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História Desired Death - Ausência


Escrita por: KodokunaShiro

Notas do Autor


Oioi, mais um capítulo pra vcs...
Peço desculpa, esses dois últimos capítulos estão sendo bem chatinhos e com cenas cotidianas, mas é necessário pra fic, já que cada cap está sendo como se fosse um dia. Não quero apressar o rumo das coisas, como eu acabei fazendo nos primeiros capítulos. Bem, é só isso mesmo, boa leitura ^^

Capítulo 16 - Ausência


Um raio de sol entrou pela janela do quarto, incomodando a visão do garoto enrolado nas cobertas. Virou para um lado, virou para o outro, até que decidiu levantar e desistir de dormir.

Sentado na cama, encarou a parede à frente: sua expressão não era nada amigável, certamente estava de mau humor. Levantou, espreguiçando-se e indo ao banheiro do quarto. Os cabelos azuis bagunçados, a dor de cabeça e a testa franzida revelavam mais uma noite mal dormida.

Enquanto escovava os dentes, Kuroko relembrou dos fatos da noite passada: Kagami viera lhe ver e isto não tinha o agradado nem um pouco, já que o amigo resolveu novamente falar coisas desagradáveis. Olhando para o espelho, ele levou a mão até o pescoço, passando os dedos finos pelos hematomas que Akashi dera a ele e que ainda não tinham sumido. Era sempre difícil olhar para o espelho durante as manhãs. Sorte a sua que o uniforme da escola cobria as marcas.

Terminando a higiene matinal, saiu do cômodo e foi vestir o uniforme preto, logo descendo as escadas e entrando na cozinha. Deparou-se, então, com uma cena incomum: sua mãe estava preparando o café da manhã, vestindo um avental rosa. Era uma mulher jovem e se podia dizer que Tetsuya parecia muito com ela.

Quando notou a presença do filho, virou-se para cumprimentá-lo.

— Bom dia, Tetsuya. Hoje eu tive uma folga do trabalho, então resolvi gastar meu tempo com você — sorriu, gentilmente, colocando alguns onigiris em um prato e os levando até a mesa.

— Bom dia… — respondeu baixinho, sentando à mesa.

Normalmente, o menor ficaria animado com a mãe tendo tempo livre para ele, já que ela estava sempre trabalhando e raramente parava em casa. Porém, naquele momento, seu corpo pesava tanto e a cabeça doía, o que tirava toda sua felicidade em vê-la depois de tantos dias.

— Seu pai teve que ir trabalhar, mas estou certa de que nas suas férias poderemos tirar alguns dias para um passeio em família! — disse, animada, juntando-se a Kuroko e percebendo que o filho estava cabisbaixo. — Algum problema, filho? Está triste?

— Não… — negou, levantando a cabeça e dando um sorriso forçado. — só estou um pouco cansado…

— Ah, sim, a escola me ligou ontem e disse que você tinha faltado, foi apenas um resfriado, certo? Ainda bem que está melhor… Se tiver algo lhe incomodando, me conte.

— Sim… Está tudo bem, não precisa se preocupar, mãe… — falou, terminando de comer e se levantando em seguida.

Saindo pela porta da casa, Kuroko foi andando e traçando o caminho até a escola, diminuindo os passos cada vez mais. Não tinha vontade alguma de ir à escola, muito menos de encontrar Kagami. Era certo que o ruivo novamente o encheria de perguntas desconfortáveis. Resolveu, então, que chegaria quase atrasado, assim ele não teria tempo de conversar com Kuroko antes da aula.

Enquanto diminuía o ritmo, o azulado parou repentinamente, olhando para a loja de conveniência ao seu lado. As lembranças vieram à mente, recordando a noite em que reencontrou Akashi, aumentando sua angústia.

“Gostaria de voltar ao tempo e escolher não encontrá-lo…” pensou.

Infelizmente, não tinha poder para tal ato.

[...]

— Nee, Kise-kun, vamos sair hoje! — a garota de seios grandes se agarrou ao braço do loiro, olhando para cima.

— Desculpa, não vai dar — deu um sorriso torto, desvencilhando-se dela e tentando encontrar uma desculpa qualquer. — Um amigo meu está internado e eu preciso visitá-lo.

— Eeeh~ — a garota fez uma expressão decepcionada, antes de ver o loiro se afastar novamente com outro pedido de desculpas.

