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História Destinados...? - Casa


Escrita por: mikakamya

Notas do Autor


Continuação direta do cap 12.

Capítulo 14 - Casa


Bum fitava o celular. Nunca vira um chat tão grande “Quanto assunto...” – refletiu ele, sentando na cama.

Depois que relaxara nos braços de Sangwoo, percebera que o alpha dormira calmamente. Ainda ficara certo tempo, aproveitando-se do calor do rapaz, antes de decidir tomar banho e se arrumar no quarto. Quando terminou de se vestir, pegou o celular e deu de cara com o seguinte chat que Myung-Hee e Yangmi formaram. Começou a leitura.

Kaa Yangmi

Oi. Adicionei você e o Bum, ele deve ler isso quando estiver online.

É o seguinte, Sangwoo irá a uma festa hoje...

Lee Myung-Hee

Como assim? Eles ainda não completaram a transição...

Kaa Yangmi

Ele pretende ir sozinho ¬¬.

Lee Myung-Hee

Como é?

Kaa Yangmi

Calma, é por isso que o contato do Bum também está aqui, eu decidi levar vocês.

Lee Myung-Hee

Nós? Bom, se for para ajudar ao Bum...

Bum fitava aquelas primeiras frases, chateado. Sangwoo decidira ir a uma festa. Até aí, estava tudo bem, contudo o rapaz decidira ir sozinho.

Aquilo magoara – principalmente depois daquela tarde – mas não o surpreendera. O alpha sempre frequentara festas. Era conhecido por isso... Ainda assim... Machucava saber que ele decidira o deixar sozinho, e pelo horário daquele chat, fizera isso antes dos dois dormirem juntos.

“Mesmo planejando ir a uma festa à noite, me deixando sozinho, ele ainda assim transou comigo.” – ficou com um pouco de raiva.

Kaa Yangmi

Sim, te chamei para ajudá-lo, mas também queria que você fosse.

Aliás, hm, sei que é uma pergunta meio fora de contexto, mas...

Você notou que o Chung Ho está interessado em você...?

Lee Myung-Hee

Eh? Não! Chung Ho...? É o loiro da manada?

Kaa Yangmi

Hahahaha Sério que você não sabe quem é? Sim... É o loiro.

Lee Myung-Hee

Ah! É que sou péssima com nomes!

Kaa Yangmi

Hein? Quer dizer que não sabe o meu também?

Lee Myung-Hee

É claro que sei Yangmi!

Kaa Yangmi

Ahhh Deve ser só porque está marcado no celular com meu nome!

Lee Myung-Hee

Não escrevi o seu contato com o seu nome!

Não sou o Bum! Ele escreve o nome E sobrenome.

Acredita que no cel dele eu apareço como ‘Lee Myung-Hee’????

E sou a melhor amiga dele!

Sou ruim com nomes, então colocá-los aqui não adiantaria.

Normalmente uso alguma característica kkkk

Kaa Yangmi

Espera, ele faz isso? Então eu estou como ‘Kaa Yangmi’??? Poxa Bum! Muda isso!

E que característica você usou?

Qual era o problema dele usar o nome completo? Pelo menos seu celular não era um território sombrio como o de Myung-Hee, que nomeava conforme características ou apelidos aleatórios que dava as pessoas.

Sabia que o seu atual era ‘Bebê Maçã’, por quê? Nunca compreenderia. Mas também já fora ‘Fofo’, ‘Cute-cute’, ‘Bumbumzinho’ e quando foram comprar roupas pela primeira vez, e vestira uma calça mais justa por engano, ficou um tempo como ‘aBUMDÂncia’. Suspirou.

Lee Myung-Hee

Você está como ‘Pontas Azuis’ kkkk

Bum refletiu, ‘Pontas Azuis’ combinava com Yangmi e seu cabelo... Mas de repente uma lembrança do dia anterior lhe invadiu.

Estava copiando a matéria de quarta – que a garota havia fotografado do caderno de um colega – quando o telefone dela tocou e era ‘Pontas Azuis’ quem chamava... Contudo... Lembrava-se bem, não era apenas ‘Pontas Azuis’ o apelido.

O ômega continuou a leitura. Não sabia muito bem o que pensar já que a garota sempre lhe fora uma incógnita, mesmo sendo sua melhor amiga. “Por que ela esconderia o resto?”.

Kaa Yangmi

Pontas Azuis? Meu cabelo chamou tanto assim atenção?

Chung Ho está como ‘loiro’? hahaha

Lee Myung-Hee

Hm... ‘Loiro – Manada de Sangwoo’

Kaa Yangmi

Ele tem um travessão explicativo! Kkkkk

Espera! Ei! Por que não tenho um também?

Bum riu. Parando para pensar e lembrando-se do apelido completo, Yangmi também tinha um travessão.

Lee Myung-Hee

Mas isso não era por causa do Bum?

Quando o assunto se tornou minha lista? Kkkkk

Kaa Yangmi

Quando percebi que sua lista era engraçada! Hahaha

Mas, ok... Tem uma coisa que eu precisava que fosse feito, mas não sei como te pedir...

É que o Bum é tímido, né?

Lee Myung-Hee

Com certeza ele é... O que você precisa?

Kaa Yangmi

É que eu e Jihoon demos de presente a ele algumas roupas sensuais...

Mas acho que ele não vai pôr de livre e espontânea vontade.

Lee Myung-Hee

Não. Ele não vai. Mas eu o forço. Leu isso Bum?

Você vestirá roupas sensuais hoje, querendo ou não.

Roupas sensuais? Quem? Ele? Não. Nem pensar. – olhou para a caixa em que colocara tudo que considerou um tanto diferente, quando recebeu as sacolas de Jihoon...

Depois lembrou que realmente queria tentar conquistar Sangwoo – apesar do que ele decidira fazer. “Tecnicamente não foi nada errado... Não é como se estivéssemos em um relacionamento sério.”.

Nesse ponto, podia dizer que Sangwoo nunca o decepcionou. Muitos já ficaram ou transaram com ele, mas, ninguém nunca disse que foi traído. Ele era muito sincero e sempre dissera a quem perguntasse que não queria nada sério.

“O que também me afastou dele no início.”.

Lembrou-se de algo, Myung-Hee sempre falava que queria ‘passar um recado’ para seus ex, quando se vestia sensualmente e algum deles estava por perto. Ela sempre dizia que ‘iria mostrar o que perderam’.

Talvez com a ajuda da garota, conseguisse mostrar o que Sangwoo estava perdendo?

“Daí eu imagino ele rindo e dizendo ‘só isso? ’” – suspirou com o pensamento, refletindo que Myung-Hee tinha razão em lhe falar para trabalhar sua autoestima.

Kaa Yangmi

Perfeito! Então, Bum, quando ler isso, saiba que eu e a Myung-Hee devemos passar na sua casa lá pelas 20h.

Lee Myung-Hee

Você vem me buscar?

Kaa Yangmi

Claro! Essa noite vai ser divertida!

Sangwoo vai pagar MUAHAHAHA

Lee Myung-Hee

Sim! Vamos fazê-lo pagar! kkkkk

Kaa Yangmi

Até!

Lee Myung-Hee

Até! Bum nos vemos às 20h!

A conversa terminava ali. Respirou fundo. Já estava de banho tomado – olhou o relógio, sete e meia da noite, elas chegariam logo. Dessa vez não daria trabalho a baixinha, iria cooperar. Bum se voltou para as caixas onde guardava as roupas, abriu e começou a retirá-las.

Quando a campainha tocou, já havia diversas roupas em cima da cama. Desceu correndo e atendeu, deparando-se com Myung-Hee em um vestido vermelho curto e Yangmi de saia justa preta, meia arrastão, uma bota de cano e salto alto e uma blusa decotada.

- Salto alto...? – perguntou confuso Bum fitando Yangmi. Pelo jeito despojado da garota, nunca imaginara ela de salto.

Myung-Hee riu e Yangmi pareceu um pouco chocada.

- Não é ‘vocês estão lindas’, ou ‘olha como essa roupa combina com você’, e sim ‘saltos?’? – Yangmi dizia falsamente indignada: - É Bum, eu uso saltos. Às vezes... Não é confortável, mas fica bonito, não? – disse erguendo o pé e mostrando a bota: - Uso mais para sair. – a garota sorriu.

- Quero ver as roupas! – Myung-Hee anunciou enquanto puxava Bum: - A Yangmi não parava de falar delas! Fiquei curiosa! E como vou ter de te convencer a usar, melhor começar logo...

- Não vai precisar me convencer. – o rapaz respondeu timidamente: - Vou vestir o que falar... – já murmurava.

Os olhos de Myung-Hee brilharam, seguidos por um imenso sorriso. Bum já se sentia arrependido. Subiram as escadas e a garota correu em direção as roupas, separando tudo que, na opinião dela, ficaria excelente em Bum.

O rapaz começou a experimentar de tudo um pouco. A calça foi mais fácil, as duas garotas concordaram que a mais justa, era a melhor. Agora, a camisa... Myung-Hee queria muito que ele usasse uma totalmente transparente, mas o moreno não se sentia confortável deixando seus mamilos e peitoral totalmente visíveis.

Yangmi achou uma – que Bum pensou seriamente que era um grande retalho de tecido – que possuía cortes na cintura, cobria os mamilos e tinha uma gargantilha de tecido que envolvia seu pescoço, se assemelhando a uma coleira. O moreno vestiu e sentiu-se tão exposto quanto com a camisa transparente.

- Eu não sei... – disse pela milésima vez, mostrando seu desconforto e querendo apenas pôr a blusinha preta simples que fora devidamente descartada no início.

