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História Destined (EM PAUSA) - Capítulo Dois


Escrita por: poetyeeun

Notas do Autor


Hallo!
Peço perdão pela demora. Mas, cá está mais um capítulo da Destined. No entanto, muito obrigada pelos favoritos e comentários. Vocês são demais!
Espero, de coração, que gostem. Boa leitura. MWAH!

● Capítulo sem revisão, perdoem-me se tiver erros.

Capítulo 3 - Capítulo Dois


Fanfic / Fanfiction Destined (EM PAUSA) - Capítulo Dois

[Decepção]: sentimento de tristeza, descontentamento ou frustração pela ocorrência de um fato inesperado.

Eu me sentia perdida.

Não era como se nós dois tivéssemos nos envolvido de alguma maneira para eu me sentir assim, mas eu nunca esqueci aquela noite. Eu nunca parei de pensar nele, mesmo sem saber o seu nome ou quem ele realmente era.

Agora eu sei. E não tenho certeza se desejar isso foi algo bom.

Nos olhamos por um longos minutos, o tempo parecia ter congelado. As pessoas pareciam ter desaparecido, mas eu sabia que elas ainda estavam presentes, e Chloe também, que logo fez questão de mostrar que estava mesmo ao lado de seu noivo, começando a apresentá-lo a cada uma das pessoas que o recepcionaram com sorrisos e cumprimentos. Quando chegou a minha vez, palavras não saiam da minha boca, minha garganta estava seca e meu estômago estava revirando.

— Shawn, essa é a minha querida irmã, Ravenna. - Chloe nos apresenta, sorridente. — Rave, este é o meu noivo, Shawn.

Ele umedece os lábios e estende a sua mão para mim.

— É bom conhecê-la, Ravenna. - algo em sua voz indicava ênfase em meu nome, como se ele saboreasse deixá-lo fluir por seus lábios.

Consigo arrancar forças, o suficiente para conseguir apertar a sua mão e lhe retribuir o cumprimento.

— É bom conhecê-lo também, Shawn.

Eu logo tratei de soltar a sua mão, pois uma sensação estranha de formigamento me incomodou. Minha mãe ajudou no momento e convidou todos para a sala de jantar, Chloe arrastou Shawn pela sua mão e seguiram na frente, ele olhou para trás, por cima do ombro e eu encarava apenas a minha mão que havia sido tocada pela dele. Sua pele era quente e seu cheiro era algo único, entre o amadeirado e o intenso, como se fosse somente seu.

— Olá, amor. Cheguei atrasado? - a voz de Seth ocupando a sala me faz voltar a pensar com clareza.

Ele estava vestido de forma casual, usando apenas uma camisa azul, uma calça jeans e sapatos fechados. Seu cabelo estava bem penteado como sempre, e o seu relógio de ouro reluzia em seu pulso esquerdo. Como em todos os momentos que nos encontrávamos, ele beijou rapidamente meus lábios e segurou a minha cintura, me puxando para mais perto dele.

— Não, todos acabaram de ir para a sala de jantar. - respondo-lhe e esfrego a minha testa. — Pensei que não fosse vir.

— Eu lhe disse que viria por mensagem. Saberia disso se parasse de me ignorar. - ele replica.

Eu reviro os olhos e empurro o seu peito, tentando ir para longe de todo o seu drama. O dia já estava sendo complicado e confuso de mais para mim.

— Por favor, Seth. Agora não. - balbucio e ele suspira, mas não faz a sua expressão de quando está prestes a perder o controle.

— Desculpe-me, linda. Eu sei que fui um completo idiota.

Eu penso em prolongar toda essa conversa, para assim não ter que participar do momento em família onde eu terei que, mais uma vez lidar com o meu novo cunhado. Mas não adianta fugir, eu viverei sobre o mesmo teto que ele. Talvez eu tenha mesmo que enfrentar tudo isso, e ver ele ao lado de Chloe, agindo como o seu noivo, faça-me vê-lo como quem ele será para mim.

— Vamos almoçar? Ao fim do dia eu preciso fazer outra viagem. - Seth diz e me toma pela mão, sem me consentimento, levando-me até a sala de jantar.

Eu não queria ir.

