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História Destined To Love You - Autorização


Escrita por: SofrendoPor_5H

Notas do Autor


Heeey crianças!!
Chegueeeei... \o/ (Cadê os aplausos??)
Estavam com saudades?? Espero que sim...
Bom, falando em saudades, quem ai estava sentindo falta dos capitulos grandes??
Para aqueles que gostam, trouxe um bem bem extenso. (O maior que fiz até hoje) para compensar pelos dias que estou longe do site.

Sem mais delongas...

Tenham uma otima leitura! (;

Capítulo 76 - Autorização


Fanfic / Fanfiction Destined To Love You - Autorização

 

 

CAMILA POV


Como foi meu final de semana depois da ligação de David e ouvir Lauren por menos de dois minutos?  Uma ansiedade só. Fora  o pessoal interessado em saber dela, que não me deixavam em paz. Eu nunca vi tanta gente estranha vindo puxar assunto comigo para saber dela. Apesar dela viver de boa ultimamente, eu sabia que ela era bem popular, mas não sabia que tanto assim.

Na sexta-feira, nos reunimos no intervalo como de costume, a diferença é que Vero ficou com a gente para fazermos  os planos para a festa comemorativa da melhora da Lolo. Vero disse que estava pensando em alugar o barzinho do tio dela. Ela pagaria para fechar e deixar a entrada dos fundos livre para que só os convidados entrasse. O bom é que lá tem barman para atender a galera e Dj. Ela falou que iria falar com Shawn e os meninos para ajudar a bancar as bebidas do bar. Dinah se encarregou dos convidados. Mani e Ally se prontificaram de se responsabilizar em encomendar, salgados, petiscos e docinhos. E pra mim sobrou o mais facil, ou não. Eu teria que distrair Lauren e convence-la a me acompanhar a tal festa, sem ela saber que seria pra ela. Teria que inventar uma boa desculpa. Ela é muito desconfiada  e certeira em suas intuições.

Na segunda-feira David me ligou no fim do seu expediente dizendo que Lauren estava recebendo visitas e preferiu não entrar em detalhes sobre a saude da Lauren. Ele disse que queria que eu mesma visse seu estado, então não iria entrar em detalhes de como ela estava. Logicamente que bufei frustrada com isso e tentei de todas as formas arrancar alguma informação valida. Ele me confirmou tambem que ela começou a receber visitas no domingo, mas como ele  não fez plantão, então nem ficou sabendo no dia.

A única coisa que ele insistia em afirmar era que Lauren resmungava de tudo e reclamava o dia todo. Ela revirava tanto os olhos dentro daquele quarto, que por um momento achou que era algum distúrbio ou lesão decorrente ao acidente. Mas logo viu que ela o jeito dela demonstrar tédio para tudo que diziam ou faziam pra ela.

Na terça-feira, eu mal via a hora de ir para escola. Acordei  e me arrumei. Nem tomei café direito. Peguei uma fruta e sai chamando meu pai, já que essa semana é ele que levaria Ally e eu para escola.

Ally veio contando durante o caminho, sobre a volta de seu irmão para o Taxa hoje. Ela aproveitou e falou sobre a reação do Troy quando o irmão começou a testa-lo. Troy ficou tão paralisado, que ela acreditou que seu irmão deveria ter ameaçado de mata-lo em algum instante da conversa entre eles, mas no final do dia, estavam rindo e bebendo junto. A noite Troy até levou o cunhado para um rolé em Miami.

Logo estavamos na escola. Eu fui para sala e Ally ficou esperando pelo Troy do lado de fora. Entrei no saguão e fui até minha sala. Dinah estava lá como a maioria da vezes, jogada na carteira, com fones de ouvido e provavelmente babando.

- Dinah Jane! – Falei alto tirando seu fone. Ela levantou a cabeça como quem fosse cometer um assassinato naquele momento. Ela cerrou os olhos em minha direção e começou a mostrar os dentes. – Calma CheeChee... Eu estava com saudades!  - Disse lançando meu sorriso mais cinico para ela.

- Não seja hipócrita! Eu só não te mato agora, porque daria muito trabalho passar por todos alunos, enquanto arrasto seu corpo até o jardim. Fora o trabalho que teria para cavar uma cova funda.

- Não precisa ser funda. Eu sou magra e qualquer pouco de terra me cobria.

- Teria que cavar um buraco maior e fundo para que possa caber essa bunda grande sua.

- Você é tão idiota CheeChee...

- Idem!

Revirei os olhos e me sentei a sua frente. Coloquei minha bolsa em cima da carteira e me virei. Vendo que Dinah novamente tinha deitado na carteira. Acariciei sua volumosa cabeleira loira e ela pareceu apreciar isso.

- Lauren já está recendo visitas.

- Eu sei, o Tio Mike me disse por mensagem ontem a tarde! Ela domingo recebeu os pais e a partir de ontem a tarde, começou a receber outras pessoas.

- Eu queria tanto ir ver ela.

- Vai a tarde! É três horas o horario de visitas.  – Ela disse abafando a voz no próprio braço.

- Não dá CheeChee... Eu não posso levar a Sofi.

Logo percebi que Dinah não estava mais me dando atenção nenhuma. Ia sair da sala quando vi Mani chegando junto com a Keana. Elas logos se despediram e Mani veio sorrindo até mim.

- Oi Mila... Oi Dinah!

- Oi Mani...

- Ela está dormindo de novo? – Apenas assenti com a cabeça e olhei para Dinah junto com Mani. – Eu nunca vi alguem que goste tanto de dormir assim.

- Ela dorme feito uma pedra. Pode cair o teto da sala que ela não acorda facil.

- Keana estava me contando que ontem foi visitar a Laur. – Fala serio, o que aquela vadia foi caçar lá? O pior é que ela foi primeiro do que eu! Urgh...

- Por que ela foi lá?

- Foi visita-la. Elas se conhecem a um bom  tempo e apesar de tudo Keana sempre gostou dela e...

- Esse é o problema. Ela não perde uma oportunidade pra dar em cima da Lolo. Será que ela não se toca que Lauren não quer nada com ela  e até mandou ela se afastar?

- Está com ciumes Mila? – Meus olhos se arregalaram com a pergunta da Mani.

- Não! Claro que não. Até porque não temos nada. Somos apenas amigas.

- Amigas... Eu não fico  beijando e trocando amassos com minhas amigas que nem vocês não.

