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História Desejo Proibido - Novo acordo


Escrita por: LomaSant

Notas do Autor


Boa leitura

Capítulo 17 - Novo acordo



Ariana P.O.V

Apertei o interruptor e quando a luz se acendeu, pude ver com clareza a sala e os móveis que estavam nela. No sofá de couro branco, ainda com a roupa do seu trabalho, encontrei minha mãe deitada, dormindo com a boca aberta. A analisei por alguns segundos enquanto decidia se a acordava agora ou não. Eu precisava arrumar minha mala e receber o Christian em algumas horas, mas tudo isso por um motivo que ela precisava saber. Eu tinha a consciência de que ela iria brigar comigo por contar tão em cima da hora, mas ela não poderia me proibir. Então, me aproximei dela e a cutuquei no ombro.

— Mãe? — a chamei. Nada dela acordar — Mãe? — chamei mais alto, dessa vez fazendo ela se mexer um pouco e resmungar algo. Revirei os olhos por causa da sua demora em acordar, mas ainda assim continuei insistindo. Agora eu sei o trabalho que dava pra ela quando eu precisava ir para a escola de manhã. — Mãe! — chamei mais alto do que as outras vezes, e assim, ela acordou, assustada.

— O que foi? — perguntou ainda sonolenta — Quer me matar? — perguntou de novo enquanto se sentava no sofá.

— Relaxa, mãe! Sou só eu — falei, a tranquilizando.

— Que horas são? — ela perguntou, desorientada.

— 18:00 — respondi após checar meu celular, que agora estava guardado no meu bolso.

— Eu esperava ter dormido mais — reclamou. — O que você quer?

— Preciso conversar com você — falei séria e me sentei ao seu lado. 

— Ai, meu Deus! Ariana Grande-Butera, o que foi que você fez dessa vez? — ela já estava irritada sem mesmo saber o motivo da nossa conversa.  Eu estava com medo mesmo sem ter feito nada de errado. Pelo que eu conheço da minha mãe, ela deve estar achando que eu usei drogas, ou, sei lá, assaltei um banco.

— Calma, dona Joan! Eu não fiz nada de errado, só preciso te avisar algo — esclareci.

— Menos mau — ela falou e eu pude ouvir o alívio em sua voz. — E o que você tem pra me contar que precise de todo esse drama? — respirei fundo e enrolei um pouco para falar, pensando em como organizaria as informações. — Anda, Ariana! Tá me deixando nervosa! — suas falas vinham sendo acompanhadas por gesticulação.

— Há umas semanas, a Fernanda fez aniversário, você se lembra? — perguntei e ela assentiu — Então, ela ganhou um presente da tia dela e resolveu dividir comigo, o Chris e o Lucas, que é o namorado dela — falei e aguardei alguma reação sua para poder prosseguir.

— Bem legal a Fernanda fazer isso, mas que presente é esse? — minha mãe perguntou. Mordi levemente o canto do meu lábio inferior e voltei a falar.

— Uma viagem para a praia. Ficaremos quatro semanas lá e iremos amanhã — Falei rapidamente enquanto olhava seu rosto e pude ver que ela estava confusa. Tinha a sensação de que a qualquer momento iria aparecer uma interrogação em seu rosto. — Foi ótimo conversar com você, pode voltar a dormir — falei e me levantei rapidamente, na tentativa de sair logo daquela situação e não ouvir sua reclamação. Infelizmente, ela foi mais ágil que eu. 

— Ariana, volte agora — ela ordenou e eu voltei. Ela não havia gritado, na verdade, sua voz continuava na mesma altura de antes. — Por que você não me contou isso antes? São quatro semanas! — sua voz começava a ficar mais alta, sinal de que ela estava se irritando.

— Eu esqueci, mãe! — falei com sinceridade — A viagem nem seria amanhã, mas coisas aconteceram e tivemos que mudar os planos — expliquei. A cena era ridícula porque eu parecia uma criança de doze anos, e não uma mulher com mais de vinte anos. 

— Não sei se eu confio em vocês juntos. Nem conheço esse namorado da Fernanda! — ela contra-atacou, se questionando sobre o caráter do Lucas. 

— Fernanda é a mais certa de todos nós; o Chris é um banana e vai arregar sobre qualquer coisa que ele julgar perigosa. E bem, o Lucas, ele é um cara legal — falei e me surpreendi com o fato de eu não ter nada para falar sobre o Lucas. Espero não estar enganada sobre a única coisa que eu consegui pensar para defendê-lo.

