quebrar ossos. Mas, de certa forma foi bom. Eu senti falta de abraçar meu irmão.
- Obrigado, Phoebe- sussurrou, sua respiração em meus cabelos.
O abracei mais forte e... Ele me soltou.
- Eu vou... Vou dormir- disse, indo em direção à porta- Boa noite.
- Boa noite, Max - falei, ainda confusa.
O dia seguinte foi cheio de olhares estranhos. Principalmente, de nossos pais e amigos que haviam se acostumado a nos verem sem olhar para a cara do outro por seis meses. Mas, eu e Max não nos importamos e fomos para a escola juntos.
Foi difícil voltar a nossa irreverência de irmãos de antes, mas depois de algumas horas fomos postos à par de tudo sobre a vida um do outro. Era incrível como ele tinha o dom de me fazer rir de qualquer coisa.
Porém, seu bom humor mudou, quando Ryan veio falar comigo entre as aulas. Max enrijeceu e deu meia volta, indo para qualquer perímetro longe de nós dois.
Aquilo foi estranho...
Como sempre, Ryan estava querendo me chamar para sair, mas eu disse que iria sair com Max e Cherry depois da aula. O que não era mentira.
Me senti tão mal por sua carinha de tristeza que o convidei para ir na pizzaria da Sra. Wong conosco.
O restante das aulas não foram muito animadoras. Me fizeram lembrar que meu irmão também tinha um lado ruim.
Ele daria um ótimo super vilão se continuasse daquela maneira.
Max ficou incomunicável por horas até a pizzaria.
Ele simplesmente sentou do meu lado, no exato momento em que Ryan o faria. Fazendo-o ter que ficar ao lado de Cherry.
E durante todo esse tempo, ele se intrometeu na conversa sempre que Ryan perguntava sobre a minha vida.
Se eu não conhecesse Max, diria que ele estava com ciúme. Mas pensar nisso, me fez sentir extremamente enjoada.
- Max- chamei, sorrindo afetadamente para nossos amigos- Posso falar com você um instantinho?
- Agora que eu e Ryan estávamos falando da crise de urticária que ele teve na quinta série?- Max sorriu, adorando fazer o garoto que eu gostava passar vergonha.
- Agora- rosnei.
Ele me seguiu até o beco atrás da pizzaria.
- O que você tá fazendo, Max?- grunhi para ele, quando não havia mais ninguém por perto.
- Nada, ué- deu de ombros, cínico como sempre- Eu só estava falando com o seu namorado.
Estreitei os olhos.
- Eu sei o que está fazendo, Max Thunderman- cutuquei seu peito- Você não vai estragar as coisas entre mim e Ryan de novo.
- Não sei do que está falando- cruzou os braços.
- Não se faça de desentendido- murmurei, rubra de raiva- Eu sei que está tentando me afastar dele. Então, é isso que vai fazer toda vez que alguém se interessar por mim? Vai tramar com aquele seu coelhinho maligno uma forma de destruir meus namoros?
Ele começou a rir feito um doido, parando apenas para secar as lágrimas dos olhos.
- Não seja tão hipócrita, Phoebe. Mesmo que não estivéssemos nos falando, eu observei você por seis meses e sempre a vi repelir Ryan como uma doença. E hoje, quando finalmente voltamos a nos falar, você automaticamente retoma relações com aquele aguado lá dentro?
Meu olhos ficaram em fendas.
- O que está insinuando?
Ele deu alguns passos na minha direção, fazendo-me ficar presa entre ele e a parede.
- Estou dizendo que você só está com ele para me afastar- sussurrou, olhando seriamente para mim.
- Não seja ridículo- ri nervosamente, tentando passar por ele, mas seus braços criaram barreiras nas laterais de meu corpo.
- Então diz pra mim, Phoebe- murmurou, com o rosto à centímetros do meu- Diz que não pensou naquele beijo um dia sequer depois daquilo. Diz que não gostou. Diz que não quer tanto quanto eu.
Minha respiração saía em pequenas golfadas.
- Não, eu não pensei. E não, eu não gostei. E definitivamente, NÃO, eu não quero!
Seus olhos de chocolate ainda fitavam os meus daquele modo intenso.
- Você está dizendo isso- sussurrou- Mas, seu corpo diz outra coisa.
- Como pode saber isso?- arqueei uma sobrancelha, tentando parecer corajosa.
- Porque eu te conheço, literalmente, desde o dia em que nascemos. Conheço cada parte de você, como se fosse minha.
Ele estava ficando perigosamente perto e eu encurralada.
- Max...
- Por que insiste em me afastar, quando sempre foi o nosso destino ficar juntos?- sua boca estava muito perto da minha.
- Max, por favor...
- Eu posso dar o que você precisa, e não aquele aguado. Você sabe disso.
- Não...- fechei os olhos, sacudindo as cabeça freneticamente.
- Sim.
E sua boca estava na minha, me envolvendo de um jeito lento e contagiante. Seus braços circularam minha cintura, me puxando para mais perto em uma pegada brusca.
Por mais que eu quisesse lutar, aquela pequena parte minha ignorou tudo o que gritava o quanto errado. Apenas me deixei levar.