- Hm... – Myung-Hee o fitava seriamente: - E se você puser a transparente por cima? Vai ficar bonito e sexy, sem mostrar quase nada... – disse com um sorriso.

Bum corou um pouco, mas colocou a blusa transparente por cima. Olhou-se no pequeno espelho de Myung-Hee e sentiu-se bem.

“Ficou bom...” – pensou consigo enquanto observava.

- Yangmi! – Myung-Hee falou enquanto começava a pentear o cabelo de Bum: - Alcança a minha maquiagem? Está na bolsa... – ela indicou com a mão o local: - É um estojo preto...

Yangmi abriu a bolsa da garota, retirando o estojo.

- Não precisa trazer tudo. O Bum tem a pele ótima, acho que só precisa de um pouco de maquiagem para esconder as olheiras e deu. Aliás... – a garota terminou o cabelo, considerando-o pronto e foi para frente do rapaz, fitando-o preocupada: - Elas parecem maiores. Você não tem dormido bem nos últimos dias?

- Não muito... – confessou o moreno.

- Acho que é isso... – Yangmi tirava alguns produtos do estojo: - E isso... E... – ela parou: - Chave? – perguntou confusa segurando o pequeno objeto.

- Ah! – exclamou um pouco surpresa Myung-Hee: - É da minha coleira.

Yangmi a fitou levemente chocada. Podia-se ler claramente um “Você anda com a chave de sua coleira?” em seus olhos.

- Você pode me alcançar também? – a baixinha sorriu: - Vou trocá-la. – apontou para a escrivaninha de Bum, onde estava uma bela coleira vermelha: - Aquela combina mais com a minha roupa.

- Claro... – murmurou Yangmi, um tanto resignada, pegando a chave, as maquiagens, levando até Myung-Hee e entregando quase tudo.

- Yangmi... – a baixinha sorriu.

- Sim?

- A chave. – estendeu a mão, ainda sorrindo.

Yangmi corou imediatamente, parecia ter notado só naquele momento que não entregara a chave, pigarreou: - Hã, você vai trocar agora?

- Por que não? – Myung-Hee pegou a coleira da escrivaninha: - Quer me ajudar? – disse fitando a morena.

Bum corou e a alpha ficou ainda mais vermelha. Yangmi fitou o rapaz, o quarto, a baixinha a sua frente, parecia se sentir pega por uma armadilha: - Acho que vou esperar vocês lá embaixo. – e foi em direção à porta.

- Yangmi! – chamou Myung-Hee, indo atrás da garota.

- Quê? – disse meio sem graça, virando-se.

- A chave. – a baixinha estendeu a mão, Yangmi entregou a chave levemente hesitante e saiu.

Myung-Hee sorriu vitoriosamente e foi em direção do moreno.

- Pesado... – murmurou o rapaz com um sorriso.

- Isso se chama “Testar limites by Myung-Hee”. – ela sorriu ainda mais, começando a maquiá-lo.

- Por quê? – ele perguntou curioso.

-... – ela hesitou um pouco, suspirou, mas começou a falar: - Depois do que aconteceu no ataque, eu meio que queria ir para casa... Mas quando a vi... – a garota corou: - Só queria ficar ao lado dela. Foi estranho. Porque não foi ela quem me ajudou... Contudo, ela estava tão machucada, e ainda assim, parecia tão forte... Era como se eu conseguisse ver a força e a graciosidade dela ao mesmo tempo. Sem contar que... – a garota jogou a cabeça para trás: - O cheiro... Dei graças por ter levado aquela injeção e ela ser duradoura...

Myung-Hee concentrou-se na maquiagem, tomando cuidado para não exagerar.

- Você queria que ela a protegesse? – Bum entendia muito bem aquele sentimento. Quando sentira os feromônios de Sangwoo pela primeira vez, este fora seu desejo, proteção.

- Sim... E eu tive a impressão que ela sentiu o mesmo por alguns instantes. Até insistiu para que eu ficasse com seu casaco porque ‘estava frio’ mas daí... – a baixinha pareceu chateada: - Eu não sei exatamente em que momento, mas do nada ela começou a se afastar e eu fui posta na famosa friend zone.

- Achei que o Chung Ho tinha te posto um casaco...

- Eu devolvi para o ruivo quando ele me deixou na enfermaria, depois de tomar a injeção. Qual é o nome dele? Tae... Ta... Enfim... Você sabe de quem eu falo.

- Bai Taehyun. – riu Bum.

- Se é o ruivo, esse mesmo! Qualquer cheiro de alpha começa a me deixar meio enjoada assim que recobro a consciência e volto do cio forçado. Sempre é assim para mim... Bom, era... O cheiro dela me deixou confortável e segura. – ela lhe passou um brilho labial.

- Por que não contou a ela o apelido completo?

Myung-Hee corou violentamente.

- Porque ela entenderia a referência! – disse defendendo-se da suposta acusação.

- Que referência? – Bum perguntou e Myung-Hee riu.

- Só você para não entender! – a baixinha sorria alegremente: - Meu bebê maçã... Tão inocente. – disse de forma brincalhona, parecendo uma mãe que constatava algo fofo sobre o filho: - Terminei! – exclamou parecendo satisfeita.

A garota levantou, pegando um perfume e passando em Bum: - Só para constar, Sangwoo não gosta de cheiros doces.

- É? – o rapaz soou surpreso, mas feliz.

- Sim, Yangmi me contou. Ele acha enjoativo.

O ômega sorriu.

- Você acha... Que ele vai me achar bonito?

- Se ele não achar, é cego. – ela trocou a coleira, observando uma leve tensão se formar no rapaz: - Estou falando sério, você está deslumbrante. Confie em si! Você consegue! – ela saiu na frente: - Já estamos indo. – pode ouvi-la mais adiante.

Bum concordou e seguiu a garota, trancando a porta do quarto. Quando descia as escadas, viu Sangwoo observando-o. O alpha parecia maravilhado e o moreno sorriu.

- Bum? – Sangwoo soara confuso enquanto o ômega passara próximo a ele.

- Sim? – o moreno realmente tinha a sensação que o alpha queria lhe dizer algo, mas como o mesmo não disse nada, o que o decepcionou um pouco, virou-se para Yangmi: - Estou pronto!

- Estou vendo! Está lindo! – a garota estava animada e deixando Bum sem graça. Ela se virou para o alpha: - Não precisa se preocupar Sangwoo. Vou cuidar dele muito bem. – o sorriso da mesma aumentou: - Já combinei tudo com o Kim Namjoon. Ele vai dar cobertura para nós, então, fica tranquilo. – ela pôs os braços ao redor de Myung-Hee e Bum.

Sangwoo pareceu consternado e Yangmi sorriu ainda mais, depois se voltou para a baixinha, pegando a chave do carro e entregando a ela: - Vocês podem ir à frente, já vou.

Myung-Hee foi à frente, Bum a seguiu, parando na porta e observando o alpha que parecia desconfortável com a situação. Aquilo deixava o ômega um pouco feliz, afinal, fora Sangwoo que provocara tudo aquilo, não?

“Talvez... Ele não queira que eu saia?”.

A vontade do moreno era parar tudo, abraçar o alpha e perguntar se ele não preferia ficar só com ele hoje, mas...

“Talvez... Seja só impressão.” – ele apertou mais forte a porta, saindo em seguida.

Foi andando para o carro de Yangmi – avistando o de Sangwoo mais adiante “Yura já o trouxe...”. Claro que sim... Como pensava que o alpha sairia aquele dia? Ele não sabia que Yangmi viria então... Suspirou.

Entrou no carro, sentando no banco traseiro junto com Myung-Hee que o esperava com um sorriso: - Você viu a cara dele te observando? Parecia que ia te comer vivo. – ela riu satisfeita.

-... Mas ele não disse nada no fim, não é?

- Nem tudo nessa vida ocorre através de palavras Bum... E ficou bem óbvio o que ele queria fazer só com o olhar...

- Ficou? – perguntou confuso o ômega.

- Com certeza! – ela segurou sua mão, confiante.

Yangmi entrou no carro murmurando alguma coisa que envolvia o quanto Sangwoo era teimoso.

- Eh? Os dois no banco de trás? – disse surpresa ao constatar o fato e se virar, já sentada no banco de motorista, para pegar as chaves do carro com Myung-Hee.

- O quê? Vai sentir minha falta? – falou brincando a baixinha enquanto entregava as chaves.

- Vou. – respondeu sem pestanejar a alpha. Voltando-se para o volante e deixando Myung-Hee corada.

“É o vento brincando com o fogo.” – Bum pensou, lembrando-se de uma anedota que sua mãe contava.

Na história, o fogo e o vento viviam originalmente separados. O vento era calmo e o fogo controlável. Um dia eles se conheceram e quiseram brincar juntos, contudo o vento sentiu medo porque podia apagar o fogo e o fogo ficou com medo de sufocar o vento por causa de sua fumaça. Eles então ficaram muito tristes. Todavia, um dia cansado da solidão, o fogo decidiu arriscar e pediu para o vento brincar com ele, diferente do que imaginavam o vento alastrou o fogo, tornando-o um incêndio. O vento, muito feliz, pediu para o fogo fazer o mesmo, e aquecendo-o tornou-o uma brisa quente e aconchegante de verão.

Dizia ela que existiam pessoas que provocavam essas reações umas nas outras. ‘Como o vento, a pessoa provoca até a outra perder o controle, como retribuição, a outra a aquece com as chamas. Mas ambas estão felizes. ’ Bum nunca entendera, até hoje.