- Para, Mani... – Deitei com a cabeça entre os braços na carteira para esconder minha cara que com certeza estava vermelha.

- Ainda queria saber porque não se assumem como casou logo. A gente vive pegando vocês trocando caricias pelos cantos, vivem em briguinhas e DR de casalzinho apaixonado, morrem de ciumes uma da outra e quando é pra se preocupar, a prioridade sempre será uma a outra.

Levantei a cabeça e olhei para Mani que tinha um sorriso no rosto. Olhei tambem que nesse pequeno tempo que estava de cabeça baixa a sala se encheu.

Antes que eu pudesse responder a Mani, o sinal soou e logo a professora entrou na sala. Mani deu um tapa na cabeça da Dinah para ela acordar e assim seguimos as três primeiras aulas.

Após duas longas aulas de matematica e uma de literatura, chegou o intervalo. Em questão de alguns minutos estavamos reunidos no refeitório.

Dinah desde a terceira aula, não saia do celular e agora na hora do intervalo não era diferente. A gente conversava com ela e ela respondia por resmungos. Mani começou a contar para Troy sobre a visita da Keana ao hospital. Eu não queria ouvir, mas o ao mesmo tempo estava curiosa em saber como Lauren reagiu com ela.

- Então ela realmente acordou?

- Sim. Keana encontrou Mike domingo e ele havia dito que estava chegando do hospital. Ai ela pediu para ir visitar a Laur e ele mandou ela ir ontem a tarde. Ela chegou quase na hora de terminar a visita, não ficou nem 10 minutos. Ela falou que a única coisa que Lauren fazia era reclamar de tudo e bufar pra tudo o que falavam pra ela. Fora a grosseria de sempre.

Sorri em saber que Lauren não deu moral pra Keana e Dinah viu. Droga! Estava até agora com a cara no celular e olha quando não precisa .

Logo o sinal soou avisando o fim do intervalo. Nos levantamos para voltar a sala, mas Dinah permaneceu sentada. Assim que eu passei por ela pra voltar pra sala junto com o restante do pessoal, Dinah me segurou e me forçou a sentar. Olhei para Mani, Ally e Troy que seguiram sem notar que não estavamos acompanhando eles. Olhei para Dinah que mantinha a atenção no celular.

- Dinah! A professora não vai nos deixar entrar. – Me levantei e ela me segurou de novo.

- Mudanças de plano, bunda grande! Vamos visitar a Gasparzinho. – Dinah disse levantando a mão em forma de comemoração.

- Está louca? Caso não saiba, o horario de visita acaba dez minutos antes de acabar a terceira aula e acabou faz cinco minutos.

- Eu sei disso... Mas pelo jeito esqueceu com quem está falando! Não é só a Vero que tem as manhas.

- E qual seu plano? Bom, antes de contar, é melhor sairmos daqui antes que o inspetor pega a gente matando aula. – Disse me levantando e saindo do refeitório e indo direto pro lado externo do saguão.

- Vamos pro meu carro. Precisamos sair daqui. Vou dizer para o guarda que vamos pegar uns livros lá dentro e nisso caimos fora dessa escola de vez.

- Esse é seu plano? – Perguntei indignada. Como que isso se aplica sobre a entrada no quarto da Lauren?

- Isso é o começo do plano. Na verdade o meio. O começo foi mandar mensagens pro tio Mike e pedir autorização para a gente conseguir entrar fora do horario de visitas.  Até agora a pouco eu estava vendo isso com ele, desde o começo da terceira aula estou falando com ele na verdade. Eu ouvi o você disse quando Mani falou  que a Keana já foi visitar a Palmitão e você ainda não.

- CheeChee, eu...

- Depois você agradece. – Dinah me abraçou logo que chegamos na entrada da escola. Quem disse que eu ia agradecer?

Assim que chegamos até o portão, Dinah foi na minha frente e eu a segui, vendo ela logo chamar a atenção do guarda da entrada.

- Hey Rodolfo, vamos pegar um livro no  meu carro. Não tem como misturar reagentes quimicos sem saber seus efeitos não é mesmo? Não queremos destruir o laboratório de Quimica, então temos que usar o livro! -  Dinah me segurou e me puxou para fora quando o guarda abriu  o portão.

Saimos em direção ao carro vermelho estacionado e logo entramos.

- Como vamos entrar? – Perguntei enquanto colocava o cinto.

- Temos uma autorização no meu nome! Tio Mike deixou avisado.  – Sorri grande para minha amiga e suspirei aliviada pela boa noticia.

Cerca de 25 minutos depois, estavamos descendo do carro em frente ao hospital. Respirei fundo e um sorriso surgiu em meu rosto. Dinah olhou para minha cara e fez sinal para entramos. Assim que paramos na recepção, Dinah foi falar com a recepcionista e eu fui tomar agua no bebedor proximo. Precisava de agua para me acalmar.  Vi Dinah conversando com a recepcionista e em seguida ambas estavam olhando pra mim e Dinah me apontava.  Logo em seguida, vi Dinah vir em minha direção sorrindo.

- Vamos lá bunda de Lua cheia... A recepcionista disse que você sabe onde é o quarto. – Mal deu tempo de eu jogar o copinho no lixo e Dinah saiu me puxando para a entrada do corredor.

Subimos no terceiro andar do hospital e passamos por dois pequenos corredores, até estar em frente ao quarto 103. Parei por alguns segundo e fiquei encarando a porta. Dinah colocou a mão no meu ombro e apartou levemente, me dando conforto para bater. Dei três pequenas batidas e esperei.  Logo vi a porta ser levemente aberta. David  abriu a porta lentamente e assim que viu que era eu que estava ali, se limitou a abrir mais e saiu do quarto, fechando-a  logo atrás em si.

- Camila! O que faz aqui a essa hora? Invadiu o hospital? – David me perguntou com um olhar confuso.

- Não! Nós viemos ver a Lauren. – Só então ele percebeu a presença de Dinah atrás de mim.

- Acho que estão atrasadas para a visita da manhã ou adianta demais pra a visita da tarde! – Ele respondeu com um sorriso. Então ele olhou por todo o corredor, como se verificasse que não tivesse ninguem aqui. – Sabe que não pode ter ninguem aqui fora do horario de visitas, não é?!

- Relaxa... Temos autorização pra ver a Branquela. – Dinah tirou um papel do bolso e entregou para David. Ele pegou o papel e começou a ver.

