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História Desire - Segredos


Escrita por: Clarazeveddo

Capítulo 5 - Segredos


Capítulo V

-Você está bem?- Me encarou, preocupado. - Sim. Talvez um pouco... assustada.- Ele se inclinou para a frente. - Desculpe.- Baixou a cabeça. parecia estar sem jeito. - Nós já nos desculpamos muito por hoje, não acha? - Ele riu. Tentei descontrair todo aquele clima insípido. -Obrigada! - Ele imediatamente me encarou, com um brilho implícito carregado em seu olhar. -O que está fazendo em uma festa cheia de adolescentes alternativos? - Indaguei rindo. - Não sou um vovô, ok?- Rimos, antes dele prosseguir. Aquele sorriso tinha o poder de pacificar tudo de barulhento e ruim que tinha guardado em mim. - Podemos sair daqui? Essa música alta está me dando nos nervos.- Sorri.- Depois diz que não é velho.- Rimos. Ele pegou minha mão e saímos daquela casa que mais parecia a casa monstro de tão antiga. Começamos a andar em direção à pista, meio às árvores. Não sei o porquê, mas ficar próxima dele me deixava ansiosa. Como se estivesse lendo meus pensamentos ele logo iniciou um assunto: - Como você está?- Não sabia de que forma ele tinha resolvido perguntar aquilo. Não sabia se a causa era do garoto, pois isso eu já havia respondido. Ou apenas uma pergunta retórica. -Bem.- Disse zonza, acho que tinha alguma substância alucinógena no meu suco. -Por que não me contou que era professor?- Não sei da onde tirei essa coragem, mas falei o mais rápido e me condenei mentalmente. Ele pareceu surpreso, porém, nem tanto. Como se já aguardasse aquela pergunta uma hora ou outra. Não respondeu imediatamente. - Não queria ser tratado com tanta formalidade logo tão cedo.- Ele sorriu e em fração de segundos ficou sério. Eu sorri para não deixar o clima tão sobrecarregado. Parecia que ele sabia bem como me controlar. Era só abrir aquele sorriso para demolir todas as minhas estruturas. -Suponho que Julie tenha te contado muitas coisas...- Deixou no ar algumas reticências para me induzir à respondê-las. Ele estava encafiado. -Não disse muitas coisas. Só que você tem namorada e vocês são irmãos. Mais nada não. - Ironizei. Entretanto, fui um pouco falaz em ter dito algo que não era totalmente verídico. Portanto, precisava saber se ele de fato, tinha alguém. Não que seja da minha conta, mas me bateu uma vontade insaciável de saber mais sobre ele. Tyler começou a elucidar-se:- Sim, somos irmãos. Mas não biológicos. Quanto a Anna...- Ele aparentou estar desconfortável diante daquela situação de explicações. -Não estamos mais juntos, como eu disse.-Limpou a garganta.- Não precisa me dar satisfações, você não me deve explicações sobre sua vida. Não quero te pressionar. Esqueça.- Dei a volta e saí andando de volta para casa mal-assombrada. Ele me puxou pelo braço. - Eles morreram. - Sua expressão estava introspectiva. Engoliu um seco antes de continuar. Estávamos andando em linha reta, o som parecia um pouco distante. As luzes dos postes estavam fracas. Ele se calou e me observou. Eu o encarava fixamente. Esperando por suas próximas palavras, vendo que apenas pelo início já tínhamos  algo em comum. A morte de alguém que amávamos. - Meus pais morreram em um acidente. Eu tinha dezesseis anos quando aconteceu. -Levei as mãos à boca. Dezesseis? órfão aos dezesseis anos?

