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História Despertando Sentidos - A terra dos alados.


Escrita por: Naikinimas

Notas do Autor


Boa leitura! ♡

Capítulo 11 - A terra dos alados.


Fanfic / Fanfiction Despertando Sentidos - A terra dos alados.

Paramos para descansar enquanto olhávamos para os belos ninhos, só não eram mais belos que os seres que os habitavam.

Os magníficos seres com corpo de leão e asas, cabeça e patas dianteiras de águia encantavam qualquer um, independente de sua cor e seu tamanho. Os pelos do corpo brilhavam conforme se mexiam e, as penas, balançavam levemente conforme o movimento da brisa.

Não demorou muito para que algum deles nos notasse. Um filhote veio em nossa direção e começou a se esfregar em minhas pernas, como um pequeno gato, porém quando iria encostar nele, correu assustado de volta para sua família, tentando voar e falhando. 

Logan alertou que não poderíamos demorar muito para entrar no caminho dos ninhos, poderiam desconfiar que viemos fazer mal à eles. 

Começamos a caminhar lentamente. Os filhotes corriam para suas mães quando nos aproximávamos, e as mesmas ficavam alertas para caso precisassem atacar e proteger sua família.

Andamos até o maior e mais alto ninho, onde um grande grifo repousava enquanto olhava para as nuvens que cercavam a montanha. Notando nossa presença, ele virou sua cabeça relaxado para nos analisar e, então, percebeu minhas asas.

- O que vieram fazer em nossa montanha? - uma voz grossa saia do bico do grande animal, fazendo com que eu desse um passo atrás devido à surpresa.

- Fomos mandados por Alice. - disse Logan, confiante.

O grifo se levantou apressado, aparentemente animado, dizendo:

- Srta. A? Por que não disseram logo? - o clima tenso se dissipou - À que eu posso ser útil, jovens?

- Alice nos mandou para que eu aprendesse à voar... - disse, receosa - O senhor poderia me ajudar?

- Me chame de Ariki. Sim, nós podemos te ajudar, em nome de Alice. - disse ele.

Ele nos guiou para outro campo liso no topo das montanhas, atrás de nós vinham três filhotes brincando uns com os outros, aparentemente eu iria voar com eles.

- Mostre-me o que você sabe, garota. - ordenou Ariki. Olhei confusa para Logan e Dante que fizeram um sinal de "sim" com a cabeça. 

Comecei a bater minhas asas e a subir, lentamente, e logo depois desci e pousei, era apenas isso que eu sabia fazer. Ariki me analisava por completo, desde o esforço que eu demonstrava até o movimento que minhas asas faziam.

- Fique na beira da montanha junto com os filhotes. - disse Ariki e eu o fiz, ele se aproximou - Está vendo aquelas plataformas ao longo da queda? Os nossos filhotes aprendem a voar desde modo: eles pulam nestas plataformas, cada vez mais separadas, e alguma hora em seu desespero aprendem a voar e já podem ir para longe se desejarem. 

Ariki gruniu para um dos filhotes e sinalizou que era a hora dele de ir. Mesmo receoso, o pequeno grifo abriu suas asas, quase sendo arrastado pelo vento, olhou para baixo à procura da primeira plataforma e saltou. Suas asas abertas impediam que a queda fosse brusca, quando pousou fez o mesmo para outra plataforma mais afastada, fazendo isso sucessivamente enquanto sumia engolido pelas nuvens densas. 

Ariki não parecia nem um pouco preocupado com o pequeno filhote que desapareceu, apenas permaneceu observando a queda. Ficamos assim por mais alguns minutos e, de repente, um piado ao longe, o grande grifo se pôs alerta e nós também. Outro piado, dessa vez mais próximo, e então o filhote reapareceu nas nuvens, dessa vez subia sem as plataformas, estava voando. Planou por cima de nossas cabeças e pousou quase perfeitamente ao lado de seus amigos, que estavam animados para serem os próximos. 

Ariki se virou para mim e disse que eu desceria junto com os pequenos. Apenas assenti, sabia que se eu fizesse algo errado Logan estaria lá por mim. 

Os dois filhotes foram na frente, determinados. Eu estava com medo, mas precisava disso, então eu abri as asas e saltei.

A adrenalina já tinha tomado meu corpo por completo, depois da primeira plataforma tudo ficou mais fácil, eu estava me divertindo. Tudo estava branco à minha volta, só conseguia ver a penumbra dos dois filhotes abaixo de mim nas nuvens. Não achava a próxima plataforma em meio aquele lugar nublado, mas eu tinha que arriscar.