- Vamos ver a quem devemos o mérito... – Ele correu os olhos por alguns segundos no papel, até abrir um sorriso. – Michael Jauregui. Bom, vocês estão mesmo autorizadas. Isso é bom, até porque preciso que me deem uma mão com a mocinha que não quer comer a sopa e eu não tenho paciencia pra brincar de aviãozinho com a colher.

- Bom Chancho, já que você está acostumada a dar comida na boca dela... Eu deixo todo o trabalho por sua conta! – Dinah me deu três tapinhas no ombro.

- Eu achei que a mãe dela ia dar uns tapas nela, por ela se recusar a comer! – David disse sorrindo. -  Eu estava tentando convence-la a comer a sopa de frango e ela disse que se eu mandasse ela comer mais uma vez, iria jogar a tigela com sopa e tudo na minha cara.

Olhei incrédula para David e Dinah começou a rir.

- Essa é a Jauregui que eu conheço! – Dinah disse convicta. Tanto eu quanto David olhamos com repreensão para ela.

- Dinah! – Disse seria e ela rolou os olhos.

- Acho que querem entrar não é? Eu tambem não posso deixa-la sozinha muito tempo. Da ultima vez que fui até o banheiro e a deixei no quarto, quando voltei ela estava jogando os remedios tudo dentro de um vasinho de flores com agua.

Rimos e David se aproximou da porta. Assim que ele segurou a maçaneta e a rodou, meu coração disparou, esperando pela imagem a seguir. Meus olhos se focaram em procurar a imagem da garota que tanto ansiava em ver.  David abriu a porta lentamente, para pegarmos ela desprevenida de seus atos e ver se ela estava aprontando algo. Assim que a porta foi totalmente aberta, meus olhos vibraram na imagem a minha frente.

Ali estava ela. Sentada na cama. Seus cabelos escuros estavam soltos e caidos sobre os ombros. Ela estava olhando pro lado oposto da porta, então não podia ver seu rosto.

David a analisava de longe com o cenho franzido. Quando ele ameaçou de aproximar, vimos elas levantando a mão com a mangueirinha do soro solta. David revirou os olhos e limpou a garganta. Como uma criança que esta aprontando, Lauren abaixou a mão rapidamente, escondendo a a mangueirinha atrás de si e se virou com certa velocidade, olhando para nós com os olhos arregalados e culposos.

Não me contive e sorri abobada com a cena. Assim que seus olhos verdes pairaram sobre mim, um sorriso genuino e iluminado tomou conta de sua boca. Nossos olhos se encontraram. Mesmo longe eu via o brilho intenso de seu par de esmeraldas que tanto senti falta de ver.

- Camz! - Ela disse com uma voz doce e serena. Ela estava sorrindo mais ainda. Meus olhos começaram a marejar e eu me segurei para não chorar alii. Ficamos numa troca de olhares e sorriso até que alguem nos despertou.

- Dinah tambem! – Dinah disse tomando a atenção de Lauren.

- Hansen! – Ela disse quase em comemoração.

Dinah erguei os braços e Lauren fez o mesmo. Minha amiga saiu em passos largos e rapidos e quando dei por mim as duas estavam grudadas num forte abraço. Sorri com a cena das duas juntas.

- Você está tão magra e tão branca. – Dinah disse a reparando. – Parece uma folha de papel A4.

Lauren deu um pequeno empurrão de brincadeira no ombro da Dinah. As duas riram por alguns segundos.  Lauren a puxou com a mão em sua face e a trouxe para dar um beijo na testa.

- Palmito! Você babou na minha testa. – Dinah se afastou e ficou encarando o sorriso bobo da Lauren. – Você está muito melosa... Isso é algum efeito colateral do afogamento?

- Eu estava com saudades DJ... Alem do mais, não tenho nem palavras para agradecer por ter sido meu anjo da guarda mais uma vez. Obrigada por tudo e desculpa por ter sido tão filha da puta com vocês por todo esse tempo. Sei que nada do que eu diga vai reparar as coisas que eu fiz ou até mesmo falei. Mas saiba que eu sou eternamente grata por você existir na minha vida.

Olhei para Dinah que enxugava uma lagrima dos olhos e sorria para Lauren.  Vi Lauren abrir os braços novamente e Dinah afundou os seus em volta do corpo dela em outro abraço apertado. Estava encantada com aquela cena. Era uma mistura de gratidão e saudade. Assim que elas se soltaram, Lauren enxugou uma lagrima e então olhou pra mim. Ela abriu os braços e junto um sorriso. Não pensei duas vezes antes de ir correndo para me perder em seus braços. Vi Dinah se afastar para me dar passagem.

Logo que meu corpo encontrou com o calor do seu, senti que tudo parecia estar em seu eixo. Como se todas as coisas estivessem encontrado seu lugar. Como se os planetas estavam em perfeita sintonia em suas orbitas, como se cada peça de um quebra cabeça se encaixasse corretamente. Era como estar em casa após um longa e cansativa viagem. Era como se eu tivesse encontrado a melodia da minha vida em um simples abraço, cheio de saudades, carinho, segurança e uma certa necessidade. Era um abraço casto e terno. Era como se tivesse encontrado o sentido de muita coisa na minha vida. Eu senti um alivio tão grande de tê-la ali, em meus braços, sentido o calor de seu corpo fragil e palido. Era uma necessidade ter-la assim,  aninhada em meus braços como uma criança em busca de segurança. Sentia seus dedos brincando em meu cabelo como ela sempre fazia no começo quando ela se desarmou para mim. Ela estava a um tempo enrolando a ponta de uma mecha do meu cabelo no dedo e soltando em seguida. Foi então que um limpar de garganta de David nos tirou da nossa bolha.

Me afastei lentamente de seus braços e ela me segurou. Suas mãos frias e um pouco tremulas foram até meu rosto onde ela segurou levemente. Ela trouxe sua testa até a minha e ficamos nos encarando por alguns segundos. Seus olhos verdes que estavam num tom escuro no momento, me olhava de maneira tão intensa,com tanta necessidade...

- Eu queria tanto te ver Camz. – Ela disse num sussurro, que me fez sorrir.  – Eu achei que não viria me ver...

- Eu não via a hora de ver você acordada... Estava sendo tão angustiante, tão dificil te ver desacordada, sem nenhuma reação, sem prazo para despertar. Meu coração apertava por não saber quando você ficaria bem, minha cabeça me torturava por imaginar você dias na mesma condições.

