Bum observava Sangwoo dormindo, havia acordado antes do despertador tocar e aproveitava aqueles poucos minutos para apenas vê-lo. Provavelmente o dia seria corrido...
“Ele é tão bonito...” – pensou o moreno, vendo um sorriso surgir nos lábios do loiro.
- Até quando vai ficar me encarando? – ele abriu apenas um dos olhos, fitando o rapaz.
O ômega corou violentamente, ele havia percebido o que fazia?
- Hã... Eu... – estava sem graça.
- Está tudo bem. – o alpha passou rapidamente a mão nos cabelos negros do rapaz enquanto bocejava e o alarme começava a tocar: - Melhor a gente ir.
Levantaram. Ao mesmo tempo em que Bum preparava o café, Sangwoo tomava banho e se vestia, e quando Bum foi tomar banho e se vestir, Sangwoo arrumou a mesa e deixou ambas as mochilas no sofá, para quando saíssem.
Começaram a comer o café juntos.
- Hoje são os resultados dos exames... Se algum professor liberar mais cedo, me avisa? – perguntou o alpha.
- Hm. – concordou com a cabeça o ômega.
Terminaram a refeição, escovaram os dentes, Bum guardou a louça à medida que Sangwoo a lavou e saíram. Despediram-se com um beijo na universidade.
Para a surpresa de Bum, o professor decidiu dar uma aula com dicas finais para os formandos. Não achou exatamente ruim – como Myung-Hee que fazia a maior cara de ‘Não acredito nisso... ’ para o ômega, mas, também não considerara a ideia genial. Recebeu suas notas finais e ficou contente. Passara com louvor.
“Pelo menos, nessa matéria...” – refletiu.
Sangwoo foi nervoso para a sala. Tinha a mesma matéria de sexta e já saberia o resultado daquela apresentação desastrosa. Sem nem pestanejar, assim que entrou, o professor começou a chamar os grupos. Ao chegar à vez deles, o alpha já suava frio – não era o único, Seung também estava assim (ambos estudavam com bolsa e uma nota baixa significava perda do auxílio).
Os cinco, Sangwoo, Seung, Jae-Hwa, Eunji e Nayeon, ficaram diante do professor.
- Devo começar dizendo que a apresentação de vocês me decepcionou. – falou sério o educador.
Os alunos permaneceram calados, mas Sangwoo percebeu que os olhos de Lee Nayeon marejaram. A garota dera o máximo de si, assim como ele e Seung, mas era complicado três fazerem o trabalho de cinco e ainda terem o computador queimado.
- Contudo...
Chamas de esperança entraram no coração dos jovens alunos. Toda a vez que algo ruim era interrompido por um “mas, contudo, entretanto, todavia”, ainda havia possibilidade de não ser o fim do mundo...
- Eu percebi que houve uma discrepância muito grande dentro do grupo. Enquanto alguns sabiam o que falam, outros pareciam totalmente perdidos. Eu falo de vocês Kae Jae-Hwa e Pae Eunji. Vocês ao menos tentaram? E não me venham com o papo de que “eles são alphas” porque a Lee Nayeon é uma beta e acompanhou muito bem os dois alphas. Sei que disse que ia avaliar o conjunto, mas, decidi não fazer isso com vocês. Aqui estão as notas individuais. – ele entregou uma folha de papel para cada um: - Oh Sangwoo, Jung Seung e Lee Nayeon, por mim, vocês já podem ir para os internatos.
Sangwoo abriu levemente a boca e então sorriu. Olhou o papel entregue e sentiu o alívio misturado com a alegria, sua nota era alta. Realmente seguiria em frente, no caso, indo para o internato, que nada mais era que os dois últimos anos do curso passados obrigatoriamente no Hospital Central da universidade sob a supervisão de médicos formados, se terminasse aquele período, poderia então se formar como clínico geral.
Depois disso, já tinha uma residência planejada no hospital da família de Young, onde faria sua especialização. Seus planos não foram por água a baixo. Estava muito feliz.
Olhou para Seung que demonstrava o mesmo alívio. Graças a Sangwoo o moreno também tinha uma residência planejada depois de formado, contudo, nenhum dos dois podia reprovar em absolutamente nada.
A garota beta – Lee Nayeon - começou a chorar. Os dois alphas ficaram sem reação encarando-a.
- Obrigada. – disse ela aos soluços para o professor.
Sangwoo e Seung saíram da sala em seguida - discretamente, deixando a garota que chorava e os outros dois que reclamavam da nota, sozinhos com o professor. O loiro pegou o celular percebendo que não havia mensagens de Bum.
“Pelo visto, ele não foi liberado mais cedo...”.
- Pensando no namorado? – perguntou Seung.
Sangwoo fez um estalo com a língua, como se o outro tivesse dito uma bobagem, mas logo falou: - É.
Seung riu: - Você é muito confuso.
O loiro fitou o rapaz de óculos, percebendo algo diferente: - Você sempre teve essas mechas brancas no cabelo? – ele apontou para a descoberta.
- Hã? Isso? – ele pegou o cabelo: - Não... Foi minha namorada que fez. Por alguma razão estranha, ela achou que eu ia ficar mais “estiloso” assim.
Sangwoo tossiu: - Quê? Desde quando você tem namorada? – disse chocado.
Seung deu de ombros: - Tenho que ir. – se separou do líder: - Até o almoço.
O alpha permaneceu chocado.
“Caramba...” – refletiu.
Bom, a novidade era boa para Seung. O rapaz sempre fora fechado, talvez uma namorada o ajudasse...
