História Desejo Proibido - Invasão de Domícilio

Enquanto eu revirando em meus lençóis e mais uma vez não consigo dormir saio porta fora e subo a rua olhar as estrelas sob os meus pés e recordar os justos que eu tratei injustamente e aqui vou eu. Olá, olá, não há nenhum lugar para que eu possa ir. Minha mente está confusa e meu coração está pesado dá pra perceber? eu perco a trilha que me perde  e aqui vou eu. 

Same Mistake, James Blunt

Victória Dickens

Já estava quase na hora das aulas começarem e eu já estava cansada de esperar por Britanny, estava muito frio na cidade  e eu já havia me agasalhado com duas blusas de frio mas eu ainda sentia o ar frio percorrendo por meus braços. Eu não sentia muito frio nas pernas e nem muito frio nos pés pois já estava usando duas meias, minhas mãos estavam super quentinhas com as luvas lindas que eu havia ganhado de Brad. Eu nem sei porque esperava a chegada de Britanny, eu ainda estava um pouco furiosa com ela por ela e Sarah ter me zuado por aquelas teorias malucas da internet, mas ela havia me dado um turbilhão de mensagens pedindo desculpas e depois mais um turbilhão de mensagens implorando para eu espera-lá no colégio para podermos conversar. Ela havia dito que iria me pedir desculpas pessoalmente então lá estava eu que nem uma tonta  esperando por ela. Meus olhos estavam bem concentrados na entrada do colégio, um monte de estudantes entravam pelo mesmo mas nada de Britanny Johnson, notei que um menino lindo de cabelos pretos e olhos azuis claros adentrou para dentro do colégio eu nunca o tinha visto por ali, ele estava segurando um papel nas mãos, com certeza era um novato, ele iria morrer dentro desse colégio. 

— Ei assassina — gritou uma voz feminina conhecida, olhei para o lado esquerdo reparando que era Amber Leigh, a seguidora fiel de Lily Drake, a primeira coisa que reparei foi na toca rosinha dela e nas luvas cor lilás dela. Ela segurava um copo com alguma bebida quente na mão esquerda.  — Os policiais já começaram a investigação do assassinato de Lily e em breve acharam provas de que foi você que matou a Lily, sua vaca — Amber jogou o copo com a bebida em minha direção  e saiu em passos rápidos dali, nem me dando chance de revidar.

A bebida havia machado todo o meu moletom cor lilás, seria um saco ter que lavar o mesmo já que ele era novinho em folha. Peguei o moletom e o levei até o nariz sentindo um cheirinho de cafeína, por sorte o café estava quente e o mesmo começou a aquecer a minha barriga. 

— Ei você é a Victória Dickens? — perguntou uma voz masculina que eu não estava reconhecendo, só podia ser mais uma piadinha de mal gosto contra a minha pessoa, isso eu não iria admitir.

— Sim sou eu sim quem é — disse alterando a voz enquanto virava o meu corpo para trás tentando indentificar o engraçadinho que iria fazer uma piada sem graça sobre mim — o engraçadinho que quer.... — parei de falar em voz alta quando dei de cara com o menino de cabelos pretos e olhos azuis que eu havia visto entrando no colégio alguns minutos antes de Amber jogar café em mim.

— Oi eu sou o Ethan — apresentou-se,  sua voz estava calma e serena. — desculpa te assustar é que eu sou novo aqui e uma menina disse para eu perguntar para você sobre as coisas dessas escolas, ela disse que você é meio popular aqui — ele deu um sorriso de lado.

— Ah sim, digo a não eu não sou popular aqui, tá eu conheço algumas pessoas — dizia enquanto me enrolava nas minhas palavras — mas a maioria é mais inimigo ou amigo falso do que amigo de verdade, você me entende? — perguntei, ele parecia confuso pela careta que fazia. — Ok então bem vindo ao Brookline College, Ethan, em que sala caiu? — perguntei e nem dei tempo para ele responder, peguei o papel que ele segurava nas mãos e reparei que ele caiu na mesma turma que a minha. — Oh você caiu na mesma sala que eu — comentei e olhei para Ethan que deu outro sorriso de lado.