- Me desculpa Camz, eu não queria te preocupar. – Lauren tirou sua testa da minha e acariciou meu rosto com as pontas dos dedos, logo em seguida me dando um beijo leve na bochecha.

- Não querendo atrapalhar, mas já atrapalhando, preciso colocar o soro que alguem tirou. – Só então vimos David com a mangueirinha na mão. -  Por que você tirou?

- Eu não tirei. Escapou! – Ela sorriu cinicamente para David que a encarou com os olhos semicerrados.

- Como se sente branquela? – Dinah perguntou se sentando em uma cadeira que tinha proximo a cama.

- Cansada, morrendo no tédio. Queria sair daqui. 

- Está se comportando bem com o David? Espero que esteja, pois ele tem sido muito cuidadoso com você, Jauregui. – Falei enquanto olhava David terminando de regular o soro dela.

- Estou... menos quando me força a fazer o que eu não quero. – Ela respondeu olhando para David que revirou os olhos.

- Ela fica me ameaçando quando peço para ela tomar remedio, comer, ou quando preciso avalia-la. – Lauren cruzou os braços e o encarou. – Falando nisso, sua sopa já deve ter esfriado e você ainda nem comeu.

- Eu não vou comer essa coisa. Não é porque eu estou aqui, que estou a beira da morte pra tomar sopa.

- Acho que é a sua vez de tentar Chancho... Eu nem vou entrar nessa guerra. – Dinah disse me empurrando pro lado da Lauren.

- Nem tente, Cabello!

- Se você não comer, vai ficar mais tempo nesse hospital sobrevivendo de soro. – Disse seria e ela bufou. Bem que disseram que ela agora só deu de fazer isso.

- Seu aparelho digestivo ficou varios dias sem trabalhar, você  precisa estimula-lo. Tem que começar com comidas leves e frutas. Eu vou pedir pra tocarem sua sopa. – David pegou a tigela em cima da mesinha perto da cama. – Podem cuidar dela?

- Claro! Vamos testar como está a mente dela por enquanto. – Dinah disse e logo olhou com um sorriso maligno pra Lauren.

Assim que David saiu, trocamos olhares entre nós três.

- Camz, senta aqui comigo. Deve estar cansada de ficar em pé. – Lauren foi mais para o lado da cama e eu me acomodei na parte que ela cedeu. Dinah arrastou a cadeira para mais perto.- Como estão as coisas?

- A escola continua na mesma. Meu pai veio com meus irmãos esse final de semana. Meus pais decidiram que vão vender a nossa casa final do ano. Minha mãe vai voltar pra Orange County no começo do ano que vem. Caso eu consiga uma bolsa, vão me comprar um apartamento aqui em Miami para eu morar sozinha. Se não, vou voltar para junto da minha familia.

- Espero que consiga a bolsa. – Lauren disse com um sorriso. – Não quero que saia de perto de mim agora que estavamos juntas novamente.

- Eu vou conseguir... Nem que pra isso eu tenha que fazer um pacto com o satã pra conseguir alguma coisa.  – Olhei incrédula para Dinah e ela começou a rir.

Enquanto a conversa ia rolando, reparei Lauren tentando se acomodar em meu peito, como uma criança quando quer colo. Sorri com a cena e ajudei  para que ela pudesse se abrigar em mim. Me arrumei na cama para conseguir  uma postura confortavel para ambas. A puxei levemente e ela se colocou com a cabeça em meu peito e os braços em volta da minha cintura. Passei meus braços por cima dela e fiquei acariciando seus cabelos e costa.

- Bom, agora lá vou eu aturar toda a melosidade de novo. – Dinah fez uma careta de nojo pra gente e Lauren mostrou o dedo do meio pra ela. – Espero que o casalzinho que não se assume pare com as briguinhas e fiquem de boa agora.

- Não somos um casal. – Disse encarando minha amiga.

- Não é o que diz sua ficha no hospital. – Dinah riu e logo Lauren levantou a cabeça me analisando.

- Então é verdade que você está cadastrada como minha namorada aqui... – Arregalei os olhos e engoli seco. – Achei que era algum tipo de zoação do David, apesar dele sempre falar da “minha namorada” com tanta convicção que ficava em duvida de saber se realmente era serio isso.

- Me desculpe por isso... Essa era a única maneira que Vero conseguiu para eu poder te ver.

- Não precisa se desculpar. Eu até gostei da ideia de ter você como minha namorada. Sabe que só não tormamos isso real por que você nunca quis.

- Lauren, por favor... Vamos mudar de assunto. – Disse sentindo meu rosto queimar.

- Concordo com a Chancho... Não é porque eu tenho fogo que significa que seja vela. Não sou obrigada a matar aula pra ficar aqui de vigia das juras de amor e dos amassos de vocês... Apesar que o universo conspira para que eu sempre chegue apagando a fogueira de vocês, antes que incendeie tudo.

- Você é tão ridicula CheeChee... – Dinah me olhou e mostrou a lingua.

- Estava com saudades de ouvir a conversa de vocês. – Lauren disse rindo.

- Lolo... como você se sentiu enquanto estava em coma?

- Era estranho Camz... Não sentia nada, não via nada e não tinha controle em nada... A única coisa que conseguia ouvir era vozes distantes. Parecia que eu estava presa em minha propria mente.

- Isso parece ser tão ruim Lo... Não sabe como estou feliz por estar bem novamente... – Apertei ela contra meu peito, como se minha vida dependesse daquele gesto.

- Afinal, quem foi que te jogou no lago? – Lauren virou-se pra ela e suspirou.

- Bradley... – Apertei novamente Lauren contra meus braços e dei um beijo no topo de sua cabeça. – Ele e aquele amigo dele, que estava junto no dia da invasão a escola, o Tristan.

- Filha de uma put...

- Dinah!  - Repreendi assim que ela começou a xingar alto.

- Eu sabia que foi aquele desgraçado! A mãe dele jurou de pés juntos que ele não estava na cidade desde dois dias antes disso acontecer.

- Eu falei pro papai... Ele já está providenciando tudo para aquele demente ir preso. 

- Vai ficar tudo bem no final Lolo...

- Vai sim Camz.

- Voltei com uma sopa nova... – Olhei para o porta e vi David adentrar o quarto com um carrinho com uma bandeja fechada. – Agora seja grato por todo o trabalho que eu tive e aprecie essa sopa que não está ruim. Você fala tão mal da comida desse hospital que eu pedi para provar.