— E você, Ariana? Posso confiar em você? — ela me perguntou. Como ela podia desconfiar de mim? 

— Não, mãe! Eu vou usar drogas e voltar pra casa grávida! — falei, brava e sarcástica. — É claro que pode! 

— Olha só como você fala comigo! Eu estou apenas preocupada! — Ela se defendeu e eu soube que ela estava certa.

— Desculpa, mas eu já sou adulta e não há motivos para se preocupar — falei e dei um beijo em sua testa. — O Chris vai vir em casa hoje, então quando ele chegar, o peça para subir — pedi e ela assentiu. Quando eu estava quase pisando no primeiro degrau da escada, veio um flash na minha mente de Cláudia me contando sobre o acidente com Maria, então rapidamente voltei e a encontrei como estava segundos atrás. — Mãe — a chamei e ela se virou pra mim.

— O quê? — perguntou.

— Cláudia me contou que Maria sofreu um acidente hoje. Cláudia foi visitá-la no hospital — contei e esperei minha mãe começar a lamentar, mas sua reação foi inesperada. Ela me olhou como se perguntasse se eu estava louca.

— Que horas isso aconteceu? — perguntou, franzindo a testa.

— Faz pouco tempo — pensei antes de continuar minha resposta —, poucos minutos antes de eu ir embora. Por quê? — perguntei, desconfiada.

— Não faz muito tempo que Maria saiu daqui. Eu me deitei uns dez minutos antes de você chegar, e só depois de eu ter dormido ela saiu. 

Franzi a testa após ter ouvido suas palavras. Cláudia não poderia ter me enganado. Se havia o feito, qual o motivo? 

— Você deve estar enganada — falei, pensando na Cláudia e na sua feição minutos antes.

— Você sabe muito bem que Cláudia nunca foi uma santa e sempre deu trabalho para Maria — ela falou e eu concordei, lembrando das vezes em que Maria havia chegado irritada em casa reclamando das coisas que Cláudia, sua irmã quinze anos mais nova, havia aprontado.

— Mas ela mudou; faz tempo que Fernanda não reclama do trabalho mal feito dela, e quando fui lá, semanas atrás, ela me tratou muito bem
— saí em sua defesa.

— Eu não quero acusar ninguém, é só um aviso — ela falou e eu parei para pensar que talvez ela estivesse certa. — Vou ligar para Maria e aí ficaremos sabendo se ela está bem ou se realmente está no hospital — ela falou e pegou seu celular que estava em cima da mesa de centro amarela. 

Subi os degraus da escada de dois em dois e ao entrar no meu quarto, deixo a porta aberta para que eu possa ouvir qualquer novidade que minha mãe tenha sobre esse caso. Cláudia realmente não era um anjo, mas por que ela forjaria o acidente da própria irmã? 

Lucas P.O.V 


Quando os ponteiros do meu relógio indicaram 18:23, vi uma mulher pequena, com um vestido preto que ia até a altura dos joelhos se aproximando cada vez mais da masa em que eu estava. A reconheci como sendo Cláudia. Sem o uniforme de trabalho, até que ela era arrumada, mas não o suficiente para que fosse alvo da minha atração. Ela parecia um pouco cansada, admito que a fiz dar uma bela caminhada para chegar até aqui. Ninguém conhecido poderia nos ver juntos, caso contrário, estaria tudo perdido. Na verdade, há muitas coisas que contribuem para o meu pior, mas são riscos que eu tenho que correr. Não que eu os queira, mas são necessários. 

Ela passava pelas mesas enquanto me olhava com um pequeno sorriso no rosto. Falsamente, o retribuí.

— Espero não estar muito atrasada — ela falou quando finalmente chegou à nossa mesa, se sentando na minha frente. 

— Eu esperava que você demorasse mais — comentei sem dar muita importância ao assunto. — O que você falou para Fernanda? — fui direto ao assunto, finalmente fazendo a perguntava que martelava na minha cabeça desde o momento em que saí de casa.

— Inventei que minha irmã havia sofrido um acidente e que eu precisava ir vê-la no hospital — ela falou. Sua postura e o modo que falava mostravam que ela estava orgulhosa da sua mentira. 

— Ela comprou a ideia? — perguntei.

— Fernanda não pareceu se importar muito, mas Ariana ficou desesperada — ela falou enquanto examinava o cardápio do restaurante. 

