Duas horas da tarde de um domingo nublado. O céu ameaçava soltar suas lágrimas a qualquer instante, acompanhado de brisas levemente frias e de dar arrepios.
Kuroko estava em frente ao Maji Burguer, vestindo uma camiseta branca e uma calça jeans, com os cabelos bagunçados por conta do vento que insistia em desarrumá-los. As mãos dentro do bolso indicavam o nervosismo e a espera dos companheiros, principalmente, Kise, que dizia ter um plano para os fazer entrar no hospital, uma vez que já haviam sido expulsos por conta de Kagami. As olheiras indicavam a noite mal dormida e a perna que balançava sem parar indicava a falta de paciência. Pela primeira vez, o garoto não estava agindo normalmente.
— Kurokocchi, desculpe a demora — disse Kise repentinamente, aparecendo ao lado de Tetsuya que nem sequer se assustou, e sim fez uma expressão brava. — Eh? Kurokocchi? — estranhou Kise.
— Kise-kun, hoje todas as lojas estão fechadas — falou, fazendo o loiro olhar os arredores e ver que não havia nenhum comércio aberto.
— Ah… É mesmo, hoje é domingo — respondeu, passando a mão na cabeça e abaixando em seguida em uma tentativa de pedir desculpa. — Gomen.
O menor nada respondeu, vendo ao longe um ponto roxo se aproximando com um pacote de pocky nas mãos.
— Boa tarde… — falou, enfiando um dos doces na boca. Os outros dois responderam e em seguida agradeceram quando o gigante ofereceu a comida (o que raramente acontecia).
— Sabe, Kurokocchi… Você não precisa mesmo guardar tudo para você. Todo mundo notou que há algo entre você e o Akashicchi, então… Será… Será que você pode me contar o que houve?
Tetsuya o olhou no fundos dos olhos com um semblante entristecido. Em sua expressão, via-se o desgosto e o desconforto, causados pelas lembranças que lhe vieram à mente. O garoto foi abaixando lentamente a cabeça, observando o chão, como se respondesse que não estava afim de dizer algo.
— Tudo bem… — Kise suspirou e se encostou na parede, pegando o celular e respondendo a algumas mensagens que havia acabado de receber.
Alguns minutos depois, chegaram Aomine e Kagami, quase que disputando uma corrida, suados e ofegantes.
— Hey, hey, o que foi isso? — perguntou Kise, vendo o estado que os dois estavam.
— Esse idiota me encontrou em um cruzamento e começou a correr do nada, é claro que eu não iria ficar pra trás — respondeu Aomine, fazendo a expressão mal humorada de sempre.
— Claro, tu vem me assustando logo na luz do dia — provocou o ruivo, sendo levantado pelo colarinho por Aomine que estava prestes a dar um soco nele.
— Okay, okay, chega — Kise bateu palmas, tentando parar a troca de farpas de estava tendo ali, enquanto Murasakibara se metia entre os dois.
— Desde de quando tu tem moral? — Aomine perguntou.
— Eh, que malvado, Aominecchi~ — ele fez uma voz de vítima.
— Ah, Kuroko, oi… — Kagami cumprimentou o azulado que até o momento apenas observava.
— Oi…
— Agora que tá todo mundo aqui, vou falar para vocês o meu plano! — Kise gesticulou com as mãos, pegando o celular e vendo uma mensagem escrita “estou chegando”.
— Cadê o Midochin? — perguntou Murasakibara ao estranhar somente cinco pessoas ali.
— Ele disse que não poderia vir — o loiro respondeu.
— Entendo…
— Oe, Kise, se tu não percebeu, não tem nada aberto por aqui.
— Ah, sim, sim, Kurokocchi também disse isso. Agora, o que eu estava falan…
— Para de ser burro! Não podemos ficar no meio da rua — gritou Aomine.
— Por que não vamos ao meu apartamento? — Kagami indagou, e todos relembraram da noite que haviam passado por lá.
— Não acho uma boa ideia… — comentou Aomine.
— É uma ótima ideia, não? — Kise comentou. — Kurokocchi, o que acha?
— Tanto faz… — respondeu o menor, tomando a frente e começando a andar rumo ao apartamento de Kagami, sendo seguidos pelos demais que se surpreenderam pela resposta fria.
Alguns minutos de caminhada depois, o quinteto estava em frente ao grande prédio. Aomine engoliu seco e sentiu um arrepio ao ter um deja vu da vez que foi perseguido pelo guardinha. Quando percebeu que estava sendo deixado para trás, se apressou e entrou com eles no elevador, vendo Kagami apertar um dos botões e as portas começarem a se fechar.
— E pensar que a uns dias atrás estávamos todos reunidos e sem preocupações… — comentou Kagami, dando um suspiro e colocando a mão na nuca. Os demais fizeram silêncio e abaixaram suas cabeças, inconformados.
— Ah, vamos lá pessoal se animem… Temos que ser positivos! — disse Kise tentando animá-los, mas desistiu quando chegaram e apenas se concentrou em reformular o plano em sua cabeça.
Todos entraram no apartamento e viram local todo arrumado e limpinho, diferente da última vez que mais parecia um lixão por causa da bagunça.
“Eu daria tudo pra ter aqueles dias de volta…” pensou Kuroko.
— Bem, Kise — chamou Aomine — já pode começar a falar seja lá o que você tá pensando.
— Na verdade, ainda falta uma pessoa… — falou, deixando todos impacientes.
— Mas você disse que Midorima não ia vir… — dessa vez foi a vez de Kagami se pronunciar.
— E ele não vem.
— Então, quem vai--
Aomine foi interrompido pelo barulho do interfone, e logo viu Kagami se levantar para atender e confirmar algo.
— Parece que essa tal pessoa chegou…
Alguns minutos se passaram e todos estavam silenciosos, alguns mexendo no celular. Ouviu-se batidas na porta e o ruivo levantou para atender, abrindo a porta e fazendo uma cara surpresa.
— Satsuki!? — exclamou Aomine, vendo a garota entrar e cumprimentar a todos.
— Tetsu-kun!! — Momoi gritou, pulando em cima do azulado, sentado no sofá, que a olhou com um expressão enfezada. — Tetsu… kun? A-Algum problema? — só então depois de reparar no seu rosto, viu as olheiras, o semblante cansado, a aparência desgastada…
— Satsuki, se acalme… — Aomine pediu e viu a rosada se afastar e sentar no lado.
— Bem, Momoicchi, eu te chamei hoje pra gente falar sobre o plano. Você trouxe o que eu pedi?
— Sim. Tenho o nome de todos os funcionários, horários, salas e um mapa completo do hospital — ela mostrou uma pasta cheia de papéis.
— Incrível! E eu te pedi isso ontem!
— Não duvide das minhas habilidades. — falou, convencida. — e Sei-chan? Como ele está…?
Ninguém respondeu e todos desviaram o olhar.
— Entendo… — ela abaixou a cabeça.
— Akachin não é fraco. — Murasakibara falou, chamando a atenção de todos.
— É verdade, então vamos dar o nosso melhor, certo? — Kagami animou-os.
— Certo!! Se inicia agora o nosso grande plano! Akashicchi, nos aguarde! Nós iremos te ajudar com certeza! — disse Kise e todos começaram a escutar o plano que Momoi e o loiro montaram juntos.
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