- Pelo menos o cheiro está bom! – Dinah disse assim que David destampou a bandeja e segurou a tigela de sopa.

Lauren ainda em meu copo escondeu o rosto como uma criança quando não quer tomar o xarope.

- Lauren Michelle! Você não tem 3 anos. Pare de se fazer de criança. Agora se arrume na cama para comer.

- Eu não quero comer Camz. Isso é horrivel... Não é como se você tivesse cozinhado.

- Bom, já que a rainha das trevas não quer comer, acho melhor irmos, certo Chancho? – Olhei confusa para Dinah e ela piscou pra mim. Já que Lauren estava agindo como criança, seria tratada como tal. – Não quero ser culpada de estrova-la a se alimentar.

- Tem Razão CheeChee . – Dei um beijo no topo da Cabeça de Lauren e tentei sair de cima da cama, porem la me segurou.  – Lauren, me solte. Eu tenho que ir.

- Não tem não... Você mal chegou. Fica aqui! E pode voltar a se sentar ali tambem Hansen!

- Eu não vou ficar aqui nesses horarios pra depois levar a culpa por você não comer. Ai vão querer barrar minha entrada toda a vez que eu resolver vir te visitar, já que vai ficar aqui por mais tempo do que espera se continuar  negando a se alimentar direito. – Finalmente consegui sair de seus braços.

 Lauren é mais forte que eu, mas como ainda esta fraca e um pouco molenga, foi facil de me livrar. Assim que pulei pra longe dela, ela me olhou com cara de indignada.  David pegou a tigela de sopa e fui até ela.

- Se eu comer essa coisa, vocês ficam? – Lauren perguntou dando-se por vencida. Dinah assentiu e eu sorri. – Okay... Eu me sacrifico por vocês.

Dinah voltou correndo para a cadeira e se sentou.  Lauren encarava a tigela que tinha em mãos, logo olhando com cara de piedade pra mim. Me aproximei e sentei na ponta da cama.

- Vamos lá Lolo... A cara dessa sopa está otima.

- Não está não Camz...

- Me dá essa tigela e chega mais pra lá. – Ela me olhou curiosa, porem atendeu meu pedido. Entreguei a tigela para Dinah segurar enquanto eu me ajeitava na cama.

- Dinah! – A repreendi quando voltei para pegar a tigela e vi minha amiga tomando a sopa.

- Eu estava vendo se é tão ruim assim ou é frescurite da branquela! – Ela me entregou a tigela e deu com os ombros. – É melhor que a sopa da minha avó.

- Camz... Eu não quero!

- Para com isso, Lauren! Ou você toma essa sopa por bem ou eu vou enfiar essa tigela de sopa inteira no seu nariz. Ela abriu a boca e me olhou incrédula. Dinah e David estava indignados com minha atitude.

- Ela é sempre assim? – Ouvi David perguntar para Dinah.

- Digamos que essa é a verdadeira forma que elas convivem. – Dinah disse rindo.

Peguei a colher em enchi com a sopa que era composta de legumes e frango e levei até o alcance da sua boca. Lauren hesitou e eu já estava sem paciencia. Ela vendo que eu não estava de brincadeira, abriu a boca e eu enfiei a colher, vendo ela engolir logo em seguida fazendo careta.

- Muito bem... Agora vamos a mais colherada. – Ela me olhou fazendo bico, mas abriu a boca para receber novamente a sopa.

De colherada em colherada dadas por mim, logo a sopa já tinha passado da metade. Ela fazia cara de má vontade, porem nada disse. David e Dinah faziam piadinhas da situação e eu tentava me manter seria para ela não tentar revidar a ideia de não se alimentar.

- Chega Camz, não aguento mais. – Ela disse fastando a tigela. Pelo menos tinha tomado mais da metade.

- Tem um suco de laranja para você tambem. – David pegou e a entregou o copo. Diferente da sopa, ela pegou o copo e tomou a metade sem reclamar.  – Sua salada de frutas está ali tambem. Vai querer agora ou depois.

- Depois Dav, agora não aguento mais comer nada. Quero curtir minhas amigas amiga um pouco.

- Amigas? – David questionou me olhando. Engoli seco e Lauren pareceu entender meu incomodo.

- Amigas tambem, ué?! – Lauren me abraçou por trás, me fazendo deitar por cima dela. Quando estava proxima o suficiente ela me deu um beijo do lado da cabeça. – Até porque começamos tudo como uma amizade, não é baby?!  - Eu apenas assenti com a cabeça, ainda com medo dele descobrir minha pequena farsa sobre o nosso namoro. Dinah percebendo minha tensão começou a rir.

- Você não viu nada ainda dessa amizade. Eu tive a infelicidade de presenciar os amassos delas por ai... Ainda mais em banheiros.  – Dinah  contava rindo. Meu rosto esquentou na hora e tentei me esconder nos braços de Lauren.

- Se eu fosse você, ficaria bem longe no dia que a senhorita Jauregui receber alta. Tanto tempo longe uma da outra assim, imagina quando resolver matar toda a saudade... – David disse entrando na brincadeira. Eu já não sabia onde enfiava a cara.

- Nem me fale... Quero me manter a pelo menos um quilometro de distancia delas. - Dinah falou se benzendo.

- Okay... parem porque estão deixando a Camz com vergonha. – Lauren acariciou minha cabeça e deu um beijo no mesmo local.

- Vou deixar vocês sozinhas. Daqui quinze minutos estarei de volta. – David saiu rindo e eu me levantei o olhar para fuzilar Dinah com os olhos.

- Nem me olhe assim... Ele já estava desconfiando da sua farsa, já que tem quase uma hora que estavamos aqui e não saiu nenhum beijão. Deveriam agradecer por eu salvar a pátria.

- Sabe Dinah, você tem razão... Tem quase uma hora que vocês chegaram e nem um selinho eu ganhei.

- E nem vai ganhar. Comporte-se Jauregui! – Dei um tapa na perna dela me ajeitei melhor em seus braços. Apoiei minha cabeça em seu ombro e entrelaçamos uma de nossas mãos.

Ficamos um tempo conversando sobre a escola e sobre os pais da Lauren ter mandado novamente os irmãos dela pra o colegio interno só por saberem que ela já havia acordado.  Lauren reclamou sobre a frieza que a mãe dela tem em relação aos filhos e como seu pai fica triste por ter os filhos enfiado em uma escola onde ninguem sabe o que eles podem estar fazendo ou aprendendo, ao inves de estar em casa com a familia e ter uma vida normal.