Coloquei minha mão no bolso do moletom e peguei meu celular o tirando dali, liguei a tela do celular e reparei que já estava na hora das aulas começarem.

— Vamos Ethan para a sala? — ele assentiu com a cabeça.

 Eu e ele começamos a andar até a sala de aula e comecei a guia-ló até a sala de aula, fui mostrando a ele aonde ficava o pátio, a diretoria, a enfermaria e o refeitório da escola, ele comentou o quão lindo era tudo aquilo. Adentramos juntos na sala de aula e Ethan sentou ao meu lado na primeira aula, comecei a me concentrar na aula da professora de português e na explicações dela, olhei para o lado reparando que Brad não parava de me fuzilar com os olhos eu simplesmente o ignorei e continuei a prestar atenção na aula, aquilo deve ter o deixado com mais ciúme ainda, ele simplesmente detestava ser ignorado. Brad era muito ciumento mas aquilo era normal todos tinham o direito de sentir um pouco de ciúme, até eu tinha os meus momentos de ciúmes mas ás vezes Brad me sufocava de tanto ciúme.

Quando finalmente acabou todas as aulas eu e Ethan saímos juntos da sala e andamos em direção ao pátio da escola aonde ficava a saída do colégio, pedi para Ethan sentar comigo no banco da escola e ele assentiu, eu tinha que esperar por Brad já que ele era a minha carona mas depois do jeito que ele me olhou na aula eu nem sei se ele iria aceitar me dar uma carona mas eu esperava que sim. Ethan se sentou no banco da frente e ficamos cara a cara enquanto comentavámos da maquiagem da senhorita Peppers.

— Tinha mais batom no dente da professora de física do que na boca dela — comentei enquanto tentava controlar meu ataque de riso. Ethan riu e ficamos rindo juntos enquanto eu lembrava da quantidade enorme de batom no dente da senhorita Peppers.

Ethan parou de rir e começou a me encarar sério.

— Por que as pessoas acham que foi você que assassinou aquela socialite? — perguntou Ethan me fazendo parar na hora de rir.

— È só uma piadinha de mal gosto que as melhores amigas de Lily, a Amber Leigh e a Tracy Collins inventaram e todos acreditaram nelas — disse tentando convencer Ethan de que eu era uma simples estudante comum com uma vida comum.

— Ah ok então — ele sorriu em seguida — as pessoas as vezes passam do limite com o bullying.

— pois é — comentei sem graça, Ethan tinha que estragar o clima divertido.

— Ah que lindo será que estou interrompendo alguma coisa — disse uma voz conhecida, me virei para trás vendo que era Brad, ele estava parado com os braços cruzados olhando para  e mim e em seguida para Ethan. 

Me levantei do banco e parei de frente para Brad e em seguida o beijei, parei de beija-ló quando percebi que seu beijo foi meio seco e sem emoção. 

— querido esse é o meu novo amigo o Ethan — me virei para Ethan — Ethan esse é o meu namorado o Brad — me virei novamente para Brad.

— Prazer em conhece-ló Brad — disse Ethan acenando para Brad, Brad virou a cara para Ethan e me olhou nos olhos.

— Vamos embora querida? — perguntou Brad se esforçando ao máximo para parecer gentil mas eu sabia que por dentro ele estava explodindo de raiva.

— Claro — em seguida, dei um sorriso sem mostrar os dentes. Me virei para Ethan e sorri — foi um prazer te conhecer Ethan.

Brad pegou no meu braço e me forçou a caminhar para fora dali, fomos caminhando em direção a saída do colégio senti um vazio dentro do peito quando percebi que havia deixado Ethan ali sozinho no banco, eu queria pedir para Brad dar uma carona para Ethan mas nem a pau que Brad faria esse favor, Brad não gostou de Ethan logo de cara e quando Brad não gostava de alguém logo de cara era difícil ele mudar e começar a gostar da pessoa. 

