História Desejo Proibido - Finalmente a sós?

— Amor? — ele pergunta, confuso.

Paro ao lado da porta, ainda virada para sair. Me viro lentamente em sua direção e o encontro já sentado na cama cheia de almofadas.

— Não, sou eu, a Ariana — digo, completamente envergonhada. Meu rosto nesse momento deve estar vermelho, já que sempre que eu fico com vergonha fico parecendo um pimentão vermelho. Muito obrigada, hormônio adrenalina. 

Ele se preparava para me perguntar algo, quando nota que estava apenas de cueca. Ele se agacha e pega uma bermuda que estava jogada no chão, logo ao lado de um sutiã da Foquinha. 

É, a noite deve ter sido boa, pensei. 

— Tá procurando alguma coisa? — ele perguntou, enquanto passava a mão no cabelo. Enquanto ainda passava a mão no cabelo, ele umidificou os lábios com sua língua.  E, cara, isso foi sexy. Quando me dei conta do que eu havia acabado de pensar, tratei de me repreender. 

— É... O meu celular, esqueci ele ontem — digo, hesitando um pouco.

— Ah, sim — ele diz como se tivesse se lembrado de algo. 

Ele caminha até um criado-mudo vermelho e abre um gaveta, tirando de lá meu celular. Ele caminha até mim com o celular em mãos, e ao se aproximar, estica seu braço para que eu pegue o aparelho. Ele ainda estava sem camisa, me fazendo tirar o foco do celular por uns instantes. Ele não era bombado, como se passasse horas na academia, mas tinha um bom físico. Quando vou pegar o celular, meus dedos acabam tocando sua mão.

— Quente — ele diz, olhando pra mim.

— O quê? — perguntei, assumindo uma expressão confusa.

— Sua mão — ele diz, e depois de uma pequena pausa, ele volta a falar. — Está quente — ele diz, me explicando. Sua voz era tão suave que chegava a ser um calmante.

Lógico que eu estou quente, não é sempre que eu vejo o namorado da minha melhor amiga semi-nu, pensei. 

— Vim andando de uma praça até aqui, ainda tô meio cansada — menti. Minhas pernas ainda doíam um pouco pela caminhada, mas não era esse o motivo do meu rosto estar vermelho e o meu corpo mais quente que o normal. 

— Era só isso o que queria? — ele me pergunta, encostando a mão na porta. Parecia um convite para que eu fosse embora e deixasse ele sozinho.

— Não se preocupe, já vou indo — digo e dou um sorriso amarelo.

Eu já havia me virado para ir embora, quando ouço uma voz.

— Olha, a Fernanda não vai demorar, se quiser ficar aqui e esperar... 

Me viro, achando que o dono da voz era Lucas, mas quando olho para trás, vejo que era Eduardo, um dos seguranças da casa. 

— Ah, obrigada Eduardo, mas acho que já vou indo — digo, agradecendo.

A porta do quarto de Fernanda já estava fechado, e Lucas provavelmente voltaria a dormir. 

Lucas P.O.V

Ela se vira para sair e eu fecho a porta, a trancando para evitar ser incomodado de novo. Se bem que se for pra ser incomodado por uma mulher como a Ariana, eu não me importaria. 

Me deito na cama novamente, tirando o short e voltando a ficar apenas de cueca. Fecho os olhos e me flagro lembrando da reação da Ariana ao me ver, completamente sem graça. Viro para o lado esquerdo da cama e quando olho pro chão, vejo o sutiã que Fernanda usava ontem a noite. Dou um pequeno sorriso ao lembrar do momento em que o tirei, com extrema facilidade. E relembrando momentos da noite passada, acabei dormindo.

ARIANA P.O.V

Quando estou descendo a escada que dá acesso a sala, encontro Enzo, sentado no sofá enquanto lia um livro. Ele mantinha alguns metros de distância da lareira suspensa que estava acessa. Ele provavelmente havia ouvido o som dos meus saltos enquanto eu caminhava, então me chamou para me juntar a ele.

