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História Desejo Proibido - Sem compaixão


Escrita por: LomaSant

Notas do Autor


Nesse capítulo poderão ver um lado mais humano do Lucas, e não apenas o cachorro que vocês pensam que ele é, haha.

Boa leitura bbs <3

Capítulo 18 - Sem compaixão



ARIANA P.O.V
Quando abri meus olhos, me deparei com Christian agachado em frente a minha cama. O flagrei com o meu celular em mãos, ele tinha a câmera virada na opção câmera frontal, tirando uma selfie nossa.

 — Que diabos você tá fazendo? — perguntei irritada. Tentei arrumar meu cabelo desgrenhado enquanto me sentava na cama igualmente bagunçada.

— Vi você dormindo e não pude resistir — ele me respondeu, achando graça da situação. Ele sabia o quanto eu odiava esse tipo de coisa, mas no lugar de brigar com ele, fiz algo muito mais simples. 

— Deixa eu ver como saí — com um sorriso travesso nos lábios, pedi, me referindo a foto. 

Seus dedos passearam pela tela do celular por alguns instantes e ele virou o aparelho para meu rosto, me fazendo vê-lo todo sorridente, comigo logo atrás, dormindo com a boca aberta e com um dos meus braços para fora da cama. A imagem me fez fazer uma careta diante da minha feiura.

— O que eu tinha na cabeça quando mostrei a senha do meu celular pra você? — indaguei. 

— Você não tá tão ruim assim, vai — sabendo que Chris mentia, eu o olhei com uma cara feia, que acabou resultando em sua verdadeira opinião. — Tá bom, você tá acabada, mas ainda assim é mais bonita do que muitas meninas quando estão arrumadas — ele falou, tentando aliviar a situação.

— Vai se ferrar, Chris! — falei em tom de brincadeira e joguei uma almofada laranja em seu rosto, o que fez ele rir. 

Sentado no chão, ele jogou a mesma almofada em mim, me fazendo jogar a almofada mais próxima nele, resultando em uma guerra de almofadas. Eu dava pequenos gritos quando a almofada de Christian me acertava, o que o fazia rir, e eu acabava rindo da cara que ele fazia enquanto ria.

 Naquele momento eu havia esquecido do beijo, dos seus sentimentos, da mentira de Cláudia, da viagem, do Lucas. Era apenas Christian e eu, dois melhores amigos se divertindo. Quando minha mãe entrou no quarto, eu estava preparada para jogar meu travesseiro nele. Em sua mão me chamou a atenção um pequeno aparelho branco, que logo reconheci como seu celular. 

— É a Maria, ela quer falar com você — com a mão esticada para que eu pegasse o celular, ela falou. Me levantei da cama e peguei o aparelho de sua mão, e com passos rápidos e largos, voltei para a cama e me sentei em sua ponta. Coloquei o celular no ouvido e iniciei a conversa com uma pergunta.

— Maria, está tudo bem? — perguntei, pulando o costumeiro alô.

— Eu estou ótima, quem não deve estar nada bem é a Cláudia! Como ela teve coragem de inventar algo sério desse jeito? — ela me perguntou. Dava para perceber no modo como falava que ela estava inconformada com a notícia — Você não tá mentindo, né Ariana? — revirei os olhos ao ouvir aquilo. Aparentemente, todo mundo deu para desconfiar de mim esses dias.

— Claro que não, Maria! Por que eu faria isso? — perguntei, brava pela acusação.

— Desculpe, querida. É que não entra na minha cabeça que Cláudia tenha feito uma coisa dessas! — ela se desculpou e eu não me senti mais no direito de ficar brava com ela. Ela era só uma irmã mais velha preocupada com sua irmã mais nova. E não há nada de errado nisso.

— Nem na minha, Maria — respondi simplesmente. 

Christian me olhava com uma expressão confusa, e seus lábios sussurravam um "o que aconteceu?". Com minha mão esquerda, que estava desocupada do celular, fiz um gesto para que ele esperasse. 

— Eu vou falar com ela amanhã e tirarei isso a limpo, não se preocupe! — Maria falou, completamente determinada; mas eu fiz questão de pedir para que ela não o fizesse. — Mas por quê? — estranhou.

— Não fale nada, deixe que eu vou cuidar disso. Me promete que agirá normalmente com ela? — pedi e ela prometeu, certamente  ainda estranhando minha atitude. 

— Vai ser muito difícil fingir que nada aconteceu, mas tudo bem — ela falou, e depois de um leve suspiro que eu sugiro que tenha sido acompanhado por algum pensamento, ela continua. — Preciso buscar meu filho na escola, mas quando tiver novidades, me ligue! — ela pediu.

— Pode deixar, até mais — me despedi e encerrei a ligação.

Deixei o celular da minha mãe em cima do criado-mudo e me virei para Chris, assim contando tudo o que tinha acontecido horas atrás. 

