História Destinada a Vencer - Na escola

Em uma terça feira de manhã, Kathrin foi para a escola de carona com Birgit, mãe de Nicole. Birgit tinha a mesma idade de Helen e também era uma ex-modelo. Além disso, possuía a própria marca de perfume, contou para Manuel sobre Nicole e eles se casaram depois disso, já Helen nunca falou nada sobre Kathrin para Bastian. Não teve coragem o suficiente para contar.

- Chegamos garotas. Podem descer. Até mais. – Disse Birgit, sorrindo. Kathrin e Nicole saíram do carro e entraram na escola. Elas usavam o uniforme da escola, que era composto por uma camiseta branca com o símbolo da escola no canto direito e uma calça cumprida vinho. Kathrin estava usando um tênis azul da Adidas e Nicole um rosa, da mesma marca. Logo depois que as meninas entraram na escola, o sinal tocou.

- Ainda bem que chegamos agora, senão teríamos nos atrasado e a professora iria ficar furiosa... Não é verdade, Kath? – Comentou Nicole, com medo e pensando como seria a reação da professora.

- É verdade sim, Ni. Será que os meninos já chegaram? – Perguntou Kathrin.

- Não sei. Acho que sim. – Respondeu Nicole, dando de ombros. Kathrin e Nicole andavam com cinco meninos na escola: Joachim, Lorenzo, Anselm, Heinz e Burkhard. Lorenzo era de Gênova, uma cidade no norte da Itália. Ele tinha se mudado para a Alemanha com seis anos e ainda tinha um pouco de sotaque. Lorenzo também tinha cabelos castanhos com uma franja perto das sobrancelhas e seus olhos eram verdes e vibrantes.

Chegando na sala de aula, todos os meninos estavam lá. Kathrin sentava atrás de Lorenzo, na segunda carteira, e Nicole sentava entre Joachim e Heinz, também na segunda carteira. Todos estavam aguardando a chegada da professora. Burkhard estava jogando Subway Surfers no celular, mas parou assim que viu Kathrin e Nicole chegando.

- Olá, meninos! – Cumprimentou Kathrin.

- Olá, garotos! – Disse Nicole, com um sorriso no rosto.

- Olá, bella Nicole! Bon giorno! – Cumprimentou Lorenzo, animado. “Bon giorno” significa “bom dia” e “bella” quer dizer “bela”, em italiano.

- E aí, meninas? Como estão? – Cumprimentou Joachim.

- Tudo bem, e você, Joachim? – Perguntou Kathrin.

- Beleza, Kath. – Respondeu Joachim. Logo depois, a professora chegou. Suas roupas não eram adequadas para sua idade, as crianças perceberam e riram, mas tentaram ser o mais discretas possível. A professora começou a aula dizendo:

- Bom, hoje vamos aprender Grécia Antiga! Prestem muita atenção nessa matéria porque será cobrada na prova, combinado? Que bom! Vamos começar! – Kathrin prestava atenção na explicação da professora com muito interesse. Gostava muito de aprender história. Nicole anotava cada uma das palavras que a professora dizia, mas estava entediada. Burkhard estava prestando atenção também, mas não conseguia ficar olhando fixamente para aquela lousa e de vez em quando conversava com Heinz porque não gostava tanto de história.

- Burkhard e Heinz, parem de conversar na minha explicação ou vocês vão visitar o diretor Einsenwein! – Exclamou a professora. Os dois meninos ficaram trêmulos quando a professora falou isso e Heinz disse:

- Desculpe-nos, professora. Não queremos ir para a sala do diretor Eisenwein não. - O diretor Eisenwein era o diretor da escola e era muito bravo. Quando um aluno era chamado na sala dele, voltava aterrorizado e geralmente com uma advertência. O diretor Eisenwein começava a xingar sem parar e esmurrar a mesa quando ficava com raiva e esse era um dos principais motivos que os alunos tinham medo dele. Ele tinha cabelos castanho-claros, uma barba pequena, olhos azuis claros, usava óculos e cada dia aparecia com um terno diferente para a escola.

- Pois bem, então, agora que terminei a explicação, podem fazer os exercícios do um ao três da página cento e treze. Qualquer dúvida é só me chamar. – Afirmou a professora. Dito isso, a professora voltou para a sua mesa e os alunos começaram a fazer a lição. Os alunos faziam a lição com atenção, mas conversavam com o seu colega ao mesmo tempo.

