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História Destino - Capítulo Onze


Escrita por: BluePuddin

Capítulo 11 - Capítulo Onze


Quando chegamos, Mille me sequestrou e foi me mostrar o que quer que ela tinha pra me mostrar. Digamos que esse mistério todo estava me consumindo por dentro e eu queria muito saber o que era. Só digamos.
-Anda logo! - Resmunguei batendo o pé enquanto ela explorava o guarda roupa.
-Sabe o vestido que comprou pro casamento?
-O vermelho? Que tem ele?
-Você não vai usar! - Falou sorrindo.
-O que? - Gritei. Ela sinalizou para que eu ficasse calma.
-Quero que use esse aqui. - Mille tirou uma caixa branca de dentro de dentro do guarda roupa e a colocou na cama, se sentando ao seu lado. - Vem ver. - Me sentei do outro lado da caixa e ela a abriu. Fiquei boquiaberta.
Era um vestido tomara que caia completamente diferente do outro. Quando ela me fez vesti-lo pude vê-lo melhor. Não era muito justo, na verdade parecia com o azul do jantar, mas esse era sim preto. O tecido era brilhante, e a pedraria no colo acompanhava a outra camada de brilho da saia.
-Viu? Ficou perfeito em você! - Falou segurando meu cabelo como se estivesse preso.
-Mas por que quer que eu use esse vestido? - Perguntei ainda sem conseguir entender.
-Porque ele é seu. - Me virei pra ela, surpresa. - Seus pais tinham comprado pra sua formatura, mas com todo o baque do acidente, a formatura ficou em segundo plano. Você tem ideia do quanto senti orgulho quando você ainda conseguiu entrar pra faculdade mesmo assim? - Engoli o choro. - E não foi só pela sua mãe, por ela querer que você fizesse isso, mas por você também!
-Mille... - Sussurrei, com medo de começar a chorar se me esforçasse pra falar. 
-Ela tinha orgulho de você, mesmo você não sendo o que ela queria que fosse. - Mordi o lábio, quase ficando com raiva.
-É, mesmo eu sendo eu mesma. - Sussurrei respirando fundo.
-E é incrível como ainda serve perfeitamente! -  Assenti com a cabeça, já movendo a mão pra tira-lo. Como dizer que eu não conseguiria usa-lo? - Você não quer não é? Não vai conseguir usar certo? - Voltei a assentir com a cabeça. - Abigail, depois desses quatro anos, Jason foi o único cara que eu vi que conseguiu te deixar realmente feliz, e em menos de uma semana é bom acrescentar! Se você não conseguir superar isso ao lado dele, não vai superar! E você tem lidado com esse tipo de coisa desde bem antes! - Engoli em seco, quase chorando. Se eu respondesse, choraria o dia todo. - Tire o vestido, vou guardar pra você. - Abri o zíper das costas e ele desceu, pulei dele assim que possível.
-Obrigada... - Sussurrei me vestindo.
-Mas se não conseguir, não tem problema usar o outro okay? - Forcei um sorriso e sai. Jason estava encostado ao lado da porta.
-Sem perguntas. - Deixei claro enquanto ia pro meu quarto. Ele me seguiu.
-Ainda quer ir comigo depois da cerimônia? - Sussurrou me abraçando.
-Eu disse sem perguntas! - Falei sem conseguir me controlar. Fiquei de frente pra ele e enquanto ele me abraçava cada vez mais forte, chorei.
Chorei a tarde toda, e praticamente não comi. Jason ficou comigo esse tempo todo, e isso me fez continuar com esse complexo de culpa por preocupa-lo. Mas ele provavelmente ouviu a conversa toda, então ele sabia tudo o que eu tinha de motivo pra chorar.
-Vou pegar alguma coisa pra você comer, uma lasanha, não sei. – Sorri, lhe soltando um pouco.
-Você também não comeu nada depois que chegamos, mesmo que tenha comido uma pizza inteira praticamente. – Ele riu.
-Fui informado, mas você não pode descontar deixando de comer o dia todo! – Reclamou. Me encolhi.
-Por que não? – Sussurrei lembrando da adolescência.
-Não é saudável.
-Se matar de comer também não é, eu só dou um tempo depois disso! – Ele arqueou a sobrancelha e eu me encolhi mais. – Tá puto comigo?
-Um pouco, não posso te deixar sem comer. – Resmunguei, me levantando e andando pelo quarto. – Esse é o andar que significa que você faz isso há anos?
-Quem sabe. – Ele se levantou e me agarrou, me jogando na cama.
-Vou pegar alguma coisa pra você comer, e é bom você comer, independente de ter comido quase uma pizza inteira hoje cedo! – Declarou me segurando com força.
-Seu irmão é o Elliot e agora você é o Christian? – Sussurrei desviando o olhar.
-Não, eu me preocupo com você, é isso. – Sussurrou de volta me beijando.
-Você deve ter plena consciência de que eu detesto isso certo?
-Comer?
-A maneira que você consegue me dobrar. – Ele riu e saiu.
Me escondi debaixo do cobertor, mas acabei estranhando a demora e abaixei meu protetor, deixando só os olhos fora, quase gritando de susto quando o vi me encarando.
-Já acabou? Trouxe lasanha. – Falou mostrando duas lasanhas daquelas de micro-ondas, que é bom acrescentar que eu adoro.
-Se eu comer, o que eu ganho de recompensa?
-Estamos trabalhando com recompensas agora é? – Sorri, e ele riu. – Bom, ainda estou te devendo uma... punição. – Sussurrou dando uma ênfase no termo “punição” que me fez arrepiar. – Posso ser um pouco mais... leve, nessa punição. – Mordi o lábio, sorrindo ainda mais internamente.
-Você sabe que quando você é mau comigo, eu devolvo na mesma moeda certo? – Sussurrei mordendo o lábio.
-Ah, mas será uma maldade muito prazerosa. – Sussurrou de volta me puxando pra perto. – E como será.
Depois disso ele começou a rir e eu não consegui me segurar. Jason pegou o cobertor e o jogou no canto da cama, me obrigando a sentar quando ele se sentou também.
-Para de enrolar e come. – Falou pegando uma almofada e a colocando no meu colo, colocando a lasanha em cima. Ele fez o mesmo consigo e começou a comer. Mesmo querendo lhe dar um tapas, comi.
E olha que eu sabia que depois ia querer mais se comesse, então era outro perigo, mas por sorte, consegui me controlar. Por sorte e quem sabe raiva. Talvez frustração. Até Mille sabia que eu não era o que minha mãe queria e que nunca seria. Nunca.



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