Olhou novamente o celular, percebendo que Taehyun e Yura conversavam no chat. Decidiu perguntar para eles onde ficava o prédio de Bum e ir até lá...
“Afinal, percebi só agora, pra minha alegria e satisfação – pensou ironicamente - que não faço a porra da mínima ideia de em qual prédio ele estuda, sei que é nas humanas, mas... Que droga, por que sempre sou o último a saber?”.
Ei, alguém sabe qual prédio o Bum estuda na Segunda?
Yura
O mascote? Ele sempre estuda na área das humanas.
Que eu saiba, o curso dele se passa no prédio 2.
Taehyun
Quando segui ele, em uma segunda, ele foi pra sala 302 O.o
Yura
Queria ter sua memória fotográfica.
Taehyun
Pelo menos pra isso ela serve kkkkkkkk
Normalmente, só me é motivo de dor de cabeça.
Yura
Ué, por quê?
Taehyun
Porque existem coisas que eu queria esquecer e não consigo \o\
Yura
Achei que você gostava de todas as suas lembranças...
Taehyun
Eu gosto – não de todas, mas, até algumas lembranças que gosto, gostaria de esquecer.
Yura
Por que você iria querer esquecer algo que gosta? Não faz sentido.
Taehyun
Por que dói lembrar.
Sangwoo leu a conversa com a sobrancelha erguida.
Esse é um daqueles papos que não vou entender nada, certo?
Yangmi
Boie comigo Sang \o\
Chung Ho
Do que diabos eles tão falando?
Jihoon
Comecei a boiar na parte do “querer esquecer o que gosto de lembrar” ._.
Jieun
Alguma conversa deles faz sentido?
Young
Não. Não sei por que me dou o trabalho de ler...
Taehyun
Se estava todo mundo ae, por que ninguém escreveu nada ¬¬?
Seung
Não achei que era necessário dizer algo...
Dongyu
Esse lance de querer esquecer algo que gosta de lembrar o.o, você e a Yura terminaram?
Sangwoo olhou a pergunta de Dongyu e riu.
Taehyun
Desde quando eu e a Yura estamos namorando O___O?
Dongyu
Não tão? O.o’ Mas parecem...
Taehyun
Perae, me deixa ver.
Yura, a gente tá namorando?
Yura
Não.
Taehyun
Nops. Não estamos namorando u.u’
Yangmi
Só porque você não pediu...
Jihoon
Uaaaa, sério? Pede ela em namoro Taehyun ^-^ *fazendo torcida*
Taehyun
Calmae, vocês acham que depende de mim?
Olhem só...
Yura, quer namorar comigo?
Yura
Não.
Yangmi
Também, né!
Isso lá é forma de pedir alguém em namoro?
Taehyun
Perae, eu levei o fora e eu sou o culpado?
Jieun
Sem dúvidas, você é o culpado.
Young
Por que alguém culparia a Yura?
Dongyu
Você deve ter algum problema...
Chung Ho
¬¬’’’ Cara... Só... Cara ¬¬’’’
Você é um idiota ¬¬’’’
E SOU EU, falando isso ¬¬’
Seung
... Sem comentários.
Sangwoo sacudia a cabeça enquanto lia as mensagens, caminhava rumo à parte das humanas, digitando.
Você não deveria pedir alguém em namoro em um chat, se quer ser levado a sério.
Taehyun
-__-‘ então vocês acham que ela não me levou a sério?
Yura, você me levou a sério?
Yura
Claro que não, você nunca fala sério o.o.
Taehyun
Quê?
Yangmi
Eu disse.
Chung Ho
¬¬’ Você é muito burro cara...
Dongyu
Estou sem palavras.
Young
HAUAhUAHUAHAUHAUAHUAHUAHAUAH
Jieun
u.u’
Seung
...
Taehyun
Yura, 100% sério. Quer namorar comigo?
Yura
Você nunca tá 100% sério.
Taehyun
Não acredita em mim agora? O_o’
Yura
Não.
Taehyun
Perae, não o quê? Não quer namorar ou não acredita em mim?
Yangmi
Taehyun, desiste u.u’
Dongyu
Acho que isso se chama “Não ter mais credibilidade na área” o.o”.
Chung Ho
Em resumo, se fodeu XD
Sangwoo chegou até o prédio dois de humanas, indicado por Yura como o que era utilizado pelo curso de Bum e percebeu, pela primeira vez, sua exata localização.
“Não é possível...” – refletiu, olhando para o pátio que ficava logo em frente ao prédio.
Fora ali que brigara com Park Junseo, líder de outra manada, no dia que Bum entrou no cio.
“Tive de usar meu tom de comando e meus feromônios aquele dia... Será que eu...”. – a ficha de Sangwoo finalmente caiu e ele ficou, estranhamente, sem graça.
Ele fizera Bum perder o controle aquele dia? Não que isso realmente importasse agora...
“Quer dizer, se eu não tivesse brigado, nada disso teria acontecido...”.
Sorriu. Entrou no chat de Bum e deixou uma mensagem.
Estou na frente do prédio dois, sentado no banco próximo à sala 302...
Como não tinha nada para fazer, colocou os fones com sua playlist de jazz, começando com Feeling Good da Nina Simone, acendeu um cigarro e ficou lendo as bobagens que sua manada escrevia. Tinham deixado o quase, quem sabe, envolvimento romântico de Taehyun e Yura de lado, e focavam no misterioso crush de Jihoon. Para pôr fogo na discussão, e já que todos falavam de relacionamentos, Sangwoo digitou rapidamente.