- Vou pegar um atalho. – disse Yangmi enquanto dirigia, tirando Bum do transe: - Quero falar com Namjoon antes do Sangwoo chegar...

Quando chegaram, Bum se surpreendeu com o tamanho do local. As luzes o atordoaram um pouco, teve de forçar seus olhos para se acostumar com a quantidade de cores e o som era mais alto do que estava acostumado.

Yangmi parecia à vontade, já Myung-Hee nem tanto. A baixinha levou a mão duas vezes ao pescoço e Bum percebeu que muitos encaravam a coleira. O ômega já ia ajudá-la, quando a viu corar. A alpha segurara a mão da ômega, automaticamente parando os assédios visuais que a mesma sofria.

- Onde está o Namjoon? – perguntou Yangmi a um rapaz.

- E eu vou saber? – respondeu sem paciência o jovem: - Quem são eles?

- Meus convidados, Yoon Bum e Lee Myung-Hee. – disse a garota, voltando-se para os ômegas: - A simpatia em forma de ser humano, se chama Min Yoongi.

- Se eu quisesse ser simpático, teria forma de unicórnio. Como não sou obrigado, gosto da forma que tenho. – respondeu o rapaz: - Prazer em conhecê-los. – disse para os ômegas: - É o rapaz que devemos proteger?

- Sim. – Yangmi falou calmamente.

- Yoongi está de mau-humor porque passou a tarde consertando a máquina fotográfica que o Namjoon quebrou hoje. – outro rapaz se aproximou: - Park Jimin. – sorriu fofamente: - Prazer. Sobre o Namjoon... Provavelmente o Jungkook sabe... Ei! – ele apontou para outro garoto: - JUNGKOOK! – chamou, fazendo o outro se aproximar: - Sabe onde está o Namjoon?

- Hm? Não. – disse sério: - Só vi o Hoseok dando um sermão nele por causa do Seokjin.

- Hã? O que tem o Seokjin? – perguntou Jimin confuso.

- Os dois brigaram... – respondeu Jungkook dando de ombros.

Yoongi deu uma risada abafada: - Pode esquecer Yangmi. Se os dois brigaram e o Hoseok aconselhou o Namjoon a cuidar do ômega dele, não os veremos tão cedo nessa festa. Mas não se preocupe, ele falou sobre a proteção com a gente, está tudo combinado.

Yangmi suspirou. Não era exatamente esse o problema, realmente queria falar com Namjoon antes de Sangwoo chegar. Talvez pedir para ele fazer uma ceninha com Bum... Sabia que o alpha já era comprometido, mas não achava que a novidade chegara ao seu líder. Despediu-se dos meninos.

- Yangmi? – perguntou Myung-Hee à alpha, notando o desapontamento da mesma. “O que ela tem?”.

A alpha se voltou para os ômegas: - Parte do meu plano evaporou. – resmungou a garota, enquanto os rapazes se afastavam e iam cumprimentar outras pessoas ou dançar.

- Plano? – falaram juntos Bum e Myung-Hee, sendo que a garota soltou a mão de Yangmi e cruzou os braços.

A garota de belos cabelos com pontas azuis riu um pouco constrangida: - Pensei em provocar um pouco o ciúme do Sangwoo...?

- Quê? Pra quê? – falou indignada a baixinha: - Com o tal Namjoon? Mas pelo visto ele é comprometido! Você queria começar uma briga? – a garota iniciara um de seus famosos discursos.

Bum suspirou. Sangwoo com ciúmes dele? Isso era impossível, não? – ele olhou os lados, só então reconhecendo uma pessoa.

- O Sangwoo é possessivo... Eu pensei em provocar um pouco e... - Yangmi falava para a baixinha quando o moreno tocou no ombro da melhor amiga, interrompendo a discussão.

- Que foi Bum? – Myung-Hee se virou.

- Yoonjae... – ele apontou.

- O quê? – ela fitou na direção mostrada: - É o Yoonjae? Aquele Yoonjae? – pareceu chocada.

Yangmi não entendeu o que estava havendo, mas parou de falar, pegando um drink e começando a bebê-lo.

- Sim.  – respondeu Bum.

 -... – Myung-Hee olhou para Yangmi, refletindo nas palavras da garota. Talvez não fosse tão ruim deixar Sangwoo notar que não era o único peixe no mar de Bum: - Por que não vai falar com ele?

- Quê? Ele nem deve se lembrar de mim...

A garota revirou os olhos: - Ele é seu ex-namorado Bum, é claro que se lembra de você.

Yangmi engasgou com a bebida: - Ele é o quê?

- Vai lá Bum! – incentivou a ômega.

- Ok. – disse o rapaz, indo falar com Yoonjae.

- Quê? Não! Espera...! Ex-namorado é outro nível, não sei se... – Yangmi já não estava tão confiante em seu plano. Uma coisa era fingir algo para provocar Sangwoo, e outra totalmente diferente era deixar Bum conversar amigavelmente com um ex-namorado, durante o período de transição e pelas costas de seu líder: - Acho melhor não... – ela ia atrás do ômega quando Myung-Hee a parou.

- Qual o problema dele ir lá? Sangwoo perderia o próprio ômega por causa de uma conversa? Uaaa esperava mais dele...

Yangmi sabia que Sangwoo não perderia Bum por causa de uma conversa, mas seu líder cometia muitos erros quando se tratava de relacionamentos... “Droga...” – pensou fitando o rapaz que se aproximava do ex.

Bum andava devagar, sua mente enchendo-se de lembranças.

Yoonjae... A criança que pegava no seu pé...

“Até o dia em que outros garotos alphas decidiram bater em mim, e ele apareceu para me defender...”.

Yoonjae... O namorado atencioso e compreensivo...

“Ele nunca me forçou, sempre cuidava de mim... Parecia entender os meus motivos. Sabia o que acontecia comigo e apesar de não poder fazer nada, não me deixava sozinho...”.

Um dia pensou que o amava.

“Até ele me trair... Nós brigarmos... Ele jogar na minha cara que era porque eu não queria fazer... E ir embora.”.

Bum não se lembrava de como exatamente era a garota com a qual Yoonjae o traíra. Só que era bonita, tinha um cheiro doce e chamava-se Jihae. Houve uma época em que aquelas lembranças machucariam, mas – sorriu – já não mais doía.

“É... Eu consigo falar com ele.” – tocou no ombro do rapaz.

- Oi. – disse com um sorriso.

Yoonjae pareceu chocado ao vê-lo: - Bum...? Nossa... Você está lindo.

Bum corou involuntariamente: - Como você está?

- Bem. – respondeu o rapaz: - Eu... Realmente queria encontrar você. Acho que tive meu pedido atendido.

- Eu? Por quê? – perguntou surpreso o rapaz.

-... – Yoonjae ficou pensativo, como se refletisse sobre cada palavra que diria, até sua atenção ir para o pescoço de Bum: - Uma coleira? – perguntou surpreso.

- Hã? – tocou no próprio pescoço: Ah! Não! Isso é parte da blusa... Eu não preciso de coleira. – disse calmamente.

- Foi o que pensei. Você sempre foi tão controlado.

- Não. Não é por causa disso... – ficou um pouco sem graça: - Eu já fui mordido, então...

O alpha pareceu ao mesmo tempo chocado e triste, o que surpreendeu Bum.

- Mordido... – pareceu novamente pensativo: - Você se importa de me dizer por quem?

Bum olhou para o lado, corando levemente: - Oh Sangwoo. – respondeu. Aquilo ainda era meio estranho, certo? Quer dizer, não era como se eles fossem um casal... Anunciá-lo como o alpha que o mordeu... Soava meio esquisito.

- Oh Sangwoo? Espera! O líder da manada da Young e da Jieun?

Yoonjae conhecia a manada de Sangwoo?

- Sim... Ele mesmo. – dificilmente haveria outro Oh Sangwoo, líder de uma manada com dois membros com os mesmos nomes.

O alpha pareceu um pouco transtornado e ao mesmo tempo decidido. Tomara uma decisão.

- Eu sinto muito pelo que te fiz. – disse sério.

Bum riu, achando que o rapaz estava a brincar. Yoonjae às vezes fazia essas brincadeiras onde parecia falar sério, só que era piada.

- Por me trair ou me abandonar? – perguntou mais na brincadeira. Já fazia tanto tempo, não havia motivos para desculpas.

- Os dois. – o alpha respondeu tão rápido e sério, que Bum parou de rir: - Eu fui um imbecil. Poderia chegar aqui e dizer que foram os hormônios da adolescência, ou que perdi o controle por causa dos feromônios daquela garota, ou a frustração por não conseguir te proteger. Mas são todas desculpas esfarrapadas. Nada realmente justifica o que fiz, apesar de estar genuinamente arrependido.

- Está tudo bem... – o ômega respondeu baixando o olhar.

- Não. Não está. Eu nunca esqueci você.

Bum se abalou, como assim? Ele fitou Yoonjae.

- Eu amo você. – o rapaz disse com convicção.

O ômega já não ouvia a música, nem via as luzes coloridas. Yoonjae dissera que o amava? Mas fazia muito tempo... Ele nunca o esquecera...?

- Quando voltei da Inglaterra pela primeira vez, tentei te encontrar, mas você já não morava com os parentes de seu pai e eles se recusaram a me dizer seu endereço novo...

Bum não sabia disso. Depois que Yoonjae fora embora, se mudou para a casa de seus avós maternos, onde ficara até vir para a universidade. “Meu tio não contaria onde eu estava... Não para Yoonjae.”.

