Sozinha. Essa é uma palavra constante em meu vocabulário. Ao mesmo tempo que estou rodeada de amigos, me sinto completamente sozinha. É como se eu tivesse trancada em meu mundo e somente eu pudesse me escutar. Todos os dias sou obrigada a dizer “estou bem, obrigada”, mas a final de contas, todos sabemos que não estou. Não é fácil perder sua família de uma vez só e estampar um sorriso no rosto como se nada tivesse acontecido. Eu sou um lixo de pessoa. Todos no planeta são.
- Alice! – sou interrompida enquanto escrevo – Alice, onde você está?
- Aqui! – grito, fechando meu diário. Nick avista-me e corre em minha direção.
- Estava te procurando. Mamãe está louca atrás de você.
- Você contou onde eu estava? – pergunto, já sentindo meus olhos arderem de ódio.
- Claro que não! – fala, rendendo-se – Simplesmente disse que sairia para te procurar.
Dou um sorriso de canto passando um olhar de tranquilidade para Nick. Ás vezes é bom tê-lo ao meu lado. Mas você se sente sozinha ainda. Balanço a cabeça tentando não prestar atenção nesse pensamento. Mesmo sabendo que é verdade. Observo atentamente, as pessoas trabalhando no jardim, enquanto eu e Nick atravessamos para entrar em casa. Cada pessoa é destinada a uma coisa. O homem que planta a rosa, por exemplo, pode ter sido destinado a isso. Mas e eu? Fui destinada exatamente para que?
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