- Pessoal! Vocês viram aquela saia curta e florida que a professora está usando? É muito ridícula! Parece a cortina da minha vó! – Comentou Nicole, rindo e horrorizada ao mesmo tempo. O grupo de Kathrin morreu de dar risada com aquele comentário.

- Eu vi. É a coisa mais brega e horrível que já vi. – Comentou Burkhard, rindo e mexendo no seu topete.

- Aquela saia parece de criancinha. Acho que a professora está naquela fase de que começa a querer ser mais jovem e acaba passando dos limites... – Comentou Kathrin, rindo muito. A professora não ouvia nada do que o grupo dizia, eles estavam falando bem baixo.

- A professora Claudia nunca foi de ter muito estilo. Ela sempre se veste que nem a minha tia-avó ou que nem a minha irmã caçula, sempre oito ou oitenta. – Disse Heinz, rindo também.

- E aquele chinelo marrom, então? Acho que a professora Claudia pensa que está na praia... – Comentou Joachim. Todos começaram a rir novamente. Adoravam falar mal das roupas dos outros.

- É verdade, cara. Mudando de assunto, o que vocês fizeram ontem, pessoal? – Perguntou Anselm, enjoado de zoar com a roupa dos outros.

- Eu fiquei um dia inteiro sozinha e tive que aguentar o Rudolf à noite. Ele sempre fica tentando mandar em mim. – Respondeu Kathrin, muito brava ao se lembrar de Rudolf.

- Sério? E o que ele faz com você, Kath? – Perguntou Anselm, curioso.

- Quando eu fico demais na internet, o Rudolf me dá bronca e eu digo assim: “Você não manda em mim, Rudolf. Para com isso.” e ele diz: “Me respeite, Kathrin! Eu sou seu pai!”. Uns quatro segundos depois, eu começo a rir sem parar. Ele ficou com muita raiva. O Rudolf só tenta mandar em mim porque é revoltado por não ser o meu pai e também porque gosta de me provocar. Isso aconteceu ontem. – Respondeu Kathrin, lembrando da atitude ridícula de Rudolf. Kathrin nunca gostou de Rudolf e ele nunca gostou dela.

- Madonna mia! E o que aconteceu depois?! – Perguntou Lorenzo, não tendo ideia do que Rudolf fez com Kathrin.

- O Rudolf te bateu, Kath? – Perguntou Nicole, preocupada.

- Na verdade não, Ni. Eu dei a palavra final dizendo: “Você não é meu pai!”, minha mãe apareceu e disse: “É verdade, Rudolf! Pare de ficar querendo mandar na Kathrin!”. Fiquei feliz da vida. – Respondeu Kathrin, com um sorriso travesso.

- Que legal! Tome, Rudolf! – Disse Heinz, animado. Joachim também achou aquilo muito engraçado e disse:

- Gostei da história, Kath. Foi bom que o Rudolf se ferrou, eu nunca gostei dele.

- É, Kath, bem que você nos disse que a sua mãe sempre te defende. Quando sua mãe conheceu o Rudolf? – Perguntou Burkhard.

- Minha mãe o conheceu quando eu tinha nove anos e se casou com ele logo um ano depois. Eu sempre odiei o Rudolf, Burk, ele é insuportável. – Respondeu Kathrin, brava por se lembrar do que Rudolf já fez com ela. Toda vez no dia dos pais, Helen pede para Kathrin dar um presente para Rudolf e ela se recusa dizendo: “Rudolf Zimmermann não é meu pai! Eu estou cansada de nenhum dia dos pais poder dar um presente para o meu pai de verdade!”. Kathrin odiava o fato de jamais poder conhecer seu pai e aguentar o padrasto a perturbando.

- Esse Rudolf deve ser um mala mesmo. Padrastos e madrastas são muito chatos com os enteados... – Comentou Anselm. 

- Ainda bem que não tenho nenhum dos dois, Anselm. Já pensou ter que aguentar esse Rudolf? – Disse Nicole, preocupada.

- Eu não quero falar muito sobre o Rudolf, Ni. Não gosto de falar sobre aquele chato. – Pediu Kathrin. Nicole concordou com a cabeça e cinco minutos depois, o sinal para a próxima aula tocou. Todos já tinham acabado a lição de história, então não precisariam terminá-la em casa. Kathrin sempre se lembrava de seu pai quando falava de Rudolf, o que a deixava chateada, pois ela sonhava em conhece-lo e às vezes sentia vontade de revelar a identidade dele aos amigos, mas tinha medo. Além disso, nem adiantava Kathrin reclamar de Rudolf, pois ele e Helen se amavam e nada mudaria isso.