Ao chegarmos na porta, todos nos olham. Seth cumprimenta a todos, e dá um beijo carinhoso no topo da cabeça da minha mãe que o olha encantada, e depois para nossas mãos juntas. Eu abaixo a minha cabeça enquanto vejo o meu namorado cumprimentar a todos, inclusive Shawn que se levanta e aperta a sua mão e depois olha para mim. Eu consigo ver de canto de olho, sentindo-me ainda mais estranha por ter sua atenção voltada para mim.

— Sente-se aqui, Rave. - Chloe diz e aponta para a cadeira vaga ao seu lado.

— Eu...

— Deixe a minha sobrinha se sentar ao meu lado. - meu tio Kellan diz e eu o agradeço mentalmente por isso, pois ele estava do lado oposto da mesa.

Seth anda comigo até o lugar indicado e nos sentamos, juntos. Minha mãe e meu padrasto conversavam sobre algo que eu não prestava atenção, pois mantinha a minha cabeça baixa e fiquei alheia aos assuntos durante todo o almoço. Meu apetite havia desaparecido, eu mal toquei em minha comida e precisei fingir um sorriso a cada pergunta que era voltada para mim.

— Então, querida, conte-nos sobre o trabalho. Como está se saindo? - minha tia Annabelle pergunta.

— Está indo tudo bem. - digo e deixo a colher da sobremesa no canto do pequeno prato embaixo da minha pequena taça. — Na última semana fechamos um acordo com uma empresa do Brasil.

— Seu pai ficaria orgulhoso de você. - ela diz e sorri, verdadeiramente.

Minha mãe entorta o nariz e faz um estalo com a língua no céu da boca.

— Ela não precisa se dedicar a essa empresa, mas sim aos estudos.

— Pare de implicar com a menina, Dorothy. - minha avó intervém. — Brian amava aquela empresa e gostaria que sua filha desse continuidade em seus negócios, por isso tudo ficou para ela.

— Ela é só uma menina!

— Pare com isso, querida. - Zac balbucia com educação. — Não vamos estragar o nosso dia, o dia de Chloe e Shawn.

Todos olham para a minha irmã e seu noivo que estavam quietos do outro lado, Chloe tinha os olhos arregalados, temendo que eu estragasse tudo, eu sabia disso. Eu não sei porque não respondi a minha mãe, mas não seria justo, apesar de tudo, estragar o dia que minha irmã tanto esperou.

— Fale-nos um pouco mais sobre você, querido. - mamãe muda seu semblante e o rumo da conversa.

Ele se endireita na cadeira, parecendo desconfortável e sorri de canto antes de falar.

— Bom, eu voltei a pouco para Denver, estive passando algum tempo em Londres, Chile e Viena. Resolvi alguns negócios para o meu pai e quando recebi o convite de Chloe para ficar hospedado aqui até nos decidirmos sobre tudo, eu resolvi adiantar as coisas para vir logo. - ele diz e minha irmã suspira.

— Eu não disse que ele era ótimo? - ela se inclina e beija sua bochecha, fazendo com que o seu rosto tome um leve rubor.

Ele percebe que estou o olhando, e isso me incomoda, muito, tanto que desvio o olhar e fito os talheres sobre a mesa. Seth segura minha mão pousada sobre a minha coxa, apertando-a um pouco, olho-o de lado e noto o seu cenho franzido.

— Está tudo bem? - ele pergunta baixo enquanto a conversa volta a acontecer entre os familiares na mesa.

— Sim, sinto-me apenas um pouco zonza. - não era uma completa mentira.

— Quer dar uma volta?

— Pode ser. - digo por fim.

Pedimos licença e nos retiramos da mesa. Andamos até o jardim e nos deitamos sobre o gramado, como fizemos em alguns momentos quando estávamos no começo do nosso relacionamento.

Eu não sei quando as coisas começaram a se perder entre nós, mas eu já cheguei a pensar que amava Seth. Não do tipo de amor que sentimos reações estranhas ao ser tocada, ao ouvir sua voz ou sentir o seu cheiro, mas pensei que ele poderia ser como eu, pelo menos em partes. Mas logo percebi que me enganei, pois ele vive pelos negócios, dinheiro e poder. E eu vivo pela minha própria libertação.

— Você o conhece?