Seung está namorando.
Nunca viu tantas mensagens simultâneas depois de uma revelação.
Após algum tempo, sentiu o ombro cutucado, ao se virar, viu Bum o fitando curiosamente.
- O que está ouvindo? – perguntou o jovem.
Sangwoo tirou o fone do ouvindo, colocando-o na orelha do moreno.
Bum prestou atenção, sorriu: - What a wonderful world... – ele refletiu um pouco mais: - Louis Armstrong, não?
O alpha levantou e fitou profundamente os olhos do pequeno: - Killing me softly with his song, Roberta Flack ou The Fugees?
O ômega riu baixinho: - Roberta Flack, sem dúvida.
O alpha sorriu e encostou seus lábios nos do moreno, começando a movimentar lentamente a boca, pressionando-o um pouco para abri-la. Passou suas mãos na cintura do pequeno.
Pego de surpresa, Bum primeiro não soube bem como corresponder, mas logo abriu os lábios, permitindo que a língua ousada de Sangwoo penetrasse e começasse a lhe causar todas aquelas sensações que amava. Passou os braços ao redor do pescoço do maior, fazendo o fone cair e ficar pendurado no casaco do loiro, que não parecia ligar para o fato.
O beijo se aprofundou um pouco, os corpos se aproximaram antes de ambos decidirem parar por alguns instantes. Fitaram-se nos olhos.
- Por que tenho a mesma favorita que você? – perguntou corado o ômega.
- Não. – sussurrou o alpha: - Por que senti falta do seu beijo...
O loiro manteve o olhar, começando a descer lentamente a mão da cintura do ômega, o que fez o coração de Bum acelerar.
- Ter a mesma favorita é um extra. – o sorriso de Sangwoo ficou mais travesso e ele já ia se aproximar novamente, quando ambos tiveram a atenção chamada.
- Kaham. – ouviram uma voz ao lado: - Desculpe interromper os pombinhos, vocês sabem que por mim poderiam continuar aqui mesmo, eu só ia querer as fotos, mas a gente quer almoçar e o Bum combinou que ia com a Myung-Hee. – Yangmi falava com um sorriso gigante.
A garota de cabelos com pontas azuis usava tênis, calça jeans e um casaco, Bum achou que não veria nenhuma estampa diferenciada, que evidenciava o gosto da garota, até perceber que ela carregava na mão um caderno que tinha como capa um rapaz que passava um morango para a boca de outro rapaz, que era abraçado por um terceiro, Choco Strawberry Vanilla, era o nome escrito. Já Myung-Hee vestia uma calça social, um sapato fechado e um casaco longo. O ômega não deixou de notar que as duas usavam os mesmos brincos – em cores diferentes, e tinham pintado as unhas – da mesma cor.
-... – Sangwoo bufou de leve, soltando Bum e esticando a mão para Yangmi: - Pode passando o celular.
- Mas nem pensar! – disse a alpha: - Não se cuidou, dançou. Já estão na minha galeria.
- Do que eles estão falando? – perguntou Bum se aproximando de Myung-Hee.
- Ela começou a fotografar no momento que ele colocou o fone no seu ouvido... – a baixinha respondeu com simplicidade.
- O quê? – Bum enrubesceu: - Por que vocês não interromperam antes?
- Hã... Bom... – Myung-Hee corou levemente: - É bonito ver vocês dois... Sabe... – ela desviou o olhar: - Mas, quando ele começou a descer a mão, eu falei pra ela...
O ômega realmente estava muito sem graça quando ouviu seu celular tocar, olhou o número e piscou várias vezes antes de atender.
- Vô? – disse ao celular: - Aconteceu alguma coisa? – questionou preocupado.
- Oh, sim. – respondeu uma voz grave, baixa: - Sua avó... – começou emocionado o senhor, fazendo o coração de Bum quase parar: - Os exames vieram limpos.
O rapaz respirou fundo, quase infartou pela forma que seu avô contou a novidade, mas se alegrou profundamente ao sabê-la: - Sério?
- Sim. – respondeu a voz animada do outro lado.
O ômega sorriu radiante. Sua avó já passara por um tratamento de quimioterapia, depois radioquimioterapia, então uma microcirurgia e mais quimioterapia. Lembrava o quanto fora complicada aquela fase. Contudo, tudo pareceu compensar quando disseram que ela estava curada – há seis meses.
Ela ainda tinha de fazer exames periódicos, e como era teimosa, nunca lhe ligava para informar como estava – tarefa que ela considerava desnecessária porque “estava ótima”. Mas seu avô, muito mais compreensivo em relação a sua preocupação, sempre lhe telefonava informando.
Bum ainda pagava as dívidas do tratamento médico de sua avó. Ela tivera um câncer raro localizado na glândula feromonal – responsável pela produção de feromônios. O medicamento para a quimioterapia era custoso, contudo, a única chance de cura. Depois de muita negociação, conseguira que o banco desse um empréstimo para pagar o hospital – seu avô teve de dar a casa como garantia.
“Mas nunca atrasei um pagamento e eles não correm o risco de perdê-la.” – pensou com certo orgulho o moreno.
Não se arrependia de ter pegado o empréstimo, mesmo que tivesse de trabalhar – praticamente – apenas para pagá-lo.
“Melhor ter dívidas e ela estar bem...” – refletiu o ômega.
Aquela fora a única forma dela ter uma chance. Mesmo que ela não tivesse sobrevivido, ainda assim, não se arrependeria. Ela teria tido uma chance. Nunca conseguiria viver plenamente se não tivesse feito algo para ajudá-la, afinal, seus avós maternos eram os únicos parentes, além de sua mãe, que algum dia se preocuparam verdadeiramente com ele.
