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História Destined (EM PAUSA) - Capítulo Três


Escrita por: poetyeeun

Notas do Autor


Hallo!
Espero, de coração, que gostem. Boa leitura. MWAH!

● Capítulo sem revisão, perdoem-me se tiver erros.

Capítulo 4 - Capítulo Três


Fanfic / Fanfiction Destined (EM PAUSA) - Capítulo Três

[Imprevisto]: aquilo que não foi previsto; inesperado.

Eu consegui escapar de dois contínuos jantares em família. Meu último semestre na faculdade estava consumindo o meu tempo, ainda mais com o fato de estar em períodos de provas. Não que isso fosse algo que fizesse com que eu não saísse do quarto por todo o dia, mas neste caso, devido as circunstâncias, ficar trancada era a melhor opção.

Fazia apenas dois dias desde que Shawn chegou em minha casa, e eu o evitei o máximo que consegui. Mas, tudo parecia conspirar contra mim, que sempre que eu pensava em passar pela porta, eu conseguia ouvir sua voz no corredor ou a porta do quarto da minha irmã sendo aberta. Que por sinal eram apenas duas portas de distância do meu quarto.

— Você está péssima. - Blake murmura quando me vê entrando no elevador da empresa.

— Bom dia para você também. - olho-a de canto e beberico o meu copo com café.

— Não tem dormido bem a noite?

— Não como eu gostaria.

Por mais que eu desejasse me jogar na cama, fechar meus olhos e só acordar quando o despertador soasse, nada ia como o meu planejado. Minha mente estava fervilhando, e cada pensamento se voltava para ele. Sempre que perdia o sono eu gostava de me sentar na beira do pequeno banco próximo a estufa da minha casa, observando a beleza e a delicadeza das flores, mas com ele morando sob o mesmo teto, eu tinha medo de sair do meu quarto e ter que me deparar com ele, sozinho ou ao lado da minha irmã.

Isso está me matando.

— O que temos hoje? - pergunto quando as portas do elevador se abrem.

— Apenas duas reuniões. Uma agora e outra no fim da tarde. - ela diz e andamos pelo corredor. Cumprimento os funcionários que já se encontravam acomodados, e outros conversavam entre si.

— Tudo bem. Se alguém ligar, diga que ainda não cheguei. - digo para Blake e entro em minha sala.

Coloco minhas coisas sobre o sofá e ando até a minha mesa. Era a sala da diretoria, onde meu pai costumava ficar e passar horas do seu dia, sempre se dedicando ao trabalho e procurando meios de expandir seus negócios de forma honesta. Eu não me sinto capaz de seguir como ele, mas eu jurei, diante do seu túmulo, que honraria o que deixara para mim.

Sento-me na cadeira giratória e começo a ler os papéis que Blake havia deixado sobre minha mesa no dia anterior. Sempre que eu me sentava ali, eu perdia a noção do tempo, mas ao menos eu tinha paz, até o momento em que minha mãe chegava e começava a querer tomar as rédeas de toda a situação, pouco se importando com minha opinião ou não.

Na primeira reunião do dia, eu tive que lidar apenas com Zac que me aconselhou antes que eu fechasse o primeiro contrato com um empresário holandês. As ofertas eram boas, mas não nos levariam muito além, e eu tinha que pensar de maneira extremamente profissional, ignorando completamente o fato do homem ser gentil e, aparentemente, amigável.

Minhas palavras finais me deixaram orgulhosa, e eu pude ver a expressão de apoio em Zac que me parabenizou ao fim da reunião. Quando saímos da sala, para nos preparar para a próxima reunião, estranhei o fato de me deparar com Shawn, completamente vestido de forma elegante, parecendo ter apenas algum problema com sua gravata que estava um pouco fora do lugar.

Ao me ver, ele coça a sua nuca e olha para baixo, como se estivesse se repreendendo com algo. Zac acena para ele e lhe pede um minuto, mostrando um de seus indicadores no ar, indo em direção a um grupo de executivos que pareciam precisar falar com ele. Olho um tanto quanto perdida para Shawn.

— Shawn, o que...

— Olá, Ravenna. - ele ergue o seu rosto e sorri complacente.

— Olá? - eu não tinha certeza das minhas palavras, tão pouco do que ele estava fazendo na empresa.

— Isso pode ser loucura... Quer dizer, isso é uma grande loucura. Mas, a empresa do meu pai estava tratando negócios com sua família a alguns meses, antes mesmo de nos conhecermos e...

— Então, o seu pai era o dono da empresa que minha mãe estava soltando fogos por fechar negócio? - pergunto mais para mim do que para ele.