Olho para Seth que apoiava sua cabeça em sua mão apoiada pelo seu cotovelo sobre o gramado.

— Desculpe?

— Você conhece o noivo de sua irmã?

— Acabei de conhecê-lo, como todos. - desvio o olhar. — Porque pergunta isso?

— Eu o peguei olhando para você, como se estivesse curioso sobre algo.

— Ele pode apenas querer me conhecer, afinal, seremos cunhados.

Meu estômago revira sempre que penso sobre isso.

Antes que Seth diga algo, o seu telefone começa a tocar. Ele ergue um dedo e se levanta, retirando o seu telefone do bolso e o atendendo. Eu me sento, cruzando minhas pernas e sentindo o frescor da brisa leve de um dia pouco ensolarado.

— Eu terei que ir mais cedo do que esperava. - Seth diz e se abaixa em minha frente. — Irei viajar essa noite.

— Não é uma grande novidade. - digo e sorrio com escárnio.

— Eu quero que você venha comigo.

— Você sabe que eu não posso, Seth.

— Claro que pode. Não irá perder grandes matérias na faculdade, tampouco verá a empresa falir se a deixar por alguns dias.

— Eu preciso ler uma papelada, estudar e...

— Está vendo? Tudo de novo. - ele diz com rispidez e se levanta bruscamente. — Você se queixa quando eu entro em guerra com você ou quando não a apoio completamente, mas sequer faz o que lhe peço. Como podemos continuar levando esse relacionamento, Ravenna? Eu sinto a sua falta quando viajo, fico sem vê-la e sem contato com você, porque até o telefone se recusa a atender.

— Seth...

Eu também fico de pé, não ousando me aproximar dele, pois eu odiava ver seus olhos escurecendo e sua expressão tornando-se sombria. Toda a sua pose de bom homem desaparecia quando ele ficava nervoso.

E eu temia quando ele ficava com raiva.

— Não. Olha, eu realmente amo você. - ele diz em mesmo tom e eu fecho os olhos. — Mas eu não sei mais o que fazer para que as coisas voltem a ser como antes. Eu já lhe pedi em casamento, já lhe ofereci minha casa, já lhe propus até mesmo mudarmos de país, e nada. É tudo o que eu recebo.

— Talvez nós devêssemos dar um tempo. - digo vagarosamente as palavras. — Nós dois sabemos que nada é como antes.

Ele olha-me com o cenho franzido, parecendo perdido. No instante em que ele avança em minha direção e segura o meu braço eu sobressalto e sinto meu sangue esfriar em minhas veias.

— Não pense que eu permitirei isso novamente, Ravenna. - ele diz com extrema rouquidão em sua voz. — Já passamos por essa merda e eu não farei isso de novo. Eu não irei permitir.

— Solte o meu braço, Seth. - murmuro baixinho, olhando para a sua mão cada vez mais forte em torno do meu braço. — Solte o meu braço ou eu irei gritar.

Como se despertasse de um transe, ele solta o meu braço e se afasta, olhando para a marca avermelhada que ele deixara.

— Rave, eu...

— Vá embora, Seth!

— Por favor, eu sinto muito.

— Vá. Embora! - exclamo pausadamente e sinto minha voz se alterar. Eu viro-me de costas para ele e cruzo os braços, massageando o local de seu aperto.

Leva algum tempo, mas ouço seus passos se distanciarem ao pisarem sobre a grama. Por cima dos ombros o vejo bagunçando seus cabelos ao fazer o seu caminho para fora da minha casa.

Emma, minha melhor amiga já havia me dito que a possessão de Seth era clara, mas eu preferia não ver dessa maneira. Quando nos conhecemos ele mostrou-se um cavalheiro, compreensível e amável, mas com o passar dos meses suas explosões tornaram-se constantes, e quando ele bebe fora de ocasiões casuais, eu não o reconheço, pois ele se torna agressivo e bruto.

— Porque eu acho que tem algo que você está escondendo. - a voz da minha tia me pega de surpresa.

Olho para ela que prendia entre seus lábios um cigarro que estava sendo aceso.

— Não estou escondendo nada. - dou de ombros, sentindo-me uma grande mentirosa.