“Se bem que agora o empréstimo está no final...” – ponderou.
- Obrigado por ligar vô. – disse o pequeno.
- Você pediu para mantê-lo atualizado... Mas, hm, Bum, quando você virá nos ver? A velha não fala, mas está com saudade de você... – deu para ouvir ao fundo a voz de sua avó gritando “Quem você tá chamando de velha, seu velho?”: - Você amor. – o idoso respondeu a esposa, um pouco afastado do telefone.
Bum soltou um risinho, esses momentos lhe lembravam como era morar com eles...
- Vou fazer o possível para visitá-los.
- Hoje? – disse prontamente o senhor.
- Hm... – o moreno raciocinou um pouco, poderia falar com Sangwoo e pedir para ele largá-lo lá após o trabalho: - Claro... Depois do meu serviço, pode ser?
- Com certeza. Até mais tarde.
- Até. – Bum conseguiu ouvir o avô gritando “O convenci amor...”.
“Como se eu nunca fosse lá...”. – riu sozinho o pequeno, desligando o celular.
Quando olhou para frente, o ômega deparou-se com Sangwoo, Yangmi e Myung-Hee encarando-o.
- Eram os teus avós, né? – perguntou Myung-Hee.
- Sim... – respondeu confuso o moreno.
- Eu disse... O Bum só fica desse jeitinho quando são os avós. – a baixinha disse seriamente, colocando uma das mãos na cintura.
- Você não vai ficar com ciúmes dos avós, né, Sang? – Yangmi fitou o amigo, com aquele riso preso, como se o esforço para se manter séria fosse grande.
- Claro que não. – respondeu seriamente o loiro, pegando a mão de Bum: - Vamos logo almoçar.
- Uhhhh, alguém mudou de assunto... – riu Yangmi enquanto caminhava abraçada em Myung-Hee.
No caminho encontraram Taehyun, Yura, Jihoon, Dongyu, Seung e Chung Ho.
- A manada reunida! – disse impressionada Yangmi.
- Jieun e Young não estão... – respondeu calmamente Dongyu.
- A parte importante da manada reunida! – provocou Yangmi.
- Às vezes, você é má Yangmi... Elas nem estão aqui para se defender... – disse Jihoon após cumprimentar Myung-Hee, Bum e Sangwoo.
Sangwoo mirou sua manada, superficialmente parecia tudo bem, mas, Chung Ho estava ao lado de Yura, se mantendo distante de Myung-Hee e Yangmi – apesar de tê-las cumprimentado normalmente e Taehyun estava ao lado de Jihoon, longe de Yura.
Já esperava por isso, no caso de Chung Ho. Por mais que o garoto tivesse desistido da baixinha, não significava que ele a havia superado. Agora, o mais estranho, era Taehyun. Por que o ruivo estava longe?
Caminharam juntos até o restaurante, parando na entrada do local.
- Os dois brigaram? – perguntou em um sussurro Bum apontando discretamente a cabeça para Yura e Taehyun.
Sangwoo, cada dia mais, se impressionava com a perspicaz do garoto. “Tirando a mim, ele parece notar tudo muito rápido...”.
- Não sei... – respondeu com sinceridade. Aquela conversa no chat poderia ser considerada uma briga? Não tinha certeza.
- Vocês sabem que não vou ficar. – anunciou prontamente Jihoon: - Me recuso a comer neste lugar e todos vocês sabem disso... – disse com simplicidade: - Taehyun, tem certeza que vem comigo? – o baixinho olhou o ruivo.
- Tenho sim. – respondeu com um sorriso o rapaz: - Até mais galera. – disse ao sair com Jihoon.
Todos que ficaram olharam direto para Yura, menos Seung, este permanecia digitando alguma coisa no celular.
- O quê? – respondeu a loira sem entender.
- Hm. Deixa pra lá. – disse Yangmi dando de ombros.
- Não é melhor você ir atrás dele? Talvez ele esteja magoado com aquela conversa de antes... - respondeu Dongyu, preocupado com os amigos.
- Magoado? Mas ele que fez a piada... – Yura cruzou os braços.
- E se não foi piada? – Chung Ho a fitou com as mãos na nuca: - Ele podia tá realmente falando sério.
-... - Yura pareceu refletir por alguns instantes: - Não. – deu de ombros.
Sangwoo suspirou: - Melhor irmos logo. – disse passando por todos e levando Bum para dentro. Estava frio, merda, por que eles estavam parados como estátuas na frente do local ao invés de entrar? Não ia perder mais tempo ali fora...
Almoçavam tranquilamente, a manada falando sem parar, como sempre, quando, de repente, Taehyun surgiu, sentando ao lado de Yura.
- Você ganhou. – ele entregou dinheiro à garota: - É um professor o crush. Mas não descobri o nome.
- Sabia. – disse com confiança a loira, colocando o dinheiro no bolso.
- Quê? – Dongyu olhou os dois chocados.
Sangwoo sacudiu a cabeça negativamente: - Sério? Vocês estavam afastados, só por isso?
Bum fitou o alpha sem entender e o mesmo suspirou, falando baixo para o ômega.
- Jihoon costuma falar muito de si, quando tá consolando alguém... Esses dois devem ter apostado sobre o crush misterioso dele, que a Young mencionou em um chat, fingiram se afastar para o Taehyun ser “consolado” e descobrir...
“Não acredito nisso...” – pensou o ômega enquanto mastigava a comida.
