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História Despair - Capítulo Único


Escrita por: Renai

Notas do Autor


Eu agradeço primeiramente a mim (Renai) e segundamente ao Edu (Soberbo). Por termos feito essa oneshot, com muito amor e carinho.

Aviso básico para que vocês não se sintam confusos ao decorrer da oneshot. Não quero ninguém com a cabeça fervendo!

Aviso: A parte em itálico são as narrações passadas do Bieber, então, é um pensamento do passado visto como uma lembrança.

— Plágio é crime, como todos sabem. Tem uma lei ai, que diz, que da cadeia. (Só avisando mesmo)
— Justin Bieber és Justin Bieber
— Hailey Baldinho és Iví Brook
— Não somos de ninguém, tanto na vida real quanto na fictícia. Então, afirmando que só as personalidade nos pertence.
— Para os que não sabem, esse é feat é com o edulindão meu vulgo @soberbo
— Espero que gostem, e tenham uma ótima leitura.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Despair - Capítulo Único

Quando éramos mais novos, Ivy Brook e eu sempre dizíamos que nada e nem ninguém nunca iria nos separar. Não nos dávamos muito bem juntos, estávamos em constantes brigas e sempre quem saia mais machucado de nossas discussões era minha garota. Eu não era um bom namorado, já cheguei a trocar uma noite com Ivy para sair com os amigos. Deveria ter ficado em casa naquele dia, porque hoje eu teria certeza de que as coisas estariam bem entre nós. 

Agora ela vem todos os dias me ver, e sempre me olha com aquele olhar de quem está com pena e uma mistura de raiva, amor e muita saudade. 

— Você precisa cortar esse cabelo, meu bem. — Brook alisa meu rosto com sua mão gélida e delicada. Seus dedos sobem para o meu cabelo e eu sinto cada toque seu. 

Eu quero toca-la também, meu bem. 

— Eu sinto que está chorando. — Ela continua a dizer, enquanto seus dedos descem para meus lábios. Eu posso ouvi-la, mas não posso vê-la. Eu posso senti-la, mas não posso toca-la de volta. — Às vezes fico lembrando de como éramos antes, sabe, quando as coisas mesmo ruins, eram boas. 

 

— Olhe para mim quando eu estiver falando com você, Brook! — Seguro em seu queixo, fazendo-a olhar em meus olhos. Eu odeio o fato de que sempre ela abaixa a cabeça para mim quando ela deveria bater de frente comigo. 

Por que ela não grita comigo? Por que não me manda ao inferno? 

Por que você tem sempre que concordar com o que eu digo, meu bem? 

— Você não vai sair. — Afasto-me dela, pegando minha jaqueta sobre o sofá. — Vai ficar dentro de casa. — Vejo a bochecha de Brook ficar num vermelho raiva. Seus olhos ficam marejados e seus lábios tremem. 

— VOCÊ NÃO É MEU PAI! EU FAÇO O QUE EU QUISER DA MINHA VIDA! — Prendo a respiração, junto de uma risada ao vê-la completamente brava. — Do que está rindo? 

— Vamos logo, eu estou com fome. — Estendo-lhe a mão, vendo minha garota secar as lágrimas e pegar sua blusa de moletom, assim correr em minha direção, jogando-se em meus braços. — Desculpe-me, meu bem. 

— Não brinque comigo assim, Justin. — Brook enterra a cabeça em meu peito, segurando nas laterais da minha jaqueta. 

— Você precisa ter mais pulso, Brook. 

— Eu tenho você para que, além de me amar? — Ela ergue a cabeça para cima, olhando em meus olhos. 

— Para te proteger. — Beijo sua testa. 

— Então pronto. 

 

Apesar da nossa indiferença, eu sabia que podíamos ser felizes para sempre. Mesmo que eu tenha tomado rédea em sua vida, Brook confiava em mim para tudo. Sempre éramos melhores juntos, sempre estávamos pensando no nosso melhor para o futuro. Eu não deveria ter deixado ela para sair com meus amigos aquele dia. 

