Depois da escola, Kathrin e seus amigos foram embora. Nicole, Burkhard e Heinz foram junto com Kathrin de carona. Duas vezes por semana eles almoçavam juntos na casa de Kathrin, já os outros meninos não.
- Oi, pessoal! Como foi a escola? – Cumprimentou Helen.
- Foi tudo bem, mãe. Só a aula de geografia que não foi muito legal hoje. – Respondeu Kathrin.
- Foi muito divertido o dia de hoje, dona Helen. Zoamos das roupas ridículas de todas as professoras e dos namorados delas. – Comentou Heinz, com um sorriso travesso no rosto. Os amigos de Kathrin chamavam Helen pelo nome porque já a conheciam faz muito tempo, mas isso não era comum no país de onde eles vinham.
- Heinz, você não muda nunca... – Disse Helen, rindo do comentário. Logo depois, Helen conduziu os quatro até o seu carro, que estava estacionado lá no final da rua. O carro de Helen era um Audi Q7 preto.
Enquanto Kathrin, Helen, Nicole, Burkhard e Heinz estavam caminhando, Kathrin viu um imenso carro preto estacionado em frente ao Burger King que tinha em frente a sua escola e haviam várias pessoas lá dentro esperando por alguém. Quando eles viram Kathrin na rua, saíram do carro feito loucos cheios de máquinas fotográficas gritando, ansiosos:
- Senhorita Kathrin! Venha aqui! – Eram paparazzis. Kathrin se escondeu atrás de Nicole e disse:
- Ni, me esconde! São aqueles paparazzis e entrevistadores chatos de novo! – Os paparazzis alcançaram Kathrin e uma mulher com um microfone de programa de tevê foi até ela e disse:
- Senhorita Kathrin! Só nos diga uma coisa que te perguntamos há muito tempo: Quem é o seu verdadeiro pai? Precisamos saber!
- É um jogador de futebol. O resto não interessa. – Respondeu Kathrin, friamente e logo se afastando.
- Senhorita Kathrin, espere! Espere! – Chamava a mulher. Kathrin a ignorou e continuou andando. Helen estava muito nervosa. Nunca conseguiu contar para ninguém, nem para Bastian Schweinsteiger, sobre quem era o verdadeiro pai de Kathrin. Quando engravidou, até pensou em falar para Bastian sobre Kathrin e treinava na frente do espelho toda noite dizendo: “Bastian, eu estou grávida.” Ou “Eu vou ter um bebê, Bastian, e ele é seu.”, mas acabou não tendo coragem de contar para ele e também ficou com muito medo que isso saísse em revistas ou algo do tipo.
- Obrigada, Kath. Você me salvou. – Agradeceu Helen, aliviada.
- Nossa, essas pessoas não param de te perguntar quem é o seu pai... Eles querem mesmo saber. – Comentou Burkhard, espantado com o entusiasmo e a curiosidade daqueles paparazzis e daquela mulher.
- Pois é, Burk. Eles ficam me esperando na porta da escola todos os dias para me perguntar essas coisas. Cada vez é um programa ou revista diferente! – Disse Kathrin, impaciente de tanto que lhe faziam a mesma pergunta.
- E para nós, que somos seus amigos, você nunca contou quem é o seu pai. Eu não sei se você sabe quem é, mas... Se você souber, deveria contar para a gente. – Comentou Nicole, aborrecida.
- Eu sei quem ele é. – Afirmou Kathrin.
- Então conte para a gente, meu Deus! – Pediu Nicole.
- Tem que ser em um lugar mais seguro, que não tenha repórteres escondidos, Ni! Como a quadra do condomínio, por exemplo! Nós vamos jogar futebol lá hoje e eu posso contar para você e o resto do pessoal! – Sugeriu Kathrin, falando baixo para sua mãe não escutar.
- Boa ideia. Combinado, então. – Afirmou Nicole, sorrindo. Logo depois, todos finalmente chegaram até a vaga onde o carro de Helen estava estacionado e entraram no carro.