- Isso foi cruel com o Jihoon! – disse indignada Yangmi.
- Tenho medo de vocês... – Chung Ho falou fitando os dois e terminando seu prato.
- Ei! Eu nunca disse que tinha brigado com ela. – respondeu o ruivo abraçando à loira que já terminara sua refeição: - Concluíram sozinhos.
Yura e Taehyun se fitaram por instantes e então riram.
Bum olhou os dois e chegou à mesma conclusão que Yangmi já lhe falara uma vez.
“Acho que nunca vou entender o relacionamento deles...”.
Terminaram o almoço e se despediram. Bum foi com Sangwoo para o estacionamento.
- Hm, Sangwoo... – murmurou o moreno ao entrar no carro.
- Fala. – respondeu o rapaz já ligando o automóvel e começando a dirigir.
- Depois do meu serviço hoje, você poderia me levar na casa dos meus avós...? – disse meio sem graça. Não gostava de dar trabalho.
- Claro. – o loiro falou rapidamente. Refletindo em seguida: - Eles... Sabem de mim? – disse hesitante.
-... Não... – confessou o pequeno.
Um momento de silêncio um tanto constrangedor pairou no ar.
- Espera, eu te mordi há quase um mês, e eles não sabem de mim? – perguntou um pouco mais sério Sangwoo.
- Não é como se eu não quisesse contar, só não tive oportunidade... – respondeu baixo o moreno enquanto fitava os dedos das mãos.
Houve mais um momento de silêncio.
Sangwoo não entendia porque Bum não havia contado, se os avós eram importantes, por que não contar? A não ser que ele não contara exatamente porque os avós eram importantes...
Bum olhava fixamente os dedos, não estava mentindo, não teve oportunidade... Quer dizer... – seu olhar desviou para a janela – também não contara porque até pouco tempo, não sabia o tipo de relacionamento que eles tinham e não queria decepcionar seus avós.
O silêncio se alongava e o ômega percebeu que já estavam quase na creche. Olhou para o alpha, notando que o mesmo não tirava os olhos da estrada. O vínculo também não ajudava, Sangwoo parecia estar plenamente fechado no momento.
- Desculpe. – murmurou Bum.
O loiro saiu do transe, fitando de canto o moreno. Ficou em silêncio por mais alguns segundos antes de suspirar: - Ok. – disse estacionando o carro: - Chegamos. – se virou para o menor: - Eu te levo depois do serviço, sem problemas.
- Nós podemos contar juntos... – disse um pouco sem graça o ômega.
- Não vou te pressionar, você deve contar quando achar melhor.
Bum ficou em silêncio. “Ele está chateado...?” – pensou, não esperava por isso... Corou um pouco antes de falar.
- Não estou me sentindo pressionado e... – corou mais: - Não pretendo cobrir a mordida, então, eles saberão hoje de qualquer forma...
Sangwoo o fitou surpreso e desviou o olhar, Bum não tinha certeza, mas podia jurar que o loiro ficara sem graça.
- Certo. Vamos juntos... – o alpha voltou a encarar o moreno: - Nos vemos mais tarde. – se aproximou dando apenas um selinho: - Já tem plateia, e acho que você não quer passar a impressão errada de novo. – disse dando um sorriso malicioso.
Bum olhou pela janela, vendo diversas monitoras que observavam o carro, curiosas, e ficou pálido, não passaria por aquilo novamente: - Melhor eu ir! – disse saindo depressa.
- Tchau. – respondeu o loiro, se despedindo com um sorriso.
Sangwoo dirigiu para o ambulatório do hospital central da universidade. Agora que não tinha mais provas, faria o que fez na maior parte daquele semestre. Pelo menos, até o final daquela semana – pois depois viriam as férias. Durante as tardes, observaria o atendimento e, se tivesse permissão, daria alguns diagnósticos supervisionados. Na verdade, o loiro já estava bem cansado daquilo, queria poder fazer algo mais interessante, contudo, cirurgias e atos mais complexos, somente durante o internato. Suspirou.
Passou a tarde pensando sobre os avós de Bum. Primeiro, ficara um pouco chateado pelo moreno não ter contado, mas, esse sentimento logo foi superado e esquecido devido ao fato de que “contariam juntos”. E isso o deixava estranho. Não era algo exatamente ruim, mas, também não era bom. Nunca teve de se apresentar para parentes das pessoas que dormia – apenas os membros da manada, mas, os pais da maioria nem sabiam que tinham transado.
Sentia-se ansioso, e não estava acostumado a lidar com essa situação. Respirou fundo, tentando superar tudo e se pôr em ordem até o horário que teria de buscar Bum. Odiava isso... Por que decidira entrar em um relacionamento mesmo? Ah sim, gostava dele.
“Merda.” – pensou enquanto passava seu diagnóstico ao médico responsável pela prescrição final da receita de uma garota que reclamava de dores no quadril.
“Queria controlar isso...” – mas já fazia um tempo que desistira de tentar.
Não conseguia negar, era feliz ao lado do rapaz. Gostava da companhia dele, do cheiro dele, do jeito dele, do sorriso e choro dele, enfim... Mas, detestava essas situações que o deixavam sem saber direito como agir, ou de alguma forma inseguro.
“Odeio parecer um adolescente se questionando se as coisas darão ou não certo.” – olhou para o teto branco do ambulatório.
- Cansativo... – murmurou para si.