Ouço seu soluço e tudo o que eu mais queria, era poder fazê-la parar de chorar. Se tinha uma coisa que eu odiava nessa vida, essa coisa era ver minha garota chorar. Dói em mim, me faz chorar por dentro, mais do que já choro todos os dias, por estar preso a essa cama. 

— Não me deixa, meu bem. 

Sua voz tem um tom frágil, em tal situação me tento a tocá-la, dar algum sinal de que ainda estou aqui e posso senti-la, ouvi-la, mas minha tentativa é falha, não consigo mover um dedo sequer. É angustiante saber o que está acontecendo ao meu redor e não poder interferir em nada, não poder dizer que sinto muito e que Brook é a coisa que mais amo nessa vida. Talvez ela já saiba, no entanto, meu comportamento em relação a ela possa ter escondido isso. Posso ter sido um completo monstro em alguns momentos, ao invés de ensiná-la, a deixava parcialmente submissa a mim e não era isso o que queria. 

Somos um casal, temos direitos iguais perante nosso relacionamento, entretanto, Brook é muito frágil, não tem pulso firme igual a mim, fiquei cego ao tentar torná-la mais forte e estou arrependido. Amo-a de qualquer forma, simplesmente porque é a minha garota. 

Sinto o toque leve de suas lágrimas em meu braço, ela segura firme em minha mão e o peso de algo tocando meu peito aparece, pela sensação sei que é ela quem está deitada sobre meu corpo, posso sentir o cheiro de seu cabelo e a vontade por tocá-los me dominar. Era como um maldito vício que eu tinha, podíamos estar assistindo televisão na sala de estar ou apenas deitados no quarto pouco iluminado sem dizer uma palavra, meus dedos sempre tocavam seus cabelos, acariciando-os e em muitas das vezes fazendo com que Brook dormisse ali mesmo. Era uma paz sem igual, nada no mundo se comparava aquilo, nem mesmo ganhar uma viagem a uma ilha era melhor do que estar ao lado dela. 

Todavia, naquela maldita noite decidi que sair com meus amigos era uma melhor opção, que impedi-la de me acompanhar seria melhor para ela, assim consequentemente poderia me divertir de forma sem me preocupar com o que estava fazendo e com quem estava. Em casa ela estaria segura, longe de outros homens e da fúria que me dominava em certos momentos. Ela pediu, implorou que ficasse com ela, onde poderíamos pedir pizza e apreciar uma noite de filmes, confesso que pensei em aceitar, porém, decepcionar meus amigos parecia pior do que decepcionar a minha garota. 

Brook sempre odiou que eu dirigisse embriagado, sei que se ela estivesse comigo naquela noite teria me impedido, ainda assim, minha teimosia falou mais alto. A estrada estava escura e minha visão turva, somente as luzes do caminhão que andava em contramão pareceu ficar claro pra mim, logo após um forte som e tudo o que me lembro foi de sonhar. 

No inicio tudo parecia certo, como acordar sentindo o cheiro do cabelo de Brook, sentir seu corpo agarrado ao meu, nossos lençóis, nossa cama e a sensação de que nada realmente acontecera, como se eu estivesse em casa, com minha amada e a noite do acidente tivera sido apenas fruto de minha imaginação. Tudo era perfeito, nossas pequenas brigas acabando em gargalhadas de minha parte e sensível como é, Brook chorava, mas se acalmava logo que a envolvia em meus braços. Era comum e diria que com o passar dos dias até diminui essa vontade de querer com que me enfrentasse, ela parecia mais forte conforme minha visão ia escurecendo. Como se não existisse mais o amanhecer, como se o sol não quisesse mais nascer. 

Eu ouvia vozes em minha cabeça quando tudo estava calmo em meu sonho, hoje sei que eram os médicos, familiares, amigos e minha doce Brook, falavam sobre meu estado, sobre remédios, se um dia eu acordaria, se estava em coma ou entraria em estado vegetativo, sabia que passava por uma bateria imensa de exames toda semana e ouvia os bipes dos aparelhos. Hoje em dia não enxergo mais nada, apenas ouço as vozes, é angustiante e desesperador. Não faço ideia de a quanto tempo estou aqui, no entanto, a cada vez em que a escuridão me invade, sei que estou próximo da morte. 