- Gente, eu me esqueci de uma coisa: tem lição de casa para essa semana? – Perguntou Kathrin.
- Tem só aquela de ciências para sexta-feira sobre as aves. Página cento e sessenta e quatro, exercícios um ao sete. – Respondeu Burkhard, triste por se lembrar que tinha lição.
- Obrigada, Burk. – Agradeceu Kathrin.
- Ni, você fez a lição de gramática? Aquela que tinha cinco frases para fazer análise morfológica? – Perguntou Heinz.
- Sim, por quê? – Respondeu Nicole.
- Me passe a resposta da segunda e da terceira frase, por favor? Não consegui fazê-las! – Implorou Heinz.
- Claro que sim, Heinz. Fique tranquilo. – Respondeu Nicole, rindo.
- Obrigado. Eu estava desesperado. – Disse Heinz, aliviado. Chegando na casa de Helen, o almoço já estava pronto, todos sentaram na mesa da cozinha e começaram a comer. Era uma mesa branca com várias cadeiras da mesma cor. A cozinha tinha o azulejo decorado com desenhos de flores azuis e a pia era de granito. Atrás da imensa pia, tinha uma janela com uma pequena cortina. Ao lado da pia, havia um fogão com o forno de aço inox logo embaixo. Tinha um pano com três tomates desenhados pendurado no puxador do forno.
- Sempre achei sua cozinha muito bonita, dona Helen. – Comentou Nicole, antes de começar a comer.
- Obrigada, Nicole. – Agradeceu Helen, feliz com o elogio. Uns dez minutos depois, todos acabaram de comer.
- Me desculpem, pessoal, mas não tem sobremesa. Espero que tenham gostado do almoço. – Disse Helen.
- Não se preocupe, dona Helen. Não tem problema nenhum para a gente. – Disse Burkhard, sorrindo.
Logo depois do almoço, Kathrin foi escovar os dentes e voltou rapidamente para a sala de estar, onde seus amigos estavam.
- Heinz, tire o pé da mesa! Você quase quebrou o vaso da dona Helen! – Comentou Nicole, furiosa.
- Perdão, vossa majestade... – Disse Heinz, ironicamente. Nicole o fuzilou com raiva, mas não por muito tempo. Um minuto depois, Kathrin disse:
- Quase me esqueci! Pessoal hoje é o nosso dia das revelações! O dia em que contamos algum segredo nosso!
- Verdade! Vamos começar com a... Ni! Conte um segredo seu para a gente, Ni! – Disse Burkhard, ansioso.
- Bom, lá vai: eu tenho uma marca de nascença em forma de hambúrguer no pescoço. Nunca mostrei a ninguém. – Respondeu Nicole, rindo constrangida.
- Nossa que coisa diferente! – Comentou Heinz, rindo e surpreso.
- Nos mostre a marca! - Pediu Kathrin. Nicole mostrou e todos ficaram surpresos com a grande semelhança que a marca tinha com um hambúrguer. Nicole não havia mentido.
- Minha vez: já fiz aulas de balé por dois anos. – Disse Burkhard, rindo de si mesmo.
- Por quê? – Perguntou Kathrin, inconformada e rindo.
- Achei que queria ser bailarino, mas descobri que minha paixão mesmo era futebol e desisti. – Respondeu Burkhard.
- Sua vez, Kath. – Disse Nicole.
- Eu deleto todos os trabalhos do Rudolf no computador dele, os refaço e os mando para a empresa dele por sacanagem. Ele não sabe que eu faço isso. Acha que é vírus. – Respondeu Kathrin, rindo muito.
- Que malvada que você é! Ele já deve ter sido xingado muitas vezes por sua causa! – Disse Nicole, rindo muito.
- Já acabaram com ele umas sete vezes por isso! Não contem isso a ele, pelo amor de Deus! – Implorou Kathrin, preocupada.