— Boa noite, Enzo — digo o mais educada possível.

— O que faz aqui sem minha filha estar em casa? — ele me pergunta, finalmente tirando os olhos do livro. 

Abro a boca para responder, mas a fecho rapidamente. Enzo não gostaria de saber que eu esqueci de um compromisso com a Fernanda e estava no quarto com o namorado dela. Ele é um homem severo quando se trata de certos assuntos. 

— Acabei esquecendo meu celular ontem e vim aqui ver se eu o achava. Claudia achou e me entregou, foi só isso — digo tão seriamente que eu mesmo acabo me convencendo. Analisando a minha resposta, eu não menti totalmente, só escondi algumas informações. 

— Tudo bem, avisarei que você esteve aqui. Ela saiu com Melissa para gastar meu dinheiro — ele diz e depois de um tempo, sorri, mostrando que é apenas uma brincadeira. Sorrio de volta, não apenas para agradá-lo, mas achei boa sua tentativa de ser engraçado.  — Olha só, está chovendo, peça para Claudia te dar um guarda-chuva para que não pegue uma gripe — ele disse e voltou a prestar atenção em seu livro. Ele podia ser severo na maioria das vezes, mas era um bom homem. 

— Obrigada Claudia — a agradeço novamente, mas dessa vez por me dar um guarda-chuva transparente. Nunca havia visto um desses antes e realmente gostei. — Olha, pode ser que eu não devolva mais, tá? — digo, causando risos nela. 

— Até mais, Ariana — ela disse, abrindo a porta pra mim.

Depois de mais vinte minutos andando, chego em casa. Maria estava dormindo no sofá da sala, com a televisão ligada. Passo direto por ela e vou até meu quarto, trancando a porta do mesmo e me deitando na cama. No meu celular havia várias mensagens e ligações do Chris, de horas antes, então resolvi mandar uma mensagem para ele.

"Chris, tá a fim de vir aqui em casa? A gente pode ver um filme. Só uma maneira de te recompensar por ter te deixado sozinho hoje ;)"

Segundos depois, meu celular vibra, e na tela aparece que "Chris ❤" havia respondido. 

"Só por hoje? Se for essa a maneira que você tem de me recompensar, teríamos que ver uns 50 filmes."

Reviro os olhos após terminar de ler a mensagem. Ele realmente vai insistir nisso? 

"Vai querer ou não? Última chance.", respondo. 

"20:30 eu tô aí", ele responde.

Sabia que ele viria, Chris não é bom em se fazer de difícil. Dessa vez, eu desligaria até o celular para que ninguém nos atrapalhasse. Minha atenção vai ser totalmente voltada a ele. 

Era 20:20 e eu estava na sala arrumando algumas coisas. Maria havia ido embora e minha mãe só chegaria de manhã no dia seguinte. Havia desligado meu celular para evitar qualquer interrupção. Ninguém nos atrapalharia. 

O filme já estava no DVD player, a pipoca preferida dele — sabor manteiga de cinema — já estava pronta e colocada no balde PopCorn. O filme era de terror, o gênero preferido dele. A noite estava toda voltada para agradá-lo. Chris é um ótimo amigo e não quero chateá-lo por causa da Fernanda, e além disso, as noites de filme com ele são sempre divertidas. 

Quando termino de colocar umas latas de refrigerante na mesa de centro, ouço a campainha tocar. Abro a porta e vejo Christian com uma sacolinha na mão.

— Cheguei para animar sua noite — ele diz, já entrando.

— Se o que você tiver aí for comida, com certeza animará — digo e fecho a porta.

— Doces — ele diz, se sentando no sofá.

Me sento ao seu lado, mas com uma certa distância entre nós. Depois de 30 minutos de filme, ouvimos a campainha tocar.

— Quem é? — ele pergunta, pegando o controle e pausando o filme.

— Não sei, não tô esperando ninguém — digo e me levanto, indo na direção da porta. Quando a abro, me deparo com Fernanda e Lucas.

— Que bom está em casa! Por que não me atendeu? — Fernanda perguntou.