Ao saltar, logo sai da área da nuvem que me rodeava e conseguia ver tudo verde ao meu redor, seria uma visão magnífica para se apreciar se eu não tivesse notado que não havia outra plataforma. Um dos filhotes conseguiu voar e piava de felicidade, o outro estava em queda livre e se debatendo até conseguir estabilidade, eu não estava muito diferente do segundo.

Após um esforço muito grande para manter minhas asas abertas, eu planei. Parei para pensar como animais alados faziam para se manter? Estiquei meu corpo e colei meus braços junto à ele, comecei a bater as asas e me direcionar pra frente, estranhamente aquilo funcionou, eu estava subindo. Eu estava voando.

Aproveitei a vista por mais alguns segundos antes de entrar nas nuvens. Os dois filhotes agora estavam voando juntos e passaram do meu lado, piando pra mim, quase como um "parabéns". 

Não percebi a velocidade que eu já tinha ganho, sai da área nublada a arrastando junto com minhas asas. Parei no céu, a sensação era de que eu quase poderia tocar o seu limite.

Olhei para baixo e vi Ariki, Dante e Logan me observando, estavam visualmente felizes e comemoravam entre si. Queria descer com cautela, mas voei feito um jato em suas direções, dando três cambalhotas na terra quando a toquei. Parei sentada, estava doendo, mas eu nem liguei, minha felicidade por ter conseguido aquilo era maior que qualquer coisa que eu já sentira.

Já estava de tarde quando anunciamos à  Ariki que retornariamos para casa. Ele me chamou para uma caminhada antes de irmos, aceitei.

Logan e Dante brincavam com os filhotes de grifos no lago dos ninhos, enquanto Ariki e eu nos distanciavamos.

- Samantha, devo te dizer que asas carregam um grande poder quando são de humanos. - disse ele, com calma - A raça dos anjos era uma das mais poderosas existentes, sabia? Mas um dia algo estranho aconteceu: seus poderes antes desconhecidos afloraram, e infelizmente, subiram às suas cabeças. Eles se tornaram ruins, mataram milhares de Motuhakes, de alados, térreos e aquáticos, sendo seres mágicos ou não. A paz entre as raças foi quebrada, muitos entraram em guerra enquanto outros sofriam com as consequências disso mesmo sem se envolverem. Quando cansamos disso, nos juntamos e decidimos algo ruim, mas que resolveria nossos problemas: o fim dos seres angelicais. 

Eu estava perplexa, mas por que ele estava me contando isso? Ainda assim não o interrompi com minhas perguntas e ele continuou:

- Como eram os seres mágicos mais fortes das raças, muitos outros morreram, mas conseguimos. Há boatos de que eles foram dominados pela luz ou pelas trevas, eram uma raça já perdida. Existem outras que foram dominadas, mas até então não fizeram mal para ninguém, ou pelo menos não como os anjos, e são contidas por vocês Motuhakes. Te digo isso, Samantha, pois você é a única humana alada que existe e não podemos negar que há uma pequena possibilidade de desenvolver aquela força que os anjos tinham. 

Ariki agora exalava preocupação ao dizer aquelas palavras. Eu não queria me tornar como os anjos, definitivamente não queria.

- Tome cuidado, garota. Mas sempre que precisar de um lugar ou um exército, Skraidantis te ouvirá como sua terra natal, afinal você é uma de nós. - disse o grande grifo, olhando o pôr do sol no horizonte - Agora é hora de voltar. 

Ariki levantou vôo, a grama à nossa volta voava conforme seu bater de asas, eu o acompanhei. Aquela visão era maravilhosa, mas ao mesmo tempo intimidadora.

Quando chegamos à região dos ninhos, me despedi dele com um abraço e, mesmo que ele não estivesse acostumado com afeto, abaixou sua cabeça para envolve-la ao meu ombro.

Logan e Dante me perguntavam o que Ariki havia me contado, mas eu estava perdida em meus pensamentos e nem conseguia os ouvir, e assim saímos de Skraidantis.

Quando notei, estávamos no pátio de pedra, a lua ja estava no céu e as estrelas estavam visíveis. Alice nos aguardava para saber se ir lá teve algum resultado, como resposta apenas voei. Finalmente eu estava voando naquele céu pincelado de estrelas. 

Enquanto circulava a mansão, uma luz chamou minha atenção ao longe do muro, vinha do mesmo lugar onde eu tinha visto a fumaça de uma fogueira algum tempo atrás. Minha vontade era de seguir a fonte da luminosidade, mas ouvi Alice me chamar e me tirar de meus pensamentos.

Todos entraram na mansão para dormir, menos eu. Continuei no pátio de pedra olhando as estrelas, imaginando o que poderia estar escondido por entre as árvores atrás da muralha que nos separava do resto daquele mundo. 



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