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História Desejo Proibido - Você por aqui?


Escrita por: LomaSant

Capítulo 4 - Você por aqui?



What would I do without your smart mouth?
Drawing me in, and you kicking me out


Acordei sentindo alguém me cutucar nas costas e logo em seguida pude ouvir a voz maravilhosa de John Legend na minha música preferida, "All of me". 

— Filha, é o Chris — minha mãe disse, entregando o celular a mim e logo em seguida se retirando do quarto.

— Por que esse idiota não ligou pro meu celular? — pensei em voz alta.

Atendo a ligação, fazendo a música parar, e logo ouço sua voz, já bem animada para — aperto uma tecla qualquer do celular da minha mãe e vejo o horário — 09:36 da manhã. Para muitas pessoas esse horário é bom pra acordar, mas eu só consigo viver depois das 10:30. 

— Caralho Figueiredo, você não cansa de me acordar? — pergunto, realmente estressada. Nessa mesma semana é a segunda vez que ele me acorda com suas ligações nada importantes.

— Você parece um homem falando, seja mais delicada — Chris falou, querendo me provocar.

— Fala logo o que você quer, tô quase desligando — ameaçei.

— Vamos tomar um sorvete hoje às 17:00 horas? Ultimamente você só tem ficado com a Fernanda, tô me sentindo excluído — ele diz, fazendo uma voz manhosa. Ficava até fofo.

— Sorvete, é? Tudo bem, tô precisando mesmo fazer algo que eu gosto — faço uma pequena pausa — com uma pessoa que eu gosto — digo, admitindo. Não que eu não gostasse da Foquinha, mas é que com o Chris tudo era mais leve, divertido.

— Você admitiu que me ama, finalmente! — pude perceber a animação na sua voz. Com certeza havia um sorriso no seu rosto nesse exato momento. 

— Menos, tá? Me encontra na praça no horário marcado, agora, eu vou tentar dormir mais um pouco — digo, querendo encerrar a ligação. Meus olhos ainda pesavam de sono.

— É, a noite foi longa, não vou nem reclamar dessa sua preguiça — Chris disse, com certeza lembrando da péssima noite que foi ontem. 

E como eu sempre faço, encerrei a ligação sem sequer dizer tchau. 

Acordei horas mais tarde, ao meio dia. Minha mãe havia saído para trabalhar, ela cuidava de idosos em um casa de repouso e passava praticamente o dia inteiro lá. Maria, uma mulher de 50 anos que cuidava da nossa casa — e de mim, até meus 10 anos — já havia feito o almoço, que era o meu preferido, macarrão com queijo. Apenas comi enquanto assistia TV e fiquei de bobeira até às 16:30. O parque em que eu iria encontrar o Chris ficava a apenas 5 minutos da minha casa, e era só o Chris, eu não precisava ser tão pontual. 

— Maria, vou tomar banho pra encontrar o Chris! — grito para que ela escute, já que estava dentro da cozinha fazendo alguma de suas tarefas.

— Vai, menina! Não tem ninguém te atrapalhando — ela grita de volta. Maria e seu jeito doce e preocupado de ser.

Chego na praça às 17:10, segundo meu relógio. Sentado em um banco perto de uma árvore, vejo o Christian, olhando na direção oposta a que eu estava. Ando mais um pouco e chego até ele, me sentando ao seu lado. Percebendo que alguém havia se juntado a ele, o mesmo vira a cabeça rapidamente na minha direção, meio assustado.

—  Viu um fantasma? — pergunto, achando graça da sua cara de assustado . 

— Você sem maquiagem é bem assustador — ele diz, venenoso. 

— Só por causa disso eu vou escolher o sorvete mais caro, já que você vai pagar, porque eu não trouxe dinheiro — digo. 

— Já esperava isso de você. Aliás, você tá me devendo 20 reais de umas fatias de pizzas que eu te paguei mês passado — ele diz se levantando, e eu o acompanho, indo em direção à sorveteria.

— Não sei do que você tá falando — me finjo de desentendida.

Chegamos à sorveteria e pegamos vários sabores, fazendo uma mistura de sorvetes. Em uma mesa perto da janela do estabelecimento, nós nos sentamos, já que ali era praticamente nosso lugar oficial. Esse era um lugar que eu só vinha com o Chris.

— É ótimo passar o dia com você, depois de tanto tempo — digo, mexendo no meu sorvete com uma colherzinha de plástico rosa. 

Christian não responde, e quando ergo os olhos para olhá-lo, vejo ele sorrindo, olhando a mesa.

— Qual foi a graça? — pergunto, estranhando e colocando um pouco do sorvete na boca. Das várias misturas, peguei a parte de sorvete de uva.