— Sim... Bom, eu acho que sim. - ele esfrega a palma de sua mão direita em sua testa.

Eram tantas coincidências ligadas a Shawn que eu estava começando a ficar assustada. Se eu não tivesse o conhecido naquela noite, eu, provavelmente teria o visto em minha casa ou esbarrado com ele pelos corredores da empresa.

— Eu... Isso... Nossa! - é tudo o que eu consigo dizer.

— Desculpe, senhorita Lerman, mas essas flores chegaram para você. - Mark, um dos seguranças do prédio, surge atrás de Shawn, segurando um enorme buquê de rosas brancas.

— Obrigada, Mark. - digo e pego as flores de sua mão.

Ele assente e se retira.

Os olhos de Shawn vidraram-se nas flores que, eu não precisava ler o cartão para saber que eram de Seth. Nos discutimos na última vez que nos encontramos, e eu não atendi suas ligações daquela noite, tampouco me sensibilizei com sua grande mensagem com palavras de desculpa. Não era a primeira vez que ele passava dos limites, e eu sabia que não seria a última.

— Eu vou... - Shawn começa a dizer, parecendo desconfortável.

— Nos vemos na reunião. - eu o corto.

Faço uma pequena careta quando ele balança sua cabeça e força um sorriso que parecia um tanto quanto doloroso, no momento. Quando ele se afasta, dando dois passos para trás e cumprimenta Blake que se aproximava, eu fecho meus olhos e sinto vontade de me ajoelhar e começar a cavar um fundo buraco no chão, apenas para evitar mais momentos como esse onde minha boca age antes que a minha mente permita.

— Oh, oh! Quem é esse pedaço de mau caminho? - ela brinca ao se aproximar. — O que Seth aprontou agora? Esse buquê é um pouco maior do que aquele que chegou na semana passada.

Abro meus olhos e olho para as bonitas rosas.

— Aquele é Shawn... Noivo de Chloe. - digo e mordisco meu lábio inferior. Eu nunca me acostumaria a dizer isso sem sentir algo estranhamente incomodo, por dentro? — E quanto a Seth, ele fez o de sempre. Continua sendo um idiota.

— Sua irmã tem um bom dedo para escolher rapazes. - ela zomba, mas eu não consigo sorrir. — Espere um pouco, porque você parece desconfortável?

Blake era uma boa amiga e ouvinte, mas eu não sabia se conseguiria dizer a ela tudo o que vem acontecendo. Até porque, eu jurei a mim mesma que esqueceria tudo o que aconteceu aquela noite, pois não seria saudável para mim pensar nas possibilidades de termos trocado nomes ou telefones para seguirmos um caminho diferente ao que seguimos. Ele ainda seria o noivo da minha irmã, e eu estaria permitindo encantar-me por alguém comprometido.

Com a minha irmã.

Repito essa frase em minha mente por alguns segundos, apenas para me certificar de que ela se fixaria em meio ao alvoroço dos meus pensamentos.

— Ravenna, venha até aqui, por favor. - Zac me chama. Olho para Blake que dá de ombros e sussurra um ''boa sorte''.

Abro um sorriso e cumprimento os homens que estava bem vestidos e pareciam familiarizados com os assuntos que Zac começou a tratar. Tentei ocupar-me apenas pensando na quantidade de trabalho que eu teria até o fim do dia, analisando relatórios e dispensando alguns contratos que não alavancariam os negócios, de nenhuma maneira.

Eu almocei com Blake no restaurante chinês do outro lado da rua. Fiquei ouvindo-a falar sobre o seu quase novo namorado e toda a imparcialidade que ela tinha que lidar por ele não aceitar o fato dela ser uma completa dominadora na cama. Eram assuntos que eu realmente não fazia questão de saber, mas ela não se importava com o que eu queria ou não, ela continuou falando sem parar, me fazendo corar, envergonhada pelo que ouvia e soltar altas risadas pela sua forma cômica de imitar a voz grossa do seu namorado ou detalhar as situações.

Ao retornar para a empresa, para a minha sorte, Shawn manteve-se ocupado por toda a reunião, logo quando um novo representante da empresa do seu pai chegou, instalou-se na sala e conversava animadamente com o rapaz. Não havia o que pensar sobre a proposta da sua empresa, era algo que estava além do que eu podia imaginar, e logo fechamos o acordo, unindo duas grandes filiais.

Zac foi o primeiro a deixar a sala, quando o seu telefone tocou. Eu continuei guardando minhas coisas, desejando apenas correr para a minha sala e só sair quando o dia chegasse ao fim.