- Relaxe, Kath, segredo é segredo. – Afirmou Heinz, sorrindo para Kathrin.
- Sua vez, Heinz. Conte o seu segredo. – Pediu Burkhard, ansioso.
- Estamos curiosos para saber! – Comentou Nicole, também ansiosa para ouvir o segredo de Heinz.
- Bom, o meu vocês prometem não contar a ninguém? – Perguntou Heinz, preocupado.
- Sim, prometemos. – Respondeu Kathrin.
- A minha paixão sempre foi a Clove Schössler desde o jardim de infância. A irmã da Elke Schössler, a artilheira do voleibol. – Disse Heinz, corado. Burkhard, Nicole e Kathrin ficaram espantados com o que Heinz disse. Clove era uma garota muito bonita, tinha cabelos castanho-claros e olhos verdes e também ia muito bem na escola.
- Você gosta da Clove desde o jardim da infância? Não acredito! – Comentou Nicole, muito surpresa.
- Por que você não conta para ela? – Perguntou Burkhard, animado com a revelação do amigo.
- Tenho medo de levar um fora e a Clove não deve gostar de caras do meu tipo. Ela gosta de caras mais velhos. – Respondeu Heinz, triste.
- Mas você nunca perguntou se ela gosta de você! Se declare para ela primeiro! – Sugeriu Kathrin.
- Vou tentar um dia desses. Mas eu morro de medo de levar um fora... – Disse Heinz, preocupado.
- Quem arrisca não petisca, Heinz. Você tem que se declarar para a Clove para ela poder saber como você se sente, senão, você jamais terá chance com ela. – Afirmou Burkhard.
- Já que já revelamos todos os nossos segredos, vamos mudar de assunto: vocês viram o jogo do Bayern de Munique contra o Chelsea ontem? – Perguntou Kathrin.
- Vi e nós ganhamos! Engulam essa, imbecis! – Disse Burkhard, animado.
- Foi um jogo muito bom. Ficou o Bayern fez quatro gols e o Chelsea dois, mas se eles tivessem tirado o meu pai do gol e me colocassem no lugar dele, com certeza o jogo teria sido quatro a zero. – Comentou Nicole, de um jeito exibido, mas engraçado.
- Nicole, você não tem jeito! – Disse Kathrin, rindo da amiga.
- É verdade! Vocês sabem que quando eu estou no gol nada passa por mim! – Retrucou Nicole.
- Sabemos, Ni, mas você disse de um jeito tão engraçado! – Comentou Heinz, também rindo.
- Entendo, mas é verdade o que eu falei... – Disse Nicole. Cinco minutos depois, Burkhard disse:
- Bom, agora eu tenho que ir embora. Já são uma e vinte. Até amanhã, pessoal!
- Eu tenho que ir também, Kath. Até mais tarde! – Disse Heinz.
- Eu também. Minha mãe vai me matar se eu não voltar logo. Até mais, gente! – Disse Nicole.
- Já que vocês vão embora, então vejo vocês à tarde. Podemos trocar WhatsApp hoje à tarde e jogar futebol. – Sugeriu Kathrin. Kathrin e todos seus amigos tinham um grupo no WhatsApp onde conversavam chamado “Football Fans”, que significa “Fãs do futebol”, em inglês.
- Claro que sim! Sempre jogamos! Até logo, Kath! – Disse Nicole, abrindo a porta.
- Até mais, Ni! Até mais, pessoal! – Respondeu Kathrin, com um sorriso no rosto. Os amigos de Kathrin moravam no mesmo condomínio que ela, então foram a pé para suas casas, que era tão grandes quanto a de Kathrin.
- Até mais! – Responderam Burkhard e Heinz, em coro. Logo depois, Kathrin foi para o seu quarto e ligou seu Xbox One. Adorava jogar no seu Xbox One e também gostava muito de jogar no seu Playstation IV. Dez minutos depois, Helen saiu para ir trabalhar e Kathrin foi ler um livro.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.