Kise estava preocupado, isso era um fato. Normalmente, estaria saindo com uma ou mesmo várias garotas, aproveitando-se de sua popularidade, mas aquela noite ele já tinha um compromisso: Midorima havia mandado uma mensagem para que comparecesse na quadra ao lado do Maji’s Burger. Provavelmente - na verdade, ele tinha certeza - era algo relacionado a Akashi. E, sem sombra de dúvidas, estaria lá.

[...]

Kagami, mais um vez, estava dormindo antes da aula começar, porém acordou pelo toque do celular. Havia recebido uma mensagem de Midorima.

— Ah, hoje tem treino… — murmurou, falando que estaria ocupado.

Quase que imediatamente recebeu uma resposta, dizendo para que comparecesse depois que o treino terminasse. Era algo importante.

Kagami suspirou e viu que o dia seria cansativo, logo olhando para as horas do celular e percebendo que a aula começaria. Olhou em volta, procurando Kuroko, até constatar que ele ainda não havia chegado.

“Aquilo não era apenas uma gripe, droga…”

Porém, para seu alívio e surpresa, viu uma silhueta de cabelos azuis entrar na sala, disfarçadamente, sentando em seu lugar. Normalmente, ele nem perceberia sua presença, mas estava exatamente esperando pelo menor, e por isso sua atenção ficou redobrada. Pelo menos ele não estava faltando aula.

— Bom dia turma, hoje… — o professor logo fez a chamada, e em seguida começou a aula.

O ruivo passou a aula inteira olhando para Tetsuya, reparando em sua face inexpressiva, porém marcada pelas grandes olheiras. Estava começando a ficar preocupado e sua curiosidade com a relação de Akashi e Kuroko aumentava cada vez mais.

Em nenhum momento o menor percebeu os olhares do ruivo sobre ele, mas se incomodou quando na hora do almoço seus olhares se encontraram. Kagami fez menção que iria chamá-lo assim que se levantou de sua mesa, porém Kuroko sumiu de sua vista assim que pôde. Ele não queria que a conversa do dia anterior continuasse.

Sentado atrás de uma árvore do pátio, o ex-fantasma da Teiko encarava o bentô feito pela mãe. Não estava com nenhuma vontade de comer, só queria que o dia passasse logo. Resolveu mexer no celular, colocando a vasilha no seu lado, vendo que havia recebido uma mensagem de Midorima mais cedo. Leu e depois guardou o celular. Decidiu que não iria, encostando-se na árvore e olhando as nuvens passarem pelo céu azul.

“Me pergunto quando tudo ficou assim…” pensou, sentindo um aperto no peito.

Por mais que tivesse se sentindo corrompido durante a última semana, havia ficado anestesiado e apenas tinha ignorado o que tinha acontecido entre Akashi e ele. Porém, os sentimentos estavam voltando mais fortes e agora o desespero e a ansiedade voltavam dobrados, ainda mais com a notícia da tentativa de suicídio do ruivo. Tudo aquilo estava sendo difícil de digerir, o fazendo se perder em um mar de angústia e solidão. Além disso, Kuroko sempre fora reservado, e por isso possuía receio de se abrir para outras pessoas: sendo que tudo que ele precisava era de ajuda.

Cada minuto do almoço foi demorado, fazendo-o se perder em um inúmeros pensamentos solitários. Quando retornou à sala, viu Kagami se levantar e fazer menção de falar com ele, mas, para sua sorte, o professor retornou e pediu para que todos se sentassem. O período da tarde estava começando.

[...]

Algumas horas depois, apenas o corpo de Kagami descansava na carteira, já que alma havia saído e vagava em torno dele.

Por que diabos não tinha conseguido falar com Kuroko durante o dia todo?!

Quando viu o azulado arrumando o material para ir embora, levantou, mas um colega de sala o agarrou pelo pescoço e logo ele foi cercado por alguns alunos.

— Hey, Kagami, bora sair com a gente — pediu.

O ruivo, agora enfurecido, soltou-se do colega de classe e saiu empurrando quem visse pela frente, chegando até a mesa de Kuroko. Estava vazia.

— Puta que pariu!! — gritou, assustando os demais e correndo em direção à saída, passando pelos corredores e sendo repreendido por alguns professores.

Procurou por todos os lados, mas o azulado já havia desaparecido. Realmente, o dia estava sendo difícil.

[...]