Quando seu expediente acabou, Sangwoo passou em uma floricultura, onde comprou flores para a avó e em um mercado, onde comprou uma garrafa de bom Soju para o avô de Bum. Depois, dirigiu para busca-lo na creche. Ainda se questionava se realmente deveria ir.
Bum teve um dia tranquilo, para sua sorte e alegria, a supervisora ficara o tempo todo na creche, o que evitou mais abusos por parte das outras monitoras, já as crianças, foram travessas como sempre, algo que era acostumado a lidar. Ao terminar seu turno, tirou o avental de maçãzinhas e olhou o celular.
No início daquela tarde enviara uma mensagem à avó, avisando sobre a ida de Sangwoo e se estava tudo bem levá-lo, leria a resposta agora.
Vovó
Claro, pode trazê-lo. Você disse se tratar de seu namorado, ele seria um alpha?
Ficou algum tempo mirando a mensagem, respirou fundo e respondeu.
Sim, ele é um alpha...
Após poucos minutos agoniantes, veio à resposta.
Vovó
Bom, estou ansiosa para conhecê-lo.
Bum gelou um pouco, mas refletiu que poderia ser pior. Tudo agora dependia da impressão que passariam para eles. Saiu da creche, se despedindo de todos calmamente, e foi direto para o carro do alpha que já lhe aguardava.
Entrou no carro com um sorriso tímido, que logo foi correspondido pelo loiro, apesar de ambos estarem um tanto visivelmente nervosos. Passou o endereço dos avós, percebendo em seguida os presentes cuidadosamente postos no banco traseiro. Sentiu-se feliz, Sangwoo estava levando a sério o momento e isso era importante para ele.
O alpha dirigiu até a casa de estrutura simples – um andar, tamanho mediano, portão de ferro, pequeno jardim à frente - contudo, muito bonita, em que moravam os avós. Uma senhora de casaco cor-de-rosa e sorriso simpático os aguardava na entrada.
- Bem vindos. – disse ela, abraçando o neto e depois se virando para Sangwoo, aceitando o buquê de flores e cumprimentando-o cordialmente: - Entrem. – disse dando passagem.
Sangwoo e Bum tiraram os sapatos e entraram, sendo então recebidos pelo avô, que sorriu ao vê-los, abraçando fortemente o neto e depois analisando criticamente o alpha – contudo, seu humor na análise melhorou muito após receber a garrafa de Soju de presente.
O jantar foi tranquilo e Bum, definitivamente, ficou impressionado. Sangwoo podia ser extremamente amigável e simpático, tanto que em menos de uma hora de conversa – onde o rapaz contou que a mordida fora acidental, mas que ele assumira plena responsabilidade e decidira viver com o ômega, os avós dele já estavam, praticamente, apaixonados pelo loiro.
“... Ele está parecido, só que diferente ao mesmo tempo, o impressionante é que sei que ele não é assim, e da mesma forma, soa natural...” – pensava o moreno.
Já vira Sangwoo agir daquela forma diversas vezes enquanto estudavam juntos, normalmente, era a imagem exterior dele. Alguém simpático, sorridente, amigável e confiável o tempo todo. O tipo de pessoa que sabe falar o certo na hora certa. Somente depois de observá-lo por alguns semestres, notou nuances quando ele estava próximo à manada. Seus momentos sérios, calado e às vezes um pouco mal-humorado, mas admitia que só o conhecera, verdadeiramente, com o convívio diário.
“Daí descobri que ele é irônico, ciumento, nervoso e... – corou levemente – um pouco, hm... Sádico...? Afinal, ele parece realmente adorar me provocar naquelas horas...” – pensou consigo.
- Bebe mais um! – dizia empolgado o senhor idoso servindo mais uma dose de Soju para o loiro.
“Esse Soju, que estão bebendo agora, é o feito com base de batata doce... Sangwoo o odeia, mas o vô gosta...”.
- Se é o seu desejo. – respondia sorridente o rapaz, aceitando a bebida alegremente.
“Como ele consegue...?” – refletia o ômega, chegando à conclusão que o alpha era o melhor ator que conhecia.
Sangwoo e o senhor idoso já haviam bebido muito aquela noite, para se ter uma ideia, o loiro já fora duas vezes na loja de conveniência próxima comprar bebida. Não teria como ir uma terceira...
- Pelo visto, vocês irão dormir aqui... – disse a senhora ao lado do moreno.
- Hã? Não podemos, temos aula amanhã...
- Ora querido, você realmente acha que o seu namorado está em condições de dirigir? Não posso permitir que saiam com ele naquele estado. Vocês vão dormir mais cedo e, bem de manhãzinha, passam em casa para pegar o que precisarem.
Bum olhou para a avó e depois para Sangwoo, que já cantava em um karaokê improvisado com seu avô, e concordou. Talvez ela tivesse razão... Apesar de que... – observou melhor o alpha – tinha quase certeza que o loiro não estava tão mal quanto aparentava estar.
Pouco tempo depois, a senhora conseguiu convencer o marido a deixar Sangwoo ir dormir, e ambos, ele e Bum, foram para o antigo quarto do ômega. Assim que entraram e o moreno fechou a porta, o alpha desabou na cama, desabafando.
- Mas que porra, seu avô é alcoólatra por acaso? Porque, puta que pariu, nunca vi alguém beber tanto. – o alpha pôs um dedo entre as sobrancelhas, massageando a glabela e saindo de cima da cama quando o menor se aproximou com o lençol.
Bum riu baixinho, ali estava o seu Sangwoo.
- Não, ele não é... Só bebe assim quando tá animado... – o ômega explicava enquanto arrumava o lençol na cama.
