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História Lifetime in Repeat - Prólogo


Escrita por: Mayfairy

Notas do Autor


Oye
Voltei de novo antes de atualizar Loser, com mais uma fanfic nova porque a capinha maravilhosa feita pela TheRedDesign ficou pronta e tá maravilhosa como sempre!
Estava estudando em filosofia sobre a lei do eterno retorno e me apaixonei, então decidi fazer uma fanfic baseada nela e nossa senhora, to amando!
Bom, essa fanfic não está terminada, tem dois capítulos prontos, mas pode demorar as atualizações porque eu faço muita pesquisa para esta fanfic e procuro sempre botar alguma coisa cultural sejam eles dilemas, costumes e qualquer outra coisa, para quem ler, ficar com um pouco mais de conhecimento e tudo mais, porque eu amo estórias com vários dizeres que levamos pra vida. E essa fanfic tem uma temática diferente, a cada capítulo postado, vai ser um um provérbio alemão, porque estou aprendendo alemão e amei, contudo, estará em português todos os provérbios. O capítulos serão "longos" e contextualizados.
Espero que gostem assim como eu gostei.
Não vou me prolongar mais aqui, então vamos direto pra fanfic.
Espero que gostem e me desculpem qualquer erro. Eu reviso, mas sempre tem algum erro que deixo passar.
Boa leitura :)

Capítulo 1 - Prólogo


Deslocamento do Equilíbrio 

Prólogo

 

 

O Eterno Retorno coage o indivíduo a dar sentido por si mesmo. Ele se torna criador de valores, operando uma transvaloração de todos os valores. Esta capacidade de criar e ser juiz é o que justificará sua existência. Ele precisa escolher e criar pensando “viveria isso eternamente?”, “se tudo retorna, que forças justificam seu retorno?”.

 

 

Se cada segundo de nossa vida deve se repetir um número infinito de vezes, estamos pregados na eternidade como Jesus Cristo na cruz. Que ideia cruel! No mundo do eterno retorno, cada gesto carrega o peso de uma insustentável leveza. Leve como um pluma, porém com um peso formidavelmente insuportável. Contudo, isso fazia com que Nietzsche pensasse que a ideia do infindável retorno é o mais pesados dos fardos.

Se o eterno retorno é o mais pesado das responsabilidades, nossas vidas, sobre esse plano de fundo, podem aparecer em toda a sua esplêndida sutileza.

Mas será cruel o peso da bela leveza?

Se este é o mais pesada dos fardos, ele, então, nos esmaga, nos faz cair sobre nosso joelhos com toda a nossa culpa nos ombros, nos faz dobrar sob ele e nos esmaga contra o chão. Quanto mais pesado o fardo, mais próxima da terra está nossa vida e mais real e verdadeira ela é.

Por outro lado, a ausência total das responsabilidades, faz com que o homem se torne incrivelmente leve, mais do que o ar e com isso, ele voa e se distancia da terra, o torna um ser semirreal, suas ações se tornam tão livres quanto insignificantes. Sua vida perde toda a formosura da realidade.

Eis a dúvida: escolher a leveza ou o peso?

Não sinta como se fosse o único que pensa nisso, pois essa pergunta vem assombrando toda a raça humana antes mesmo de Cristo. Parmênides disse que o mundo esta dividido em duplas contrárias: a luz e o breu, o grosso e o fino, alto e o baixo, o barulho e o silêncio, o quente e o frio e por fim a mais famosa desigual, o ser e o não-ser.

Todos já devem ter escutado essa frase em algum momento da vida, ou até mesmo ter feito piadas com esse pensamento, porém, essa simples consideração pode ser mais complicada do que podemos supor.

Essa separação entre os polos, positivos e negativos, pode nos aparentar de uma facilidade frívola. Menos neste caso: o que é positivo, o peso ou a leveza?

Parmênides afirma que o leve é positivo e assim, o pesado negativo. Teria ele a razão? Bom, isso não se sabe, mas uma coisa é certa. A contradição pesado-leve é a mais misteriosa e a mais ambígua de todas.

 

**

 

Faz muitos anos que venho observando Chanyeol. Mas é perante essas ponderações que o vi claramente pela primeira vez. Eu o vejo de pé, numa das janelas de seu grande apartamento, grande demais para apenas um homem sozinho morar, os olhos fixos, do outro lado da rua, nas pessoas que iam e vinham naquele final de tarde. Cada uma com sua vida, um rumo, uma família, cada uma com um objetivo, um sonho, um desejo, uma perda, um ou mais amantes e cada um com suas feridas. Todos iguais por natureza, contudo, completamente distintos em sua própria realidade e forma de pensar.

Chanyeol estava pensando em como sua vida medíocre, mudara de uma forma muito rápida. Como o movimento de um piscar ágil e simples ou um bater de asas de uma borboleta, sutil de fato, porém, capaz de fazer catástrofes. 

Fazia apenas quatro semanas que conhecera Baekhyun, um garçom de um pequeno pub nomeado Velvet, em uma cidade do interior. Em pouquíssimo tempo de conversa juntos, Chanyeol o levara até a estação e esperou até o momento em que ele subiu no trem para assim, voltar ao seu hotel.