Na quadra perto da lanchonete que era comum no dia a dia de certos jogadores de basquetes, encontravam-se Midorima e Murasakibara, sentados em um banco. O arremessador segurava um urso de pelúcia gigante, enquanto o outro comia um saco de batatas chips.

— Midochin, acha que eles vão demorar…? — perguntou, vendo que o sol já estava se pondo.

— Talvez… — respondeu, ajeitando os óculos.

— E Akachin? Como ele está?

— É uma longa história… Eu falarei quando todos estiverem aqui.

Não demorou muito para que Kise e Aomine aparecessem e se juntassem à dupla. Agora faltavam apenas Kuroko e sua luz, sendo que o último disse que só estaria ali depois do treino. Resolveram, pois, jogar um pouco de basquete, impressionando algumas pessoas que passavam perto da quadra, já que ali estavam reunidos jogadores talentosos. Um show de milagres, poderia-se dizer.

— Hey, acham que ainda vão demorar muito…? — indagou Aomine, um pouco ofegante por estar jogando um mano a mano com Kise.

— Nee, Aominecchi, acha que pode se distrair assim? — o loiro, com a posse de bola, driblou o moreno que estava em posição defesa, fazendo alguns dribles enquanto sorria. Mas, para sua decepção, não era páreo para o ás da Touou e logo perdeu a bola, caindo sentado no chão.

— Ei, me respeita loirinha — encarou Kise sentado no chão, olhando-o de cima e dando um sorriso sarcástico, recebendo apenas uma expressão de “chateado” do adversário.

— Aominecchi, tão malvado~ — disse, agarrando-se à perna dele e sendo arrastado pela quadra por Daiki, que o xingava e tentava se soltar.

— Francamente, dois inúteis… — Midorima pronunciou, observando a confusão dos dois, enquanto ajeitava o óculos.

— Midochin… ele chegou. — apontou para uma figura que se aproximava correndo, vestido ainda com o uniforme de treino.

Kagami corria às pressas, percebendo que estava atrasado. Entrou na quadrinha e viu os demais se aproximarem, formando um círculo de cinco pessoas.

— Ei… Cadê Kuroko? — perguntou Aomine, limpando o suor da testa com o próprio braço.

— Eu pensei que ele já estivesse aqui… ele nem sequer apareceu no treino… — murmurou, olhando ao redor. — Droga, tem alguma coisa errada com ele. — disse, estalando a língua.

— Ele deve ter seus motivos, Kurokocchi não desapareceria assim…

— Bem, não tenho muito tempo, vamos logo ao que interessa. — Midorima cortou a frase do loiro, cruzando os braços. — Eu vi Akashi ontem e a situação não é nada boa. O coma induzido é mantido por causa do próprio pai, o que torna a situação um pouco complicada.

Todos se entreolharam, sentindo-se confusos.

— Espera, você quer dizer que o pai dele que tá mantendo ele desacordado? — Kagami indagou.

— Sim, e tem mais… Ele pretende enviar o filho ao exterior contra a vontade dele.

— Então, eu já sei o que quer dizer… Nós iremos impedir isso, não é? — falou Kise, enquanto levantava o braço direito e fazia um gesto de “força”.

— Não posso nem mais voltar atrás… — sorriu de lado. — Já que declarei guerra contra Masaomi.

Os demais se surpreenderam, mas logo se animaram com a atitude de Midorima. Tudo estava se tornando um desafio e eles iriam superar juntos. Poucos segundos depois, todos se jogaram em cima dele, animados, com Kise se agarrando ao urso gigante e Aomine o pescoço de Shintaro. Batatinhas, ursos e jogadores de dois metros riam naquela quadra, amenizando os dias que tinha se passado.

Tudo caminhava para o rumo certo.

— Falar nisso, Aomine… — o ruivo o chamou, ganhando a atenção do moreno que dava uma chave de braço em Kise. — Amanhã nós teremos um amistoso, não é?

— Ah, sim… Satsuki disse algo do tipo.

— Bem, se prepara pra perder de novo — abriu um grande sorriso, recebendo um olhar desafiador do outro.

— Eh~ Parece que vai ser bom — Atsushi comentou.

— Nee nee, vamos assistir! — Kise pediu.

Midorima apenas suspirou, dando um aceno com a mão e sinalizando que já estava indo embora. Os demais entenderam como uma confirmação.

Estava decidido, encontrar-se-iam no dia seguinte, na quadra da famosa Touou.

 



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