O rapaz fora atrás dele? Isso o surpreendeu muito, mas... Agora era tarde... Abriu os lábios para responder, quando ouviu uma voz familiar próxima a sua orelha.

- Te encontrei.

A voz grave e calma de Sangwoo o assustou.

- Oi. – disse o alpha educadamente a Yoonjae.

- Sangwoo? – há quanto tempo ele estava ali? Será que ouvira alguma coisa?

- Ah, então você é o Sangwoo? Bum estava falando de você agora a pouco: - Seu par, certo?

Bum reparou que Yoonjae não usara namorado, casal ou qualquer outro sinônimo que implicasse um relacionamento mais sério, e sim, apenas par. Ele estava testando o Sangwoo?

- Sim. E você quem seria? – sorriu Sangwoo.

O ômega suspirou, era óbvio que o alpha não o corrigiria, porque pensara em algum momento o contrário? Contudo, percebeu que aquilo animara Yoonjae.

- Ah... Eu sou apenas o ex-namorado. Prazer em conhecê-lo.

Bum corou violentamente. Quem em sã consciência se apresentava como o ex de alguém? Além disso, nunca contara a Sangwoo... Ficou nervoso.

O ômega reconheceu o sorriso pré-fabricado que se formara no rosto do alpha. Sangwoo não gostara daquilo.

- Pois é... Bum nunca mencionou você, mas é um prazer conhecê-lo. – o alpha colocou o braço ao redor do pequeno, abraçando-o.

O moreno corou mais, agindo daquela forma... Sangwoo realmente parecia incomodado.

- Fiquei surpreso quando ele me contou que foi mordido. – Yoonjae manteve o sorriso, mas Bum sentiu certa tristeza em seu tom de voz, imperceptível para os que não o conheciam bem.

- Mesmo? Por quê?

Já o alpha parecia cada segundo mais irritado, deveria interromper a conversa?

- Bum sempre fora muito controlado e não queria ser mordido. Sei bem disso... – ele olhou com carinho para o ômega.

O moreno relembrou as diversas vezes que Yoonjae pedira para mordê-lo, se o fizesse, seriam uma família. Poderia ir morar com ele... Mas Bum não aceitara. Sentia que se cedesse, estaria usando o rapaz para livrar-se de sua situação, não queria ficar com ele por aquele motivo...

“Ele nunca disse que me amava naquela época... Às vezes sentia que ele só era gentil demais e estava com pena de mim.”.

- Talvez ele só não tivesse encontrado a pessoa certa.

Bum corou violentamente. Sangwoo acabara de dizer que ele era a pessoa certa? Isso era real?

- Hm. Mas vocês não parecem estar juntos há muito tempo... Eu já ouvira falar de você Sangwoo. Tenho uma amiga que está na sua manada e tenho certeza que até o ano passado, ainda não estava com ele. – Yoonjae ficou falsamente pensativo, Bum conhecia aquele semblante, era quando o moreno queria realmente provocar alguém: - O relacionamento de vocês parece mais um acidente, do que uma escolha.

- Não acho que se deve pôr tempo para essas coisas... Talvez você só não fosse o suficiente.

Bum via o enorme sorriso de Sangwoo, mas tinha certeza que ele estava furioso. A fúria dele começava a ser passada para ele... Deveria acalmá-lo? Não queria que os dois brigassem.

- Então estão definitivamente juntos? Como um casal? – provocou ainda mais Yoonjae.

O ômega sentiu a fúria de Sangwoo chegar a um limite, se passasse daquilo, ele partiria para violência, tinha certeza.

- Já chega Yoonjae! – Bum se pronunciou nervosamente: - Eu e Sangwoo estamos juntos e é o que importa. – o moreno forçou um sorriso e segurou à mão do alpha em seu ombro.

Estava levemente trêmulo. A fúria de Sangwoo o contagiava e ao mesmo tempo, aquele não era um assunto que queria discutido em público “O nome que damos para o nosso relacionamento, é algo nosso, não envolve mais ninguém...”.

Yoonjae suspirou, fitando os olhos do ômega: - Não vou desistir de você. – disse sério.

“Mas você desistiu...” – pensou Bum “Há muito tempo atrás... Por que agora?”.

Contudo, um calafrio passou-lhe pela espinha, fazendo-o virar-se para Sangwoo.

- Ei! – Sangwoo estava sério, já não sorria, seu olhar lembrava o de uma fera prestes a destroçar uma presa: - Só desiste. Ele é meu.

Bum podia jurar que seu coração parou por um segundo. Sangwoo dissera que ele era dele?

- Seu? Desde quando Bum é um objeto para pertencer a alguém? – Yoonjae devolveu o olhar feroz.

O ômega tinha certeza que os dois começariam a lutar. Apertou com força a mão do alpha ao seu lado. Sangwoo o fitou por alguns instantes, sentia seu rosto corar ainda mais “Por favor, não...”. Apesar de não transformar em palavras seu pedido, o alpha pareceu entendê-lo e respirou fundo. Acalmando-se.

- Bum está comigo. – encarou Yoonjae: - E você simplesmente nunca o terá de volta.

O moreno foi puxado, fitava ainda um pouco chocado as costas de Sangwoo.

Ele acabara de dizer tudo aquilo? Mesmo? Ele era dele, Yoonjae nunca o teria de volta. Ele falara aquilo porque sentia isso, ou porque tinha de manter as aparências? A fúria e irritação eram reais, Bum tinha certeza disso.

Caminharam até o lado de fora da casa, Sangwoo soltou sua mão e virou-se. Bum fitou os olhos do alpha, sentindo um baque atingi-lo. O sentimento era intenso, único, o que era aquilo? Não entendia. Era como se o sentisse plenamente... Como se pudesse entendê-lo... – seu coração acelerou, parecia que sairia de seu peito. Sorriu... Nunca sentira algo tão indescritível em toda sua vida.

“Sangwoo...” – pensou o rapaz aproximando-se.

O alpha lhe transmitia choque...

Por estarem conectados daquela forma...

Interesse...

Pelo o que conseguia sentir vindo de Bum...

Desejo...

Por Bum... – o que deixou o ômega corado.

Felicidade...

Por aquele momento...

Confusão...

Por notar a complexidade que aqueles sentimentos mostravam... Não eram apenas sensações, era muito além...

Bum tinha certeza que Sangwoo podia sentir sua intensa felicidade. Que ele entendia que era a causa central dela... Que Yoonjae era especial, mas não tanto quanto ele...

O que mais? – deu mais um passo em direção a ele, queria saber... Queria entendê-lo... Nunca se sentira tão conectado a alguém antes, aquilo lhe tirava o fôlego. Isso era o vínculo? Era essa ligação que não conseguia explicar? Ouvira tanto falar disso... Mas nem em seus sonhos mais insanos pensara que era assim.

Insegurança

O quê? Por que ele se sentia assim? Os sentimentos começaram a soar confusos, estranhos...

Angustia

Medo

Por quê? O que temia? Por que o que antes parecia tão claro, começava a se tornar turvo? Por que já não conseguia distinguir as razões de Sangwoo? O que acontecia... Por que o vínculo deles parecia diminuir cada vez mais?

O alpha desviou o olhar, quebrando o momento. Não o sentia mais como antes... Não.

- Não! – disse receoso, tocando em seu rosto. Tentando virá-lo em sua direção.

Sabia nesse exato momento, apenas por estar próximo do alpha, que ele estava bem, saudável e desconfortável.

Mas quando seus olhos se encontraram anteriormente, era como se conseguisse sentir exatamente o que se passava com ele. Era como se realmente se conectassem...

Queria vê-lo de novo, mas, se ele estava desconfortável, então... Então... “Eu vou me expor mais... Eu estava surpreso... Tenho certeza que você ainda não sabe...”.

- Se você não quer me mostrar... Tudo bem... Mas olhe pra mim. – falou aflito o ômega que não queria perder aquela conexão. Não queria que ele fugisse. Ele também podia senti-lo não? Queria que ele visse...

“Sangwoo... Você consegue notar? Você percebe o que é pra mim?” – talvez se Sangwoo o sentisse... Talvez se ele o entendesse...

Lembrou-se da primeira vez que o viu e sentiu seu aroma. Ficara chocado com a intensidade que o desejara. Com a vontade que tinha de abraçá-lo, beijá-lo, pertencer a ele. O choque fora tão grande que começara a evitá-lo a todo custo... Não gostava daquilo, era atraente, contudo, confuso.

“Desejei pertencer a alguém pela primeira vez, era assustador... Animalesco... Errado... Mas, não consegui parar de ansiar que você me abraçasse... Me protegesse... Me possuísse... Me fizesse teu de tantas formas que não conseguiria pôr em palavras. Pela primeira vez desejei ser mordido por alguém... Você tem razão, eu não tinha encontrado a pessoa certa, não tinha encontrado você.”.

Contudo Sangwoo era tão diferente dele. Pensou que o alpha nunca se aproximaria que era definitivamente impossível... Mas então ele o mordeu e os dias passaram...

“E eu apenas me encantei mais... Sangwoo...”. – sentia-se um tanto desesperado, queria que ele o compreendesse, que ele o sentisse, queria convergir seus sentimentos ao alpha. Nunca conseguia se expressar bem com palavras, talvez daquela forma...

Mas quando finalmente conseguiu que ele virasse o rosto em sua direção, seus olhos estavam fechados.

Bum o tocou carinhosamente. “Por favor... Por favor, me deixe mostrá-los... Não precisa corresponder... Não precisa fazer nada... Eu só peço que você permita que eu os passe... Que você os sinta...”. – pensava o ômega enquanto seu coração ainda batia rápido e forte, mas já não por felicidade e sim por medo. O alpha lhe parecia, a cada segundo, mais e mais distante.