Imediatamente lembrei da morte de Kim e vi como dói contar uma história tão traumatizante. E não queria expor ele dessa forma. De repente, todas as imagens do acidente dela se passaram na minha cabeça como um filme de 30 segundos. -Chega!- Disse em tom impotente . - Não quero fazer você contar isso. Não quero dilatar mais da sua dor. - Andei para frente para não olhar para Tyler. Acho que EU não estava preparada para aquilo. EU não queria dilatar mais da MINHA dor. Ele, que estava inexpressivo, viu meu rosto vermelho e pegou minha mão. - Melissa, por favor. Eu preciso pôr isso para fora. Essa dor eu já superei, não quero mais contê-la em mim. Me ouça, por favor. - Meu nome em seus lábios soava como um assobio suave de alguma música linda. Era tão doce a forma como se dirigia à mim.  Por fim, deixei que me contasse sobre sua vida e prosseguirmos a caminhar juntos. -Minha mãe morreu em um acidente de carro. Eu tinha acabado de fazer dezesseis anos. Quando meu pai soube da notícia do falecimento da minha mãe, escondeu de mim o maximo que pôde. Mas ele começou a beber e entrar em um grave estado de depressão. Ele estava enlouquecendo. Três meses depois ele se suicidou- As lágrimas que tanto contive, finalmente caíram. Não sabia que seu passado era tão turbulento e nefasto. Não pensei em seus sentimentos, estava tão estupefata que não contive minha pergunta. : - Vocês tinham uma boa relação?- Minha voz saiu um tanto rouca. - Depende. Minha relação dependia do nível de sobriedade psicológica do meu pai. Ele era viciado em cocaina e bebida.- Eu me sentia estilhaçada com todas aquelas palavras. Ele, até então parecia ter superado, já que conseguia proferir aquilo tudo para alguém que só conhece há um dia e é sua aluna. - Acho que não aguentou tanta responsabilidade. Ele era um puta de um egoista. Depois que ele se foi, foi minha vez de definhar. Comecei a parar de ingerir qualquer coisa. A minha depressão quando meu pai morreu foi pior do que a da morte da minha mãe. Pois agora eu estava sozinho. Tentei me suicidar diversas vezes.- Eu já nem tentava conter as lágrimas, porque elas pareciam uma cachoeira de tão intensas. Meu rosto estava inchado e vermelho e eu odiava essa sensação. Parecia uma sensação de fraqueza. Não gostava de chorar na frente de ninguém e estava me odiando por me render naquele momento. Eu estava um tanto atordoada com cada mísera palavra que saía de sua boca. Quando ele disse que tentou se matar, meu peito doeu e senti a estranha sensação de protegê-lo. -Como? p-por que você fazia isso? - Corei. - Não sei. Acho que na minha cabeça eu dependia dos meus pais e sem eles lá para cuidar de mim, eu não saberia como e nem o que fazer. - Ele deu uma breve pausa. Soltou um suspiro.: - Já tomei muitos remédios de uma só vez, tentei cortar meu braço numa linha vertical para que estourasse todas as minhas veias sem condições de costura. - Eu com certeza estava chocada. Ele podia não estar aqui hoje. Eu nunca conheceria Tyler. A dor no peito só aumentava como se eu fosse sua mãe e sentisse todas as sensações que uma mãe sente. Me sentia tão extenuada. -A mãe de Julie, Diana, me salvou. Ela e a minha mãe eram muito amigas. Um dia, eu estava no médico totalmente desidratado. 

-O que ela disse quando te viu nesse estado?- Eu parecia uma criança assustada e curiosa. Fazendo perguntas sem parar e atenta à história. 

-Ela me encontrou desmaiado e me levou urgentemente à ambulância, e logo depois fui morar com ela. - Ele sorriu ao contar aquela parte da história. - Diana me ajudou e devo muito à ela. - Sorri. - Não se preocupe, com certeza seu esforço já deve ter pago essas dúvidas. - Sua expressão era de indagação e eu sorri. Ele ficava tão bonito à meia luz.  

- O esforço de superar todo aquele passado enclausurado. Você se tornou um cara incrível, intimorato. Você passou por tantas coisas, e olhe agora! Você venceu uma das piores e mais difíceis das batalhas. A batalha entre si mesmo. Admiro isso.- Estávamos parados do lado de um poste de luz, mas a iluminação estava fraca. Ele me encarou sem dizer nada por um tempo. Me observava e sorria. -Você é tão inteligente.- Se aproximou um pouco e sorriu. Droga! pare de sorrir, não está vendo que é esse o meu ponto fraco? Senti um calor percorrer o meu corpo. - E fica tão linda assim.- Se aproximou mais um pouco. - De maquiagem borrada? não sabia que curtia a noiva cadáver. - Sorri. Ele riu. Quando se aproximou mais, estava tão próxima de seu rosto, que senti seu hálito quente e ofegante. O fogo dentro de mim incendeu cada vez mais. Fiquei receosa dele ouvir meu coração tão acelerado, eu mesma podia ouvir. -Você é tão sexy.- Ele então me agarrou pela cintura, descendo a mão pela minha bunda debaixo do vestido, enquanto a outra segurava a minha nuca e puxava meus cabelos com desejo. O fogo que tinha em mim incendiou. Nos beijávamos com desejo e sensualidade. Ele me pressionou sob o poste e deslizou seus lábios grossos sob meu pescoço, me fazendo sentir sua respiração quente e ofegante mais de perto. Arranhei seu braço sem querer, mas para ele tinha parecido ser um gesto sexy. Tinha afiado minhas unhas na data certa. Ele voltou a me beijar me puxando com força. Segurou uma das minhas pernas e a encaixou em seu quadril largo. Meu vestido estava praticamente fora do meu corpo, mas até que não liguei quanto costumava. O beijo ficava selvagem, bruto, gostoso. Ele puxava meus cabelos e eu sentia seu volume ereto. Isso me deixou mais excitada. Comecei a me esfregar nele. O beijo ficava mais intenso eu estava inibriada. Ele sorriu para mim e voltamos e tirei sua camisa. 

 



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