História Destinada - Primeiro dia

   Me aproximo do espelho e me olho mais uma vez. Estou usando um vestido florido apertado até a cintura e soltinho até um palmo antes do joelho. Meu cabelo estava solto mesmo.
     - Hinata, preciso ir mesmo? estou bem exausta.
     - Sakura para o meu, o seu, e o bem da humanidade, sim, você tem que aparecer lá.- diz ela em um tom sério e brincalhão ao mesmo tempo.
     Bufo me jogando na cama mostrando minha insatisfação, mas ela apenas revira os olhos e sorrir.
     - Vamos logo- ela diz e sai me puxando junto
     Fomos rumo a sala de jantar. Dentro estava um ambiente bem agradável. A mesa ainda estava sendo preparada . Ao lado direito encontrava-se  5 homens em um canto conversando, reconheci Sasuke.
    - Quem são os outros?- pergunto
    - Aquele do cabelo vermelho, ao lado do Sasuke é Gaara, digamos que ele não é de fazer amizade fácil, um pouco grosso mas você se acostuma. Ao lado dele é Naruto, bem descontraído, e super auto estima, além de ser lindo.- ela dar um sorriso e suspira, lanço uma olhada desconfiada e ela continua- Ao lado dele estar o Neji esse passa mais tempo viajando, é bem legal, mas é estranho. Por fim aquele é Shikamaru, mil vezes mais nerd do que qualquer um outro, e não é muito sociável.
     Olho na direção deles. Começo a imaginar o colegial, eles seriam o grupo dos populares, aqueles que todos os garotos desejam ser, e as garotas namorar. Reviro os olhos, lembrando que essa minha idéia se baseia em filmes e livros, já que passei boa parte da minha vida, em colégio só para meninas. O relógio que eu nem tinha percebido que existia da uma badalada bem alta, fazendo-me dar um pulo. Nossa presença que até então havia passado despercebida agora foi notada. Percebo que os mesmos estavam vindo a nosso encontro.
     - Essa é Sakura Haruno. E esses são Naruto, Neji, Shikamaru e Gaara.- Sasuke me apresenta. Eles olham para mim, me respondem com: "Olá e seja bem vinda", timida, me limito a sorrir e responder um obrigada.
      Já ao redor da mesa, ao meu lado direito estava Hinata e ao esquerdo Neji. Como em silêncio, enquanto o restante da mesa conversa.
      - Que calada essa Sakura.- Naruto vira para mim de uma vez.- Então... algum namorado?
    Engasgo com a comida, olho para todos na mesa, que a proposito pararam de conversar, e sinto minhas bochechas pegando fogo.
     - Não
     - Sério? Você é tão bonita e não está com ninguém?- Naruto pergunta novamente fazendo-me querer  virar avestruz com cara de ferro e enfiar a cara no chão.- Suspeito.
     - Provavelmente, todos sabem que morei em um orfanato para meninas a minha adolescência inteira, então meio que não tive muito contato com garotos. E os que tive, não me interessaram.- respondo rezando para que nenhuma pergunta desse tipo seja feita a mim novamente
     - Que chato. Mas não se preocupe, um dia vai aparecer alguém.- diz Naruto. E não, eu não estava preocupada com isso. Dou um sorriso meio falso a ele, que me retribuiu dizendo- Não tenha pressa, vai aparecer. 

-Eu... Não estou - digo baixinho

- Mas Sakura, nos diga...- Naruto tenta falar mais alguma coisa, mas Sasuke interrompe.

- Deixei a comer em paz, Naruto. Depois faça seu interrogatório - diz e olho pra ele agradecida.

     Fecho a cara depois disso e me concentro na comida, que não abre mais meu apetite.
     Olho ao redor e todos parecem ter voltado a suas conversas anteriores, menos Sasuke. Ele me analisava sem nem piscar. Lanço uma olhada em sua direção tipo "o que foi?" E então ele para e vira na direção oposta.
     Depois desse episódio as conversas fluíram e eu até conseguir vez ou outra entrar na conversa. As nove e meia, todos se recolheram.
     Entrei no quarto troquei de roupa, colocando uma calça de moletom e uma blusa regata, fiz uma trança no cabelo e fui tentar dormir. Se passou alguns minutos sem eu conseguir pegar no sono. Desisto levantando-me determinada a procurar algo interessante para fazer. Saio do quarto, indo na direção direita, entrando em um corredor, tento memorizar cada ponto em que estou passando. Andando mais um pouco, escuto um barulho leve de piano. A cada nota tocada consigo imaginar meus dedos sobre suas teclas, emitindo esse som. Sigo a melodia e me deparo com uma sala vazia, sendo preenchida apenas por um piano no meio. Sento no banco, as teclas mexiam sozinhas. Começo a acompanhar a música, e a modifica-la com ajustes que pensei combinar. Sinto uma sensação de liberdade, era como estar em casa.
      Aprendi a tocar assim que cheguei no convento. Eu avistei um piano empoeirado, sujo e acabado, parecia gritar para alguém limpa-lo e toca-lo, e foi o que fiz. Peguei o jeito rápido e sozinha. A canção já chegava ao fim, fechei os olhos e dei um sorriso. A música acaba.
Meus olhos continuam fechados e meus dedos sobre as teclas. Escuto passos ao longe. Abro os olhos, meu coração batendo a mil, resolvo voltar para o quarto, meio correndo meio andando. O único problema é que eu nunca vi um lugar para ter tanto corredor e portas para a direita e a esquerda. Começo a entrar em uma crise,  não sabia o que fazer eu tinha que fazer silêncio, me acalmar, mas parecia impossível. Comecei a querer chorar, espirrar, tossir tudo que fizesse barulho. Me amaldiçoei por ter saído do quarto...

Olho em todas as direções tentando lembrar como cheguei aqui.
      - Não deveria estar andando sozinha a essa hora- escuto uma voz atrás de mim. Era grossa e reconheço na hora ser de Sasuke. Arregalo os olhos e fico cravada no chão. Escuto ele se aproximando mais e ficando na minha frente.
     - É que... e-eu me perdi
     - Primeiro que não era para você ter saído do seu quarto, e muito menos ter parado do outro lado do castelo.- ele diz severamente, engulo em seco.
    Sasuke pega no meu braço e sai me levando de volta para meu quarto.
      - Nao saia desse quarto sem avisar antes para alguem. E se houver uma próxima vez seja pelo menos discreta e aprenda como voltar- diz ríspido e se vira
     - Grosso- falo baixo, mas acho que ele escutou.
     Vira-se novamente e vai até mim. Começo a temer por minha vida. Se aproxima parando bem a minha frente, e passa a mão pelo meu rosto. Fico parada, meu coração batendo forte. Ele me encara por alguns segundos e logo em seguida vira-se
      - Senti tanta falta- ele diz baixo e já bem distante de mim.
     Fecho a porta me sentindo confusa. Minha cabeça estava cheia. Não sei da onde, mas seus olhos não me são estranhos. Balaço minha cabeça de um lado a outro e resolvo dormi.