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História Désiré - Morena dos mais belos sorrisos


Escrita por: ickokim

Notas do Autor


Faz muito muito tempo que eu não escrevo um Yuri então estou um tanto - muito - enferrujada e, espero que ainda assim, a história fique pelo menos aceitável. É uma shortfic!

Capítulo 1 - Morena dos mais belos sorrisos


Capítulo I

Morena dos mais belos sorrisos

 

Estava completando o meu décimo sétimo aniversário quando a conheci, na verdade, faltavam duas semanas para isto. Ela havia me dito, com os sorrisos mais belos então vistos que possuía quatorze. Fora uma amizade de início programada, desde que meus pais por mero interesse haviam criado vínculos profissionais e sociais com uma família do mesmo quarteirão e, esta família cuidava de uma sobrinha cujos pais desleixados moravam em outra cidade. ‘Desleixados’ fora como decidi chama-los desde que conheci melhor a história da garota. Do seu ponto de vista e do ponto de vista de sua tia.

Era toda sorridente e comunicativa, mas infelizmente solitária com incessantes mudanças em sua vida. E dois mais dois dá quatro. Meus pais, mais precisamente minha mãe, criara o vínculo principalmente profissional. A mulher de fios loiros e de compostura inabalável seria sua assessora – decidida após diversas conversas e firmações de contratos – de imagem. E com esta, citara a viagem que viriam a realizar na próxima semana, para uma praia não muito distante e, que a citada sobrinha poderia vir, acompanhada da tia. Uma ótima oportunidade para se conhecerem melhor e, se eu criasse um laço com a garota, a minha progenitora sairia ganhando, pois possuiria a confiança da mulher de joias caras.

Dois dias depois lá estávamos. Moon Byul Yi – eu – e, uma morena dos compridos fios, Jung Whee In, sentadas lado a lado em minha cama. Sua tia havia decidido fazer uma rápida visita após poucas pronuncias e, fora a oportunidade perfeita para que o terreno entre nós duas fosse iniciado.

— Você é muito magra! – Fora a primeira coisa que, quando a sós, a garota viera a me dizer. Com um sorriso um tanto constrangido por esta apresentação surpreendente, eu apenas pude agradecer e dizer o mesmo, por mais que sua cabeça meneasse em discordância – Não sou magra. Vivem pegando no meu pé. Me chamam de bolacha. O que obviamente não é bom, né?

— Quem te chama assim? – Meus braços ergueram-se, alcançando meus longos fios e unindo-os em um rabo de cavalo alto.

— Alguns garotos e garotas da minha escola – Sua cabeça fora abaixada e nos seus lábios um forçado sorriso surgira – Eu não gosto muito de lá.

— Que ridículo – Em meus lábios, um sorriso confortador viera a surgir – Você é tão bonita. Não ligue para o que eles dizem, eles só sabem falar besteiras.

Talvez tenha sido um rápido início de conversa, já que logo se iniciou com um suposto conselho da minha parte, um tanto equivocado provavelmente, com a união de palavras não muito precisa, mas ele não fora em vão e, se necessário, não hesitaria em realiza-lo mais uma vez. Era a primeira vez que a via, mas já podia garantir que aquele sorriso que viera a ser esboçado tornaria os meus dias diferentes.

— AH! – Os olhos delas arregalaram e o sorriso fora intensificado, seu dedo indicador ia em direção a um ponto desconhecido aos meus olhos, já que estes se mantinham fixados na face pálida – Você tem um cachorro! – A menor praticamente saltara da cama para poder acariciar o meu animal de estimação, de pelos caramelizados e rabo sempre em constante movimento.

— É o Guloseima – Eu gargalhei, já que sempre ao pronunciar o nome do meu cachorro via o quão infantil era – Ou só Gulo.

— Por que esse nome? – Ela perguntara após uma risada gostosa e admirável.

— Eu não sei direito, eu tinha acho que doze anos quando falei que ele ia chamar Guloseima. Deveria estar comendo doces no momento. – E eu ri, mas não de uma forma tão aconchegante como Whee In.

Costumava ser uma pessoa um tanto travada para início de novas amizades, o que explicava o fato de meus ciclos sociais serem sempre os mesmo. Incrivelmente a garota mais nova, com uma capacidade de socializar muito maior que a minha, trouxe um conforto e uma proximidade em poucos instantes.