Sangwoo o observou por alguns instantes e depois olhou ao redor. Era um quarto simples, sem nenhuma decoração extravagante ou posters típicos da adolescência. Na verdade, era um tanto mórbido...
Contudo, o alpha tinha certeza que os senhores não mudaram a decoração, pois, livros do ensino médio podiam ser vistos nas prateleiras, junto com diversos outros – em sua maioria romance, suspense e alguma coisa de ficção.
O alpha se aproximou de uma das prateleiras, tirando um anuário escolar. Começou a folhear as páginas e se deparou com a foto de um totalmente apático e nada sorridente Yoon Bum.
“Hm...”- por alguma razão, a imagem não o surpreendia em absolutamente nada. Fechou o álbum e olhou para o moreno que terminava de arrumar a cama.
- Vou colocar um colchonete pra mim. – disse com um sorriso o pequeno.
- O quê? Não vamos dormir juntos? – se aproximou o loiro.
- É que a cama é de solteiro... – murmurou o menor.
- Mas acho que nós dois cabemos nela. – o alpha abraçou o pequeno por trás: - Ou você está com medo que eu te ataque? – sussurrou com a voz levemente rouca e maliciosa no ouvido do moreno, sentindo-o estremecer em seus braços e vendo-o corar.
- Você não faria isso... – respondeu timidamente o ômega.
- Mesmo? – provocou.
-... – Bum já não tinha certeza de nada quando sentiu os lábios de Sangwoo em seu pescoço, a língua deslizando sobre a marca da mordida: - A gente não pode... – resistiu o pequeno, se afastando.
- Está bem. – concordou o alpha: - Mas, não precisamos de um colchonete, hm? – ele começou a tirar as roupas, colocando-as dobradas sobre a cômoda ao lado da cama, ficando apenas com a cueca e deitando – apesar da avó de Bum ter disponibilizado um pijama, o rapaz não o pôs: - Vem, vamos dormir.
Por alguma razão, o ômega sentia que era uma armadilha. Retirou a própria roupa, ia colocar a camisa do pijama de seu avô, que sua avó providenciara anteriormente, quando o alpha fez uma careta.
- Vai te incomodar? – murmurou o pequeno.
- Ele não é alpha, mas, ainda tem cheiro... – respondeu o rapaz: - Bom, faz o que achar melhor... – ele se aconchegou na cama.
Bum não pôs a roupa, deitando apenas de cueca. Sangwoo lhe deu um beijo suave sobre os lábios e o deixou se virar, abraçando-o por trás enquanto os cobria com o pesado edredom.
O ômega conseguiu manter os olhos fechados por uns três minutos.
“Impossível...” – pensou corando violentamente enquanto os abria.
Era a semana de seu cio, estava naturalmente propenso a notar qualquer movimento do alpha.
“Impossível dormir com ele encostado a mim desse jeito...”. – sentia seu coração disparar.
Bum sabia que, basicamente, era impossível entrar no cio com antecedência.
Uma das vantagens conhecida da mordida era resumir o cio de um ômega apenas ao natural. Ou seja, não importava o que acontecesse, teria apenas os cios naturais a partir do momento que fora marcado.
O máximo que podia acontecer, era uma variação do dia exato que entraria no cio nessa primeira vez – porque fora marcado em um cio não-natural, então, tinha uma noção de quando aconteceria, mas, não uma data certa.
“Pode ser quinta, sexta ou sábado...” – pensou o pequeno.
Mas, isso não impedia que seus instintos gritassem que deveria provocar seu alpha e garantir a permanência dele ao seu lado durante os dias que viriam.
“Até meus instintos são iludidos...” – refletiu vagamente o ômega, movendo-se devagar na cama, ao fazê-lo, sentiu a ereção de Sangwoo roçar sua bunda.
- Quê...? – murmurou.
- Fica complicado resistir com você cheirando assim... – sussurrou o alpha em seu ouvido.
O ômega respirou fundo, só então notando a quantidade de feromônios que produzira. Corou ainda mais – se era possível – não fora sua intenção.
- A gente não pode...
- Tarde demais. – murmurou o alpha beijando a nuca do moreno e o fazendo gemer baixinho: - Talvez seja melhor você morder o travesseiro. – o loiro passou os dedos pelo mamilo do pequeno ômega, que já estava rijo devido à excitação do momento, e o apertou, fazendo o menor gemer um pouco mais alto.
Bum deveria recusar, mas o toque de Sangwoo era tão bom... Mordeu o lábio inferior ao senti-lo descer a mão por sua barriga e então adentrar sua cueca, tocando a ereção já desperta. Suspirou de satisfação, mas então estranhou, em um movimento rápido o alpha lhe colocara uma camisinha.
- Você não quer sujar a cama, quer? Seria complicado explicar para sua avó depois... – disse didaticamente o loiro.
- Mas de onde você a tirou? – perguntou baixo e surpreso o ômega.
- Comprei. Na loja de conveniência. Deixei na minha roupa aqui do lado e peguei. – o alpha não parecia muito interessado no assunto, apenas continuou massageando a ereção de Bum com uma mão enquanto a outra descia a cueca do pequeno e penetrava um dedo em sua entrada já umidificada.
O ômega gemeu no travesseiro com os avanços do loiro.
- Você... Planejou... Isso...? – perguntou envergonhado. Não acreditava que o alpha fizera aquilo...
- Você libera feromônios toda a santa vez que fica nervoso. Como acha que estava o seu cheiro hoje? – ele esfregou o membro rijo na bunda volumosa de Bum, enquanto penetrava mais dois dedos e via o pequeno esconder o rosto no travesseiro: - Tem ideia do quanto eu tive de me controlar para não ter uma ereção na frente dos teus avós...?