- Lauren, você ficou com alguma lesão por causa do afogamento? – Dinah questionou. Eu fiquei morrendo de medo da resposta.

- Por enquanto não. Tem alguns exames que saem essa semana e só então saberemos se eu dei muita sorte ou terei alguma sequela.

- Você sente alguma coisa diferente Lolo? – Perguntei com receio.

- Hm... Acho que não. Na verdade eu nem sei dizer. Eu fico tão mal aqui dentro que nem percebo outros mals. Nem fome eu tenho aqui.

- Se por acaso descobrirem que você tem problema de figado, não esqueça de avisa-los que a culpa foi do alcool que você ingere desde que descobriu que Papai Noel não existe.

- Pode deixar DJ... Se eles falarem dos meus rins eu jogo  a culpa no tanto de refrigerante que eu bebo. – Lauren disse entrando naquela brincadeira sem graça.

- Você quase nunca bebe agua, no dia que resolve tomar, tenta beber um lago inteiro e entra em coma. – Ambas começaram a rir e eu estava incomodada com tal piada.

- Não tem graça! – Disse agoniada.

- Está tudo bem Camz. Temos que rir, o pior já passou. Nada do que vir pela frente pode ser pior do que eu já passei.  A não ser que Brad tente me matar novamente.

- Não fale essas coisas. Eu não gosto e nem quero ouvir isso! Você não pode me dar mais nenhum susto como esse, entendeu? – Apontei para ela e ela assentiu com a cabeça. – E prefiro que você mate ele antes que ele tente matar você.

- Ninguem vai precisar matar ninguem, bobinha... Meu pai garantiu que ele vai pra bem longe daqui. Não é atoa que ele é o melhor advogado da região. – Lauren levou minha mão até sua boca e deu um beijinho.

- Hey  tia turbina, quando o enfermeiro maravilha chegar temos que ir. De acordo com a nossa autorização, podiamos ficar uma hora com a bunda branca ai.

- Você realmente tem que arrumar um apelido estranho pra todo mundo mesmo, Dinah? – Lauren perguntou rindo.

- Tia turbina? CheeChee... você já olhou pro tamanho da sua bunda por acaso? – Disse indignada.

- O pior foi o suposto enfermeiro maravilha. Pra mim David é Gay.

- Por que acha isso?  - Perguntei curiosa.

- Por que prefiro acreditar que ele seja Gay e assim não querer bater nele.

- Essa piada eu não entendi... – Dinah disse e Lauren revirou os olhos.

- Eu prefiro acreditar que ele é gay, ou cair na real que ele tem uma quedinha pela Camz. Ele sempre fala nela e fica se perguntando quando ela vem visitar e fala que ligou pra ela...

- Está sentindo esse cheiro Mila? – Dinah cortou a fala de Lauren e começou a farejar o ar. Eu fiz o mesmo  gesto, porem a única coisa que sentia era o cheiro suave dos cabelos da Lauren que estava perto de mim.

- Não... O que você esta sentindo? – Realmente não sentia nada.

- Esse cheiro forte, que esta vindo... – Ela foi farejando pro lado da Lauren que a encarou fazendo careta. – Esta vindo de você Jauregui...

- Pode parar com isso... Eu tomei banho meia hora antes de vocês chegarem. – Lauren a empurrou.

- Afinal o que você ta farejando como um cão de caça? – Perguntei logo de cara.

- Esse cheiro que está impregnado na Lauren... Cheiro de CIUMES!

- Eu nem vou discutir sobre isso! – Lauren me puxou para mais perto e jogou meu cabelo para o lado.

 Com meu pescoço amostra, senti sua respiração quente bater na pele descoberta e meus pelos eriçaram levemente. O arrepio dominou de vez quando seus labios quentes e molhados tocaram meu pescoço. Minha respiração começou a descompassar conforme seus labios se moviam em meu pescoço.

- Lauren... – Era pra ter soado firme, porem saiu quase em um sussurro. – Não faz isso!

- Quietinha Camz... É só carinho. – Novamente ela começou a deslizar os labios pela minha pele. – Não sabe como senti falta de mais contato assim...

 Seu sussurro rouco e seu halito quente contra aquela região que estava molhada pelos beijos deixaram meu corpo em alerta. Mordi meu labio inferior para abafar qualquer tipo de som ou gemido que tentasse escapar. Fechei os olhos e deixei ser guiada pela sensação prazerosa que estava sentindo. Lauren parou as caricias com os labios e começou a colocar um pouco mais de pressão no beijo.

- É exatamente isso que sou obrigada a presenciar quando estou sozinha com elas.  – Abri os olhos rapidamente e me deparei com Dinah falando  com David no quarto. - As vezes acho que, apesar da minha altura eu passo despercebida ou fico invisivel.

Tentei desviar do contato com Lauren, mas ela me segurou firme. Dinah me olhava com cara de nojinho e David tinha um meio sorriso no rosto.  Lauren desviou a boca até minha nuca e roçou os dentes me fazendo arrepiar e me encolher pelo ato. A descarada vendo minha reação automatica começou a rir baixo com a boca ainda no meu pescoço.

- Acho melhor irmos antes que Camila fique para fazer o pré-natal nesse hospital. Mais cinco minutos a pervertida da jauregui engravida a Mila.

- CheeChee!

- Teriamos filhos lindo, não acha? Seriam clarinhos e teriam olhos verdes como eu, teriam seu nariz e boca. Poderiam ter o meu cabelo tambem. Eu ficaria contente se eles tivessem seus traços. 

- Será que dá para vocês duas pararem de viajar? Acho melhor irmos, eu tenho que chegar em casa antes de ir buscar a Sofi.

- Fica mais... - Lauren disse escondendo o rosto em minhas costas e me segurando pela cintura. Tentei me livrar, mas ela se arrastava mais para perto.

- Lauren! Deixa de ser carente. – Comecei a bater em seu braço até que ela me soltou.

- Eu só estava com saudades. – Ela disse manhosa e fazendo bico.

- Eu tambem estava, mas nem por isso estou tentando me fundir a você.

- Bom, eu vou indo. – Dinah chegou perto de Lauren e a encarou. – Anda logo urso polar, me da um abraço pra eu poder ir.

Lauren se virou na cama e puxou Dinah para um abraço, onde a maior caiu em cima. Assim que elas se separam, Dinah me empurrou pro lado da Lauren.