— Vick espera — gritou uma voz feminina assim que eu e Brad caminhamos para o lado de fora do colégio, com certeza era a voz de Britanny. Eu sabia que aquela voz era dela, eu a reconheceria de qualquer lugar.

Brad soltou meu braço e eu virei meu corpo vendo Britanny correndo em minha direção feito uma louca, olhei para Brad e ele me encarou impaciente eu murmurei que minha conversa com Britanny seria rápida e ele assentiu, ele sempre ficava com pressa para ir embora para casa. Assim que Britanny se aproximou de mim ela parou em minha direção e parou para descansar um pouco, ela se curvou e colocou as mãos nos joelhos enquanto recuperava o fôlego que havia perdido por correr em minha direção.

— Pronto, agora estou melhor — Britanny tirou as mãos do joelho e endireitou o corpo, ela olhou para Brad e sorriu fraco — oi Brad tudo bem? 

— Sim estou bem Britt e você parece ótima — respondeu Brad dando a impressão que aquilo havia sido uma resposta bem irônica.

— Eu não vi vocês dois aqui no colégio, ei Vick — Britt deu um soquinho amigável no meu ombro, odiava isso. — eu falei para você esperar, por que não me esperou?

— Bom eu espere... — eu ia terminar de responder quando fui brutalmente interrompida.

— Bem não importa — interrompeu Britt — o que importa é que eu te devo desculpas, me desculpa Vick, você é o amor da minha vida, a razão do meu viver e eu não estava te zuando por mal você sabe disso? eu não acredito naquelas baboseiras da internet. Bom, amanhã a gente se vê Vick estou muito atrasada para a minha aula de yoga, tchau casal — Britt andou em passos rápidos para longe dali.

Eu e Brad caminhamos até o outro lado da rua, aonde estava estacionado o seu carro, atravessamos a rua e fui andando em passos rápidos tentando alcançar Brad que estava praticamente correndo ao invés de simplesmente andar. Assim que chegamos em frente ao carro de Brad, ele começou a destravar a porta do motorista e adentrou no mesmo segundos depois ele destravou a porta do passageiro e eu adentrei no Assim que fechei a porta do passageiro, Brad já havia dado partida no carro e começou a fazer o caminho para a minha casa enquanto olhava atentamente para a rua. Eu sabia que ele estava bravo por causa de Ethan mas aquilo tudo era bobagem, eu havia acabado de conhecer Ethan e não tinha porque ele ficar com aquele ciúmes bobo. Liguei o rádio e a música "Celebration" da Madonna começou a tocar, comecei a cantarolar baixinho e reparei que Brad não havia reclamado, parei de cantarolar e comecei a pensar em algo para falar para ele, para quebrar o gelo.

— Eu fiquei que nem uma idiota esperando por Britanny na hora da entrada — comentei tentando quebrar o gelo — ela me mandou espera-lá mas acabei perdendo a paciência, dá para acreditar que a Amber jogou café quente no meu moletom novinho? — ele nem se quer virou o rosto então tentei apelar para o plano B. — Ah qual é, sério que você está com ciúmes de mim com o Ethan? eu acabei de conhece-ló.

—  Mas você precisava passar todas as aulas do lado dele? — perguntou Brad quebrando o gelo — você nem olhou para mim, só ficou lá com aquele mauricinho. — disse Brad enquanto virava o volante para a esquerda.

— Ele não é mauricinho tá?

— Olha você já está defendendo ele —  comentou Brad alterando a voz. Brad parou o carro em frente a minha casa e eu abri a porta do carro e em seguida virei meu corpo encarando Brad que nem se quer olhou para mim enquanto eu o encarava.

— Você quer entrar na minha casa? — assim que perguntei Brad olhou em minha direção e assentiu levemente com a cabeça e abriu a porta do carro.