— Essa é a sua noiva? É mais bonita do que eu podia imaginar. - a voz do homem que conversava com Shawn, pega-me de surpresa e eu arregalo os olhos.

— Não, Greg. Essa é Ravenna, irmã de Chloe. - Shawn diz em tom baixo, e olhava-me envergonhado.

— Oh, que droga de boca eu tenho. - o tal Greg diz e abre um sorriso amigável para mim. — Mas não tenho culpa que o meu amigão aqui não me mostrou nem mesmo uma foto da sua noiva.

— Certo. Vamos embora, Greg. - Shawn diz e segura os ombros do amigo. — Até mais, Ravenna.

— Vamos ser da mesma família. Me liga! Eu juro que serei um noivo melhor que o meu amigo. - Greg diz enquanto é arrastado até a porta.

Meus olhos ainda estavam arregalados e eu abraçava com um pouco de força excessiva as pastas em minhas mãos. Eu queria ter soltado uma risada do comentário de Greg, mas eu não consegui, porque minha atenção esteve voltada para todo o desconforto de que Shawn sentia.

Aquela noite em que ele se sentou ao meu lado na piscina e se desculpou comigo, aquilo me deixou ainda mais confusa e incerta sobre o que ele quis dizer. Mas eu não ousei lhe perguntar o que suas palavras significavam, eu apenas optei por evitar tornar a encontrá-lo, tornando as coisas menos complicadas para nós dois.

Atordoada, saio da sala de reuniões e paro apenas para pegar um pouco de café na copa. Sigo novamente para a minha sala e me tranco, avaliando o crescimento das ações e funcionários até o final do dia. Como sempre, eu fui uma das últimas a deixar a empresa, esperando que todos fossem embora e deixassem-me para trás. Blake se despediu de mim e saiu as pressas, dizendo que seu namorado tinha uma surpresa para ela, e a mesma levou tudo na malicia.

Antes de apagar as luzes da minha sala, eu ouvi o meu celular tocar em seus últimos momentos que tinham bateria. Era, novamente, Seth. Revirei os olhos e joguei o aparelho na bolsa, pouco me importando com a bateria que havia acabado. Pelo menos assim, ele não me ligaria mais ou mandaria mensagens.

As vezes eu me achava cruel com ele, mas ele queria tudo ao seu tempo, e eu não era mais a garota que se encantou pelo seu jeito, até porque, ele também não era mais o dono do jeito que me conquistou. Parecia-me uma troca justa, afinal.

— Merda... - murmuro ao tropeçar no carpete da recepção.

Continuo seguindo até o elevador. Quando as portas se abrem esbarro-me com um corpo alto e eu não precisava de muito analisar para saber de quem se tratava. Meus olhos percorrem o seu rosto, quando ele se afasta, deixando-me zonza. Não pela nossa breve batida, mas por estar vendo-o, novamente.

— O que faz aqui? - pergunto com o cenho franzido.

— Greg esqueceu alguns papéis importantes na sala de reuniões. Ele só se deu conta quando estava arrumando suas coisas a pouca hora, não podendo vir buscar porque tinha um voo marcado. - Shawn se explica.

Eu olho para ele e para as portas do elevador que começavam a se fechar, percebendo isso, ele me empurra, com certa delicadeza para trás e nos afasta da porta, ficando próximos demais um do outro no corredor vazio. Olho em seus olhos, sinto sua respiração entrecortada, assim como a minha.

Pelo menos tínhamos sensações semelhantes.

E isso não pode ser algo bom.

— Eu... - dou um passo para trás, e ele tira suas mãos dos meus braços que, mesmo agasalhados por meu suéter, fez com que eu me arrepiasse e sentisse um vasto calafrio se alastrar por minha espinha. — Pode ir pegar, se quiser. Eu espero para fechar a empresa.

Ele olha-me e assente. Vejo-o andar depressa pelo corredor, e em algum momento ele também tropeça no carpete, devido a pouca iluminação ou nervosismo que parecia tê-lo consumido. O que eu poderia dizer? Minhas pernas estavam trêmulas e eu temia dar um passo e desabar, minhas mãos suavam e minha respiração estava ofegando, como se eu tivesse terminado uma maratona.

Leva apenas alguns minutos para que eu o veja novamente. Ele se aproxima segurando uma pasta com papéis. Eu estive tão atordoada após a sua saída da sala junto ao seu amigo, que sequer olhei para a mesa.

— Encontrei. Greg tem uma cabeça de vento. - ele comenta enquanto se aproxima.