- Vai logo... e sem cerimonias, por favor. – Sorri pela cara de deboche de Dinah e me virei para Lauren.

Seus olhos estavam com um brilho ansioso e um sorriso bobo brincava em seus labios. Eu a abracei por poucos segundos, até ela quebrar o contato. Ela segurou minhas mãos e me olhou nos olhos.

- Quando você volta?

- Espero que o mais breve possivel. Prometo voltar ainda essa semana! – Senti Lauren acariciar minhas mãos com o polegar e sorri com o gesto.

- Vou sentir sua falta... você vai sentir a minha?

- Assim que eu cruzar aquela porta já vou me doer de saudades sua, idiota!

- Que bonitinho... Agora vamos que nossa hora já esgotou Chancho! – Dinah disse indo até a porta.

- Se cuida Lolo. – Dei um beijo em sua testa. – Se comporte com o David, ele está aqui para te ajudar e obedeça-o porque ele está apenas cuidando de você. – Ela assentiu e assim que ia saindo, ela me puxou pela mão.

- Hey, não é assim que namoradas se despendem. – Antes que eu pudesse raciocinar sobre suas palavras, Lauren me puxou e colou nossos labios com certo desespero.

Tentei hesitar ao seus toques, mas meu corpo me traiu e quando percebi já estava totalmente envolvida naquele beijo. Era um beijo terno, sem malicias e cheio de saudades. Meus labios acariciavam os seus com a mesma intensidade. Ela me beijava com se ali estivesse todo o ar que ela precisava para respirar. Falando em ar, como fui pega despercebida, senti que os meus chegaram ao fim.  Afastei nossas bocas e colei nossas testas, Lauren ainda permanecia de olhos fechados e então pude analisar que suas olheiras estavam bem mais claras. Quando ela abriu os olhos, aqueles globos verdes e intensos fitam os meus eu não desviei o olhar.

- Obrigada por ter vindo. Obrigada por não me evitar ou me ignorar novamente.

- Eu não poderia fazer isso... Sofri demais esperando para que você reagisse para depois te menosprezar. – Vi um pequeno sorriso brotar em seu rosto.

- Eu  amo você, Camz. – Ela sussurrou e senti meu coração errar uma batida.

Sorri com suas palavras que aqueceram meu coração. Ela me disse que me ama. Apesar de tudo, ela ainda me ama. Eu estava eufórica por dentro em saber que ela ainda me ama. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela selou nossos labios. Ela manteve seus labios no meu por alguns segundos logo soltando e depositando dois selinhos rapidos. Abri meus olhos e me deparei com duas esmeraldas brilhantes me encarando.

- Se cuida, okay?! Prometo voltar o mais breve que eu puder. Não faça nada de errado e faça o melhor para sair logo daqui. – Lauren assentiu e eu sai de perto dela. – Até mais David. Qualquer coisa que ela fazer de errado, me liga que eu venho puxar as orelhas grandes dela.

- Minhas orelhas não são grandes... Se duvidar, a suas ainda é maior que as minhas. – Ela disse fazendo cara feia e eu joguei um beijinho no ar..

- David, expulsa a gente daqui se não essas duas vão ficar nessa o dia todo. – Dinah abriu a porta e atravessou. Eu fui atrás acenando antes de sair.

Passamos pela recepção, DInah assinou uma ficha e então fomos em direção a saida.  Assim que saimos, fomos direto para o carro. Dinah destravou as portas e entramos para  ir até minha casa.

- Que melosas vocês... E nem  adianta me dizer que é teatrinho por causa do fato de você estar como namorada dela naquele hospital. Eu vi você se preparando pra ter um orgasmo quando a vampira gótica estava atacando seu pescocinho. Sem contar que não tinha ninguem alem de nós três. Por que não assume logo esse romancinho e não se acertam de vez? Ficam com ciuminhos, cuidam uma da outra, choram uma pela outra... Já passou do tempo de descerem de cima do muro. Tem medo do que? Só não me venha com aquele papinho sobre familia e blá blá blá... A garota quase morreu e você entrou na fossa. Agora ela está ai novamente, não acha que isso seja um sinal para se darem uma chance? Lauren já se declarou para você. Seria bem legal da sua parte dar o proximo passo. Ah, e eu quero ser a madrinha do casal!

- Você fala como se fosse simples eu chegar pros meus pais e dizer: Papai, mamãe... adivinhem só... vocês vão ter uma nora. Isso mesmo, não é um genro, mas sim uma nora. Só que relaxem... é só a Lauren. Aquela garota que vocês tanto gostam, filha do advogado mais importante da região. Ah, a gente já se pega a um bom tempo tambem.  Preciso dizer que acho que eu sou lesbica?

Dinah olhou para minha cara e soltou uma gargalhada. Ela quase bateu num carro que estava estacionado por não prestar atenção e ficar rindo minha cara. Tinha  quase dois minutos que ela estava apenas rindo incontrolavelmente, enquanto eu fiquei que tem sonsa esperando por alguma resposta.

- Dá pra se controlar e parar de rir? – Disse dando um tampa no braço dela.

- Desculpa, Chancho...  – Ela se abanou e me olhou enxugando as lagrimas. Afinal, qual a graça que até agora eu não achei? – Acho que seria uma otima ideia você dizer exatamente assim para seus pais, mas por favor... Me chama pra ver isso porque eu ficaria muito chateada de não poder ver a reação deles.

- Eu não sei...

- Qual é, grande Master... Vocês se gostam, tá que a Lauren parece gostar bem mais, até porque eu que conheço ela a um bom tempo e presenciei seus namoricos, sei quando a coisa é seria ou não. Lauren é uma garota legal e você faz bem a ela. Eu sei que nem se for lá no fundo, muita coisa sobre o sentimento de vocês é reciproco. Acho que não perderiam nada se tentassem.

- Talvez nem seja tão lá no fundo. Já conversamos sobre isso. Eu realmente gosto dela e muito! Só tenho medo sabe...  Não medo apenas do que vão pensar ou medo de enfrentar minha familia... Meu maior medo é de não ser o suficiente pra ela depois e quando ela perceber isso, não me querer mais.

- Esse é seu maior medo? De se entregar a um compromisso com ela e acabar não sendo o que ela esperava? Se for isso, pode pular o namoro e pedir a mão dela em casamento, porque Lauren acha que você é bem mais do que ela merece... por isso que, mesmo que você mande ela a merda, no fim sempre ela volta atrás.

