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História Desired Death - Culpa e solução


Escrita por: KodokunaShiro

Notas do Autor


;-;

Capítulo 6 - Culpa e solução


Fanfic / Fanfiction Desired Death - Culpa e solução

    — Não faça… Não faça nada a ele…

    Akashi sussurrava em meio à escuridão que o rodeava naquele momento. Desespero, medo, aflição, era tudo o que sentia no momento. Ser arrastado para o nada novamente, como da outra vez em que se deixou levar enquanto jogava contra Murasakibara, foi seu maior erro.

    Pensou inúmeras vezes como tinha deixado aquilo acontecer, se ele tinha fraquejado por algum momento ao ponto de deixar que seu outro “eu” tomasse conta do seu corpo…

    Quando se sentia tão seguro na Teiko, jogando com seus companheiros de equipe, Seijuro nunca imaginou que um dia teria que lutar contra ele mesmo. Sentia-se tão seguro de si mesmo que achou que nada poderia o abalar.

    Estava totalmente errado.

    Agora, seu amado Tetsuya estava em risco. O garoto que jurou nunca fazer mal, agora estava sozinho em um quarto com a pior pessoa possível - que, no caso, era ele mesmo.

    — Se… se algo acontecer a ele, nunca irei me perdoar...

    Enquanto se afogava em pensamentos negativos, ouviu vozes ao longe, quase que imperceptíveis, deixando seus piores pesadelos se tornarem realidade.

    “Sabe, Tetsuya… Já faz tempo que eu não te vejo. Eu senti falta dessa sua inocência, e eu admito, o desejei por muito tempo. Eu te mostrarei… Quem é o verdadeiro imperador”

    Não! Ele não iria mostrar nada a Tetsuya! Ele não se atreveria a tocar no que era seu! Akashi absolutamente não iria aceitar isso.

    Tentou diversas vezes ficar no controle novamente… Era inútil.

    E, quanto mais demorava, piores ficavam os diálogos que escutava.

    “Por quê… está fazendo isto…? O-onde está o Akashi-kun..?”

    Quando ouviu a voz de Kuroko, seu coração disparou. Fazendo o quê? O que aquele maldito estava prestes a fazer?

    “Eu estou aqui! Não está vendo? Seu amado Imperador!”

    — Não! Eu estou aqui, Tetsuya! Por favor, não acredite nele!

    À medida que o tempo passava, a situação piorava. Akashi não conseguia se conter, culpando-se internamente por não conseguir fazer nada. Ele gritou, gritou o mais forte que podia, até sentir o ar acabar e uma sensação de mãos o sufocarem lentamente.

    “A-akashi-kun, para, por favor...”

   “Quando você pede para eu parar, mais eu tenho vontade de continuar…”

    Nesse momento, o mundo de Seijuro caiu. Ele se deu conta da situação, que não era apenas o seu outro eu tentando enganar Tetsuya. Ele não o enganaria, ele o violaria. Não iria apenas brincar um pouco, iria fazer um grande estrago. Só de imaginar o que poderia estar acontecendo, sua vontade era de sair dali o mais rápido possível.

    “Tetsuya, você está irresistível… Eu vou te foder até você não conseguir mais andar.”

    — Ele está louco?! Não faça isso, seu sádico filho da puta! — gritou, deixando o ódio tomar conta do seu corpo. As mãos tremiam, o coração batia forte e a vontade de socar a ele mesmo era enorme. Nunca pensou que perderia o controle em toda sua vida.

    “Isso, grite mais. Odeie-me, Kuroko Tetsuya!”

    — Não… Não me odeie… não me odeie... — repetiu para si mesmo inúmeras vezes, puxando os cabelos e deixando as lágrimas escorrerem. — Perdoe-me, Tetsuya…

    [...]

    De repente, a escuridão foi embora. Viu Kuroko jogado na cama, cheio de hematomas pelo corpo e soluçando baixinho.

    Sua primeira reação foi abraçá-lo fortemente, trazendo-o para si em um ato de desespero. Abraçou o garoto tão forte, com medo de perdê-lo novamente.

    — Perdoe-me, perdoe-me… — sussurrou em seus ouvidos, permitindo-se chorar junto ao garoto.

    —  Eu te… perdoo… Akashi-kun… — respondeu baixinho, com dificuldade, retribuindo o abraço.

    Seijuro não se conteve e chorou feito uma criança pela primeira vez na sua vida. Sentiu alívio e culpa ao mesmo tempo, não acreditando que aquilo estava acontecendo. Não pensou em mais nada, apenas se focou em dar atenção a Kuroko, afagando carinhosamente as mãos em seus cabelos.

    Tetsuya não sabia o que estava acontecendo. A partir do momento que sentiu a dor tomar conta de seu corpo, ele não conseguiu distinguir nada de nada, ficando como uma casca vazia. Retornou à consciência quando sentiu o corpo à sua frente o abraçar, pedindo desculpas sem parar.

