História Destinada ao trono - Rachel

DUAS SEMANAS DEPOIS

P.O.V RACHEL.

-Onde esta sua cabeça, minha sobrinha? Costuma acertar o alvo todas as vezes!- Tia Victoria disse chegando perto de mim, o treinamento de tiro já tinha começado mal, eu errei duas das minhas primeiras cinco balas.

-Você acredita em amor a primeira vista?

-É capaz de eu acreditar em papai Noel e não acreditar nisso.- Ela disse rindo, suspirei.

-Qual foi, você esta casada com tio Derek a quinze anos.

-Mas não foi amor a primeira vista. Eu e seu tio já chegamos a quase nos matar. Ele era rebelde de fogo.- Ela disse, olhei para ela e suspirei, depois senti uma mãozinha na minha perna, sorri ao ver Lily.

-Lily!- Falei a pegando no colo, a filhinha de um ano e meio da tia Victoria era a única coisa que me fazia sorrir verdadeiramente, Victoria ficou me observando brincar com ela.

-Fuja.- Ela disse, a olhei confusa. -Ele sente sua falta. Só volte amanhã, mas faça um favor, se proteja.

-Como se você não soubesse que todo mês eu tomo a injeção anticoncepcional. 

-Eu estava falando se proteger fisicamente, leve uma arma.- Ela disse arregalando os olhos, corei e ela riu me jogando uma adaga, a peguei e botei dentro da minha bota. -Agora vá! Vou falar para os postos de observação que ficarei de vigilância hoje.

Sem esperar mais nada a abracei e fui para o quarto dos meus pais, onde minha mãe guardava algumas coisas nas gavetas.

-Onde esta meu pai?- Perguntei e ela me olhou.

-Saiu com sua avó para um incêndio que houve no norte, por que a pergunta, querida?- Ela disse se levantando.

-Gostaria de avisar que vou ficar de plantão na cidade hoje.

-Com quem?

-Comigo mesma, estou precisando passear um pouco.- Falei, minha mãe me olhou estranhando mas acabou concordando com a cabeça. Ela me olhava com uma certa tristeza. -Esta pensando na hipnose.

-Minha filha, já te disse que é uma escolha sua.

-Eu não vou fazer a hipnose, esta bem? Não vou deixar esse lugar.- Eu disse, ela assentiu com a cabeça e me abraçou, logo depois sai correndo pela porta para pegar um taxi e parar na frente do palácio.

-Preciso falar com meu avô.- Falei com os guardas da porta.

-Lamento senhorita, mas seu avô só volta as sete da noite.- Eles me barraram, meu coração parou de bater, teria que esperar até o sol cair para entrar no palácio e Felipe nunca me deixaria ver Theo.

-Ela esta comigo.- Theo disse aparecendo por trás do segurança, eu sorri ao ve-lo e ele parecia chocado ao me ver ali, mas mesmo assim agiu naturalmente.

-Perdão, senhor.- Os guardas disseram abrindo as portas para mim, eu sabia que não podia abraça-lo ali, então fiz uma reverencia sem jeito que desenhou um sorriso no rosto de Theo, fui na frente dele e quando viramos a esquina pulei em cima dele.

-Theo!- Gritei e ele riu.

-Eu sabia que você voltaria.- Ele disse e eu o beijei, ele continuou me abraçando quando nos separamos, senti que me largar estava fora de cogitação para ele no momento.

P.O.V NICOLE

-Você e Steven estão começando a se entender?- Estella perguntou, ela estava sentada na janela do meu quarto e eu estava na poltrona olhando para o nada.

-O que é exatamente começando a se entender?

-Qual foi, Nicole. Ele esta dormindo todos esses dias aqui com você.- Ela disse e só então olhei para ela.

-Se quer saber se estamos ficando, não, não estamos.- Só ontem, quando eu senti medo. e anteontem quando nós assistimos a filme juntos. Ela sorriu de lado como se desconfiasse de alguma coisa e voltou a olhar pela janela.

-Lembra do guarda que nos buscou na casa da árvore aquele dia?- Ela perguntou ainda olhando pra janela, estranhei a pergunta.

-Lembro. Ele é bem bonito.- Falei e ela sorriu de lado.

-Era isso que eu ia te dizer.- Ela falou rindo fraco, estranhei de seu aspecto triste.

-Esta tudo bem, Estella?

-Esta sim, finalmente marcaram a chegada da estilista.- Ela disse me lembrando docasamento, não lembrar que eu vou ter que assumir algo sério com Steven me dava tontura.

-Acho que vou tomar um banho.- Falei, ela assentiu com a cabeça e saiu do quarto ainda chateada, resolvi não chamar ninguém para me ajudar, preparei a banheira e me despi, fiquei olhando para janela quando um medo me bateu. O sol estava caindo e eu pude ouvir pessoas entrando, minha respiração ficou acelerada imaginando que naquele mesmo momento meu pai estava planejando me transformar em uma assassina.

-Ele deve ter matado minha mãe.- Falei baixinho. -Ele me queria morta.

Meu coração quebrou, eu não podia ter tido um pai biológico amoroso? Ele queria que eu morresse lentamente banhada pelo sangue da minha mãe.

E aquilo era o suficiente para eu ver o mundo inteiro girar, eu queria chorar, mas notei que nem força para isso tinha, eu estava me afogando em mim mesma por nem saber quem eu realmente era. Meu coração saiu de controle e senti que ali seria meu último momento. Esta tudo bem. Eu estava pronta para não viver mais.

P.O.V STEVEN.

Entrei no quarto de Nicole e não vi nem sinal dela, não sei porque comecei a ficar preocupado.

-Nicole.- Chamei, sem respostas, rapidamente corri para o closet e vi que ela não estava ali, bati na porta do banheiro. -Nicole!

Estava destrancado, sem obter respostas mais uma vez comecei a tentar arrombar a porta. E quando finalmente consegui vi Nicole submersa desmaiada, sem pensar duas vezes corri para a banheira e a peguei no colo, ela não respirava, meu coração parou.

-NICOLE!- Gritei a colocando no chão e olhando para ela desesperado, ela abriu os olhos, virou para o lado e começou a vomitar água, então vi ela respirar fundo, mas continuou desmaiada. Respirei aliviado e peguei a toalha no gancho para enrola-la e pega-la de novo no colo, olhei para seu rosto pálido e seus lábios roxos e entrei em pânico,apertei a campainha para as criadas chegarem.

-Steven?- Ela perguntou abrindo os olhos, meus ombros aliviaram e eu sorri ao ve-la acordada mesmo que fraca. -Eu estou pelada.

-Eu sei.- Respondi suspirando.

-Eu desmaiei de novo?

-Creio que terá que tomar novamente os remédios para seus batimentos cardíacos.- Falei e vi seus olhos tristes. -Espero que da próxima vez que eu te ver nua eu não esteja preocupado desse modo.

-Tarado.- Ela disse me fazendo sorrir de lado, ela estava voltando a ser ela mesmo.

-O que houve?- Uma criada perguntou entrando no quarto preocupada, ela viu a situação e me ajudou a por Nicole na cama. -Temos que chamar uma médica.

-Eu gostaria de ficar aqui.- Falei e a criada assentiu com a cabeça.

-Deixa que eu faço, senhor.- Ela disse fazendo uma reverencia e me deixando sozinho com Nicole de novo, olhava para seu rosto e ainda estava cinzento, seus lábios um pouco roxos.