Sempre achei besteira quando ouvia pessoas dizendo que você deve falar o que sente para a pessoa amada, aproveitar cada dia como se fosse o último, hoje sei que é verdade e se pudesse voltar atrás, faria tudo diferente, teria ficado com a minha garota e dito o quanto a amo. 

— Eu não vou desistir de você. — A voz frágil de Brook invade meus ouvidos como um sussurro, posso sentir sua respiração bater em meu rosto, tento mais uma vez abrir os olhos, ou fazer qualquer sinal para que saiba que a ouvi, entretanto, novamente é uma tentativa falha. — Não desiste de mim. 

Sei que estou lutando, e faço isso por você, meu bem. 

Eu gostaria de abrir os olhos, encarar os da minha garota e dizer que a amo, nem que fosse pela última vez. Sei que disse na noite do acidente, todavia, era como se o fizesse apenas para que não ficasse irritada comigo, sei que ela sentiu que era exatamente isso. Todos os dias vem me ver, conversa comigo e uma das lembranças mais claras de meu sonho foi estar deitado ao lado dela, e diante do silêncio ouvir: 

— Eu devia ter dito que te amava também. 

Ela não devia se sentir culpada. 

Somos tão opostos e mesmo assim feitos um para o outro, como um encaixe perfeito. Ela é minha e eu sou dela, mesmo diante de tantas brigas nada foi capaz de mudar isso. O sentimento parece ser capaz de ir acima de tudo, desde os defeitos e erros até os constantes gritos e conflitos. Eu poderia ter feito diferente, ter pegado leve e a aceitado do jeito que é, porém meu ego me fazia querer ter alguém como eu. 

A culpa é minha, sempre foi desde o inicio, ela queria ser amada da forma como é e eu queria mudá-la. Mas por que? Não era tudo isso que a fazia ideal para mim? Era simplesmente tudo que me fazia amá-la, isso era o que me fazia ter olhos apenas para minha Brook e para mais ninguém. É por isso que estou lutando, quero que ela saiba disso tudo, quero poder fazer diferente dessa vez, ser mais leve, amá-la acima de qualquer coisa e fazê-la entender que não precisa mudar para ser ideal para mim. 

Uma voz masculina invade o ambiente, sei que é o médico responsável pelo meu caso, ele sussurra como se soubesse que estou ouvindo e não quer que saiba o que tem a dizer, no entanto, consigo ouvi-los, como se o fato de não poder enxergar mais nada tenha tornado minha audição ainda melhor. 

— O caso de Justin está chegando a um ponto em que não podemos fazer mais nada, senhorita Brook. Ele não está apresentando melhoras, no inicio tínhamos alguma esperança pois ele aparentava estar lutando, entretanto, no decorrer de um ano nada mudou, creio que teremos de deixá-lo descansar. 

— Ele ainda está lutando — a voz de Brook soa tão confiante e desafiadora que me faz ter orgulho dela por um instante —, se vocês tentaram salvá-lo durante um ano não há motivo para desistir agora. Eu não vou desistir e sei que ele também não vai. 

— A família dele já autorizou o desligamento dos aparelhos, é apenas isso que o mantém vivo. Aconselho que se despeça antes que seja tarde demais. 

— Você deixaria alguém que ama morrer? Eu não vou fazer isso. 

 

Eu já estou morto, por isso não posso enxergar mais nada, por isso sinto esse aperto em meu peito, é como se a claridade representasse minha vida e a escuridão a morte. Meus pulmões e o coração ainda trabalham em consequência dos aparelhos e eles querem puxar a tomada e me libertar do pouco de vida que ainda me resta. Um ano, e as lembranças de meus sonhos parecem ter durado menos que isso. Eram como semanas, até que não pudesse enxergar mais nada e finalmente ter a noção de tempo. 

Quero abrir meus olhos, abraçar o corpo de Brook e dizer o que preciso. Ela não quer me deixar morrer, mesmo depois de ter proporcionado tanta dor em seu coração, seria uma chance para se vingar e me esquecer, todavia, seu amor ainda permanece mesmo depois de um ano, ainda quer me ter acariciando seus cabelos e sussurrando que a amo. 