Concentrou-se, tentando transmitir seus sentimentos, seus feromônios acabaram liberando-se, quase como se querendo auxiliá-lo naquele propósito – o que não era nenhum risco, já que somente o alpha podia senti-los agora. Sentia-se totalmente exposto ao fazê-lo, literalmente de corpo e alma.

- Sangwoo eu... – a voz do pequeno soou mais tremula do que gostaria.

O alpha abriu os olhos e eles eram como muralhas de gelo.

O ômega se calou. Parou de liberar seus feromônios. Aquele olhar era como uma facada em sua alma. Um ‘não’ claro a todos seus pensamentos e desejos. Bum estremeceu.

Sangwoo apenas segurou a mão que estava em seu rosto com força e a removeu.

- Só para com isso. – disse de forma cortante. Já não era desconforto, era irritação. O ômega baixou o olhar vagamente.

O vínculo era como uma ponte. Ele ainda estava lá, indestrutível ‘perpétuo’ mas Sangwoo criara uma muralha do outro lado, impenetrável, fria, não era possível transmitir o que queria... Nem sentir... Era vazio... O que passava, era superficial...

Sentiu-se rejeitado.

Abandonado.

Desamparado.

Ignorado.

Mas isso importava? Sangwoo se fechou. Com o vínculo atual, no máximo conseguiria compreender que o deixou triste.

Antes disso... Ele conseguiria sentir a profundidade de sua tristeza, a imensidão de seu desapontamento...

Ele sabia? Ele tinha noção? Ele... Ele realmente não queria senti-lo? Ele realmente precisava se fechar daquela forma? – seus olhos marejaram.

Era tão ruim ter um vínculo com ele, que nem mantê-lo normalmente o alpha podia? Tinha que diminuí-lo? “Sou tão desagradável assim?”. – respirou pesadamente, seu medo do distanciamento do alpha, confirmando-se da pior maneira possível.

“Minha reação foi querer aprofundar o vínculo, me conectar por completo... A dele foi diminuí-lo e se afastar... Ah... Acho que entendi o suficiente por um dia.” – seu peito começou a doer. O ar parecia faltar.

“Ah... Isso é doloroso.” – as lágrimas caíam lentamente por seu rosto, enquanto tentava contê-las a força.

Aquilo era muito mais doloroso do que imaginava. Então o vínculo também podia machucar dessa forma?

“Não... Não é o vínculo... É Sangwoo... A pessoa que amo prefere criar uma barreira a permitir que haja uma conexão forte o suficiente para nos entendermos complemente... Prefere ficar sozinho a me dar a chance de apenas mostrar o que sinto...”.

Sempre disseram que ômegas compreendiam muito mais... Mas era absoluta sua certeza de que o alpha também sentira... “Talvez ômegas só sejam mais idiotas... Eu fui um idiota”.

“Fui idiota por pensar que teria uma chance.”

“Idiota por pensar que deveria tentar.”

“Idiota por me apaixonar por ele.”

Sangwoo nem ao menos queria saber como se sentia...

“Parece que estou sufocando.” – deu um passo para trás, colocando a mão sobre a boca, prendendo o soluço que suas lágrimas causavam.

Havia concordado com a quebra do vínculo, mas não o havia experimentado. Seu pensamento era que o vínculo parecia algo estranho, uma ligação biológica. Alguns casais contavam que era ‘indescritível’ mas nunca acreditara nisso. Até agora.

Nesse momento entendia. Sabia o que iria quebrar...

Sentia-se perdido. Sozinho. Quantas coisas ruins já enfrentara? A morte de sua mãe... Seu tio... A traição e partida de Yoonjae... A internação de sua avó... Mas... Mas aquilo...

“Sangwoo nem ao menos quer me dar uma chance... Ele está rejeitando isso com tanta força que esse vínculo é apenas uma casca vazia...” - fitou o alpha que parecia genuinamente chocado observando-o.

- Por quê...? – era uma pergunta que não iria esperar resposta, pois sabia que não importava. Já não tentava conter as lágrimas.

O alpha deu um passo em sua direção, mas se afastou. Não queria ficar perto do rapaz. Queria ir embora.

- Por que vai se dar o trabalho de quebrar...? Não significa absolutamente nada.  – sua voz tremia. Quando se virou, deparou-se com Yoonjae, ele o fitava perplexo.

- Bum? – o alpha falou preocupado, tocando seu ombro: - Você está bem?

Bum baixou a cabeça, não queria conversar com ele agora.

Sangwoo pareceu dizer algo, YoonJae gritou alguma resposta, mas já não ouvia. Afastou-se mais dos alphas, olhando para os lados. Precisava sair dali... Andava um pouco sem rumo, quando viu Myung-Hee. A amiga avistou-o e correu em sua direção.

 - Bum? Bum? – ela segurou sua mão e o abraçou.

- Eu quero ir embora... – murmurou aos prantos o rapaz.

- Claro. – respondeu a garota, abraçando-o mais.

- Mas eu não tenho para onde ir... – ele encostou a cabeça no pescoço da garota, tentando esconder-se dos curiosos.

Myung-Hee compreendeu o peso daquelas palavras: - Você sempre poderá ficar comigo...

A garota o fez sentar em uma cadeira e correu, voltando em seguida com Yangmi.

- Eu não posso levá-lo para seu dormitório Myung-Hee! O Sangwoo me mata!

- Se você não levar, eu consigo outra pessoa! – a baixinha parecia indignada: - Mas você nos trouxe aqui, agora tira!

Yangmi fitou Bum que ainda chorava: -... Está bem.

Bum não teve muita percepção do que acontecera em seguida. Um tempo depois estava no quarto de Myung-Hee – o que era tecnicamente proibido, mas nenhum dos dois parecia ligar para isso no momento. Chorou a noite inteira.

Naquela madrugada, decidira que não queria ver o alpha. Não saberia o que fazer na presença dele.

E assim o fez...

 

Nove dias depois...

 

Segunda

 

Bum estava com um pouco de frio, mesmo com o blusão de gola alta e o casaco, os dias pareciam cada vez mais gelados. Terminava de copiar a matéria, quando o professor dispensou a classe.

- Vou à frente Bum, nos vemos na próxima aula. – Myung-Hee jogava tudo para dentro de sua mochila, enquanto saía às pressas. A garota precisava conversar urgentemente com o próximo professor, pois não entendera um trecho da matéria e teriam uma prova importante.

- Yoon Bum.

O ômega ouviu, erguendo a cabeça e se deparando Yang Seungbae. Ficou surpreso.

- Você teria um tempo para conversarmos? – o professor de Direito deu um suave sorriso.

- Claro. – respondeu o rapaz que terminara de copiar e começava a guardar o material.

Seungbae suspirou, cruzando os braços: - Yoon Bum, eu não sei se sabe, mas fui escolhido pela universidade para verificar seu bem estar após a mordida. Eu já soube dos ataques que ocorreram na universidade, a você e a manada de Oh Sangwoo. Na verdade, minha demora em vir conversar com você foi exatamente porque estava resolvendo a papelada envolvida no assunto...

Bum o fitou. Lembrava-se disso... Na verdade, lembra-se também da conversa que teve sobre o professor com Myung-Hee... Ficou sem graça.

- Há pouco tempo, soube que voltou para os dormitórios. Isso ocorreu logo após o fim da transição, poderia me dizer o motivo? Oh Sangwoo afirmou que assumiria plena responsabilidade e não apenas responsabilidade pela transição.

O ômega ficou calado por alguns instantes. Deveria contar o que acontecera? Que fora rejeitado e então tomara aquela decisão? – suspirou. “Sangwoo nunca quis assumir responsabilidade de nada...” – refletiu consigo.

- Eu decidi voltar. – falou com firmeza fitando os pés.

- Você? – a voz de Yang Seungbae soou mais surpresa do que Bum esperava, fazendo-o erguer o rosto e encarar o professor.

-... É tão surpreendente um ômega não querer ficar com um alpha...?

- Não. Não é isso... Me surpreende você não querer ficar com Oh Sangwoo. – o professor sorriu amigavelmente: - Você é apaixonado por ele desde o seu primeiro semestre, quando o conheceu na minha aula.

- Quê? – Bum corou. Como ele sabia disso?

- Ah, vamos... Você não é exatamente discreto em relação aos seus sentimentos. E sou uma pessoa muito observadora. – o professor sentou ao lado de Bum: - O que ele fez?

-... – Bum fitou o chão.

-... Tão grave assim? – Yang Seungbae suspirou: - Típico dele. – sacudiu negativamente a cabeça.

Bum olhou para o professor: - Você conhece bem o Sangwoo?

- De certa forma. – ele coçou o queixo: - Ele é considerado um dos alunos mais brilhantes no ramo de medicina, com um provável futuro extremamente próspero, mas eu sempre o considerei um garoto que se esforça demais em manter as aparências e no fim, é uma pessoa muito solitária.

Solitário? O Sangwoo? – Bum ficou surpreso. Nunca pensara no Sangwoo como alguém solitário.

- Então, normalmente, pego mais no pé dele do que dos outros. – ele riu: - Quando ele te mordeu, fiquei muito surpreso. – refletiu, parecendo lembrar-se do dia em que aquilo ocorrera: - Fui atrás para descobrir o que aconteceu, e no fim concluí que fora tudo culpa do Sangwoo. – ele riu ainda mais.

