História Destinada a Vencer - Um pouco sobre mim

Olá! Meu nome é Kathrin Beumer e eu sou de Munique, Alemanha. Nasci em quinze de abril e tenho doze anos. Antes de tudo, vou falar um pouco sobre mim.

Moro com a minha mãe, Helen Beumer, de trinta e três anos, e com o meu padrasto, Rudolf Zimmermann, de trinta e cinco. Ele é presidente de uma empresa famosa e mora conosco. Por que padrasto ao invés de pai? Acalmem-se, que eu já vou explicar.

Minha mãe nasceu em Munique e tem uma irmã mais nova de vinte e sete anos, Emilin Leismann, filha do segundo casamento da minha vó. Minha mãe e minha tia foram criadas pela minha avó e o pai da minha tia Emilin, Manfred Leismann, em uma casa pequena e simples. O pai da minha mãe, se separou da minha vó quando minha mãe tinha quatro anos e eu nunca o conheci.

 Algo muito surpreendente aconteceu com a tia Emilin quando ela tinha ainda dezessete anos: desde o começo da adolescência anos, ela foi obcecada pelo jogador de futebol Mario Götze. Ela sempre foi a fã que mais o perseguia. Em um certo dia, minha tia tirou a sorte grande: o Mario a encontrou e ao perceber que ela gostava muito dele, a chamou para sair e eles ficaram juntos por apenas uma noite. Um mês depois, a tia Emilin descobriu que estava grávida da minha prima, Margrit, mas não disse nada ao Mario. Mesmo tendo que cuidar da Margrit, com a ajuda dos pais, minha tia conseguiu fazer faculdade de administração e está muito bem no emprego dela até hoje. Tia Emilin e minha mãe eram de uma família de classe média, então a Margrit não causou problemas financeiros. Eu e a Margrit sempre nos demos muito bem, somos muito amigas até hoje.

Bom, continuando a história da minha mãe: ela era modelo de uma marca de lingerie, começou a carreira com dezessete anos e saía com muitos homens, mas só de um tipo específico: jogador de futebol. Ela já namorou um jogador do Real Madrid, um do Liverpool, um do Borussia Dortmund e um outro do Atlético de Madrid, até que um dia ela conheceu um jogador do Bayern de Munique aos vinte anos chamado Bastian Schweinsteiger. Ele tinha vinte anos na época também.

Minha mãe namorou o Bastian por quase três meses e um mês depois que eles terminaram, ela começou a vomitar sem parar e comer feito maluca. Assustada, ela fez vários exames e descobriu que estava grávida de mim. Mesmo tendo saído com vários jogadores, minha mãe tinha certeza de que Bastian era o meu pai. A tia Emilin e minha mãe ficaram grávidas no mesmo ano e as duas de um jogador de futebol, pois é, muita coincidência.

Quando eu nasci, rolou a maior fofoca. Saíram manchetes de jornal dizendo: “Helen Beumer dá a luz a bebê de jogador desconhecido”, “Filha misteriosa de Helen Beumer nasce” e tudo mais. Um tempo depois, quando eu tinha cinco anos, minha mãe disse que já estava na hora de eu saber quem meu pai era e ela me contou que era o jogador de futebol Bastian Schweinsteiger. Ela até fez um teste de DNA sem o meu pai saber para me confirmar. Quando ela veio com o resultado na mão, me lembro do que ela disse até hoje:

- Nunca fale para ninguém quem é o seu pai, Kath! Nunca! Você terá de me prometer que não vai falar para ninguém e muito menos para ele ou para a imprensa! – Eu concordei com a cabeça e disse:

- Prometo, mãe, mas posso contar para os meus amigos?

- É melhor não...  Prefiro que isso permaneça entre nós duas apenas. – Respondeu ela. Eu concordei com a cabeça e ela finalizou dizendo:

- Guarde esse teste com você, Kath. Assim você poderá se lembrar de quem é o seu pai verdadeiro, mas nunca mostre isso para ninguém! – Eu concordei com a cabeça, virei as costas e ela me chamou de novo.

- Kath, espere. Fique com esse colar para te dar sorte. Esse é o número da camiseta do seu pai, como você não poderá conhecê-lo, resolvi te compensar de algum jeito. – Disse minha mãe. O colar tinha um pingente com o número trinta e um.