Uma semana após, com a intimidade que pensara que fosse ter de ser forçada – mas acabara não sendo, estava sentada no banco traseiro de um carro alto e grande, aqueles que meus pais eram donos. Fitava o meu celular – o iPhone 3GS, na época – com os dedos ansiosos, que não paravam de movimentar os inúteis aplicativos que ali tinha instalado. Não havia muito que fazer, nem muito que falar com alguém, então me contentava em visualizar os pequenos e fascinantes ícones dispersos pelo aparelho eletrônico enquanto a garota não se aproximava.

Unnie! – A pronuncia repentina ocorrera próxima da minha orelha – Você também gosta de f(x)? Como você não me disse nada antes!

Meus olhos vieram a se arregalar sutilmente e a tela do celular fora bloqueada no mesmo instante. Meu rosto virou-se para a garota ao lado e eu abri um sorriso, meneando a cabeça em concordância de forma sutil. Sentei-me um pouco mais ao lado, dando espaço para que adentrasse o carro.

— Oi Whee In – Gargalhei, cumprimentando-a entre sorrisos.

— O seu cabelo! – Suas expressões facilmente esboçavam seus sentimentos e, a verdade sempre exposta me era tão aconchegante – Está loira! Está ainda mais bonita.

Um elogio tão inocente, capaz de promover sentimentos tão intensos. Ela nem se quer teria ideia disso e, eu não faria questão que até então tivesse. Um breve agradecimento seria o necessário e, fora o que eu acabei fazendo.

Sentadas lado a lado passamos a conversar sobre diferentes assuntos, os primeiros rondavam em torno do grupo que, num ato negligente, a garota viera a descobrir que eu era fã – no caso o plano de fundo de celular sendo uma das garotas do pronunciado grupo. Acabamos, ou melhor, eu acabei por descobrir que a loira de seios avantajados e pouca altura, que praticamente possuía a guarda da morena, não viajaria conosco. Seriam apenas eu, meus pais e a garota menor, com um corpo já mais robusto que o meu mesmo com a diferença de idade.

O primeiro dia de momentos indispensáveis de apresentações fora rápido, consistindo mais em um momento de descanso de todos aqueles que ficaram horas dentro do carro. O segundo fora radiante desde o principio. Os feixes de luz vieram a invadir o quarto pela pequena fresta descoberta pela cortina, que rapidamente alcançaram meu corpo, que acomodava a cama mais próxima da janela. Jung estava na outra cama do quarto, próxima ao armário.

Com alguns murmúrios acabei me levantando, espreguiçando os braços e ficando sentada durante alguns instantes na cama. Meu nome, coincidentemente, viera a ser chamado em tom alto por minha mão. Eu suspirei. Odiava gritarias logo ao amanhecer, eram totalmente dispensáveis.

—Já vou – De forma rouca eu respondi, calçando as pantufas próximas da cama e arrastando-me até a sala de estar da nossa casa da praia.

— Acorde Whee In e diga que o café da manhã esta na mesa – A mais velha falava, enquanto eu esfregava meus olhos com os dedos indicadores – E que logo vamos para a praia.

Apenas concordei, meneando a cabeça e, seguindo em direção ao meu quarto, mais uma vez em passos arrastados. Enrolei meus fios, deixando-os todos atrás dos meus ombros e, agachei-me, podendo ter o meu rosto da altura semelhante da garota adormecida. Levei a canhota até suas costas e afaguei estas, esboçando um curto sorriso.

— Ei, Whee In-ah – Pronunciei em tom rouco, ainda pela voz de quem havia recentemente acordado – Tem café na mesa e, vamos logo para a praia.

Aham, aham – Ela murmurara, agarrando a minha destra que, até então, estava apoiada no acolchoado e virando-se para o meu lado – – Seus olhos mantinham-se fechados e, os meus foram dirigidos para minha mão. Seguido de um riso soprado.

— Whee In – A canhota acariciou mais uma vez suas costas, movimentando sutilmente o corpo alheio para que pudesse lhe despertar do transe de seu sonho – Acorde.

Fitei-a até que, com o tardar de alguns segundos, seus olhos lentamente se abriram e, para tornar o dia ainda mais radiante, o sorriso esboçou-se de forma ampla em sua face arredondada.

— Bom dia, Byul unnie.

E eu me questionava, sem dúvidas alguma, a cada instante, de onde ela havia retirado essa imensa intimidade. Eu não havia ideia de que uma pessoa poderia ser capaz de se sentir confortável com alguém em tão pouco tempo, mas sua forma aconchegante de conviver tornava o ambiente mais confortável para mim também.