    Akashi tinha voltado.

    Por mais que sentisse nojo de si mesmo, ele ficou aliviado quando viu que tudo tinha acabado.

    O ruivo se separou do abraço, deixando as emoções de lado e se focando em ajudar Tetsuya. Deixaria explicações para depois, assim como pensaria em uma forma de resolver tudo aquilo. Tinha que ter uma solução, e ele sabia disso. Levantou-se, vestindo suas roupas que estavam espalhadas pelo quarto. Iria apenas pela razão.

    — Por hora, vamos cuidar de seus machucados… — falou baixinho, o pegando em seus braços com dificuldade, por estar trêmulo, e o levando até o banheiro.

    O banheiro também era enorme. Tinha uma grande banheira e alguns detalhes dourados nas parede, uma privada, um enorme espelho e uma pia.

    Tetsuya viu, através do espelho, Akashi o segurar. Viu seus hematomas, o sangue escorrendo, os olhos extremamente inchados de tanto chorar. Lembrou do que havia acabado de acontecer, se encolhendo e sentindo medo. O ruivo percebeu e mordeu o lábio inferior, culpando-se internamente. Era culpa dele por Kuroko estar assim, era culpa dele por ele mesmo ser tão fraco e inútil.

    Ele colocou o azulado cuidadosamente em um banquinho de madeira, típico de banhos japoneses, vendo como o garoto resmungou de dor ao sentar.

    — Desculpa — ele o levantou —  prefere ficar de joelhos?

    Kuroko não respondeu nada, apenas se ajoelhando em frente è banheira e se apoiando nela. Akashi pegou um chuveiro móvel, ligando a água e deixando escorrer cuidadosamente pelo corpo do garoto. Primeiro hesitou em tocá-lo, depois se manteve firme e resolveu continuar. Ele pegou um sabonete, passando delicadamente pelo corpo do menor, vendo ele se encolher à medida que doía os machucados.

    Quando terminou de passar em suas costas e tórax, vendo o estado lamentável que Tetsuya se encontrava, olhou para as nádegas e sentiu-se constrangido, não pelo outro estar nu, e sim por ele mesmo ter feito aquilo, mesmo que não estivesse em sã consciência na hora do ato.

    — Tetsuya, prefere continuar sozinho? — perguntou, não obtendo resposta. Kuroko olhava para o nada, tendo o vazio em seus olhos. Entendeu como um “prossiga”.

    Akashi limpou a região, devagar, vendo sangue sair com sêmen. Ficou triste e irritado, novamente começando a se culpar. Se não tivesse levado Tetsuya até sua casa, se não tivesse ficado sozinho com ele em seu quarto, se não tivesse se aproximado tanto… Era tudo culpa sua.

    Quando terminou, deixou o chuveiro de lado e ajudou o azulado a levantar, o guiando cuidadosamente. Pegou a toalha e o enxugou, em seguida pondo algumas roupas suas nele. Era um moletom, escuro, que cobria também a região do pescoço, um calça jeans e um tênis. As roupas que deu a ele eram roupas que nunca usava, apenas estavam guardadas.

    Ele deixou Tetsuya sentado em uma poltrona, enquanto pegava as roupas dele jogadas pelo chão. As colocou no lixo, vendo que a maior parte estava rasgada. Depois daria novas para ele.

    Kuroko observava em silêncio o ruivo. Ele se sentia corrompido, nojento, usado, entre outros adjetivos nada legais. E, naquele momento, sentia também insegurança. Ficar sozinho com o garoto que um dia tanto confiou era um tanto sufocante, não se sabia o que podia acontecer. Ele queria ajudá-lo, mas seu medo era maior. Descuidou-se por um momento e acabou sendo pego de surpresa.

    — A… Akashi-kun… — chamou, baixinho, esperando o ruivo responder. Pela primeira vez, dava para perceber pelas expressões de Kuroko que ele estava sofrendo.

    De primeira, Seijuro se assustou. Em seguida, caminhou até o azulado e se ajoelhou, olhando em seus olhos e esperando que falasse alguma coisa.

    O ruivo estava se fazendo confiante. Ele estava tentando transmitir a Tetsuya segurança, não deixando transparecer suas emoções. Pelo garoto, Akashi pisaria em seus próprios sentimentos.

    — O que foi, Tetsuya? — sorriu, tentando parecer gentil e confiável.

    — Você… está bem? — perguntou, surpreendendo o outro que não esperava que Kuroko se preocupasse com ele ao invés de si mesmo.

    — Sou eu quem deveria perguntar… — disse, fazendo uma expressão triste em seguida. Sentiu vontade de chorar, mas segurou.