— Rave, eu a vi nascer e troquei sua primeira frauda, não pense que pode me enganar, menina. - ela diz e ergue as sobrancelhas. — Algo a incomoda, eu sinto isso. Você sabe que pode confiar em mim.

Eu precisava contar tudo a alguém, ou iria explodira a qualquer segundo.

— Tudo bem. Ouça tudo com atenção. - suspiro e começo a lhe dizer.

Cada palavra dita fez a expressão da minha tia alterar-se do divertimento para a surpresa, mas em nenhum momento ela me julgou ou me impediu de continuar lhe contando os detalhes sobre a nossa louca noite.

— Foi isso. Agora ele está aqui, noivo de Chloe e morando sob o mesmo teto que eu moro. - digo por fim e esfrego o meu rosto entre minhas mãos juntas.

— Eu amo o destino. - ela diz com um sorriso e apaga o que sobrou de seu cigarro sobre a grama, o esmagando com um de seus pés coberto por um salto escuro e brilhante.

— Tia, isso é algo sério.

— O destino também é sério, querida.

— Acha mesmo que isso é obra do destino? Ou melhor, acredita mesmo em destino?

— Porque não acreditaria? - ela revira os olhos e gesticula com as mãos. — Não é porque eu já me casei quatro vezes que não acho que todos eles tenham sido obras do destino. Claro, assim como todos os meus namorados, nenhum deles era o certo para mim, mas ainda assim, o destino os colocou em meu caminho, ou acha que eu encontraria tantos bons partidos casualmente? Sempre foi e sempre será o destino agindo como seus planos desde que decidimos sair de casa para dar uma volta, trabalhar, viajar ou a caminho de uma festa.

— Eu não sei o que fazer, tia. Eu pensei nele em cada dia, até hoje, e quando o reencontro, vejo-o se tornando oficialmente membro da minha família.

— Isso é complicado. Mas, me diga, você se apaixonou por ele? Mesmo sem conhecê-lo, ou...

— Não! - exclamo rapidamente. Rápido até demais. — Eu apenas senti uma estranha conexão com ele naquela noite, pois nós dois estávamos fugindo de algo e não agimos como se tivéssemos a obrigação de nos conhecer para nos divertir, juntos. Isso ficou em minha mente, completamente gravado, cada segundo. - suspiro pesadamente. — Eu não sei o que fazer. Talvez eu devesse viajar por um tempo.

— Fugir nunca é a melhor opção, Rave.

Sentir isso também não. Penso.  

— Então o que eu posso fazer?

— Deixe as coisas acontecerem como devem acontecer.

— Não me diga que o destino se encarregará de tudo. - murmuro e ela sorri e morde seu lábio inferior.

— Eu, provavelmente, iria dizer isso, mas como sempre, você se adiantou e estragou tudo, menina inteligente. - ela faz beicinho e eu acabo rindo. — Agora vamos lá para dentro, podemos ficar em um cantinho, sozinhas, se preferir.

Eu realmente adoraria ficar somente com a minha tia, sem ter que lidar com tudo isso, mas eu teria que me preparar, de qualquer forma.

— Não, eu estou bem.

— Tem certeza? - ela ergue as sobrancelhas. Puxo uma lufada de ar e faço que sim com a cabeça. — Então vamos. Pedirei a Luce para que prepare algumas bebidas para nós. Ninguém merece lidar com assuntos do coração com a mente sóbria.

Ao voltarmos para casa, Chloe e Shawn estavam sentados na sala com os outros, todos conversando e entretidos com algum assunto contado por Zac e minha mãe ouvia atentamente o noivo de sua querida filha. Eu e minha tia nos sentamos por um tempo na cozinha, realmente bebendo alguns drinques preparados por Luce que se divertia ouvindo-a falar sobre o seu último namorado de cinco dias.

O dia, para a minha felicidade, passou depressa e quando a noite estava prestes a cair, minha família foi embora e se despediu de Shawn que parecia feliz e satisfeito por ter conquistado a todos com sua educação e paciência. Eu não quis descer para o jantar, preferi ficar em meu quarto, lendo alguns livros aleatórios e vendo alguns filmes. Luce trouxe em meu quarto um sanduiche e um pouco de suco, eu estava mesmo com fome e devorei tudo, a agradecendo por se lembrar de mim.