Eu ergui-me, afastando minha mão da sua, já que estas ainda estavam unidas. Caminhei até o armário – onde estavam às roupas da mala ontem desfeita – e agarrei um par de biquínis, um short jeans e uma camiseta larga e clara. 

— Eu vou me trocar, no banheiro – Meus lábios foram umedecidos, antes do tênue sorriso aparecer – Pode se trocar aqui se quiser, ou apenas esperar para acordar.

Sua cabeça meneara em concordância, com os olhos sutilmente comprimidos, recusando a luz forte que estava no quarto. Sai do quarto em passos singelos e no banheiro, não tardei muito em me arrumar.

Uma refeição comum, robusta por faces ainda cansadas, que mudaram intensivamente quando saímos até a praia.

Sentava debaixo do guarda sol, com os pés enterrados na areia fofa. Meus pais tomavam algumas bebidas alcóolicas, já que estávamos a pé e não teríamos problemas ao voltar para a casa. Whee In estava em pé, com o protetor solar em mãos, lutando consigo mesma para poder passar o suposto “creme” em suas costas. Não pude deixar de gargalhar baixo pela cena admirável, ajustando os óculos escuros que caíam da minha face.

— Whee In, vem aqui – Pronunciei em tom não muito alto, enquanto sinalizava para a garota – Eu te ajudo.

Novamente os sorrisos foram vistos. E que sorrisos. Ela se aproximou, estendendo em minha direção o protetor solar, o qual agarrei sem tardar.

A diferença de tamanho – já que eu estava sentada – era certa dificuldade durante o momento, mas fora facilmente resolvida pela menor, que se sentara praticamente no meu colo, mais na metade das minhas coxas para baixo. Sentia-me sutilmente constrangida pelo movimento, mas não pelo o que os outros achariam desta imagem e, sim, pelo o que cada atitude dela vinha singelamente me provocando. Sentimentos inexplicáveis para um período tão curto.

Preenchi a palma da minha mão com o creme solar branco, levando esta até o trapézio, preenchendo a área com o líquido, espalhando até o grande dorsal. Não deixando de marcar um canto se quer.

— Pronto – Pronunciei com sorrisos, passando o restante de protetor em mãos em meus braços finos.

Nem necessito citar que, novamente, os inigualáveis sorrisos foram estabelecidos para a minha pessoa, desta vez, acompanhados de um agradecimento.

Ela sentou-se no banco ao lado e fechou sutilmente os olhos. Eu coloquei os fones de ouvido, deixando que as músicas viessem a tocar de modo aleatório enquanto tinha a atenção visual tomada pelas mais diferentes pessoas e suas respectivas atitudes.

Por alguns instantes tudo parecia muito silencioso, mesmo que na verdade não estivesse – até por que, só com os fones de ouvido, já tinha o dia repleto de muitos sons. E assim durou, acho que não só por minutos como talvez uma hora. A morena ao lado havia até cochilado e, pude ver isto enquanto meu olhar vagava pelo local. Deixei um anasalado e baixo riso sair dos meus finos lábios, admirado com a facilidade que ela – de fato – possuía em se acomodar em qualquer lugar ou qualquer situação. Eu me dei o luxo de fechar os olhos, por um curto período, mas não tardei muito em ser despertada por mãos geladas contra o meu braço.

— Vem nadar comigo? – Fora o que ela disse, quando retirei meus fones.

Odiava o mar. Odiava ainda mais a ideia de que teria que pisar em pedregulhos e outros objetos indefinidos que revestiam o piso marítimo. Odiava imaginar que, pelas minhas pernas, nadariam pequenos peixes. Admiráveis a distância, mas não aconchegantes quando próximos da minha pele.

— Claro – Acabei por responder, erguendo-me com seu auxilio e retirando as peças de roupas que ainda vestia.

Aceitei. Aceitei por conta de seu sorriso, seu pedido que não era capaz de receber um “não” ou qualquer sinônimo. Eu já via que teria dias um tanto complicados, por mais que em sua maioria agradáveis.

Sua mão entrelaçou-se a minha e, sua juventude e inocência – mesmo com apenas três anos de diferença – me cativavam, arrastando-me junto até as ondas singelas e, sem muitos movimentos. Adentramos estas a princípio tendo apenas o que reclamar, já que a água era fria e provocava, em ambas, arrepios. Não pude deixar de lhe tacar um pouco de água e, receber o mesmo ato. Acabando por preencher a não frequentada área com risos.