    — Estou bem — o azulado respondeu — se você também estiver…

    Kuroko não tinha jeito mesmo, pensou. Ele estava sempre pondo os outros à frente de si mesmo. Era um garoto muito gentil.

    Akashi apenas sorriu fraco, levantando-se em seguida e puxando o garoto pela mão cuidadosamente. Eles saíram do quarto, com Akashi andando cabisbaixo e sem encarar ninguém que estava pelos corredores.

    — Akashi-sama…? — perguntou uma empregada, sendo ignorada em seguida.

    Eles foram descendo as escadas, chegando no lado de fora da mansão. Seijuro tinha pressa, ele queria o mais rápido possível tirar Kuroko dali.

    — Akashi-sama, aonde está indo? — perguntou o motorista Yajima, encostado no carro estacionado na frente da mansão.

    — Vou levar Kuroko para casa. —  respondeu, curto e rápido.

    — Permita-me, en…

    — Não precisa, quero levá-lo sozinho. — disse, rápido, enquanto continuou andando e puxando Kuroko pelo braço, atravessando o enorme jardim e chegando até à rua. Ele iria chamar um táxi, mas um carro parou ao seu lado.

    — Por favor, Akashi-sama, sou pago para isso, deixe-me levá-los… — Yajima abaixou o vidro, encarando Seijuro, que deu um suspiro e entrou no carro junto do azulado, que até agora se mantinha calado e cabisbaixo.

    O mesmo trajeto de antes foi feito.

    O mesmo trajeto que tinha sido feito com tanta alegria e curiosidade. Agora, predominava apenas uma atmosfera fria, silenciosa e depressiva pela parte dos dois. Yajima estava quase perguntando o que havia acontecido, mas resolveu ficar calado.

    Quando chegaram em frente a uma estação de trem, Akashi pediu para que o motorista parasse o carro.

    — Eu vou ficar por aqui, você pode voltar.

    — Sim, senhor — disse, dando meia volta com o carro e sumindo da visão do ruivo.

    Eles dois foram caminhando, silenciosos, até que Kuroko resolveu se pronunciar.

    — Ele… ele não vai voltar, não é? — perguntou, receoso, se referindo ao lado sádico de Akashi.

    — Não se preocupe, eu não vou permitir — respondeu, cerrando os punhos com força e disfarçando com um sorriso. O menor deu um pequeno sorriso triste de volta. Por mais que se sentisse horrível pelo que havia acontecido, ele entendeu que Akashi passava por algo pior ainda.

    Quando chegaram à casa de Kuroko, eles pararam e se encararam. Akashi deu apenas um “Até mais”, dando as costas e andando com a cabeça abaixada. Kuroko não conseguiu dizer nada, e, em seguida, chorou feito uma criança ajoelhado no chão.

    [...]

    Uma semana se passou desde o “acidente”.

    Kuroko não tinha se recuperado totalmente, ainda com pensamentos angustiantes e alguns hematomas que insistiram em não sumir. Ele estava na sala de aula, olhando pela janela e os pensamentos longe como sempre.

    Ninguém além deles dois sabia o que havia acontecido. Desde esse dia, nenhum deles manteve contato um com outro, sequer sabiam como estavam. Tetsuya se culpava a todo instante, e, por mais que quisesse ver o ruivo, ele hesitava. Tremia só de lembrar o que havia acontecido.

    Kagami tinha notado que Kuroko estava mais distraído do que de costume. Chamou várias vezes o menor, que olhava para o pátio com um olhar vazio.

    — Kuroko, Kuroko, Kuroko… — repetiu, colocando-se em frente a ele.

    — Ah, Kagami-kun, o que quer? — respondeu quando percebeu o indivíduo grandão na sua frente.

    — Vamos comer hambúrguer de novo! Eu pago.

    — Eu prefiro um milkshake.

    —  Beleza então. Eu chamei Aomine e Kise também.

    — Desde quando está se dando tão bem com eles?

    — Sei lá, não tem ninguém para jogar comigo na quadra ao lado.

    Os dois seguiram no trajeto de sempre para o lugar de sempre quando a aula acabou. Quando chegaram na quadra, não encontraram ninguém. Esperaram vinte, trinta minutos, jogaram um pouco e nada.

    — Droga, cadê aqueles dois?! — gritou Kagami, já sem paciência. Foi questão de tempo até Kise chegar correndo e sem fôlego.

    — Oe, Kise! Onde tu tava?!

    — Kagamicchi… Ku...Kurokocchi… —  falou, tentando respirar entre uma palavra e outra.

    — O que foi? — Kagami perguntou, vendo o estado deplorável do loiro. Ele estava suado, sem fôlego, descabelado.

    — É… É o Akashicchi… Ele… Ele tentou se matar!

 


Notas Finais


Nada a declarar... ;-;


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