- Culpa do Sangwoo?... Não... Eu entrei no cio... – Bum começara, mas Seungbae o interrompeu.

- Você é muito controlado, seria estranho entrar no cio, simplesmente, não? Eu descobri que naquele mesmo dia, Sangwoo lutou com outro alpha nas dependências da universidade, na verdade, ele estava defendendo um membro de sua manada... Enfim, o importante é que isso ocorreu próximo ao local onde você tinha aula. Ele liberou mais feromônios que o normal, para se defender, o que acabou te atiçando... Você não foi o único ômega afetado, apesar de ter sido o único a entrar no cio.

“O perfume que senti... Realmente era Sangwoo...” – seu coração acelerou ao lembrar.

- Professor eu... – se calou, não sabia como explicar o que sentia.

- Olha, Bum, eu não sei o que aquele animal fez. – Seungbae soou sério: - Mas, eu realmente não penso nele como um alpha ruim, talvez meio atrapalhado, um tanto manipulador e com uma pitada de azar... – ele sorriu novamente: - Contudo, espero que vocês se deem bem... Com certeza você tem mais a oferecer a ele do que ele a você... Entretanto, algo me diz que dará certo. – o homem levantou.

Bum sorriu: - Hã... Professor...

O alpha parou, fitando-o: - Sim?

- Por que você disse aquelas coisas a Sangwoo? Sobre mim? Na lanchonete...

Seungbae corou e pareceu um pouco sem graça: - Ah. Você ficou sabendo disso, ok... Acho que te devo uma explicação. – ele voltou a sentar: - Em parte, eu disse o que penso. Você realmente é adorável, inteligente, bonito... Apesar de muito tímido e retraído. – o professor falava calmamente: - Em parte, eu queria que o Sangwoo entendesse... Deixar você usar uma coleira, por mais que fosse sua vontade, soava bastante absurdo para mim. Sem contar que você parecia exausto. – ele sorriu: - Contudo, fiquei feliz com o resultado.

- Feliz? – Bum se sentiu confuso.

- Sim... Oh Sangwoo parecia prestes a me agredir pelo o que falei. O que vai totalmente contra a imagem que ele mantém na universidade. E quando dei a entender que estava interessado em te morder, sinto muito por isso – completou rapidamente ao notar a surpresa de Bum: - Ele ficou em choque. Queria que ele notasse que teve sorte ao morder um ômega como você Bum. Fiquei feliz ao notar que ele já sabia.

Bum se surpreendeu. Sangwoo pareceu saber que tinha sorte em mordê-lo?

Yang Seungbae se levantou: - Sangwoo anda mais retraído e calado. Acho que ele tem noção do que fez, seja lá o que for, por que não conversam? Garanto que fará bem para os dois. – ele sorriu, começando a sair: - A não ser que ele tenha sido agressivo com você. – se virou, erguendo a sobrancelha: - Ele te machucou Bum?

O ômega respirou fundo, se levantando: - Não... Fisicamente não. – sorriu triste: - Mas às vezes, não é necessário bater para machucar, né?

- Uma triste verdade. – concordou o professor, saindo da sala.

Bum cursou as próximas matérias sem nenhuma vontade, almoçou absolutamente calado e foi para o estacionamento. Olhava o céu até ouvir uma buzina. Virou-se vendo o carro de Yoonjae.

Desde que se reencontraram o alpha se aproximara, atualmente, dava carona a Bum todos os dias, para ele ir e voltar do serviço.

- Tem certeza que não estou dando trabalho? Fazer isso todos os dias... E você nem estuda aqui... Ou tem algo próximo da creche...

- Já disse que está tudo bem. – o alpha sorriu: - Gosto de ficar perto de você.

Bum corou, baixando o olhar. Já deixara claro ao rapaz que não correspondia mais seus sentimentos, mas o mesmo disse que não desistiria, somente caso o ômega falasse que não o queria por perto, daí o deixaria.

Suspirou. Yoonjae era gentil, atencioso e sua presença não era um incômodo, ao mesmo tempo, também não preenchia o crescente espaço em seu coração. Desde o dia da festa, sentia-se cada vez mais sozinho, contudo, também não queria ir atrás do alpha que o magoara.

Às vezes o vínculo lhe passava sentimentos fortes que vinham dele... Como raiva, fúria...

Em um dia, podia jurar que sentira saudade. Contudo, Bum não tinha ideia do que esses sentimentos significavam... O alpha permanecia fechado.

“Se bem que acredito que também me fechei...” – pensava o rapaz, olhando pela janela.

Graças a Myung-Hee conseguira voltar para seu antigo quarto, que era como sua pequena casa, no dormitório ômega, e de alguma forma, ela convencera Yangmi a pegar algumas de suas roupas na casa de Sangwoo. A alpha pegara várias peças, não todas. Sendo assim, Bum estava de volta ao dormitório, mas parcialmente na casa do alpha.

Não vira Sangwoo desde aquele dia, mas o alpha também não fora atrás dele. Encontrara alguns membros da manada pelos corredores, mas fugiu deles também.

Lembrou-se de um dia que – literalmente – correu de Taehyun. O ruivo o perseguiu pelos corredores – teve impressão que alguns betas acharam que era um ômega no cio – mas conseguiu despistá-lo...

“Tá... Aquilo foi meio ridículo...” – refletiu.

Gostava deles... E na verdade descobrira algo muito divertido... – fechou os olhos, concentrando-se.

Ligar-se a manada era simples, porém superficial. Apreciava mais a ligação que tinha com Sangwoo, contudo... Não deixava de ser interessante.

Yangmi sempre era a primeira a aparecer, não sabia por que. Ela estava animada.

Jihoon estava irritado. Yura e Taehyun estavam preocupados...

Podia fazer aquilo o dia todo, seu coração deu uma pequena acelerada. Realmente gostaria de resistir e parar por ali... Mas acabou concentrando-se no alpha.

Sangwoo estava entediado... Saudável – mas não tanto quanto já esteve-... Começando a ficar irritado...

Queria saber mais, mas não conseguia... Com certeza era mais claro que com a manada, mas não tão ‘completo’ quanto gostaria.

Sentiu uma mão tocar a sua.

- Bum? Chegamos. – Yoonjae o fitava apreensivo.

- Hã? – o ômega olhou pela janela, visualizando a creche: - Ah! – ele se virou para Yoonjae: - Desculpe... Acho que fui uma péssima companhia...

 Yoonjae sorriu provocativamente: - Aceito um beijo como pedido de desculpas.

Bum piscou e então deu um beijo na bochecha do rapaz.

O alpha riu: - Você realmente não mudou. – ele o fitou: - Não era exatamente isso, mas aceito por enquanto.

O ômega corou, baixou o olhar, não tinha certeza de como responder.

- Está tudo bem. – Yoonjae ainda o observava: - Você já disse que não sente o mesmo. – ele apertou o volante: - Mas, como ainda não te esqueci, e você arranjou um alpha inútil, continuarei firme e forte na minha missão de reconquistá-lo. – a última frase foi em tom distraído, brincalhão, terminando com um belo sorriso travesso.

Bum riu: - Você não tem jeito... – mexeu a cabeça em negativa singela.

- Não. É que preciso de você para dar um jeito em mim. – o sorriso aumentou.

- Tchau Yoonjae. – Bum saiu do carro rindo baixo.

- Ei, me dá um crédito. – Yoonjae o fitou pela janela: - Pelo menos te fiz rir, não? – o rapaz sorriu: - Até mais tarde Bum.

O final do dia foi tranquilo, trabalhar na creche era animador quando estava para baixo. As crianças sempre o divertiam apesar de esgotarem-no. Surpreendeu-se ao receber uma mensagem de Yoonjae, ele não poderia buscá-lo, pois ficara trancado no trabalho. Sorriu. O rapaz realmente era gentil.

Caminhava para a parada de ônibus quando ouviu alguém chamá-lo. Virou se deparando com uma mulher mais velha, mas não idosa, vestia-se bem e tinha o rosto com expressão cansada.

- Tia...? – perguntou o jovem surpreso.

- Bum! – ela acenou, se aproximando: - Há quanto tempo? – sorriu, evidenciando suas rugas: - Que bom te ver...

Bum também ficava feliz em vê-la. Preocupava-se muito com ela. Quando foi embora da casa deles – seus parentes por parte de pai – denunciou o tio pelos maus tratos feitos a ele e ela. Mas, pelo que soube, ela negara tudo. No fim ficou sua palavra contra a dele... Não dando em nada.

Não a condenava por isso... Apenas sentia pena. Sorriu.

- Sim! Faz muito tempo... – andou até ela.

- Por que não tomamos um café juntos? Já posso dirigir agora... – ela mostrou as chaves do carro, orgulhosa.

- Hm... Eu não sei... – tinha acabado de voltar para o dormitório, sinceramente, não tinha ideia se possuía dinheiro o suficiente para tomar cafés.

Como se lesse seus pensamentos: - Eu pago. – disse ela: - Até com bolinhos. – o sorriso aumentou.

O moreno aceitou o convite. Foram para uma cafeteria pequena e começaram a conversar. Bum não lembrava o quanto à tia podia ser divertida e amigável. Tirando o fato dela ter sujado sua roupa quando derramou parte do café, não acontecera nada demais. Seu tio não fora mencionado, o que o deixou mais tranquilo.

- Eu te levo querido... – disse abrindo a porta do carro: - Cuidar de crianças sempre é exaustivo.

- Não... Tirando o pequeno Hyun Joong. Mas ele me lembra alguém, então... – entrou e sentou no banco. Bocejou, começara a ficar com sono. Só queria chegar ao dormitório e ir direto para sua cama. Já estava tarde.