No terceiro dia - o segundo na praia e o último da viajem – eu escutei pela primeira vez a voz de Jung. No caso, sua voz em tom melódico acompanhado de alguma música de sua preferência. Meus olhos brilhavam em admiração e minha boca não podia largar a posição boquiaberta. Como podia ela, com quatorze anos, ter essa maravilhosa voz? Havia, naquele momento, experimentado em prática o que era o famoso dizer de que, há pessoas que já nascem com talento.

Ao terminar dos maravilhosos três minutos, não pude deixar de aplaudir e esboçar grandes sorrisos, que levaram ela a fazer o mesmo, reverenciando entre sua risada como se agradecesse. E, de fato, estava agradecendo, sendo que a única pessoa que deveria agradecer por algo naquele quarto seria eu.

Na praia recolhíamos conchas amostras em meio aos grãos de areia. A morena me olhava entusiasmada a cada concha de cores e formatos diferentes. Meu nome era repetido frequentemente e, surpreendentemente, eu não me irritava com isso. Era uma criança um tanto desastrada, que ao pular algumas rasas ondas acabou indo de cara com o chão, deixando as conchinhas caírem e eu gargalhei alto. Ela ria, mas reclama ao mesmo tempo, pedindo para que eu fosse logo lhe ajudar. Entre risadas em me aproximei, com quase força alguma tentando agarrar sua mão e lhe erguer, mas o riso era tanto que eu acabei caindo de bunda contra a areia e ela mais uma vez deu contra o chão. Ambas rimos, incessantemente.

— Querem ajuda? – A voz masculina se aproximara e ambos nossos olhares se dirigiram até o rapaz.

Olhamos para ele, olhamos uma para a outra e rimos.

Eu meneei a cabeça em concordância, já que obviamente eu e a morena não conseguiríamos nos levantar sozinhas. A mão do rapaz de corpo bem definido e fios escuros fora estendida em minha direção. Segurei fortemente em sua mão e ergui-me sorridente, agradecendo pela ajuda. Viera a estender a mão para a morena que agradecera também, gargalhando.

Ele se afastou, já que não estávamos muito interessadas em conversas – muito menos capacitadas para isso com nossas crises de riso – e, eu voltei a rir mais ainda quando levei a mão até o bolso traseiro de meu short jeans, encontrando apenas os restos das conchas que havíamos recolhido. Estavam todas quebradas. Whee In esboçou sua decepção. Parecia até que iria chorar, mas não conseguia deixar de rir. Seus olhos fitaram as conchas que havia pegado serem levadas pela maré com o bico em seus lábios avermelhados.

Deixamos de lado está ideia e seguimos até ao lugar em que meus pais se encontravam e, incessantemente chamavam nossos nomes para que pudessem logo ir até o restaurante, em que faríamos nossa última refeição na praia.

Eram cinco da tarde quando adentramos o carro grande mais uma vez. As malas já nos porta-malas, meus pais em seus respectivos bancos da frente e eu e Jung no banco de trás. Coloquei meus fones de ouvido, dando play na música e ofereci um dos fones para a menor, que sorridente colocou-o. Meu grupo favorito tocava e, coincidentemente o que era o favorito da menor no momento. Eu murmurava a música é ela cantarolava em tom baixo, mas muito audível. Isso nas três primeiras músicas, já que na quarta senti um peso em meu ombro. Meus olhos estavam fixados na janela naquele instante. Levei minha atenção até os fios escuros e sorri, alcançando a canhota até a sua cabeça e segurando-a, para que em meio a seu sono não viesse a cair do meu ombro.

Jung Whee In era o nome dela. Da garota que em pouco tempo já trouxe uma alegria na minha vida. Uma amizade que em pouco tempo, já possuía a intimidade de anos. A amizade em que, sem discriminações pela maturidade, eu estava construindo com uma garota mais nova.


Notas Finais


[Encontrou algum erro durante o texto? Informe-me! Eu sou uma pessoa deveras desatenta, não importe quanto eu reveja o texto. Eu não trabalho com betas, então espero que compreendam!]

Espero que tenham gostado <3

ps: gENTE SOS EU DESCOBRI QUE A MINHA WHEEBYUL É A PRIMEIRA E ÚNICA DO SITE?
Que absurdon, vamos enaltecer wheebyul minha gente, é maravilhoso


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