Após tomar um banho, decidi sair do meu quarto, sabendo que já se passava das onze da noite e todos deviam estar dormindo, deduzindo isso pelas luzes apagadas. Essa era a minha pequena deixa para pegar um pouco de ar, sem correr o risco de ter que olhar para Shawn e agir como se fossemos, realmente, desconhecidos.

Desci as escadas e sai de casa, indo até a área da piscina que estava iluminada apenas pelas luzes azuladas que clareavam o jardim. Tiro meus chinelos e sento-me na borda da piscina, colocando meus pés dentro da água e sentindo a água fria os molhando e fazendo-me sentir um pouco mais leve. Fecho meus olhos  e tento relaxar meus ombros.

— Pensei que não a veria mais. - o meu coração dispara e meus olhos se abrem, como se fosse automático.

Olho para trás, um pouco assustada, quero dizer, muito assustada. E lá estava ele, parado com as mãos dentro dos bolsos de sua bermuda, com uma camisa branca fina e um par de chinelos nos pés. Seus cabelos escuros pareciam ainda mais intensos com a pouca iluminação.

— Desculpe, eu não quis assustá-la. - ele se explica e olha para seus próprios pés.

Respira, Ravenna. Apenas mantenha uma conversa comum.

— Eu só estava distraída. - digo e limpo minha garganta, pois minha voz não sai com a firmeza que eu gostaria que tivesse saído.

— Eu a procurei pelo resto do dia, mas não a encontrei.

— Você me procurou?

— Sim, acho que precisamos conversar. - ele diz e ergue o seu rosto. — Posso? - ele aponta para o meu lado na beira da piscina, dou de ombros.

Por fora eu estava agindo com todo o meu auto controle, mas pode dentro, coisas estranhas estavam acontecendo, e eu só queria gritar, o mais alto que eu poderia colocar meus pulmões a prova.

Shawn tira seus chinelos e anda até onde eu estava, sentando-se e colocando seus pés, também dentro da água fria. Ele os balança e nós dois olhamos para a água se movimentando pouco a pouco.

— Eu não sabia que Chloe era a sua irmã. - ele diz, ainda olhando para a água. — Quando nos conhecemos, eu não podia imaginar. Vocês não se pareciam em nada, nem mesmo em personalidade e ela já havia me falado sobre você, mas a via como uma adolescente rebelde.

— Acho que devíamos ter nos apresentado quando nos conhecemos, talvez, teríamos evitado muitas surpresas.

Um silêncio tortuoso se estende entre nós dois. Nenhuma palavra fora dita por algum tempo, parecendo ser horas, tão lentas que faziam o meu coração ser o único som a ser ouvido na noite já silenciosa.

— Eu pensei em você, todos os dias. - ele confessa, sendo o responsável pela minha respiração que ficara presa em meus pulmões. — Eu fiquei tentando encontrar maneiras de saber o seu nome, mas não tinha como.

Eu o entendo.

— Shawn, está tudo bem. - digo e o olho, forçando um sorriso que ficou nítido que não era verdadeiro. — Agora nos conhecemos, seremos da mesma família.

— Eu sinto muito. - ele sussurra e olha para mim. Eu desvio o olhar e mexo meus pés na água, tentando disfarçar o quão trêmula eu estava.

— Não sinta. - sussurro de volta, não tendo a certeza se ele conseguiu me ouvir.

Eu sou a última a palavra em nossa breve conversa. Era incomodo estar tão perto e ao mesmo tempo tão longe dele, teoricamente, tudo o que nos separava era um espaço de menos de um palmo e nossos braços estavam a pouco de se tocar, mas uma força maior, dentro de nós dois, nos mantinha quieta e sem movimentos assustadores.

Mas o nosso momento estranho e compartilhado acaba quando o seu telefone toca. Ele o retira do bolso e suspira ao ler algo na tela, em seguida se levanta e se despede de mim, com um aceno, parecendo não saber o que dizer. Eu não olho para trás o vendo ir embora, mas eu sei exatamente para onde ele estava indo. Ele estava indo para a sua noiva

A nossa noite, talvez, não tenha passado apenas de um sonho bom, para mim. E eu tinha que aceitar a minha realidade. 


Notas Finais




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