- Quem? – perguntou ela curiosa. Ligando o carro e dirigindo.

Bum não mencionara Sangwoo ou a mordida... Deveria contar? Não queria preocupá-la. – tentou erguer a mão para pôr no pescoço, mas não conseguiu.

-... ? – percebeu que estava fraco.

- Sabe Bum... Desde que foi embora, as coisas se tornaram mais complicadas, principalmente para mim. – ela fitou o rapaz.

Só então o ômega lembrou que não havia contado onde era o dormitório. Para onde ela dirigia? – tentou se movimentar, mas tudo que sentiu foi uma vertigem atingi-lo.

- Tive de começar a tomar remédios para insônia e olha, não é incrível eu ter te encontrado exatamente no dia que fui comprá-los na farmácia? Eu fiquei emocionada. – ela chorava de alegria: - Finalmente o deixarei feliz. Ele vai ficar tão feliz em vê-lo.

- Tia...? – a palavra saiu como um sussurro.

Ela não podia... Não era possível... Sempre a vira como uma vítima...

Sentiu medo. Terror. Horror.

Ela o estava levando para ele? As lembranças da dor que sentia quando o tio o batia sem razão. Ou o nojo quando ele o tocava, o invadiram de uma vez só.

Não conseguiu permanecer acordado. Sua mente vagou em um sono sem sonhos.

 

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

 

Ouviu um som distante. Sentia-se fraco. Olhou ao redor, estava em seu quarto... Seu antigo quarto, na sua antiga casa – o cheiro nauseante de seu tio ainda estava ali.

Tinha que ir embora – tentou levantar, mas notou que suas pernas foram amarradas, juntamente com suas mãos, que estavam nas costas.

- Quê? – começou a se mexer mais, tentando se soltar.

A porta do quarto abriu.

- Querido, não se mexe. Se você fizer isso, a corda vai acabar te machucando.

O desespero voltou a atingi-lo. Sua tia enlouquecera. Só podia.

A mulher se aproximou com um sorriso e apertou mais forte as cordas: - Eu nunca mais vou deixar você sair. Nem para comprar cigarros.

“Cigarros...?” – lembrou-se que aquela fora a desculpa que usara para sair da casa e ir encontrar sua avó materna. Comprar cigarros para o tio.

- Eu queria nos tirar daqui! – disse em desespero: - Nós dois!

- E por que você pensou que eu queria sair? – perguntou a mulher, chocada: - Eu amo o meu alpha, não fale besteiras.

Amor? Ela o amava? Mas... Mas ele...

- Ele bate em você! E... E... Ele não se importa que toquem em você... E ele... Ele... – segurou as lágrimas, estava indignado, apesar do medo que invadia cada vez mais profundamente sua alma: - Ele me estuprou!

- Estuprou? Você entrou no cio. Tudo o que queria era um pau na sua bunda, não? – a mulher falou simplesmente: - Você teve sorte dele acalmar a sua luxúria.

Bum engoliu em seco. Sorte? Ele teve sorte?

- Como você pode pensar isso? – ele tremia. Um misto de raiva, ódio e medo.

- Seu cheiro empestou a casa inteira. Como pode dizer que não queria? – ela sorriu: - Você deveria entender como funciona um ômega...

- Eu tinha doze anos! Era meu primeiro cio! Ele deveria ter me levado para uma central ômega quando os sintomas começaram a aparecer, não se TRANCAR NO QUARTO COMIGO ATÉ EU PERDER O CONTROLE! RINDO DA MINHA CARA! – estava farto.

Ela levantou e lhe deu um tapa na cara: - Baixe seu tom comigo rapaz, com quem pensa que está falando?

A mulher então pegou uma fita grossa verde, cortou e colou um pedaço sobre a boca do ômega.

- Ninguém quer incomodar os vizinhos, não é? – ela sorriu e saiu animada.

Por que pensara que ela era diferente? Ela sempre ajudou a tratar suas feridas, nunca a evitá-las. Observou os próprios pés. Quanto tempo ele demoraria a chegar? Já era tarde. Ele sempre chegava perto das nove. O garoto começou a se balançar para frente e para trás. Estava de volta ao inferno.

“Já estou com medo da chegada dele... A pior fase da minha vida de volta... Não! Não! Eu não sou mais criança. Preciso me soltar e ir embora.” – olhou para os lados, sua antiga escrivaninha estava com uma das portas quebrada, um pedaço pontudo irregular de madeira salientava-se. Talvez o atrito da corda com a madeira, acabasse por cortar a corda. Rolou até lá, começando a tentar.

Não parecia funcionar “Nos filmes eles fazem parecer simples...” – seu medo apenas o impulsionando a tentar com mais força. Diversas farpas já machucavam sua mão, fazendo-a sangrar. Mas não se importava, só queria se livrar daquilo.

“Isso... Não vai funcionar...” – olhou para os lados. Qualquer coisa... Em cima da mesma escrivaninha estava a tesoura com a fita.

“É isso!” – começou a bater seu corpo contra a escrivaninha, tentando forçar a queda da tesoura. Primeiro caiu sua mochila, mas não havia nada útil nela, sabia disso, continuou tentando. Quando finalmente conseguiu fazer a tesoura cair. Sentiu o cheiro nauseante do alpha. Ele havia chegado. Seu desespero aumentou.

Arrastou-se até a tesoura, mas por mais que tentasse, não conseguia pegá-la.

Respirou fundo, tentando se acalmar. Seu corpo inteiro doía – encostou a cabeça no chão.

O cheiro de seu tio lhe lembrava álcool, cigarros e esgoto. Nenhum alpha lhe causava mais repugnância quanto ele. Nem mesmo Taeyang ou os outros que o atacaram na universidade.

“Por que sou sempre atacado?” – o ômega observava as luzes que vinham por debaixo da porta.

- Tenho uma novidade para você! – a mulher dizia animada.

Estavam diante da porta, Bum prendeu a respiração.

- Depois do jantar. – respondeu àquela voz que tanto odiava e lhe causava arrepios de horror.

O ômega voltou a respirar, um pouco mais aliviado. Não sabia se a espera era mais angustiante que o ato, mas preferia postergar aquilo ao máximo... Voltou a se concentrar em sua pergunta, tentando se distrair daquele momento, sair um pouco de sua realidade.

“Antes foi por causa de Sangwoo... Taeyang me atacou apenas para atingi-lo, depois contratou pessoas com o mesmo objetivo...” – o rapaz ainda tentava encaixar a tesoura de alguma forma em sua mão, mas o máximo que conseguira até agora, fora cortar-se.

“Ambas às vezes fui salvo pela manada...” – parou de se mexer.

Mas e agora? Fugira deles... De todos eles... O coração do moreno bateu mais forte ao se lembrar do alpha.

“Sangwoo...”.

Não iria mais chorar ou desesperadamente implorar por ajuda. Estava cansado.

“Além disso, para quem eu pediria ajuda? Isso não tem nada haver com Sangwoo. Ele é meu tio, meu problema... Por que o alpha deveria se dar ao trabalho?”.

Seria estuprado de novo. Provavelmente ele o bateria, para satisfazer seu ego e sadismo. Os pesadelos que julgava superados e esquecidos voltariam para assombrá-lo.

Por um instante, pensou que preferiria a morte a sentir aquele toque nojento novamente. Talvez se escondesse a tesoura, poderia se matar antes dele consumar o ato. Já pensara em suicídio antes, mas desistira.

“Se eu tivesse morrido quando desejei. Não estaria passando por isso.”.

Fechou os olhos.

Largou a tesoura.

“Mas nunca teria vivido aqueles dias ao lado de Sangwoo... Mesmo sendo rejeitado, fui feliz ao lado dele.”.

Não faria isso, não era a melhor escolha. Também não conseguiria fugir. Esperaria tudo terminar. Não poderiam mantê-lo amarrado para sempre.

Ouviu um barulho e abriu os olhos. Havia gritos do outro lado da porta. Não distinguia as palavras, mas reconheceu o cheiro.

A porta a sua frente foi arrombada, caindo no chão com estrondo. Bum fitou o rapaz a sua frente enquanto o mesmo arrancava a fita de sua boca.

- Que merda tá acontecendo aqui?

- Sangwoo...? – Bum fitava o alpha atônito.

O rapaz estava de pijama, suado e com parte da camisa rasgada.

- Como...? – o ômega não sabia o que dizer.

- Depois. Deixa eu te tirar daqui primeiro.

Bum viu Sangwoo pegar sua mochila e colocá-la no ombro. Então o viu se aproximar e se sentiu tonto ao ser erguido, o rapaz o carregava no colo para fora daquela casa. Antes de sair, viu sua tia chorando enquanto seu tio, caído no chão, os mirava com ódio.

O alpha o deixou em pé, o melhor que pode, para conseguir abrir a porta do carro e colocá-lo deitado no banco traseiro. Ele então foi até o porta luvas, de onde tirou uma navalha e cortou as cordas que prendiam Bum.

Depois de retirar as cordas, o ômega fitou o alpha atentamente, sentando-se. O mesmo permanecia calado.

- Como? – repetiu a pergunta.

- O vínculo tá concluído. Eu consigo te localizar independentemente de onde esteja. – disse sério e começou a dirigir: - Eles são teus tios?

Bum ficou calado por alguns instantes.

- Sim. – respondeu num sussurro, mas dando a entender que não queria conversar sobre aquilo.

Ficaram novamente em silêncio, até que o alpha estacionou o carro.