Max pareceu satisfeito com minha atitude, apertando seu corpo ao meu contra a parede de tijolos à minhas costas.
Meus dedos subiram lentamente pelos músculos de seus braços sobre a camisa cinza, nos ombros largos e envolveram seu pescoço, puxando para mais perto. Sua língua brincando com a minha em um beijo de tirar o fôlego.
Agarrei seus cabelos castanhos e macios, o puxando para mim em uma sede descontrolada por seus lábios. Ele grunhiu, me apertando mais contra a parede.
Não sei quanto tempo se passou, mas eu finalmente fiquei sem ar. Me afastei alguns centímetros dele, respirando de forma irregular. Max me deu pequenos selinhos pelo meu rosto, parecendo satisfeito e ao mesmo tempo desejoso de mais.
- Eu sabia- ele sussurrou em minha boca- Você é minha, tanto quanto eu sou seu.
Encostei a cabeça em seu peito, sentindo as lágrimas descerem por meu rosto.
- Isso é errado, Max- solucei- É muito errado.
- Eu não me importo.
- Mas, eu me importo- falei- O que nossos pais iriam pensar disso?
- Eu não me importo com mais nada- ele parecia decidido- Apenas com você, Phoebe. Você sabe que nós somos perfeitos um para o outro.
- Eu odeio você- chorei ainda mais.
- Você me odeia por tê-la feito perceber o que sente por mim.
- Não- falei, me afastando dele- Chega dessa loucura, Max.
E dei alguns passos querendo me afastar o máximo possível dele. E quase tive um enfarto ao ver o garoto loiro no fim do beco. Ryan.
Ele nos olhava com uma descrença assustadora e com o olhar de desprezo e nojo que tanto temi.
- Ryan...- falei, fraca demais para emitir uma única sílaba.
Ela não disse nada, apenas se afastou rapidamente. Não consegui alcançá - lo antes de perdê - lo de vista.
- Max, o que vamos fazer?- falei, completamente apavorada- E se ele contar pra alguém?
Ele não disse nada, apenas me abraçou.
Pânico foi pouco para descrever o que senti durante aqueles três dias. Tentei ligar para Ryan várias vezes, mas ele não atendia.
Minhas unhas estavam sumindo de tanto que eu as roía.
E durante todas as noites, quando nossos pais estavam dormindo, Max batia na porta de meu quarto e pedia para entrar. Mas eu não deixava.
Tinha muito medo daquilo que sentíamos perto um do outro. Por mais errado que parecesse, eu não conseguia parar de pensar em seus lábios quentes e úmidos contra os meus.
Eu passava tanto tempo chorando que tive que inventar para minha mãe que desenvolvi uma alergia e meus olhos estavam irritados. Mas, eu não consegui enganar Cherry por muito tempo.
Quando estávamos no vestiário feminino após o treino, ela me interrogou feio. E como eu estava emocionalmente frágil, só precisou de uma prensa e eu desandei à falar.
- Ai, droga- ela arfou, olhando para uma parede, ainda em choque- Você e o Max.
- Eu sei- solucei, cobrindo meu rosto.
- E o Ryan viu. Ai droga...
- Eu sei.
- Droga dupla.
- Você deve me odiar agora, não é?- falei, entre as lágrimas- Eu sei que isso é horrível. Eu sou uma aberração. Max é uma aberração.
Senti sua mão afagando minhas costas carinhosamente.
- Não dá pra dizer que isso não é estranho- começou- E muito menos amenizar.
Chorei mais.
- Mas, eu conheço você e... seu irmão, a algum tempo, e se não tivesse me mostrado um documento que comprova que são irmãos, eu mesma teria dito que vocês namoram. Vocês dois brigam como um casal.
Aquilo me fez rir em meio às lágrimas.
- E por mais esquisito que possa parecer...- continuou- Eu fico feliz por vocês dois. Mesmo que isso seja mal visto diante da sociedade. E sou sua amiga, Phoebe. Sempre vou apoiar você, até em um caso bizarro como esses. Que Deus, me perdoe.
A abracei.
- Você é a melhor amiga de todas.
- É, eu tento- ela riu, retribuindo.
Ter Cherry ao meu lado foi a melhor forma de não enlouquecer nos dias seguintes.
O que eu mais temia aconteceu.
Primeiro, foram os cochichos e o silêncio mórbido, quando eu e meu irmão entrávamos em algum lugar. Seja nos corredores ou em sala de aula. Depois as piadinhas.
Até que eu vi os cartazes espalhados por aí. Dois bonequinhos fofinhos em uma folha cor de rosa, com nossos rostos estampados neles. E embaixo, escrito em negrito estavam os dizeres: ThunderFreaks.*
Aquilo foi o suficiente para me fazer sair correndo aos prantos de dentro da escola, com todas aquelas pessoas más, rindo e apontando para mim.

(*Thundermans Aberrações, numa tradução livre).


Notas Finais


Oie ^-^)/

Primeiramente, muito obrigada pelos primeiros comentários. Vocês fizeram uma escritora feliz :)
E segundamente... infelizmente essa é uma fic pequena com três capítulos. Então, essa é a segunda parte. Espero que gostem final ^-^

Beijos xxx. Até mais :*


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