— Isso é meio estranho, mas acho que você não deveria se preocupar com isso. O problema não é com você — Christian falou, me fazendo pensar sobre a mentira de Cláudia e que talvez ele tivesse razão. O problema não era comigo, mas me sinto no direito de saber o que aconteceu.  

— O problema realmente não é meu, mas eu quero descobrir o motivo de uma mentira tão grave — retruquei, um pouco brava. 

— Tudo bem, faça o que quiser — falou, começando com as suas infantilidades.

— Ótimo — respondi, encerrando a conversa mas começando uma briga.

Lucas P.O.V 

Quando a porta da casa de Fernanda foi aberta, vi a mesma com uma cara de poucos amigos que fez eu ter me arrependido de ter voltado.

— Correu bastante, meu amor? — Fernanda falou, totalmente sarcástica. 

— Não o suficiente. Preciso perder essa coisa aqui — falei e apertei o local da minha barriga aonde mais havia gordura. Aquilo era uma tentativa de ser engraçado para deixar o clima menos tenso, mas não funcionou. 

— Você me mata de rir — ele falou, mas seu rosto não demonstrava nenhum sentimento. Nem tristeza, nem raiva; e muito menos alegria.

— O que foi, meu amor? — falei e me aproximei dela, segurando sua cintura com as minhas mãos. Fernanda apenas virou o rosto para o lado em uma tentativa de me ignorar.

— Para onde você foi? — ela perguntou, dessa vez olhando nos meus olhos e cruzando os braços. Não importa o quanto ela pergunte, vou apenas continuar com a desculpa da corrida. 

— Eu falei, fui correr! — tentei passar o máximo de sinceridade enquanto falava.

— Você nem sequer está suado! — Fernanda observou. E, droga, ela tinha razão.

"Pensa rápido, Lucas!", pensei. 

— Fernanda, como você pode ser assim, tão insegura? Nós somos um casal e você deveria confiar mais em mim! Eu te amo! — falei, demonstrando uma falsa indignação e a pegando de surpresa. Demorei um pouco para entender o motivo de sua expressão de espanto, mas não demorou para que eu descobrisse o motivo. Aquele era o primeiro "eu te amo" que eu havia dito a ela desde o começo do nosso relacionamento. Se é que eu posso chamar isso de relacionamento. Por mais que estivéssemos juntos há meses, eu não conseguia lhe enganar em relação aos meus sentimentos. Falar sem sentir.

 Às vezes eu me sentia culpado por enganá-la dessa maneira, de falar essas palavras sem realmente senti-las. Mas eu precisava seguir o plano. Precisava fazer as coisas certas, pelo menos uma vez na vida. 

"Faça o que eu te falei e nós ficaremos livres, Lucas! Sem compaixão, apenas faça!", a voz dela ecoou na minha mente. 

Balancei levemente minha cabeça para que eu parasse de lembrar dela pelo menos por algum tempo e voltei a focar em Fernanda, que estava boquiaberta.

— Você falou — ela disse, sem acreditar no que havia ouvido. — Você finalmente falou! 

— Eu te amo — sussurrei em seu ouvido e, por mais que eu não pudesse  ver seu rosto, sabia que ela estava sorrindo. 

— Ah, Lucas! — ela falou, enquanto me abraçava. Pelo visto eu havia conseguido controlar sua curiosidade sobre o meu paradeiro. Quando fiz menção de desgrudar meu corpo do dela, Fernanda me puxou mais ainda para perto de si e uma sessão de selinhos na minha boca se iniciou.

 Ri durante os primeiros cinco beijos, pois sua euforia era engraçada, mas depois acabou virando algo estranho e chato, então eu tratei de pará-los logo. Se bem que eu não posso julgá-la, é ótimo ouvir essas três palavras de uma pessoa que você ama. Levei um grande choque quando parei para raciocinar sobre o que eu havia pensado. Uma pessoa que você ama. Fernanda me amava e só agora eu havia me dado conta disso. 

— O que foi? — ela perguntou, notando minha mudança de expressão.

Não falei nada, apenas a abracei. Era apenas um abraço de pena. Eu sabia que o que eu estava fazendo era errado, mas era preciso. Havia uma vida dependendo de mim. Minha vida também dependia de mim. Muita coisa daria errado se eu fracassasse.  

"Sem compaixão, apenas faça!", ouvi sua voz novamente. Fechei os olhos por alguns segundos, segundos esses que foram o suficiente para que eu a visse novamente. Seu cabelo, seus olhos, seu sorriso. Maria Júlia tinha um rosto angelical, mas era o próprio diabo na Terra.
 


Notas Finais


Espero que tenham gostado desse capítulo e, por favor, comentem mais! Eu sei que é chato ficar cobrando, mas comentários me deixam muito feliz, sério!


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