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História Desejos Secretos - Você tem que reagir!


Escrita por: ValentinaEli

Notas do Autor


"Para ser um bom cirurgião, você tem que pensar como um cirurgião. Emoções só confundem. Deixe elas bem guardadinhas e de lado e adentre em uma limpa sala esterilizada onde o procedimento é simples: cortar-suturar-e-fechar. Mas às vezes você encara um corte que não se cura. Um corte que estoura e escancara os pontos…" G.A.

Capítulo 2 - Você tem que reagir!


Fanfic / Fanfiction Desejos Secretos - Você tem que reagir!

O encontro com Soniér me deixou um pouco receoso, me senti entrando literalmente para uma espécie de máfia! O que me fez dormir muito pouco de lá pra cá, esperando a tal pessoa entrar em contato comigo como ele me explicou. E de modo particular, esta noite tive insônia e enxaqueca. Dei um profundo suspiro na cama me espreguiçando, mas sei tenho que levantar, preciso estar no hospital antes das seis horas da manhã. Graças a Deus, foi uma madrugada sem intercorrências. Não houve nenhum chamado durante a noite.

Estou um pouco exausto, mas a cirurgia é minha grande paixão. O ritual que prepara o paciente para ser entregue em minhas mãos é fascinante. Na sala de cirurgia somos vistos como heróis, semideuses. Salvamos vidas! Mas eu, como tantos outros médicos somos seres comuns, apenas com grandes responsabilidades e medos também. Se todos pudessem me ver agora, chegariam a conclusão de que não passo de um simples mortal.

Olhei para Eduarda que ainda dormia ao meu lado e pensei em como as coisas chegaram a esse ponto. Suspeitas, investigações...

Beijei sua fronte e separei algumas mechas de cabelo que recobriam sua face. Ela se remexeu na cama. Mil pensamentos tomaram contande mim, sempre fiz de tudo por ela, dei a ela uma filha! Em que momento eu deixei de ser suficiente?

Tomei coragem, levantei sem fazer barulho e fui ao banheiro, tomei um banho, me arrumei e saí sem ao menos tomar café, não daria tempo. Tenho que avaliar meus pós-operários antes das 7hs da manhã e distribuir as tarefas aos meus residentes.

Cheguei ao hospital e mal consegui entrar em minha sala quando meu pager tocou: Emergência, Sala 14.

Saí correndo para a emergência. Nesses momentos a adrenalina me mantia com um fervor revigorante e me preparava para o que estava por vir. Ao entrar na sala me deparei com um homem politraumatizado, uma de minhas residentes e duas enfermeiras. Dr. Julia, a residente que estava sob minha supervisão me passou rapidamente o caso:

- Hélio Villar, 56 anos, consciente, lesões múltiplas, sinais vitais instáveis, foi atropelado por um carro em alta velocidade. - Na emergência o jogo é muito rápido, ao mesmo tempo em que tentamos instantâneamente entender o quadro o clínico do paciente temos que executar os procedimentos necessários. Comecei o exame.

- Hélio, sou Dr. Igor e vou ajudá-lo, fique calmo! enfermeira, Ultrassom portátil aqui agora, por favor! - Tentava acalmar meu paciente que estava muito confuso e dava sinais de piora. - Sérios ferimentos na cabeça, quero uma TC de crânio e chamem Dr. César, quero um parecer da Neurologia. Vamos estabilizá-lo e levar para o centro cirúrgico. Chamem a ortopedia!

- Dr. Igor, o pulso caiu para 88. - nesse instante entrou na sala Dr. Lucas, era Traumatologista. Pegou rapidamente o prontuário que estava sendo atualizado pela enfermeira e viu os detalhes importantes. - Lucas, as veias estão em colapso, preciso de um cateter central. - disse de modo rápido, nós médicos temos que dançar conforme a música e entender os passos um do outro.

- Faço agora! - disse de forma rápida.

- Não, não, a pressão despencou! Parada cardíaca!

- Começem a massagem! - Esse é um momento crítico para um médico, quando seu paciente dá sinais de que está indo embora. - Já temos fibrilação! Apliquem um miligrama de adrenalina. Vamos lá, vamos lá!

- Desfibrilador! Carregue as pás em 300...afasta! De novo, carregue em 350...afasta! - Reaja Hélio! Reaja...

E por quase trinta minutos tentamos reanimá-lo. Mas todo nosso esforço foi em vão. Ficamos em silêncio por uns minutos. E no fim tive que dizer a frase que mais odeio: 

- Hora da morte 07:45.

Sou médico a mais de quinze anos e todas as mortes tocam de forma peculiar meu lado mais humano. Não me envolvo emocionalmente com nenhum de meus pacientes, mas as perdas me ensinam a reconhecer como a vida é importante, me ensinam sobre a brevidade das coisas.

Depois dessa manhã agitada fui para minha sala, preciso atender os primeiros pacientes da manhã. Encostei minha cabeça na poltrona, respirei fundo, antes de atender a primeira pessoa. Quando ia chamar a porta de minha sala se abre.

- Bom dia, meu amor! Por que não me acordou? teria vindo junto com você. - Eduarda tinha o dom de ser doce quando queria.

- Não quis atrapalhar seu sono, estava tão linda dormindo. - mesmo com a suspeita de uma traição, eu amava Eduarda de um jeito muito profundo. Fico louco de ciúmes só de imaginá-la com outro homem.

Ela se aproximou, sentou-se em meu colo ficando de frente para mim. Selei nossos lábios num beijo gostoso e demorado. A apertei forte contra o meu corpo. - Te amo! - disse como se essas palavras pudessem tocar seu coração e tudo o que aconteceu e estava acontecendo fosse um grande sonho.

- Idem! - ela sempre usava essa expressão, nunca ouvi as palavras " eu te amo" saírem de sua boca e se ouvi foram em ocasiões muito raras. Ela me olhou, me deu um selinho e levantou.

- Tenho uma agenda cheia hoje na Dermatologia e ainda tenho que realizar a abertura do Simpósio sobre Câncer de Pele. Tenho que ir amor! Nos vemos na hora do almoço, ok! Hoje é o seu dia de buscar a Paty no colégio!

- Pode deixar, nunca me esqueço! - lancei um beijo no ar e ela me respondeu com outro e saiu da sala.

Ao terminar o que tinha que fazer pela manhã me preparei para sair e buscar minha filha no colégio. Meu celular tocou.

- Alô!

- Dr. Igor! É Dimitri que está falando.

- Dimitri? Pois não!

- Estou ligando a mando do senhor Soniér.

- Sim, claro! Pode dizer. Achei que tivessem esquecido de um cliente.

- O senhor vai receber a visita de uma pessoa. Vai contar os detalhes e é ela quem vai auxiliá-lo.

- Quem?

- Madame Elinór!

- Madame? Espera... - desligou o telefone sem ao menos me deixar terminar a pergunta. Achei muito estranho, agora vou ter que contar minha vida para uma velha porque pelo nome é o que parece! Saí de minha sala e na recepção do andar dos consultórios havia um aviso sobre uma reunião com o conselho de admissão, o que me deixou irritado, eu fazia parte do conselho, como não fui avisado disso? Mas decidi esperar até amanhã e ver o que é. Então saí para buscar minha filha.


Notas Finais


Espero que estejam gostando. Obrigada por lerem até aqui😘😘😘


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