— Também gosto de passar o tempo com você. Muito mesmo. — ele disse, me olhando. 

A conversa tomava um rumo que eu não esperava, o modo que ele falava, o modo que me olhava... Não era o Christian, o meu melhor amigo. 

— Esse sorvete tá ótimo — digo, mudando de assunto completamente.

— É, está — ele disse, percebendo que eu estava desconfortável com a situação. 

Depois de um tempo em silêncio, ele fala algo.

— O que você achou do Lucas? Não comentou nada sobre ele — falou o Christian, comendo mais do seu sorvete.

Por um segundo pensei em comentar sobre o Lucas olhando os peitos daquela vagabunda, mas Christian não saberia guardar segredo. Então, digo apenas 50% da verdade.

— Parece ser um cara legal, mas meio estranho... Sabe o que eu quero dizer? — pergunto, sem saber explicar o que eu realmente achava.

— Conversei com ele por horas ontem e ainda sinto que não o conheço muito bem — Christian disse.

— Exatamente — digo. — Mas é só uma questão de tempo até ele se sentir mais a vontade com tudo. 

Ele tira o celular do bolso e fica encarando a tela por alguns segundos, fazendo eu me lembrar do meu celular. Não o vi o dia inteiro. Então, em questão de segundos, me lembro de ter deixado meu celular em cima da mesa, antes da Foquinha vir falar comigo e Lucas na noite anterior.

— Meu celular! — digo, a voz alta o suficiente para que as outras dez pessoas na sorveteria me olhassem.

— O quê? — Chris pergunta, assustado.

— Esqueci ele ontem! Na festa! Não é possível — digo e cubro meu rosto com minhas mãos, apoiando meus cotovelos em cima da mesa.

— Relaxa, ninguém ia roubar! Deve estar na casa da Fernanda — ele disse, calmo.

Quando ouço ele falar o nome dela, me lembro que tenho que ir na casa dela às 17:00. Merda, que droga de cabeça!

— Que horas são? — pergunto, já me levantando.

— 17:50, por quê? — ele diz, depois de olhar no celular.

Dez minutos pras 18:00, isso significa extremamente atrasada.

— Chris, me desculpa, mas eu preciso ir! Depois a gente se fala, tchau! — digo e saio às pressas do local, deixando ele sozinho. Eu odeio ter que fazer isso, mas também marquei um compromisso com a Foquinha e não posso deixá-la esperando tanto.

Christian Figueiredo P.O.V 

E então ela sai correndo, me deixando sozinho novamente. As pessoas agora me observavam, mas não demora muito para que voltem à suas conversas. Não aguento mais ser deixado de lado, trocado pela Fernada. Eu só queria um tempo com a Ariana, só isso. Bem... Não só isso, na verdade. Uma chance, era só isso que eu queria. Com esse pensamento, pego o pote de sorvete da Ariana e o tomo, provando dos seus sabores preferidos. 

Ariana P.O.V

— Obrigada, Claudia — digo para uma das várias funcionárias da casa de Fernanda.

— Ariana, a dona Fernanda não está, ela cansou de te esperar e saiu tem uns quinze minutos — ela disse, parada na minha frente. 

— Droga! — disse, me lamentando por ter andado 20 minutos a toa. 

— Ela não deve demorar, saiu com a senhora Melissa pra fazer umas compras.

— Compras? Agora sei que elas vão demorar mesmo — digo. — É, acho que vou embora. Por favor, diga para Fernanda que eu vim.

Quando estou prestes a sair, lembro do meu celular e da possibilidade dele estar aqui. Me viro imediatamente, fazendo Claudia, que estava logo atrás de mim, recuar. 

— Posso subir pra dar uma olhada no quarto da Fernanda? Acho que meu celular pode estar aqui — perguntei, já sabendo que sua resposta seria sim. Ela assentiu e logo saiu para fazer suas obrigações. 

Subi as escadas e, depois de virar em alguns corredores, logo achei o corredor que o quarto de Fernanda ficava. Me agaichei e procurei a chave embaixo do tapete roxo, mas ali só havia poeira. 

Estranho, ela normalmente deixa a porta trancada, pensei. 

Giro a maçaneta e ao abrir a porta, levo um pequeno susto. Lucas estava ali, deitado na cama, apenas com uma cueca boxer. Me viro para sair do quarto, mas ouço sua voz sonolenta.

— Amor? — ele pergunta, confuso. 
 


Notas Finais


Espero que tenham gostado do capítulo, porque eu fiquei feliz com ele. Me desculpem por qualquer erro e até o próximo capítulo. Ah, se gostarem, digam o que acharam ;)


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