- Esqueci de te perguntar... – Sangwoo hesitou: - Você quer ir para minha casa ou para o dormitório?

- Sua casa ou o dormitório? – o moreno refletiu. Talvez fosse melhor ir para o dormitório ômega...

- Por que deu ênfase no “sua”?

-... Porque ela é sua casa Sangwoo.

- Você também mora lá, então é meio óbvio que ela sua também, não?

O ômega piscou. Ele disse óbvio? Respirou fundo.

- Não. Não é óbvio. Principalmente se toda vez que você vai se referir a ela, fala minha casa. – disse um pouco indignado.

Sangwoo ficou calado.

Bum olhou para baixo, o alpha acabara de lhe salvar e estava retribuindo sendo grosseiro... Era melhor se desculpar. Abriu a boca para falar, mas Sangwoo se adiantou.

- Nossa. – disse o alpha: - Você quer ir para nossa casa ou para o dormitório?

O ômega sentiu seu coração disparar. Ficou quieto... O que faria? Não tinha certeza. Percebeu que Sangwoo o mirava pelo espelho, mas não tinha uma resposta. Se voltasse para a casa deles... As coisas seriam como antes? Voltariam a serem amigos com benefícios? Não sabia se queria isso... Não se suas chances eram nulas.

O alpha deu um grande bufo, batendo levemente irritado no volante.

- Eu fiquei com medo. Ok? Do vínculo.

Bum se chocou. O quê? Espera. O QUÊ? Tentou ver o rosto do alpha, mas ele se afastara do espelho. O ômega saiu de onde estava, abriu a porta, saiu do carro, entrou novamente, dessa vez sentando no carona ao lado do rapaz.

- O quê? – perguntou chocado olhando para Sangwoo.

-... – o rapaz ficou mudo por alguns instantes, e então, olhando pela janela, como se houvesse algo muito importante acontecendo do lado de fora, continuou: -... Aquilo... Não era exatamente como eu pensava, quer dizer... É um pouco... Era quase como se eu lesse seus pensamentos! – virou-se para o ômega: - Isso não te assustou não? Nem um pouco?

-... Você ficou com medo... – o ômega estava processando a informação. Então... Não foi rejeitado? O alpha ficara com medo do vínculo e por isso se fechara? Não era porque ele não o queria...?

Sangwoo suspirou irritado: - Qual o problema...? Não é todo mundo que aceita numa boa algo tão... – o rapaz parecia procurar a palavra certa: -... Intenso. – disse por fim. Ficando calado.

Bum sorriu. Medo... Lembrava que fora uma das últimas sensações que sentira de Sangwoo aquele dia... Então era isso... Confundira tudo... “Medo se perde, não?”... Seu sorriso aumentou: - Casa. – disse por fim.

- Quê? – o alpha parecia não tê-lo ouvido.

- Eu disse que quero ir para nossa casa. – o ômega sorriu para o rapaz.

Sangwoo desviou o olhar, parecia ter ficado sem graça. Voltou a dirigir, indo para casa.


Notas Finais


Por favor, por faaavooor leiam pelo menos a 2ª observação... Please...

1ª A moça que gentilmente quis ser minha beta... ME DESCULPE T_T. Ocorreu um problema aqui (envolvendo mil janelas abertas e meu gato) e ao invés de deletar a postagem que eu queria, deletei a que você se apresentou gentilmente. Eu ia refazer a postagem, mas não tive coragem... Então, se algum dia ver isso... Eu sinto muito. De verdade T__T.

2ª – Isso foi escrito a alguns dias atrás para ser postado hoje –

Hoje uma amiga chegou a mim e disse "Você notou que é a fanfic mais popular de KS no Spirit?"

E eu fiquei "Quê??? Impossível."

E fui conferir...

E lá estava a minha fic em primeiro.

Não sei se vocês sabem, mas isso acontece devido ao número de favoritos.

Ou seja, a vocês, que gostaram tanto dela a ponto de colocá-la nos seus favoritos.

E isso me emocionou... Muito.

No momento que estou escrevendo há 141 pessoas que gostaram tanto da minha história, que a colocou nos favoritos...

Caramba!!!

Claro, esse número pode diminuir ou aumentar...

Mas... CARAMBA!!!

Eu fiquei muito, muito, muito feliz e esse é um agradecimento a vocês, meus leitores.

Lembro-me que, originalmente, eu a estava escrevendo apenas para mim.

Depois de terminar o primeiro cap, eu decidi ir a um grupo do facebook e perguntar "Será que alguém vai gostar disso? Será que devo postar?"

E o pessoal "Posta! Posta!"

E eu pensava "Mas essa história é para um nicho, dentro de nicho, dentro de outro nicho..."

Como assim?

Pensem...

É uma história baseada nos personagens de uma comic (Killing Stalking) que nem todo mundo aprecia (devido à violência e outros).

Ela se passa em um universo alternativo (ou seja, nem todos os fãs de KS iriam gostar).

E dentro dos universos alternativos existentes, decidi pô-la no omegaverse (leio pessoas que passam longe de omegaverse devido ao mpreg) e eu ainda criei meu próprio 'omegaverse' o que poderia confundir ou decepcionar esses leitores.

Então...

Eu pensei que teriam, no máximo, cinco ou seis leitores que realmente apreciassem o que estava sendo escrito a ponto de se dar ao trabalho de pôr nos favoritos.

Mas não! Eu, literalmente, tenho uma centena de favoritos \o\ *chocada*

O nicho, do nicho, do nicho (kkkk) Aqueles que já gostavam de KS e omegaverse e se sentiram felizes por eu ter juntado os dois \o/ (Yeah! Que bom que gostaram \o/).

Pessoas que vieram pela comic, que não conheciam o omegaverse e eu apresentei (obrigada por me dar uma chance \o).

Pessoas que vieram pelo omegaverse e não conheciam a comic (obrigada tbm \o/).

Pessoas que encontraram a história por acaso, não conheciam nada (nem omegaverse, nem KS) e decidiram continuar lendo \o\ (muito obrigada!).

E todos são leitores incríveis ainda por cima! ~\o/~

Claro, sou muito grata a absolutamente todos que leem. Isso inclui meus fantasminhas (alguns tem se revelado \o/) ou os que sumiram T__T (~Liilyh-Chan, minha primeira favorita, sinto sua falta \o, espero que um dia volte ou se está ainda lendo, mas por algum motivo, já não mais comenta, dê um oi \o\, para eu saber que ainda está viva kkkk).

E é por esse motivo que sempre escrevo "Obrigada por ler", no final de cada cap. É para esses leitores que não tem tempo, ou paciência, ou não são inscritos no spirit, ou são tímidos, ou não tem coragem de escrever um comentário.

Estou feliz por vocês me lerem!

Mas ao mesmo tempo, eu notei que recebo uma média de 10 comentários por cap (ahhhh *surtando*) e são sempre muito carinhosos!

Obrigada a todos que param um pouco suas rotinas e deixam um comentário \o

Aos que me acompanham desde o início (oi ~Elly-Chan8527, ~Laura_Elizabete, ~Nataori, ~Sladkiy - Mi \o/, ~natali-gii e provavelmente esqueci alguém T_T")

Aos que chegaram no meio e continuam lendo \o\ (oiiii galera \o/ Eu ia citar, mas daí fiquei com medo de esquecer alguém e magoar essa pessoa, mas... Eu amo vc's <3 )

Aos que chegaram agora \o/ (bem vindos \o\)

Desde só o coraçãozinho representando seu amor, o "Continue!" de incentivo, as correções que me ajudam a crescer, aos surtos emocionantes que me emocionam junto e aos textões que eu amo ler (\o/)

Vocês são incríveis...

Desculpem por sempre pôr um "Obrigada por ler e comentar ^___^!", é pq REALMENTE estou grata por seu comentário...

Desculpem por dar risadas demais (sei que posso ser irritante x.x) ou por falar demais (às vezes me empolgo, foi mal x.x), ou às vezes soar como se não aceito suas criticas ou sugestões (é o contrário!!! Eu juro!!! Eu leio toda critica e sugestão com muito carinho).

Obrigada a todos que se tornaram mais do que meus leitores, e sim meus amigos ^___^b

Não esperava chegar nem perto dessa marca, ainda estou chocada/emocionada...

Sinto-me feliz e isso é graças a vocês ^_______ ^b

Não tem ‘obrigadas’ o suficiente para esse momento, só espero que continuem gostando e acompanhando a história, que atualmente, já não escrevo apenas para mim, mas para vocês também ^-^ (apesar de já possuir um final planejado). Sei que ela contem clichês e dramas intermináveis, mas eu realmente amo isso <3

Então, a todos, muitíssimo obrigada do fundo da minha alma ^____^v

Bjus ^-^ (para os tímidos abraços e os muito tímidos, apertos de mão kkkkkk)

--- Quando fui postar, hoje, já estava com 149... Então, não tenho palavras, apenas... Obrigada.---

3º O que acharam desse cap??? Gostaram, odiaram, querem me matar?

Creio que esse cap vai ser aquele que ou amam, ou odeiam kkkkkkkkkk

Em relação ao BTS, é a continuação da homenagem as minhas amigas que gostam deles kkkkk Creio que citei todos, então devo parar por aqui \o\

E simmmm eu amo dramas... Desculpe x.x!!!

Obrigada por lerem ^__________ ^!!!!!

P.S.: Sim, eu mudei um pouco a formatação que uso para o texto... Melhorou a leitura?
Modifiquei para ajudar (diminuindo o tamanho dos parágrafos e dando mais destaque as falas).
Espero ter ajudado. Se piorou, avisem.


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