— O que a Ariana tem a ver com isso isso? — estranhei, a fazendo me olhar com uma cara feia.

— Esqueceu que ela estava lá? 

— Vou refazer a pergunta — falei, já sem paciência para sua falta de inteligência. — Por que Ariana ficou desesperada? — perguntei, sedento pela resposta.

— Minha irmã trabalha na casa dela, só isso — ela continuou olhando o cardápio, sem perceber a gravidade do que havia falado.
Respirei fundo e fechei minha mão em um punho, a apertando cada vez mais para controlar a raiva. Ato totalmente inútil.

— Está tudo bem? — ela perguntou ao perceber o controle que eu estava fazendo para não xingá-la.

— Deixa eu ver se entendi bem — falei, apoiando meus cotovelos em cima da mesa e entrelaçando meus dedos. — Você falou para Ariana, que a sua irmã, que trabalha na casa dela, havia sofrido um acidente, certo? — falei quase que pausadamente, dando ênfase em "Ariana" e "dela" para que Cláudia pudesse perceber a merda que tinha feito sem que eu precisasse falar.

Ela me olhou por alguns segundos com uma expressão confusa, mas depois seu olhar confuso se transformou em uma careta, que foi acompanhada por um "merda!", finalmente entendendo seu erro.

— Lucas, me desculpa! Eu não tinha pensando nisso, eu — ela estava desesperada e vi que estava prestes a chorar. Por mais que eu estivesse muito bravo, eu precisava acalmá-la para que seu choro não chamasse a atenção das pessoas ao redor. E além disso, Cláudia precisava achar que eu gosto dela, precisava confiar em mim. Fazer o que eu queria só iria piorar as coisas.

— Tudo bem, eu dou um jeito nisso. Não se preocupe — falei e após me dar conta do que ela havia feito, respiro profundamente. Ela tinha apenas um dever e ainda assim conseguiu errar. 

— Você tem certeza? — ela perguntou e eu vi que já não ameaçava mais a chorar. 

— Eu sempre dou um jeito — falei, lembrando de momentos vividos no meu passado que eu gostaria que sumissem, mas que eu era sempre obrigado a reviver quando voltavam na minha memória em minhas várias noites mal dormidas. Vi um sorriso de alívio surgir em seu rosto. — Agora, vamos resolver o que viemos tratar aqui, não acha? — perguntei e ela assentiu. 

— Sou toda ouvidos — ela falou, completamente manhosa. O modo como falou me fez ter vontade de vomitar. Eu amo as mulheres, mas não pego qualquer uma que se oferecer para mim.

— Acredito que você não goste de trabalhar como empregada na casa da Fernanda, não é? — comecei a falar, fazendo parecer que eu me importava com o bem-estar de Cláudia. Mas era tudo por ela.

— Não suporto, mas eu tô tentando tomar jeito. Ninguém disse que eu tô conseguindo, tanto que eu tô aqui agora — ela comentou. Pelo pouco que conheci de Cláudia, dava para perceber que ela é uma mulher bem ambiciosa. Na casa de Fernanda assumia o papel de boa empregada, mas não deve valer o prato que come. É a pessoa perfeita pro dever.

— Eu tenho uma ótima proposta para você. É sim ou não, sem enrolar. Não tenho muito tempo e tenho certeza de que qualquer outra pessoa toparia me ajudar — falei, valorizando a oferta que eu lhe faria.

— Você está me deixando ansiosa — falou.

— Me ajude de alguma forma a conseguir arrancar dinheiro daquela casa, que metade será seu — menti.— Deixe tudo comigo, apenas me dê as informações. 

Olhei fixamente para seu rosto, esperando por uma resposta. Por algum tempo ela me olhou como se eu fosse louco, mas após assumir uma expressão pensativa, ela me olhou com um sorriso nos lábios.

— Eu sabia que um homem como você não estaria com a sonsa da Fernanda por amor — Cláudia falou, palpitando demais. Um dia ela poderia se dar mau por conta da sua língua, ninguém gosta de quem fala muito.

— Sim ou não? — falei, sem paciência.

— Apesar de eu ter a sensação de que estou pactuando com o diabo, vai ser um prazer negociar com você — ela falou e estendeu seu braço para que eu apertasse sua mão, o que eu fiz.  


Notas Finais


Espero que tenham gostado desse capítulo e por favor, comentem mais! Digam o que estão achando da fanfic, eu demoro pra escrever pra não postar qualquer porcaria pra vocês. Cada comentário me anima muito.


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