Uns quinze dias se passaram e Baekhyun foi visitar Chanyeol na cidade onde morava. Nesse dia logo fizeram amor. De noite, o visitante teve febre alta e passou uma semana inteira com gripe na casa do outro.

Ele sentiu um inexplicável amor pelo moço que mal conhecia. Tinha a impressão de que Baekhyun era como uma criança perdida e que precisava de cuidados. De seus cuidados.

Pobre Chanyeol, sempre confundindo amor com compaixão.

Baekhyun ficou com ele por uma semana e meia depois de curado, voltou para a cidade onde morava, a mais de trezentos quilômetros de onde ficava a moradia de Chanyeol. E é ai que situa-se o momento a que me referia. De pé, numa das janelas de seu grande apartamento, os olhos fixos, do outro lado da rua, nas pessoas que iam e vinham naquele final de tarde com uma caneca cheia de café, como de costume, refletindo se devia ou não chamar Baekhyun para morar consigo. E essa possibilidade o assustava, porque uma vez que o chamasse, ele viria lhe ofertando toda a sua vida.

Seria melhor desistir? Se fosse esse o caso, Baekhyun continuaria sendo garçom de um pub podre, cheio de homens mal encarados e trabalhando arduamente para pagar a faculdade e juntar dinheiro para sair da casa de seu amigo. O porquê de Baekhyun morar de favor na casa de um amigo irá se explicar mais pra frente, agora essa informação seria irrelevante. Fora de hora.

Voltando a Chanyeol, ele desejava que o outro ficasse? Não? Sim? Talvez?

Porém, talvez não era uma alternativa a se considerar. Acabaria deixando tudo mais confuso.

Olhando para aquele amontoado de gente, procurava uma solução.

Sempre que fechava os olhos e quase que automaticamente se lembrava daquele homem deitado em sua cama. Ah, Baekhyun não lembrava ninguém que já conhecera em toda a sua vida, em outros tempos. Não era nem amante e muito menos marido. Era alguém que, mesmo sem Chanyeol perceber e muito menos autorizar, invadirá a sua vida para ficar e não apenas para passar uma noite e ir embora.

Baekhyun havia adormecido. Chanyeol se ajoelhara a seu lado, a respiração febril acelerava descompensada e ouviu um leve gemido. Encostou as testas e soprou palavras e frases reconfortantes, o que de fato acalmou a respiração do outro, logo voltando a dormir calmamente. Imaginou que eles estavam a muitos anos morando juntos e que Baekhyun morria. De súbito, era evidente que não sobreviveria a morte dele, quiçá podia voltar a imaginar isso.

O que seria senão o amor que assim se torna evidente?

Mas seria amor? Estava convicto de que queria morrer ao lado dele e esse sentimento era claramente exagerado, ora ele estava o vendo pela segunda vez na vida! Não seria uma ação histérica de um homem compreendendo sua inaptidão para o amor, começa a representar para si mesmo a comédia do amor? Porém, ao mesmo tempo, seu subconsciente se mostrava tão covarde que escolhera para a sua comédia romântica justo um modesto garçom de um pub moribundo de uma cidade do interior, que não tinha praticamente nenhuma condição de entrar em sua vida.

Fitava o chão sujo e cinzento daquela rua em frente ao seu apartamento enquanto travava uma guerra entre: histeria ou amor.

E, nesse caso em que um verdadeiro homem saberia perfeitamente o que fazer e como agir. Ele se repreendia por rejeitar o mais encantador momento de sua existência não satisfatória.

Concluiu, por fim, que não sabia o que queria ou o que essas decisões podiam acarretar em sua vida. Nunca se pode saber aquilo que se deve querer, pois só se tem uma única vida e não se pode compará-las com vidas antecedentes e muito menos corrigi-las nas posteriores.

Seria melhor ficar com Baekhyun ou ficar sozinho?

Infelizmente, não há como averiguar qual decisão irá leva-lo para o melhor caminho, que o levará para a felicidade plena e vida estável. A vida é como uma redação definitiva, não há tempo para rascunho. Não tem como criar uma borracha para corrigir erros e danos colaterais. No entanto, “rascunho” não é a palavra correta porque um rascunho é sempre de uma pintura, de um projeto, redação ou livro, ao passo que o rascunho que é a nossa vida não é rascunho de nada, e sim, um rascunho sem folha.

Logo lembrou e de um provérbio alemão que escutava quando fazia sua faculdade: einmal ist keinmal, uma vez não conta, uma vez é nunca. Não pode viver senão uma vida é como não viver nunca.

 

 


Notas Finais


GOSTARAM?
Estou meio com um pézão atrás com essa fanfic mas tamo ai pra se arriscar, não é mesmo?
Bom, o próximo capítulo será postado na terça-feira. Estou montando um horário de atualizações.
Deem suas opiniões e achismos, levarei-os em conta <3
Não vou me prolongar aqui, então já me vou <3
Beijinhos da tia Jupiter


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