Perdida em meus pensamentos e na conversa com Dinah, nem percebi quando ela parou em frente de casa. Só dei por mim quando ela parou o carro e soltou meu cinto.

- Eu não sei Dinah...

- Lauren sobreviveu a um afogamento que poderia ter tirado a vida dela. Passou semanas em coma num hospital e aparentemente não tem nenhuma lesão por conta disso. Ela ganhou uma nova chance de recomeçar, viver outra vez. Os medicos tinham sã consciencia de que era muito provavel ela vir a óbito e olha como ela está... Fazendo piadinhas, te enchendo de carinho e implorando pela sua atenção. Ela está recomeçando a viver. Por que não faz o mesmo por vocês? Por que não recomeçam tudo só que agora de uma maneira mais intensa?  Vocês duas estão cheias de amor, porque não se deixam transbordar juntas?

- Eu vou pensar nisso... Prometo!

- Se seu medo for de ninguem apoiar isso, saiba que eu sou a que mais torce por vocês! – Dinah me deu um grande sorriso e eu abracei.

- Eu te amo tanto, Cheechee...

- Podemos ser um triangulo amoroso, o que acha? Eu, você e a gostosa da Jauregui.

- Não vou dividir a minha Lolo com você... E desculpa Cheechee, mas as loiras não fazem meu tipo, prefiro as morenas de olhos verdes.

- Pensando bem, nem as duas juntas dariam conta de tudo isso aqui. – Dinah correu a mão pelo corpo e eu comecei a rir. – Eu sou muito areia pra carriolinha das duas.

-  Você é tão boba CheeChee...

- Bom, acho melhor você erguer essa bunda mole sua e ir logo. Estou como fome e preciso almoçar. De nada, Mila!

- Tchau Jane! Nos falamos mais tarde. – Segurei seu rosto e dei um beijão na bochecha dela. Dinah me olhou com os olhos semicerrados e passou a mão limpando onde eu beijei.

- Se controle, pervertida.

- Foi você que sugeriu um triangulo amoroso. Apenas estou apreciando a ideia. – Sorri com a lingua entre os dentes e ela mostrou o dedo pra mim.

- Pensa no que eu disse, ta bom?

- Sobre sermos um triangulo amoroso? – Perguntei brincalhona.

- Não sua tapada... Sobre você e a Lauren. Sobre recomeçar, lembra?

- Eu não sei... – Suspirei.

- Sabe sim! – Dinah esticou o braço abrindo a porta do meu lado. – Agora some. – Quando ia reclamar sobre isso, ela me empurrou pra fora do carro. Quase cai com o passo em falso que dei.

- Quanta gentileza sua! – Falei assim que me coloquei em pé do lado de fora.

- Obrigada. Agora feche a porta que eu preciso ir. Tchau Mila, até amanhã! – Ela acenou pra mim. Eu para não deixar barato, me virei e sai em direção a minha casa. – Hey tanajura, não vai fechar a porta? – Continuei fingindo que não ouvi nada. Vadia! Alem de eu te dar carona, te levar pra dar uns amassos no hospital com a morimbunda da Jauregui, sai sem  nem fecha a porta? E nem pra agradecer serve... – Me virei assim que  cheguei a porta de casa e a encarei tentando fechar a porta do carro sem sair de dentro. Assim que ela me encarou, eu coloquei a mão na boca, mandando um beijinho no ar. Ela muito educada como sempre, me mostrou o dedo do meio.

Depois de muito esforço ela conseguiu alcançar a porta e a fechou. Deu duas buzinadas e saiu arrancada de frente da minha casa. Entrei e fui para meu quarto trocar de roupa. Assim que coloquei uma roupa mais confortavel, foi pentear meu cabelo para depois ir buscar Sofia na escola. Assim que joguei meu cabelo para o lado, vi uma pequena macha avermelhada no meu pescoço.  Passei a mão algumas vezes e ela não saiu. Virei um pouco mais de lado e me dei conta que aquilo era a marca de um chupão.

- Filha da puta... Não acredito que ela me marcou! – Falei alto. Minha sorte é que não foi tão forte e não ficou roxo, só avermelhado. Em poucos dias acredito que suma. Ainda bem que está num lugar que meu cabelo consegue esconder bem. Que horas que ela conseguiu fazer isso que eu nem percebi? Ela me paga da proxima vez. Vou manter meu corpo a metros de distancia dela.

A quem quero enganar?! Assim que eu bater meus olhos nela, eu vou ser atraida como uma peça de metal a um imã. Aqueles malditos olhos verdes me hipnotizam de uma forma que esqueço toda a razão de lutar contra ela.

Logo desci a escada e fui em direção a escolinha para buscar Sofi. No caminho fui pensando na visita ao hospital, no quanto fiquei feliz de ver a garota que me tira toda minha concentração e principalmente na conversa com Dinah. Seria loucura demais arriscar em ter algo a mais com a Lauren? Será que enfrentariamos muitos obstaculos juntas? Eu conseguiria desviar de todos sem me sentir atingida? E o mais importante... Será que ela ainda está disposta a dar um passo tão grande assim comigo?

Imagina só, Lauren Jauregui, minha namorada. “Minha namorada...” Até que isso soa bem. Não me importaria de dizer para todo mundo que ela era MINHA NAMORADA. Seria minha assim como eu seria dela. Numa coisa ela tem razão... Teriamos filhos lindos. Clarinhos com aqueles incriveis olhos verdes e cilios grandes. Não queria que eles tivessem meu nariz, mas já que ela quer assim, fazer o que?! Quantos teriamos? Dois? Talvez Três! E que nome colocar? Quero duas meninas e um menino. Caso ela queira dois, eu quero um casal. “Nossa... Que delírio é esse Camila? Filhos? Fala serio... Nem namoradas somos, como posso estar pensando em ter filhos com ela?”  Acho que esse sol está afetando meu cerebro. Ou a maluquisse dela é contagiosa e pegou em mim, afinal quem começou com essa historia de termos filhos foi a Lauren.

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Heeey Squard!
Capitulo Grandão... Cansaram de ler? Quanto tempo levaram pra ler tudo?
Gostaram do capitulo? Sim ou claro?
Quem queria uma Dinah Jane Milika Ilaisaane Hansen Amasio como Best Friend?


Nos vemos por ai... Bjoos'


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