Sorrindo de maneira desconcertada, aperto o botão para que o elevador suba. Os segundos seguintes tornam-se sufocantes e eu não me arrisco a olhar para o corpo ao meu lado.

Quando o elevador chega, Shawn espera que eu entre primeiro, ele faz o mesmo em seguida. Batendo meus dedos contra as pastas em meus braços, olho para o lado, vendo-o se encostar contra as paredes de metal. Não trocamos uma palavra, até que chegamos ao nosso andar final, e eu finalmente poderia respirar sem dificuldades por estar ao seu lado.

— Porque tudo está escuro? - Shawn perguntou.

Era estranho, pois o último funcionário sempre deixava as luzes acesas, pois sabiam que eu as apagaria quando saísse da empresa. Olho no relógio em meu pulso e me surpreendo ao ver que se passava das dez da noite. Eu sabia que havia ficado tempo a mais dentro do escritório, mas não que havia extrapolado o meu próprio horário de retorno para casa.

— Droga... - resmungo e ando depressa até a recepção. Passo para o lado de trás do balcão e começo a procurar pelo molho de chaves da porta, mas não havia nada.

— Algum problema? - Shawn pergunta, visivelmente confuso.

— Eu espero que minha dedução não esteja correta. - digo e me apresso até as portas de vidro. Puxo-as com toda a força para trás, mas elas não se abrem. Fecho meus olhos e começo a negar com a minha cabeça. — Não, não, não!

— O que houve, Ravenna?

— Estamos trancados. - balbucio baixo, mas ele me ouve, pois ouço-o resmungar.

— Como? Você não tem a chave da sua empresa? - ele questiona, alterando sua voz.

Olho para trás com a boca, levemente, aberta, incrédula pela sua forma de se dirigir a mim como se eu fosse a culpada por estarmos trancados.

— As chaves ficam aqui em baixo, pois se eu sair mais cedo, o último funcionário fica responsável para fechar tudo. - respondo-lhe com educação. — Quando você passou, não havia ninguém aqui?

— Eu vi um homem abaixado atrás do balcão, não o avisei que estava entrando, pois achei que ele sairia mais tarde. - ele suspira e passa a mão direita por seus cabelos escuros. — Eu não iria demorar, de qualquer forma.

— Ótimo! - resmungo e ando até o sofá mais próximo, deixando todas as minhas coisas amontoadas.

— O que nós faremos agora?

— Eu não sei. Talvez se ligássemos para alguém...

— Você tem algum número dos seus funcionários pelo menos? Sabe ao menos quem foi o último a sair? - olho-o e coloco ambas as minhas mãos em minha cintura, uma de cada lado.

— Não venha me culpar, Shawn. Eu não sabia que você apareceria aqui a essa hora da noite. - esbravejo, ficando irritada com o seu jeito de me culpar.

— Desculpe-me, Ravenna. Eu só... - ele balança sua cabeça e faz o mesmo que eu fizera antes, colocando a pasta sobre o sofá. — Eu não queria ter soado um estúpido com você.

— Está tudo bem. - ergo minhas sobrancelhas e desvio o olhar do seu. — Você trouxe o seu celular?

— Eu o deixei no carro. - ele me responde, martirizando-se por conta própria quando se joga na poltrona logo atrás dele. Suas pernas escorregam e ele fecha os olhos, colocando uma de suas mãos contra seu rosto. — Você não trouxe o seu?

— Está descarregado. - caio na poltrona ao lado, apoiando meus cotovelos em meus joelhos e colocando minha cabeça entre minhas mãos. — Isso não pode estar acontecendo.

— Se usarmos os telefones da empresa... - ele sugere e eu corro até o telefone, discando o número de Zac, sendo o primeiro que me veio em mente.

— Atende, atende, atende...

— Aqui é Zac, você sabe o que fazer. Deixe sua mensagem após o bip...

— Não, Zac. Merda!

— Tente a sua mãe ou Chloe.

— Você sabe o número de Chole? - ele apenas nega com a sua cabeça. — Que belo noivo. - murmuro baixo.

Tento ligar para a minha mãe, umas dez vezes, mas nada dela atender. Eu não sabia o número de Chloe, então ela não era uma opção no momento. Após muito tentar, eu volto o telefone para o gancho e encosto minha testa sobre o mármore frio do balcão da recepção. O número dos outros funcionários ficavam no RH, junto aos outros documentos importantes, mas eu não poderia ter acesso a sala, porque eu não tinha nem mesmo as chaves.

— A noite será longa. - ouço Shawn murmurar.

Eu não o olho.

Apenas me praguejo por ser tão azarada.

Afinal, o que esse tal destino tem contra mim? 


Notas Finais




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