Meu bem, se soubesse que chegaríamos a esse ponto teria feito tudo diferente. 

Não posso desistir da minha vida, não posso desistir de nós. 

O desespero me leva a um ponto de tentar de todas as formas mover meu corpo, qualquer coisa, um dedo, retomar minha respiração, abrir meus olhos, gritar. 

Eu ainda estou aqui, meu bem, não me deixa morrer. 

 

Seu corpo nu está deitado sobre o meu após mais uma noite de amor, lá fora, o sol começa a nascer iluminando o quarto, tento-me a não cair no sono para desfrutar de sua companhia e de mais o fim de uma briga. 

Minha garota parece serena enquanto permanece de olhos fechados, sei que não está dormindo, apenas desfrutando do momento, assim como eu. Seus cabelos loiros e curtos parecem diversão para mim, uma ótima distração e sei o quanto ela gosta disso. Escuto um som que entrega seu sorriso e antes que possa dizer algo, ela se apoia ao meu lado pelos cotovelos e encara meu rosto. 

— Por que somos assim? — Brook indaga. 

— Assim? — Questiono-a parecendo confuso, mesmo que saiba exatamente do que está falando. As brigas, os gritos, o choro e logo após o afeto. 

— Casais normais não são como nós. 

— Você quer que sejamos normais? Esses casais terminam com cinco filhos, uma traição e um divórcio. Não precisamos ser perfeitos. 

— Gosta do que temos? 

— Sou apaixonado por você e pela nossa relação, não mudaria nada. 

Ela não diz mais nada até voltar a deitar em meu peito. Quando sinto que estou prestes a pegar no sono a ouço dizer baixinho: 

— Nós somos complicados, só ficamos juntos quando brigamos. Se eu pudesse mudar algo, com certeza seria isso. Quero seu amor o tempo todo, não só quando estamos irritados um com o outro. 

Gostaria de dar isso a ela, agora mais do que nunca. Brook jamais me pediu joias, viagens para comemorar nossos aniversários de namoro ou um pedido de casamento, sempre me quis do jeito que fosse, estar ao meu lado e ser amada bastava. Nossa relação realmente era complicada, porém, sempre tivemos muito amor e isso era mais forte que qualquer vontade de ir embora. 

Preciso lutar, ter isso de volta, dar a ela o que tanto me pediu e eu achava que era apenas um sonho bobo de menina. Brook me deu tantos momentos felizes, preciso retribuí-los sem que pareçam uma obrigação. Preciso abrir os olhos e tocá-la. 

Seu cheiro invade minhas narinas novamente e posso ouvir ela chorando, será que realmente decidiu que é melhor se despedir? 

Por favor, meu bem, não me deixa ir embora. Estou suplicando. 

Sua mão gelada toca meu rosto logo que volto a sentir o peso de seu corpo sobre a cama de hospital. Ela dedilha cada centímetro como se quisesse guardá-los em sua mente. Imploro em meio aos gritos em minha mente para que não me deixe morrer, que não desista de mim. 

— A um ano atrás eu desejava que pudéssemos ser como esses casais de filmes, onde tudo parece estar sempre certo, sem brigas ou problemas. Mas agora, eu sei que aceito nós dois do jeito que éramos, complicados, e ainda assim nos amávamos de um jeito que ninguém seria capaz de explicar. — Seus lábios selam os meus, fazendo-me ter a certeza de que está se despedindo. — Eu sempre vou amar você. 

Começo a ter a certeza de que estou chorando, ou sempre estive. Em tal situação eu não a deixaria, no entanto, como posso culpá-la? Não tem controle algum sobre isso, mas isso se trata do meu corpo, da minha vida, eu posso lutar. 

Uso todos os músculos de minha mente na tentativa de fazê-los funcionar, tem que dar certo, eu não posso morrer. 

Por um instante acredito que consegui e que finalmente pude me mover, entretanto, diante dos movimentos repetitivos de meu corpo, da falta de controle e dos gritos de Brook, sei que estou tendo uma convulsão e o pouco de consciência que tinha vai se apagando, me levando a morte. 



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