- Obrigada, mãe. – Respondi, um pouco triste. A partir daquele dia, nunca mais tirei aquele colar. Minha mãe morria de medo que alguém descobrisse quem era o meu pai, embora estivesse na cara, porque minha mãe sempre teve olhos e cabelos castanhos e eu nasci loira de olhos azuis igualzinha ao meu pai. Quando tiravam foto de mim e da minha mãe passeando em algum lugar para colocar em revistas, sempre me retratavam como a “filha misteriosa de Helen Beumer”. Minha mãe não é mais modelo, agora tem a própria marca de lingerie com o nome dela, embora não seja muito famosa. O meu pai namorou uma modelo chamada Sarah Brandner por sete anos, que é mais famosa que minha mãe, mas ele terminou com ela recentemente. Queria muito que ele se casasse com a minha mãe, mas eu sei que isso nunca acontecerá.

Quando minha mãe me contou que o meu pai era um jogador de futebol, comecei a assistir todos os jogos dele, me apaixonei por futebol e comecei a praticar na quadra do condomínio de casas onde moro. A partir de então, comecei a copiar várias técnicas dele para jogar futebol e passei  a me destacar nisso desde pequena. Quando eu completei sete anos, pedi para a minha mãe me colocar no futebol extracurricular da escola e me destaquei ainda mais seguindo as orientações do meu treinador e as técnicas de outros jogadores além do meu pai.

Uma semana depois, comecei a jogar futebol todas as tardes que eu não tinha nenhum compromisso com os meus amigos: Anselm Gören, Nicole Neuer, Burkhard Scholler, Joachim Schweitzer, Heinz Fischer e Lorenzo Mellini, o italiano. Todas as pessoas do meu grupo têm cabelos castanho-escuros e olhos azuis ou verdes, praticamente, só o Ralf e o Fritz, dois dos meus amigos do condomínio, e o Heinz que tem olhos castanho-escuros. Todos faziam aula de futebol, mas meninos e meninas eram separados, então eu só fazia junto com a Nicole e via todos os outros só de manhã. Nossa escola se chamava “Escola Mathias Schleiden”. A Nicole é a minha melhor amiga, tem cabelos castanhos escuros, longos e olhos azuis e também é filha de um jogador, que na verdade é o goleiro do Bayern de Munique, Manuel Neuer. O pai da Nicole tem olhos azuis como ela e tem também a mesma covinha no queixo. A mãe da Nicole, Birgit Wiltzen, é casada com o Manuel desde que a Nicole nasceu e a Nicole também se tornou uma ótima goleira copiando muitas das técnicas de defesa do pai dela que ele mesmo a ensinou. A mãe da Nicole colocou o sobrenome do Manuel depois de casar e seu nome ficou Birgit Wiltzen Neuer, mas ela prefere apenas Birgit Neuer. Uma curiosidade sobre a Nicole que tenho que contar a vocês: o Lorenzo sempre teve uma quedinha pela Nicole. Quem sabe um dia ele se declara para ela.

Hoje em dia ainda jogo futebol na escola e vou muito bem em todas as matérias. Todos os meus amigos, menos eu e a Nicole, faziam parte do Clube de futebol de Munique e eu e a Nicole gostaríamos muito de fazer parte dele um dia também. Ouvi falar que muitos olheiros e jogadores de futebol vão escondidos nesses clubes de esporte assistir as crianças jogarem. Quem sabe meu pai vai assistir algum jogo de futebol lá um dia...

Conquistei já vários prêmios ao longo do tempo. Ganhei três medalhas de ouro, duas de prata e dois prêmios de melhor jogadora do time de futebol feminino. Além disso, o time de futebol que faço parte já conquistou quatro troféus, que sempre são ganhos junto com as medalhas. Mesmo tendo ganhado vários prêmios, tenho vontade de ganhar ainda mais. 

Agora que falei todo o necessário,  passarei a palavra para o narrador da história. Só para deixar claro: essa história se passa quando eu tinha doze  anos, que na verdade é a minha idade atual, e mostra uma parte do ano que foi muito importante para mim. E também, obviamente, meu aniversário de treze anos ainda não tinha acontecido no começo, só aconteceu depois.