- Mas... Quando... Eu disse que... – gemeu involuntariamente mais alto com um movimento que o alpha fizera com os dedos, corando e ficando com receio de ter sido ouvido, mas, ao mesmo tempo, excitado com a possibilidade, o que o fez ficar ainda mais sem graça. Era uma mistura de sentimentos, tentou apenas terminar a frase: - Que... Não era... Pra fazer... Você concordou... – ouviu a própria voz mais manhosa que o normal e quis se esconder, não era pra soar daquela forma.
- Bom, eu nunca forçaria você... – o loiro se inclinou um pouco sobre o menor, conseguindo ver seus olhos: - Se quiser, eu paro. – provocou maldosamente, só para contemplar o ômega se encolher.
- Você... – o pequeno sentiu o ar lhe faltar por alguns instantes. Ele o estava provocando... Como sempre, não? Quer dizer... Ele não conseguiria realmente parar...: - Conseguiria?
Sangwoo se surpreendeu com a pergunta. Esperava que o pequeno reagisse da forma que se acostumara a vê-lo reagir, ou seja, ficasse sem graça, mas foi insegurança que vira em seu olhar.
“Ele realmente pensa que eu conseguiria parar...?” – de alguma forma, aquilo o atingiu mais profundamente do que imaginava.
- Não. – respondeu com sinceridade, selando os lábios nos do moreno. Nesses momentos, ficava feliz de ser maior, pois mesmo assim, abraçando-o por trás, de lado, em uma cama pequena, conseguia tê-lo completamente em seus braços e beijá-lo.
“Eu nunca conseguiria parar.” – retirou os dedos, e meio desajeitadamente, conseguiu colocar uma camisinha em si, antes de iniciar a penetração.
Bum sentiu o membro rijo de Sangwoo entrar aos poucos, gemia, mas praticamente nenhum som era ouvido, pois cada um de seus sôfregos era silenciado pelos lábios e língua do loiro.
Sangwoo parou o movimento ao estar completamente dentro de Bum.
“Ainda é apertado...” – pensou o alpha, sentindo os músculos do menor se contrair devagar em um gesto lascivo e inebriante.
Afastaram os rostos por alguns instantes. Fitaram-se nos olhos por um breve momento. O alpha sorriu malicioso e o ômega correspondeu o sorriso timidamente, virando o rosto e mordendo o travesseiro.
- Você fica deliciosamente fofo mordendo isso... – sussurrou o alpha no ouvido do pequeno, fazendo-o corar.
Sangwoo iniciou lentamente, tirando o membro quase inteiro e o colocando devagar, chupava o pescoço do moreno para não gemer. Coordenadamente, movia a mão que massageava o membro do menor. Aos poucos aumentava o ritmo, sentindo o pequeno começar a rebolar devido à ansiedade. Adorava aquilo... Às vezes, demorava um pouco mais para penetrá-lo, só para senti-lo estremecer e suspirar.
“Até nessa situação, ele gosta de me provocar...” – pensou Bum. Sentia seu corpo inteiro trêmulo e excitado, mordia o travesseiro com tanta força que em alguns momentos achava que rasgaria a fronha. Era estranho como o medo de ser descoberto apenas parecia excitá-lo mais, mas, ao mesmo tempo, o excitamento não ser o suficiente para fazê-lo realmente arriscar ser descoberto e largar o travesseiro.
- Quer mais forte...? – provocou em um sussurro rouco o loiro: - O problema é o barulho da cama...
“O barulho da cama...” – pensou um pouco irônico o ômega. “Mentiroso...” – sabia que o alpha só fazia naquele ritmo para provocá-lo.
Sangwoo sentiu Bum arrepiar-se e então, em algo um tanto brusco, forçar a bunda contra seu membro. Sufocou o próprio gemido mordendo o pescoço do menor – sem machucá-lo.
“Droga...” – queria se manter equilibrado o suficiente para provocá-lo mais um pouco, mas era inviável. Aumentou o ritmo e a força das estocadas vendo seu pequeno pervertido deleitar-se em prazer com o rosto escondido firmemente no travesseiro.
“E eu tinha razão...” – pensou o alpha ouvindo o rangido mais alto da cama, não que realmente se preocupasse com isso no fim das contas.
No momento que tocou mais forte o principal ponto de prazer do ômega, viu-o contorcer-se e gozar em sua mão, mais alguns movimentos e fora sua vez. Nesse ponto, o alpha já se encontrava totalmente sem fôlego.
“Excitante... Mas complicado...” – pensou, refletindo sobre a dificuldade de se manter calado. Observou o moreno que também respirava em golfadas. Tirou a camisinha de ambos, subiu a cueca, levantou e colocou-as no lixo.
Ao virar-se novamente para a cama, viu Bum fitando-o corado.
- O que foi? – perguntou calmamente, voltando a deitar.
- E se meus avós ouviram...? – o pequeno parecia preocupado.
Sangwoo refletiu e então com um sorriso disse: - Acabaram de descobrir que o neto tem uma vida sexualmente ativa.
Bum soltou um singelo bufo, totalmente sem graça: - Isso não é engraçado.
- Olha, não adianta se preocupar com isso agora, hm? Já foi. – puxou o menor para seu peito: - Amanhã a gente descobre.
O ômega suspirou profundamente, se aconchegando no peito do alpha. Esperava, com todas as forças, que eles não os tivessem ouvido.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.