Sai do veículo e bati a porta do mesmo com força, fui caminhando em passos lentos até a minha casa e passei pelo portão da frente enquanto ouvia passos vindos atrás de mim percebendo que Brad estava bem atrás de mim. Parei em frente a porta da casa e peguei as chaves que estavam no bolso do meu moletom lilás, tirei as chaves do meu bolso e as coloquei na fechadura e a girei em seguida destrancando a porta da casa. Abri a porta da casa e passei pelo lado de dentro da mesma e segurei a porta dando espaço para Brad entrar também, assim que ele passou eu tive a vi Jéssica Vandercamp parada perto do portão da minha casa assim que ela notou que eu a vi, ela andou em minha direção. Eu não fazia a menor idéia de como ela havia descoberto o endereço da minha casa e nem porque ela estava lá, a gente mal conversava e mal erámos amigas.

— Tudo bem com você Vick? — perguntou Jéssica com ambas as mãos nos bolsos de seu moletom cor cinza. Não respondi a pergunta e Jéssica continuou a falar — fiquei sabendo de uma festa que irá rolar, de quem que é a festa?

 — Ah é a festa da Sarah Stangard — respondi me lembrando que estava quase na hora de Sarah começar a entregar os convites. 

— você vai para a festa?  — perguntou Jéssica toda elétrica.

— Bom eu não se...

— você tem que ir — interrompeu Jéssica — você tem que ir e tem que dar um jeito da Sarah me convidar para a festa dela tá bom? você promete que vai ir e vai convencer a Sarah a me dar um convite também?

— Tudo bem então — respondi sem graça as insistências de Jéssica, a gente mal se falava e ela já estava batendo na porta da minha casa enquanto implorava para eu ir na festa da Sarah, cada maluco que tem nesse mundo. — eu irei a festa e irei convencer Sarah a te dar o convite, quanto a isso pode ficar tranquila.

— Ok obrigada Vick — respondeu ela, eu estava prestes a fechar  a porta quando Jéssica prolongou a conversa — olha Vick eu quero te dizer que eu não acredito em nada daquelas coisas horrendas que a galera está dizendo sobre você — disse ela mudando brutalmente de assunto. — eu estou do seu lado e irei te ajudar com o que precisar.

— Tudo bem então obrigada, tchau Jéssica — dito isso, Jéssica virou o corpo e caminhou em direção ao portão da minha casa. 

Fechei a porta e dei de cara com Brad sentado no sofá da sala de estar, a televisão estava ligada e ele estava concentrado em algum programa que assistindo, fui andando calmamente reparando que ele estava assistindo ao programa da Oprah. Assim que ele notou a minha presença, desligou a televisão e olhou atentamente para mim, como se estivesse fazendo algo de errado.

— Ei era a Jéssica Vandercamp que estava na porta da sua casa? — perguntou Brad enquanto se levantava do sofá e caminhava em minha direção.

— Sim era ela — respondi impaciente, ele deu um beijo rápido em meus lábios e eu peguei em sua mão.

— Vamos para o meu quarto para aproveitar que não tem ninguém aqui — disse enquanto eu o puxava em direção ao meu quarto.

Fui caminhando de mãos dadas com Brad em direção ao meu quarto para poder ficar  a sós com ele já que não tinha minha mãe, nem meu padrasto e muito menos o meu irmão postiço para me encher a paciência. Tirando o meu padrasto, eu amava minha mãe e meu irmãozinho postiço mas ás vezes ficar sozinha é muito bom  para mim. Abri a porta do meu quarto e passei pelo lado de dentro da mesma e  dei de cara com o meu quarto todo bagunçado, eu não havia deixado o mesmo daquele jeito quando eu sai para o colégio. Minhas roupas estavam caidas no chão e algumas em cima do meu mini guarda-roupa, reparei que algumas das roupas espalhadas no chão estavam rasgadas, havia algumas páginas arrancadas das revistas da Vogue e da Marie Claire no chão e  alguns dos meus sapatos espalhados pelo quarto. O vidro do meu quarto estava quebrado e havia alguns cacos de vidro espalhados perto da minha cama. Brad passou por mim e adentrou no meu quarto ele andou até a minha cama e pegou um bilhetinho que estava em cima da mesma e leu em voz alta:

— Você irá pagar por ter tirado a vida de Lily Drake, assinado AL — leu Brad e em seguida olhou para mim espantado.