História Despertando Sentidos - Skraidantis.

Assim que arrumamos tudo para partir em nossa missão para a terra dos alados, Alice me disse que era para buscar o ninho dos grifos, no topo da montanha mais alta, eles sim poderiam me ajudar.

- GRIFOS?! - gritei surpresa e animada - Eles realmente existem?

- Eu lhe disse que existiam outras raças além dos humanos, Sam, não deveria estar tão surpresa. - disse ela. 

"Grifos, quem diria... E eu vou conhecê-los. Essa missão será ótima, ainda mais com aqueles dois do meu lado!" era tudo que eu conseguia pensar.

Como eu era nova nisso de ir para as missões, Alice se encarregou de nos mandar até lá da mesma forma como nos mandava para nosso mundo. 

Quando chegamos, nada parecia incomum: estávamos em uma grande colina coberta da grama mais verde, cercados por um conjunto de montanhas. Era um lugar lindo, na verdade. O piar dos pássaros ao longe indicava que estávamos perto de nosso destino, então começamos a caminhar.

Enquanto andávamos, Dante atravessou seu braço esquerdo por meus ombros. Ruborizei.

O canto das aves estava cada vez mais próximo, porém demos de cara com a base das montanhas, onde havia uma caverna escura. Ficamos confusos, onde estavam os pássaros que tanto piavam? Estávamos perto, mas eles não estavam lá.

Ouvi o chamado de um canário vindo da caverna, será que ele estaria perdido de seu demais? Se nós o libertássemos, poderíamos seguí-lo até o ninho. 

Entrei na caverna sem medo, eu precisava fazer isso se quisesse aprender a voar e estava determinada. Ouvi os passos apressados de Dante e Logan vindo atrás de mim e perguntando onde eu iria.

- Ouvi um canário, quero ajudá-lo. - disse friamente. Eles não questionaram, apenas me seguiram pela escuridão.

Eu já não enxergava nada há alguns minutos, encostava na parede úmida para me localizar. Dante resmungava atrás de mim e Logan apenas aceitava que não conseguiria mudar o que eu pensava.

Logo, uma luz apareceu. A segui cegamente, poderia ser uma saída talvez, mal vi que o chão abaixo de meus pés havia acabado. Despenquei.

Enquanto caía, abri os olhos e tive uma visão magnífica: pássaros. Eram de todas as cores e tamanhos, cantando e voando livremente.

- Eu os encontrei! - gritei para Logan e Dante. 

- Percebemos! - suas risadas ecoavam pela imensa caverna.

Logo, Logan estava caindo ao meu lado, de pernas cruzadas, sua naturalidade com aquela situação me espantava. Ele observava tudo, maravilhado como eu. Dante ainda estava no túnel de entrada, nos olhando de cima.

Logan me segurou minha mão e logo estávamos em uma plataforma de pedra. Então pensei: "ok, estou aqui, mas e agora?" 

Como se lesse meus pensamentos, Logan teve uma ideia, um pouco estúpida, mas teve. "Vou jogar o Dante de lá e você tenta pegar ele" foi só o que ele disse antes de desaparecer e empurrar o coitado buraco a dentro.

Dante não tinha asas para voar e nem podia se teleportar, estava desesperado. Assim que ele estava quase perto da plataforma onde eu estava, saltei e o peguei no ar com um abraço. Nossos rostos e corpos colados me fizeram queimar em rubor. 

- Se concentre, Samantha! - eu ouvia os gritos de Logan ecoarem pela caverna e logo voltei à mim.

Bati as asas, não era só a minha vida em jogo dessa vez. Dante dizia ao meu ouvido frases como "eu sei que você consegue" e "você é incrível", que me enchiam de entusiasmo para continuar a tentar. 

Paramos de cair, eu finalmente tinha conseguido, mas ainda precisava de forças para nos erguer e as encontrei no lindo sorriso à minha frente. Subimos até a plataforma onde Logan estava e eles comemoraram minha vitória.

Mesmo que eu tivesse feito aquilo, ainda precisava aprender de verdade a voar, não só subir e me manter no ar. Eu precisava dos grifos. 

"Busque o ninho dos grifos na montanha mais alta" disse Alice. Subimos até onde nos foi indicado e, com muito esforço, encontramos. 

- Aquela caverninha de passarinhos não é nada comparado com isso... - disse Logan, hipnotizado pela paisagem.

Eu também estava, e quem não estaria? O lugar era magnífico. As nuvens rodeavam o topo, que era perfeitamente verde como as colinas no chão a muitos metros abaixo de nós. A sensação era que o topo da montanha estivesse sendo carregado pelas nuvens, enquanto o céu azul acima de nós era como uma gigantesca safira brilhante.

Mais a frente havia um pequeno lago que refletia o céu, tomando a mesma tonalidade do mesmo e, logo atrás deste, os ninhos dos grifos.